O Jornal da Cidade

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O governador da Bahia, Rui Costa (PT), anunciou, em transmissão online na noite desta terça-feira (18), três mudanças no secretariado estadual, anunciando a indicação dos novos titulares da Secretaria de Relações Institucionais (Serin), da Secretaria da Agricultura (Seagri) e da Secretaria do Turismo (Setur).

Conforme anunciado pelo governador, o ex-prefeito de Camaçari, Luiz Caetano (PT), assumirá a Serin no lugar de Jonival Lucas Júnior; o atual secretário de Meio-Ambiente, João Carlos Oliveira, foi deslocado para a Seagri; e o novo comandante da Setur trata-se de Maurício Bacelar (Podemos).

Ainda em negociação, o novo secretário do Meio-Ambiente, para substituir a João Carlos Oliveira, não foi anunciado por Rui.

Na esteira da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que determinou a realização do Censo Demográfico em 2022, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou nesta terça-feira, 18, em comunicado, que prepara um plano para realizar a pesquisa, que incluirá a necessidade de recursos orçamentários a serem repassados ainda este ano. Segundo o órgão, é urgente a recomposição do orçamento de 2021 para dar conta das etapas preparatórias do Censo 2022.

"A Direção do IBGE prepara um plano para cumprimento da decisão judicial que estabeleceu a realização do Censo Demográfico em 2022. O projeto descreverá as demandas de recursos a serem repassados ao Instituto ainda este ano, para que o Censo ocorra no ano que vem - por enquanto, sem data definida. A prioridade, agora, é fechar a proposta, já que há necessidade urgente de recomposição do orçamento para conclusão de etapas preparatórias essenciais ao longo de 2021", diz um comunicado divulgado nesta terça pelo IBGE.

O comunicado não informa um prazo exato para a conclusão do plano. "Após a elaboração do plano de trabalho, serão retomadas reuniões com as áreas técnica, consultiva e operacional, que vão definir as melhores condições e o período adequado para realização do Censo em 2022", continua o texto.

Na sexta-feira, 14, quando o Plenário do STF tomou a decisão, o IBGE já havia informado que estava trabalhando em um plano para levar o Censo Demográfico a campo em 2022, mas não havia ressaltado a necessidade de recomposição orçamentária em 2021, para dar conta das etapas preparatórias.

Realizado a cada dez anos, o Censo Demográfico visita todos os cerca de 71 milhões de lares brasileiros. O levantamento foi orçado inicialmente pela equipe técnica do IBGE em cerca de R$ 3 bilhões, para ir a campo em 2020, como previsto. Em meio a pressões do governo pela redução no orçamento, os questionários originais foram enxugados, e a verba encolheu para R$ 2,3 bilhões, ainda em 2019.

Ano passado, diante da pandemia de covid-19, o IBGE suspendeu todas as entrevistas presenciais em suas pesquisas. O Censo foi adiado para 2021. Nessa ocasião, o governo federal reduziu ainda mais o montante previsto no projeto de lei orçamentária de 2021 para o Censo, para R$ 2 bilhões.

Nas discussões no Congresso, o valor acabaria cortado para R$ 71 milhões. O Orçamento sancionado e publicado no Diário Oficial da União trouxe um veto do presidente Jair Bolsonaro, que cortou o valor ainda mais, para R$ 53 milhões. Esse montante é tido como insuficiente para realizar o Censo e motivou o pedido de demissão da então presidente do IBGE, Susana Cordeiro Guerra.

No fim de abril, antes da decisão do STF, o novo presidente do IBGE, Eduardo Rios Neto, afirmou que o órgão estava preparado tecnicamente para realizar o Censo Demográfico em 2021, "a depender das condições sanitárias" e da recomposição integral do orçamento de R$ 2 bilhões. Mesmo assim, os recursos precisariam chegar a tempo de os preparativos serem retomados de forma a levar a campo a coleta ainda este ano. O plano de iniciar a coleta em agosto já não seria cumprido.

Uma agência da Caixa ficou destruída após ser atacada por assaltantes na madrugada desta terça-feira (18). O banco fica na Rua Direta de São Marcos, em Pau da Lima.

Moradores da região contaram à TV Bahia que ouviram muitos tiros e que alguns rodoviários que passavam no local viraram reféns dos bandidos. Um caminhão também foi usado para bloquear a via e facilitar a ação dos criminosos, que explodiram a agência.

Segundo informações da Polícia Militar, policiais foram acionados pelo Cicom para atender a ocorrência, mas, ao chegarem ao local, nenhum suspeito foi encontrado e a agência já estava destruída. Ninguém foi preso.

Apesar do avanço na vacinação, algumas cidades da Bahia enfrentam o pior momento da pandemia. Nessa segunda-feira (17), hospitais de 16 municípios do interior estavam com 100% de ocupação nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), de acordo com os dados da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab). Essa realidade está acompanhada por um momento de explosão de novos casos e também falta de medicamentos para o tratamento da covid.

Essa é a situação de Paulo Afonso, por exemplo, cidade localizada a quase 500 quilômetros de distância de Salvador. O município de 120 mil habitantes já é o quinto na Bahia com mais casos ativos de covid-19: 379, segundo os dados da Sesab, mas 455, segundo o último boletim epidemiológico do município. Por lá, o Hospital Municipal Aroldo Ferreira está com os 10 leitos de UTI ocupados e há falta de medicamentos.

“No momento, estamos passando por um caos em Paulo Afonso. Não tenho como colocar mais pacientes, estou correndo para abrir leitos e preciso do apoio de todo mundo. Quem tiver insumos, medicações que possam nos ajudar, vejam, nos ajudem, enviem. Estou com meus processos em andamentos, com meus fornecedores para entregar. Tenho fornecedores que dizem que os fabricantes não têm matéria prima para entregar o que a gente comprou. Então, para dar suporte a todos vocês, preciso que vocês me ajudem”, disse o secretário interino de Saúde de Paulo Afonso, Adonel Júnior.

Essa declaração foi dada em um áudio vazado dirigido para os colegas das cidades vizinhas. A veracidade da gravação foi confirmada pela prefeitura e pelo próprio secretário.

“Estamos vivenciando um verdadeiro caos, porque diariamente recebemos centenas de pessoas de toda uma região e, por mais que tenhamos insumos e profissionais, tem um momento que os medicamentos não atendem a alta demanda”, disse.

Mas não é só a região Norte da Bahia, onde Paulo Afonso está localizada, que sofre com a ocupação das UTIs. As 16 cidades com hospitais lotados estão espalhadas em oito das nove macrorregiões. Confira a lista completa das unidades de saúde ocupadas e seus respectivos municípios no final do texto.

Barreiras está no pior momento da pandemia
No Oeste do estado, a cidade-polo de Barreiras também enfrenta o pior momento da pandemia. Segundo os dados da Sesab, são 441 casos ativos, mas o boletim epidemiológico municipal revela muito mais: 1.162 pessoas estão com a covid-19 atualmente, o que a coloca no segundo lugar da lista de cidades com mais casos ativos da Bahia. Lá tem 50 leitos de UTIs divididos em dois hospitais (Central e do Oeste). 49 estão ocupados – apenas o Hospital do Oeste tinha um leito vago na tarde dessa segunda-feira.

Por causa desse cenário, na última sexta-feira (14), a prefeitura determinou o fechamento do comércio não essencial por 10 dias. Um dia depois, o governo do estado determinou que toda a região Oeste entrasse em lockdown parcial até 25 de maio. Por ser a maior cidade da região, os hospitais de Barreiras recebem pacientes das cidades vizinhas. O secretário de Saúde, Melchisedec Neves, aprovou a decisão.

“O atual momento da pandemia no nosso município nos levou a tomar medidas urgentes que visam o enfrentamento do quadro mais grave já deparado por nós desde março do ano passado. (..) Os números são alarmantes e não encontramos mais médicos para contratar. Os que estão atuando, já estão exaustos devido à sobrecarga dos trabalhos intensos. Por isso, precisamos da colaboração de todos”, disse.

No total, são 36 cidades do Oeste, incluindo Barreiras, que estão com lockdown parcial: Angical, Baianópolis, Barra, Barreiras, Bom Jesus da Lapa, Brejolândia, Brotas de Macaúbas, Buritirama, Canápolis, Catolândia, Cocos, Coribe, Correntina, Cotegipe, Cristópolis, Formosa do Rio Preto, Ibotirama, Ipupiara, Jaborandi, Luís Eduardo Magalhães, Mansidão, Morpará, Muquém do São Francisco, Oliveira dos Brejinhos, Paratinga, Riachão das Neves, Santa Maria da Vitória, Santa Rita de Cássia, Santana, São Desidério, São Félix do Coribe, Serra do Ramalho, Serra Dourada, Sítio do Mato, Tabocas do Brejo Velho e Wanderley.

No Nordeste da Bahia, municípios declaram “lockdown” por conta própria
Se as grandes cidades não têm vagas nos leitos de UTis, as pequenas, que não têm essa infraestrutura hospitalar mais complexa, ficam reféns da fila da regulação. Esse é o caso de Monte Santo e Ribeira do Pombal, municípios localizados no Nordeste da Bahia, que entraram em lockdown para frear a contaminação e evitar o aumento de casos e mortes na cidade.

Em Monte Santo, a decisão veio depois que, em menos de uma semana, dois óbitos por covid-19 foram confirmados na cidade. Atualmente, o município de 50 mil habitantes tem 150 casos ativos e outros 51 suspeitos. No total, são 33 mortes desde o início da pandemia. Lá, o lockdown já começa nessa terça-feira, 18 de maio, e vai até o próximo domingo (23).

“Diante de um cenário onde do dia 1º de maio até hoje tivemos confirmados vários casos, acendeu o sinal vermelho. Eu convidei os vereadores e representantes da sociedade civil de Monte Santo. Ficou decidido pela maioria a necessidade de fazermos um lockdown. Serão seis dias em que eu peço para os cidadãos refletirem e fazerem sua parte, para assim vencermos a pandemia”, disse a prefeita da cidade, Silvania Matos.

Já Ribeira do Pombal, com seus pouco mais de 50 mil habitantes, encontra-se com quase o dobro de casos ativos do que Monte Santo. São 290, no total, o que coloca a cidade na oitava colocação da lista dos que mais tem casos ativos na Bahia, segundo a Sesab. O lockdown por lá começou na sexta-feira (14) e vai até às 5h dessa quinta-feira (20).

“Eu peço a cada um de vocês que nos ajude. [Essa] é a única forma de conter o crescimento do vírus na cidade”, disse o prefeito Eriksson Silva, em vídeo gravado para a população da cidade. No total, Ribeira do Pombal tem 46 mortes por covid-19. Em toda região Nordeste, onde as duas cidades estão localizadas, há apenas um hospital com leitos de UTI. É o Regional Dantas Bião, em Alagoinhas, que também está com 100% de ocupação.

Governador disse acompanhar a situação
Em uma rede social, o governador Rui Costa classificou a realidade do oeste do estado como “crítica” e a de Paulo Afonso como “preocupante”. Ele disse que o governo do estado está acompanhando e tomando medidas.

“A situação do Oeste da Bahia é muito crítica. A região de Paulo Afonso também nos preocupa, então, o Governo do Estado, juntamente com as prefeituras, já está tomando medidas para frear a transmissão do coronavírus nessas localidades”, disse.

A Sesab disse que também acompanha a situação. “A Sesab segue monitorando as cidades e, caso seja necessário, transferindo pacientes para outras unidades”, afirmaram, em nota. Também nessa segunda-feira, Rui criticou as festas com aglomerações, o que para ele tem sido um grande centro de reprodução da covid-19. Por isso, a governadoria já antecipou que vai suspender o transporte intermunicipal no período das festas juninas.

“Não permitiremos a realização de festas de São João em nenhuma cidade, nenhuma região da Bahia. Temos que ter responsabilidade neste momento. Fazer festa agora é desrespeitar a vida humana”, escreveu.

"Se não frear a contaminação, a tendência é piorar”, alerta cientista.
Coordenador do portal Geocovid, que analisa os dados da pandemia no Brasil, o professor Washington Franca-Rocha alerta da necessidade de se fazer medidas de isolamento que possam diminuir os números preocupantes. “Se não frear a contaminação, a tendência é piorar. A projeção dos dados é que esses locais continuem numa situação ruim nos próximos dias. É preciso medidas mais duras de isolamento”, diz. Na avaliação do professor, três regiões da Bahia encontram-se com a situação mais preocupante: Oeste, Norte e Sudeste.

“Quando a gente olha os números de mortes, tem municípios como Correntina, Baianópolis, Santa Maria da Vitória, Carinhanha, Xique-Xique, Sobradinho, Campo Formoso, Uauá e Jeremoabo com números assustadores. Em casos, a gente vê uma situação mais grave nos municípios próximos à fronteira de Minas Gerais”, alerta.

Outro fator de destaque para que haja redução nos números da pandemia é o aumento da vacinação. “Nas faixas etárias mais novas, o percentual de vacinados é baixíssimo. O problema é que as variantes que estão circulando são mais agressivas e atingem pessoas mais jovens. A vacinação precisa avançar também nos mais jovens para que a situação melhore”, defende.

Lista dos hospitais com 100% de ocupação da UTI na Bahia:

Na região Centro-leste:
Hospital De Feira De Santana
Hospital Da Chapada, em Itaberaba
Hospital Regional Da Chapada, em Seabra

Na região Extremo-sul:
Hospital De Tratamento Covid19, em Eunápolis

Na região Leste:
Hospital Santa Helena, em Camaçari
Hospital Regional de Santo Antônio de Jesus

Na região Nordeste:
Hospital Regional Dantas Bião, em Alagoinhas

Na região Norte:
Hospital Municipal Aroldo Ferreira, em Paulo Afonso
Hospital Regional de Juazeiro

Na região Oeste:
Hospital Central de Barreiras

Na região Sudoeste:
Hospital Municipal de Caetité
Hospital Regional de Guanambi
Hospital São Vicente de Paulo, em Vitória da Conquista

Na região Sul:
Hospital Vida Memorial, em Ilhéus
Hospital Calixto Midlej Filho, em Itabuna
Hospital São Vicente em Jequié

Morto a tiros durante uma incursão neste domingo (16) em Camaçari, Região Metropolitana de Salvador (RMS), o soldado Joedson dos Santos Andrade fazia parte de um grupo de extermínio que agia em Vila de Abrantes. Ele trabalhava na 59 Companhia Independente (59ª CIMP/Vila de Abrantes) e foi um dos presos em maio do ano passado no Operação Assepsia I, ação de uma Força-Tarefa que investiga grupos de polícias suspeitos de crime de extermínio e extorsão, além de sequestros em Salvador e RMS.

As informações são da Corregedoria-geral da Secretaria de Segurança Pública (SSP), à frente da Força-Tarefa. Segundo Nelson Gaspar, corregedor-geral da SSP, Joedson foi um dos quatro PMs presos no dia 18 de maio do ano passado, quando a Força-Tarefa cumpriu mandados de prisão e busca e apreensão na 59ª CIMP, por conta das mortes dos irmãos Hiago Nascimento Tavares e Thiago Nascimento Tavares, ocorridas no dia 7 de fevereiro do mesmo ano, em Barra de Pojuca, município de Camaçari.

Ainda segundo Gaspar, Hiago, alvo do grupo armado, possuía envolvimento com tráfico de drogas. O irmão dele acabou sendo morto por ter presenciado a ação da quadrilha. O corpo da segunda vítima foi enterrado numa cova rasa e depois localizado. As mortes foram por disparo de arma de fogo.

Joedson e os outros três policiais trabalhavam no Pelotão Especial (Peto) da 59ª CIMP. Todas as CIPM, assim como as em que atuavam os policiais, têm um núcleo formado por policiais especializados, que estão em ação geralmente em situações consideradas mais complexas.

Trata-se de uma tropa de reação imediata que o comandante tem na unidade e que atua em ocorrências relacionadas aos crimes mais perigosos, como a presença de traficantes nas ruas ou a circulação de homens armados.

Na ocasião das prisões dos policiais, a SSP informou que Hiago era o alvo do grupo armado e possuía envolvimento com tráfico de drogas. O irmão acabou sendo morto por tabela, apenas por ter presenciado a ação dos PMs.

A SSP afirmou também que havia indícios de que os policiais integravam um grupo de extermínio, mas disse que detalhes da investigação e das prisões não poderiam ser repassadas por conta da lei de abuso.

Crime
Segundo a Polícia Militar, este ano já foram oito PMs mortos, sendo dois em serviço, três de folga e dois da reserva remunerada. O órgão afirmou apenas que Joedson morreu a tiros quando realizava rondas nas imediações da localidade conhecida como Fonte das Águas, em Arembepe.

Colegas do policial deram mais detalhes do fato ao CORREIO. Contaram que o crime aconteceu no fundo da Companhia. Joedson foi baleado aparentemente por dois disparos na altura do peito, quando realizava ronda na função de motorista do coordenador de área, um subtenente, a bordo da viatura 9.5922.

“O que ficamos sabendo é que o colega recebeu a informação de homens armados atrás da Companhia, um local onde está crescendo a movimentação do tráfico de drogas, e ele foi fazer averiguação. Os elementos correram atirando. Ele fez o acompanhamento e foi baleado”, contou um policial da unidade. Segundo ele, no entorno da 59ª CIMP, a liderança do tráfico é do Comando da Paz (CP), filial do Comando Vermelho (CV).

Ferido, o soldado foi socorrido para Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Arembepe. “Foi solicitado o apoio, mas o colega veio a óbito”, completou o policial.

Em uma nota de pesar, a PM disse que “O soldado Joedson prestou excelente serviço nos seus 11 anos dedicados à Corporação. Ele deixa esposa e um filho”. O CORREIO manteve contato com a esposa do policial, mas ela preferiu não falar sobre o assunto.

Duas décadas depois, o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), repete o drama do avô. Mario Covas descobriu um câncer no auge da carreira política, após se reeleger governador de São Paulo. Ele rompeu uma tradição da política brasileira e manteve os cidadãos informados sobre a evolução da doença. Morreu em 2001, aos 70 anos.

O prefeito de São Paulo morreu ontem às 8h20 aos 41 anos. Desde 2019, ele lutava contra um câncer no sistema digestivo com metástase nos ossos e no fígado. Deixa o filho Tomás, de 15 anos. Covas estava internado no Hospital Sírio-Libanês, no Centro da capital paulista, desde 2 de maio, quando se licenciou da prefeitura. Na sexta-feira (14), ele teve uma piora no quadro de saúde e a equipe médica informou que seu quadro havia se tornado irreversível.

Familiares e amigos de Covas permaneceram no hospital desde então. Nas últimas horas de vida, o prefeito recebeu sedativos e analgésicos para não sentir dores. Na noite de sexta, um padre chegou a fazer a unção dos enfermos, um sacramento católico. Durante a noite de sábado (15), representantes de diversas religiões participaram de um ato ecumênico na porta do hospital, que durou 30 minutos e terminou com a oração Pai Nosso.

O corpo foi levado para o Edifício Matarazzo, sede da prefeitura, para uma cerimônia breve para familiares e amigos próximos. Depois, seguiu em carro aberto até a Praça Oswaldo Cruz. O enterro, restrito à família, foi no Cemitério do Paquetá, em Santos, onde está sepultado o corpo de Mário Covas, ex-governador de São Paulo e avô de Bruno que também morreu em decorrência de um câncer, em 2001.

Entre os presentes na cerimônia religiosa, que foi restrita a cerca de 20 pessoas, estavam o filho Tomás, de 15 anos, a ex-mulher Karen Ishiba, os pais, um irmão e o tio Mário Covas Neto, ex-vereador da capital. Havia também autoridades como o vice-prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o governador João Doria e sua mulher Bia Doria.

Sobre o caixão fechado foram colocadas as bandeiras do Brasil e de São Paulo. O filho Tomás ajudou a carregar o caixão até o carro do Corpo de Bombeiros. Simpatizantes do prefeito aplaudiram a saída do corpo para o cortejo pelas principais ruas do Centro de São Paulo. Na Avenida Paulista, o carro dos bombeiros foi cercado por simpatizantes que queriam se despedir e seguravam faixas e cartazes.

Política no DNA
A ligação de Covas com a política remonta à sua adolescência. Antes mesmo de ingressar na graduação, Bruno Covas conseguiu um estágio privilegiado no mundo da política. Aos 15 anos, deixou a casa dos pais em Santos para viver no Palácio dos Bandeirantes, junto com o avô Mário Covas, que assumira, naquele ano de 1995, o governo de São Paulo. Foram seis anos como espectador privilegiado das decisões sobre os rumos do estado mais rico do país.

Bruno se diferenciava dos visitantes do avô no palácio, não só pela idade, mas também pelo visual. Com cabelo comprido, o neto do governador quase sempre vestia camisas de bandas de rock, paixão que carregou pela vida. Apesar de não adotar o traje típico dos políticos, naquela época já não escondia o desejo de seguir a carreira do avô.

Ainda criança, havia feito a carteirinha do “clubes dos tucaninhos”. Aos 17 anos, se filiou ao PSDB. Mário Covas alertava que era preciso estudar. O neto seguiu o conselho e fez duas faculdades: direito na USP e economia na PUC-SP. As lembranças de frases e feitos do avô seriam constantes ao longo da trajetória de Covas.

O aspirante a político formou o seu grupo logo nos primeiros anos de PSDB. Amigos da época da juventude tucana, como os secretários Orlando Faria (Habitação) e Alexandre Modonezi (Subprefeituras), o acompanhariam pelo restante da carreira.

Em 2006, resolveu tentar um voo solo e se candidatou a deputado estadual. Foi eleito com 122,3 mil votos. Assumiu o mandato aos 20 anos. Na Assembleia Legislativa teve uma atuação discreta. Ao contrário do avô, não se destacava como um grande orador. Tímido, se consolidou mais como político de bastidores.

Impulsionado pelo sobrenome, não teve dificuldade para se reeleger em 2010. Foi o mais votado, com 239 mil votos. No ano seguinte, Geraldo Alckmin, o sucessor de seu avô no governo paulista, o convidou para assumir a Secretaria Estadual do Meio Ambiente. No posto, Bruno conseguiu consolidar o seu grupo político e passou a exercer papel de destaque no controle do diretório paulistano do PSDB.

Em 2014, decidiu que era hora de se arriscar em Brasília. Foi o quarto deputado federal paulista mais votado, com 352.708 votos. Votou a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff. No mesmo ano, chegou a se inscrever para disputar as prévias tucanas que escolheriam o candidato a prefeito de São Paulo. No meio do processo, acabou desistindo para apoiar João Doria, que após se sagrar vitorioso no duelo interno do PSDB o escolheu para vice da chapa.

Doria foi eleito prefeito de São Paulo no primeiro turno e nomeou Bruno secretário das Subprefeituras. Dez meses depois, diante das críticas sobre o serviço de zeladoria da cidade, tirou o vice do posto e o transferiu para a Secretaria de Governo, pasta com função exclusivamente de articulação política. A troca provocou tensão entre os grupos do prefeito e do vice.

Foi no período como vice-prefeito que Bruno promoveu uma mudança radical em sua vida. Abandonou o sedentarismo, passou a controlar a alimentação, adotou uma rotina rigorosa de exercício. Perdeu 18 quilos. Também mudou o visual. Deixou os ternos de lado e passou a desfilar de calça jeans, camisetas e sapatênis. Assumiu a calvície raspando o cabelo e deixou a barba crescer.

Seis meses depois de ser tirado da Secretaria das Subprefeituras, Bruno herdou a prefeitura de Doria, que renunciou ao comando da cidade para concorrer ao governo do estado. Bruno assumiu o mesmo cargo que havia sido ocupado por seu avô entre 1983 e 1985.

O câncer
À frente da maior cidade do país, adotou uma linha discreta, bem diferente do estilo espalhafatoso do antecessor. Teve dificuldade para impor uma marca. Em outubro de 2019, descobriu o câncer na cárdia, válvula entre o esôfago e o estômago. Fez quimioterapia e imunoterapia.

Bruno Covas foi o primeiro prefeito da cidade de São Paulo a morrer durante o mandato. Os primeiros tumores foram descobertos há um ano e meio, quando ele investigava uma irritação na pele. Logo no início da luta, o câncer já se revelava metastático — quando se espalha por outros órgãos.

Em outubro de 2019, Bruno foi diagnosticado com um câncer na região da cárdia, na transição entre o estômago e o esôfago, durante uma consulta para tratar uma infecção de pele. Na época, também foi diagnosticada uma metástase do câncer original, com linfonodos aumentados ao redor do pâncreas e um nódulo no fígado. Ainda em 2019, iniciou sessões de quimioterapia e radioterapia, que fizeram com que os tumores regredissem e diminuíssem de tamanho.

Ele continuou o tratamento em 2020 com imunoterapia, sem a necessidade de se licenciar do cargo, pois apresentava boas condições clínicas. Em exames de rotina em junho de 2020, Covas testou positivo para Covid. Ele não apresentou sintomas e fez a quarentena em casa, sem necessidade de se internar.

O novo prefeito
Eleito vice-prefeito de São Paulo em 2020, Ricardo Nunes (MDB) assume em definitivo o comando da cidade. Ele estava como prefeito em exercício desde 2 de maio, quando Covas se licenciou para dar continuidade do tratamento contra o câncer. A oficialização de Nunes à frente da Prefeitura de São Paulo foi feita por meio de um ato da mesa diretora da Câmara de São Paulo, que se reuniu às 11h20 para extinguir o mandato de Covas após a morte do tucano, ocorrida hora antes.

Em seu primeiro ato, o emedebista decretou luto oficial de 7 dias pela morte de Covas. "A dor toma conta, perder um amigo, um irmão, que é referência de integridade, companheirismo, generosidade, dói muito", postou Nunes após a morte do tucano.

Antes de se eleger vice-prefeito na chapa de Bruno Covas em 2020, Nunes foi vereador por dois mandatos. Ele é ligado a associação de empresários da Zona Sul e à Igreja Católica. Durante o primeiro mandato, o então vereador fez lobby para anistiar e regularizar templos religiosos irregulares na lei de zoneamento em 2016.

Uma lei proposta pelo então vereador em 2014 prevê um sistema de transporte público hidroviário em São Paulo na represa Billings, região do Cantinho do Céu, extremo sul da capital, um de seus redutos eleitorais. Na atual gestão, esse projeto, que foi sancionado pelo ex-prefeito Haddad, foi incluído no plano de metas. Além da hidrovia, Nunes propôs a criação de um aeródromo na região Sul da capital.

Como integrante da Comissão de Finanças na Câmara, emedebista conseguiu barrar, em 2015, menções a termos como gênero no Plano Municipal de Educação (PME) da cidade. Na ocasião, argumentou que a sexualidade não deveria ser tema nas salas de aula do município.

Em seu primeiro mandato, Nunes integrou a base de apoio à gestão de Fernando Haddad (PT), que acabou derrotado naquele ano por João Doria e Bruno Covas, ambos do PSDB, na disputa pela reeleição.

Nunes, que se reelegeu vereador no mesmo pleito, passou então a fazer parte da base da gestão tucana até ser indicado a vice no ano passado, após uma articulação do próprio Doria, que então já ocupava o cargo de governador do estado.

A escolha do emedebista para vice foi um dos principais motivos de críticas a Covas durante a campanha de 2020 – a mulher do emedebista registrou boletim de ocorrência em 2011 por violência doméstica. O tucano, na ocasião, saiu em defesa de seu parceiro de chapa.

REPERCUSSÃO

Jair Bolsonaro, presidente da República
"Nossa solidariedade aos familiares e amigos do Bruno Covas, que faleceu hoje após uma longa batalha contra o câncer. Que Deus conforte o coração de todos!"

João Doria, governador de São Paulo
"A força de Bruno Covas vem do seu exemplo e do seu caráter. Foi leal à família, aos amigos, ao povo de São Paulo e aos filiados do seu partido, o PSDB. Sua garra nos inspira e seu trabalho nos motiva".

Ricardo Nunes (MDB), prefeito em exercício de São Paulo
"A dor toma conta, perder um amigo, um irmão, que é referência de integridade, companheirismo, generosidade, dói muito."

Presidente nacional do Democratas, ACM Neto
“É muito triste ver o país ter que se despedir tão cedo de uma jovem liderança com a vocação pública de Bruno Covas. Político da minha geração, sei que ainda tinha muito a contribuir com São Paulo e com o Brasil”, afirmou o ex-prefeito de Salvador.
“Vamos continuar aqui com muita força, foco e fé, mas também com saudades de você, amigo Bruno. Um exemplo de político que deixou a marca do seu trabalho, perseverança, compromisso com a vida pública, e sempre leal com todos que tiveram o privilégio de sua convivência. Neste momento de profunda tristeza, quero prestar minha solidariedade aos familiares e amigos de Bruno Covas. Que Deus conforte a todos”

Governador da Bahia, Rui Costa
"Lamento profundamente o falecimento do prefeito de São Paulo, Bruno Covas. Muito triste sua partida assim tão jovem, deixando um filho adolescente. Que Deus, em sua infinita sabedoria, conforte a família e os amigos".

Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente da República
"Com a morte de Bruno Covas, São Paulo perde um bom prefeito e o PSDB, um bom quadro. Lamento pela perda tão jovem de uma vida, pela família e por todos nós que o respeitávamos e o tínhamos como um grande quadro político."

Michel Temer, ex-presidente da República
"Luto... Acabo de receber a tristíssima notícia do falecimento de Bruno Covas. Tão jovem, tão afável, tão idôneo. Com ele vai embora parte da nossa esperança. Descansa em paz."

Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente da República
"Meus sentimentos aos familiares, amigos e correligionários de Bruno Covas, que nos deixou hoje após travar uma longa e dura batalha contra o câncer. Que Deus conforte o coração de sua família."

Dilma Rousseff, ex-presidente da República
"Lamento a morte do prefeito Bruno Covas, aos 41 anos de idade. O Brasil perdeu um dos seus promissores líderes políticos. Quero manifestar meus sentimentos ao filho Tomás e a toda família Covas, além dos militantes e dirigentes do PSDB."

Fernando Collor, ex-presidente da República
"Lamento profundamente a morte precoce do prefeito de São Paulo, Bruno Covas. Aos paulistanos, familiares e amigos envio meu sentimento de pesar. Que Deus o receba em sua infinita bondade. Vá em paz, Bruno!"

Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados
"Lamento profundamente o falecimento do prefeito de São Paulo, Bruno Covas, um jovem talento na política, que travou com coragem e otimismo uma árdua batalha. Como deputado federal, foi meu colega na Comissão de Constituição e Justiça, em 2015, com quem tive a honra de trabalhar."

Luiz Fux, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF)
“Bruno Covas partiu ainda muito jovem, mas deixou valiosas lições de perseverança e esperança a todos nós. Deu grande exemplo de dedicação à vida pública. Toda a minha solidariedade à família, ao filho e aos amigos.”

Deputado federal Adolfo Viana, presidente estadual do PSDB-Ba
“Bruno Covas era um político de fino trato, querido por muitos e dedicado ao trabalho. Meus sentimentos à família, aos amigos e ao povo paulistano”, disse.

Mais uma vez não haverá festa de São João na Bahia e, para evitar as aglomerações no interior do estado, o transporte intermunicipal será suspenso no período junino. A medida foi anunciada pelo governador Rui Costa, nesta segunda-feira (17).

"Vamos agir no sentido de evitar ao máximo o contágio porque é assim mesmo: toda vez que o povo se junta para uma data comemorativa, nas semanas seguintes há uma explosão de novos casos. Por isso, vamos suspender o transporte intermunicipal no período de São João e São Pedro. Claro que não dá pra impedir que todos se desloquem, mas vamos tentar mitigar esses efeitos que são sempre preocupante pós feriados", anunciou.

Para ele, falta sensibilidade em quem insiste na festa. "Independente da cidade e da região, digo que nós não permitiremos qualquer festa no São João. Não entendo a falta de sensibilidade das pessoas porque fazer qualquer festa nessa situação é um desrespeito a vida humana", afirmou o governador.

Com atraso de quatro meses, o governo federal sancionou o orçamento de 2021 e, mais uma vez, as instituições de ensino superior passaram por cortes. A redução de 16,5%, promovida pelo Ministério da Educação (MEC), foi feita de forma linear para todas as instituições, mas cada uma sofreu impactos diferentes. Ao todo, das universidades e institutos federais da Bahia que o CORREIO conversou, a perda é de R$ 61,55 milhões. Somando todas do Brasil, esse número é de R$ 1 bilhão.

Metade desse montante vem da redução ocorrida na Universidade Federal da Bahia (Ufba), onde a perda foi de R$ 30,2 milhões. Em segundo lugar, o maior corte foi no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (Ifba), de R$ 14,5 milhões, seguido da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), que perdeu R$ 11,1 milhões.

O reitor da UFRB, Fábio Josué, inclusive alertou que só tem recurso para pagar as contas por mais dois meses. Isso porque, além da redução de 11,1 milhões (22,8% a menos que o recebido no ano passado), parte do orçamento ainda não foi liberada, está sob supervisão do governo federal. Ou seja, na prática, dos R$ 37 milhões aprovados para o custeio, somente R$ 15,8 milhões estão autorizados para uso até então.

“Dos R$ 37 milhões que temos hoje, R$ 21,6 milhões está sob supervisão. O orçamento foi aprovado, mas parte dele a gente não pode usar, somente depois de uma nova aprovação do congresso. É um cenário muito preocupante”, desabafa o reitor.

As instituições têm dois orçamentos: os obrigatórios, que incluem os salários dos servidores públicos, e os discricionários, que são destinados à pesquisa, assistência estudantil, custeio com luz, água, obras e investimento na infraestrutura. É justamente este último que vem sofrendo cortes sucessivos do governo federal.

“Nosso orçamento discricionário era de R$ 70 milhões em 2015 e ele foi diminuindo assustadoramente. Ano passado, caiu para R$ 48 milhões e, esse ano, para R$ 37 milhões. Ou seja, caiu quase que pela metade, em um cenário que aumentamos o número de professores e inauguramos novos espaços, o que demanda mais recursos. É realmente o fundo do poço”, alerta Josué.

Por conta disso, a UFRB terá de suspender bolsas de pesquisa e iniciação científica, de monitoria e de projetos de extensão e não poderá lançar novos editais. Os contratos com os funcionários terceirizados, como de limpeza e vigilância, poderão ser suspendidos. Outra preocupação do reitor é que esse novo corte pode impactar o retorno das aulas presenciais.

“Com os recursos limitados, existe o empecilho de ter uma ação robusta para o retorno das as atividades presenciais, porque são novos itens de limpeza que antes não eram comprados, como máscaras, dispenderes de álcool em gel, novos trabalhadores e uma higienização mais frequente”, pontua o reitor da Ufrb.

Outro agravante é que a universidade foi criada em 2014 e, desde 2015, tem sofrido com cortes orçamentários. Nos últimos seis anos, 277 terceirizados foram demitidos. Existem obras paradas, que precisam de R$ 50 milhões para serem retomadas. Na pandemia, a UFRB renegociou contratos de telefonia e essa redução foi transferida para a assistência estudantil. Mas, mesmo assim, não é suficiente para atender a todos.

“Grande parte de nossos estudantes está em situação de vulnerabilidade social, com renda per capita menor que a de um salário mínimo e meio, e cerca de 85% dos nossos 11 mil alunos de graduação estão elegíveis para receberem as bolsas, mas só conseguimos atingir 2.500. E, na pandemia, essa vulnerabilidade aumentou”, argumenta Josué. Com “muito esforço”, as bolsas estudantis serão mantidas.

A UFRB tem campus em sete municípios da Bahia, os quais somam mais de 13.700 estudantes, 906 professores, 687 funcionários técnico-administrativos e 370 terceirizados. São 64 cursos de graduação e 32 de pós-graduação. O orçamento total da universidade para 2021 é de R$ 319,4 milhões.

Na Universidade Federal do Oeste da Bahia (Ufob), haverá reduções nos auxílios estudantis, na ordem de R$ 940 mil, na parte do funcionamento dos prédios das faculdades (água, luz, etc), de R$ 930 mil, e também na área de investimentos, de R$ 680 mil. Ao todo, a universidade teve R$ 2,55 milhões de redução no orçamento discricionário para 2021.

Além disso, há um bloqueio de 40%, que, se não for liberado, a universidade não terá condições de bancar os salários dos colaboradores de agosto em diante. Os cortes também ocorrem de forma inversamente proporcional à inflação e aos reajustes salariais.

“O recurso menor que 2020 impacta em todas nossas ações, porque, todo ano, somos obrigados, por força de lei, a dar o reajuste anual às empresas terceirizadas e, só pelo fato de ter reajuste, deveríamos ter um orçamento maior, se não, temos que partir para a redução de contratos ou demissões”, explica o reitor, Jacques Antonio de Miranda.

“Temos que abrir mão de postos de vigilância e, no caso da limpeza, é impossível demitir, porque o cálculo é feito por metro quadrado, ou seja, não significa que menos pessoas vão limpar tudo, significa que vamos deixar de limpar certas áreas da universidade”, detalha Miranda. A Ufob, que está em 5 municípios da Bahia, mas não tem campus definitivo em nenhum deles, não conseguirá iniciar as obras planejadas.

A parcela do auxílio estudantil teve que ser reduzida de R$ 400 para R$ 250. São 1.290 estudantes contemplados. Outros 160 são elegíveis, mas não há recurso para que eles possam receber a bolsa. Segundo o reitor, 50% dos alunos têm renda per capita abaixo de 1,5 salário mínimo e 30% abaixo de meio salário mínimo. Ao todo, são 4,8 mil discentes, 650 funcionários públicos e 160 terceirizados.

Na Universidade Federal do Sul da Bahia (Ufsb), a redução foi de R$ 3,5 milhões em relação ao ano passado. O corte representa a interrupção de obras. “Esse recurso faz muita falta pois é através dele que a universidade vem tocando obras, como construção de núcleo pedagógico em Itabuna, Porto Seguro e Teixeira de Freitas. São salas de aula que atenderão cerca de 5.000 estudantes, o que possibilitaria contar com 15.000 estudantes”, diz o diretor de Planejamento da Pró-Reitoria de Planejamento e Administração (PROPA) da Ufsb, Franklin Matos Silva Júnior.

Assim como a Ufob, a Ufsb se aloja em prédios alugados, sendo alguns doados por órgãos públicos. Durante a pandemia, houve demissão de pessoal do corpo administrativo, que, segundo o pró-reitor, já muito enxuta. “Não há muito de onde cortar. Na lei de criação da universidade, há a previsão de a UFSB contar com mais de 1.200 docentes e técnicos administrativos, entretanto, atualmente, contamos com menos da metade disso”, pontua Júnior.

Franklin ainda afirma que o orçamento de 2020 é o limite para não o funcionamento da universidade. “Não estamos pedindo para aumentar nosso orçamento, estamos lutando apenas pela manutenção. Nenhuma organização consegue funcionar com um corte de 18,16% e logo em seguida um contingenciamento de 13,89%, é muito pesado”, acrescenta.

A Ufsb não considera reduzir ou suprimir o auxílio dos estudantes, porque a maioria deles está em situação de vulnerabilidade social, agravada pela pandemia. Dos 3.859 discentes, 1.059 são assistidos por programas estudantis. “Cortar o orçamento da assistência estudantil causa um impacto social nefasto. Estamos trabalhando para preservar esses alunos assistidos, mas, caso os cortes sejam confirmados, infelizmente, ajustes deverão ser realizados”, pondera.

No Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (Ifba), a redução no orçamento é de R$ 14,5 milhões, 23% a menos em relação ao ano passado. Além disso, o Ifba sofreu um bloqueio de 19%, equivalente a mais de R$ 9,2 milhões. A reitora Luzia Mota afirma que a prioridade é preservar a assistência estudantil, para evitar a evasão escolar, e os contratos com os terceirizados.

Para isso, o Ifba não pretende voltar com as aulas presenciais até dezembro de 2021. “Com esses cortes, não conseguiremos retornar presencialmente esse ano. Nossas contas só dão para nos manter de forma remota ou, em algumas aulas práticas, híbridas. Mas não há condição de retornar porque precisaria de mais pessoas na limpeza, insumos e isso demandaria um aumento do orçamento, não um corte. E, com as atividades remotas, fazemos uma economia no funcionamento”, esclarece Luzia.

Além disso, o Ifba vai reduzir a carga horário e os salários dos terceirizados, ao invés de demitir e cortar 50% das bolsas de pesquisa. “Temos que tirar de algum lugar e, nesse momento, o mais importante é conseguirmos manter os estudantes estudando, queremos conseguir terminar o ano de 2021”, diz a reitora.

A parte do orçamento que mais sofre com isso é a de investimento. “Os laboratórios, que precisam ser modernizados, não vão poder, não poderemos comprar equipamentos, investir em obras de acessibilidade, algo que o Ministério Público nos cobra, e outros prédios mais antigos que precisam de manutenção, tudo isso vai ter que ser adiado”, lamenta Mota. Ao todo, são cerca de 30 mil estudantes, entre ensino presencial e à distância, da educação básica a pós-graduação. São quase 3 mil servidores e 300 terceirizados.

A Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), o If Baiano e o Ministério da Educação (MEC) não responderam ao CORREIO até o fechamento da matéria.

Cortes das universidades (do orçamento discricionário)
Ufba – R$ 30,2 milhões
Ifba – R$ 14,5 milhões
Ufrb – R$ 11,1 milhões
Ufsb – R$ 3,5 milhões
Ufob – R$ 2,25 milhões
Perdas totais: R$ 61,55 milhões

O cantor MC Kevin, de 23 anos, morreu na noite deste domingo (16), depois de cair da varanda do hotel em que estava hospedado no Rio de Janeiro.

Informaçõs preliminares da Polícia Civil sobre a morte do funkeiro MC Kevin apontam que o cantor teria tentado pular da varanda do quarto para a piscina e teria batido com a cabeça na borda dessa piscina, informa o G1.

Ainda de acordo com o G1, a esposa de MC Kevin, a advogada Deolane Bezerra, amigos e a equipe de produção que trabalhava com o funkeiro prestaram depoimento na madrugada desta segunda-feira (17).

O corpo do funkeiro foi levado para o Instituto Médico Legal (IML) e deve ser liberado nesta manhã por amigos e parentes.

O Corpo de Bombeiros disse ter sido acionado às 18h13 para a ocorrência da queda. MC Kevin chegou a ser levado pelos bombeiros em estado muito grave ao hospital, mas não resistiu.

Ontem, o funkeiro fez um show na cidade e chegou a compartilhar imagens da festa nas redes sociais. Ele estava na cidade acompanhado da mulher, Deolane, com quem se casou em abrl no México. "É isso, piscina gelada. Entrei para o time (risos). Te amo. Casei, é isso. Deus abençoe e ilumine minha família", escreveu ele na ocasião.

Kevin já lançou músicas com MC Guimê e Igu, entre outros - é um dos artistas que participa de "Vergonha pra mídia", de Salvador da Rima. Seu primeiro lançamento foi em 2013 e seus sucessos incluem "Cavalo de Troia" e "O menino encantou a quebrada".

Nos últimos anos, MC Kevin se envolveu em algumas polêmicas. A mais recente foi nesse ano, quando quatro PMs se sentiram ofendidos com publicações do funkeiro nas redes sociais. Os quatro registraram um boletim de ocorrência contra ele por injúria, em São Paulo. Na delegacia, Kevin minimizou seu comportamento, afirmando que as ofensas postadas no Instagram foram um gesto "imaturo", de um momento de desabafo.

Na época, Kevin dirigia em São Paulo quando precisou passar por uma via na Vila Aurora que estava interditada por conta de uma ocorrência atendida pelos quatro PMs. Eles pediram que MC Kevin aguardasse a liberação da via. Depois disso, o funnkeiro teria feito posts no stories debochando e ofendendo os policiais.

Trabalhadores informais e inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) nascidos em dezembro podem sacar, a partir de hoje (17) a primeira parcela do auxílio emergencial 2021. O dinheiro havia sido depositado nas contas poupança digitais da Caixa Econômica Federal em 29 de abril.

Os recursos também poderão ser transferidos para uma conta corrente, sem custos para o usuário. Até agora, o dinheiro podia ser movimentado apenas por meio do aplicativo Caixa Tem, que permite o pagamento de contas domésticas (água, luz, telefone e gás), de boletos, compras em lojas virtuais ou compras com o código QR (versão avançada do código de barras) em maquininhas de estabelecimentos parceiros.

Com a retirada, a Caixa conclui o pagamento da primeira parcela da nova rodada do auxílio emergencial. A segunda rodada começou a ser depositada ontem (16) para os trabalhadores e inscritos no CadÚnico nascidos em janeiro.

Em caso de dúvidas, a central telefônica 111 da Caixa funciona de segunda a domingo, das 7h às 22h. Além disso, o beneficiário pode consultar o site auxilio.caixa.gov.br.

O auxílio emergencial foi criado em abril do ano passado pelo governo federal para atender pessoas vulneráveis afetadas pela pandemia de covid-19. Ele foi pago em cinco parcelas de R$ 600 ou R$ 1,2 mil para mães chefes de família monoparental e, depois, estendido até 31 de dezembro de 2020 em até quatro parcelas de R$ 300 ou R$ 600 cada.

Neste ano, a nova rodada de pagamentos, durante quatro meses, prevê parcelas de R$ 150 a R$ 375, dependendo do perfil: as famílias, em geral, recebem R$ 250; a família monoparental, chefiada por uma mulher, recebe R$ 375; e pessoas que moram sozinhas recebem R$ 150.

Regras
Pelas regras estabelecidas, o auxílio será pago às famílias com renda mensal total de até três salários mínimos, desde que a renda por pessoa seja inferior a meio salário mínimo. É necessário que o beneficiário já tenha sido considerado elegível até o mês de dezembro de 2020, pois não há nova fase de inscrições. Para quem recebe o Bolsa Família, continua valendo a regra do valor mais vantajoso, seja a parcela paga no programa social, seja a do auxílio emergencial.

A Agência Brasil elaborou um guia de perguntas e respostas sobre o auxílio emergencial. Entre as dúvidas que o beneficiário pode tirar estão os critérios para receber o benefício, a regularização do CPF e os critérios de desempate dentro da mesma família para ter acesso ao auxílio.