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Mais de 63 milhões de brasileiros terminaram o ano de 2021 endividados

Mais de 63 milhões de brasileiros terminaram o ano de 2021 endividados

Nos últimos anos, devido à crise que enfrentamos, as famílias têm visto seus orçamentos serem afetados, e em muitos casos de forma negativa. Vários ficaram inadimplentes e viram seus nomes nas listas dos órgãos de proteção ao crédito, como a Serasa ou o SPC. Como consequência, hoje se encontram com seu score afetado e com restrições para fazer novas operações de crédito e com mais dificuldades de reorganizar suas vidas financeiras.

De acordo com o Mapa da Inadimplência e Renegociação de Dívidas no Brasil, elaborado pela Serasa, o ano passado terminou com 63,97 milhões de inadimplentes e com 213,59 milhões de dívidas que somavam R$ 252 bilhões. Muitos com apenas 1 dívida, mas outros com três ou quatro, mas o valor médio da dívida para cada pessoa ficou em R$ 3.938,51.

A inadimplência este ano
Este ano o panorama da inadimplência continuou a mesma trajetória dos últimos meses: aumentar. Cada dia mais pessoas estavam com dificuldades de pagar suas contas no prazo estipulado e começaram a acumulá-las.
Até fevereiro, o Mapa da Inadimplência registrava 65,17 milhões de inadimplentes, uma elevação de 0,54% em relação ao registrado no mês de janeiro. Pela primeira vez, desde que iniciou a pandemia, o número de inadimplentes chegou a este patamar.

Em fevereiro de 2020, ano que começou tudo, a Serasa registrava 61,56 milhões de inadimplentes. A quantidade de pessoas inadimplentes foi aumentando até chegar em novembro no ponto máximo: 64,27 milhões, mas terminou o ano com 63,97 milhões.

Foram contabilizadas 221,34 milhões de dívidas que somam R$ 263 bilhões. O valor médio dessas dívidas é de R$ 1.190, mas se dividirmos o valor total que os consumidores estão devendo, teríamos que o valor médio por pessoas é de R$ 4.042,08.

Ao fazer uma análise por estados, todos têm mais de 30% da população com dívidas em atraso. O Amazonas é o que tem o maior percentual de inadimplentes, a Serasa registra que 52,12% da população adulta têm dívidas. Segue o Distrito Federal com 47,90%, e em terceiro lugar o Rio de Janeiro com 47,58%. No outro extremo da lista está o Rio Grande do Sul com 34,94% da população inadimplente, Santa Catarina com 33,36% e por último Piauí, com 32,75%.

As principais dívidas em fevereiro foram com os cartões de crédito e as operações com os bancos, como o empréstimo pessoal ou consignado (28,60%), em segundo lugar as dívidas de contas básicas, como água e luz (23,20%) e em terceiro no varejo (12,50%).

Do total de brasileiros inadimplentes 70,2% têm entre 26 e 60 anos, a maioria deles têm menos de 40 anos (35,3%). Se bem estão em níveis muito parecidos, as mulheres são as mais endividadas, pois 50,2% das dívidas registradas são delas.

A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) feita pela CNC com os dados do mês de março, aponta que o primeiro trimestre deste ano tem o maior número de pessoas endividadas dos últimos 12 anos. 77,5% das famílias estavam endividadas em março, 10,3 pontos a mais do que há um ano atrás (67,3% em março de 2021).

Algumas famílias apenas estão atrasadas com suas dívidas (27,8%), mas outras estão sem condições econômicas para poder honrar essas dívidas (10,8%). A maioria dos endividados desta pesquisa afirmam ter 30% da sua renda já comprometida com a quitação destas contas, porém 20,9% tem um comprometimento superior a 50%, maior percentual desde agosto do ano passado.

Assim como no Mapa da inadimplência da Serasa, na pesquisa da CNC a principal dívida é o cartão de crédito, 87% dos entrevistados afirmaram ter contas pendentes no cartão. As demais dívidas, não foram citadas nem por 20% dos endividados.

Em segundo lugar, 18,7% das famílias estão atrasadas com os carnês de lojas e em terceiro, 11,2% das famílias estão pagando tarde as parcelas do seu veículo. Outras dívidas, como os créditos pessoais, empréstimos consignados e o financiamento de imóveis, tem menos de 10% das famílias com dívidas.

Como seguir depois com as dívidas em aberto
Mesmo com os juros cobrados pelas instituições financeiras altos, a tendência é que o endividamento das famílias, independentemente da sua renda, continue crescendo, pois, a inflação também aumenta e consequentemente a necessidade de crédito para equilibrar os gastos com os ingressos.

O orçamento familiar pode ser reajustado e deixar alguma conta em atraso, para o mês seguinte. Não é o que convém, mas se estiver controlado e a família puder honrar o quanto antes essa dívida é um movimento necessário para muitos, considerando a situação econômica atual.

É conveniente não deixar acumular as contas, se for possível recortar gastos, evitar compras no cartão de crédito, pesquisar e comparar preços antes de comprar e procurar aplicações convenientes para o dinheiro poupado.

Mas, se chegar a ficar inadimplente é preciso paciência e cabeça fria para a resolução dos problemas. Pois as negociações com as instituições financeiras, em geral, são desgastantes, tanto pelo tempo que requerem do cliente como pelas dores de cabeça que podem trazer. Além disso, ficam mais difíceis pelos juros altos dos créditos.

A prioridade dos inadimplentes, logo dos gastos básicos, deveria ser a quitação das dívidas. Quanto mais tempo permanecer nessa situação mais difícil é de organizar as finanças, pois o consumidor pode ter suas possibilidades de crédito bastante reduzidas.

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