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O defunto do ano

O defunto do ano

Embora os temas funerários, geralmente provoquem medo, o homem também aprendeu a lidar com a morte de forma debochada em várias culturas ao longo do tempo. Um exemplo dessas brincadeiras está bem viva em Bonfim de Feira, distrito do município de Feira de Santana. Lá nasceu a irreverente cerimônia de despedida do Ano Velho que é representado por um boneco, substituído durante a cerimônia por um morador da localidade, eleito o “defunto do ano”.

Pra representar o personagem, a pessoa precisa entrar num caixão funerário que é conduzido pelas ruas de Bonfim de Feira até a igreja local, tudo acompanhado por ruidoso cortejo com a população se divertindo ao som de música carnavalesca. O ponto alto da festa é quando o defunto do ano sai do caixão e o boneco é recolocado no lugar e o conjunto, então, queimado na praça na maior animação.

A tradição começou em 1972 criada por Vital Souza, que herdou uma funerária do pai. Pra comemorar a passagem do ano, ele resolveu pegar um caixão infestado de cupins, chamou os amigos e todos saíram festejando o réveillon pelas ruas de Bonfim de Feira até queimar o caixão.

Nos anos seguintes a festa evoluiu e um boneco foi colocado no caixão até a ideia de homenagear uma pessoa da comunidade elegendo-o o “defunto do ano”. Aí a festa se tornou cada ano mais animada. Quem quiser conhecer o “A queima do ano velho” pode assistir a última no portal “Meus sertões”

(www.meussertoes.com.br) do jornalista Paulo Oliveira.

 

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Biaggio Talento é jornalista, e colaborador do O Jornal da Cidade.

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