Cidade da Música na Bahia tem ocupação de 95% no primeiro fim de semana de funcionamento

Cidade da Música na Bahia tem ocupação de 95% no primeiro fim de semana de funcionamento

Da quinta-feira (23) para cá, o museu Cidade da Música na Bahia esteve na boca do povo. E não era para menos. Afinal, o equipamento, que fica no recém-reformado Casarão de Azulejos Azuis, reúne em um só lugar um acervo audiovisual capaz de colocar os visitantes na trilha da história da música baiana. Um atrativo que o fez “sair da boca” para entrar na rota de quem ficou sabendo de sua existência. Isso porque, nos quatro primeiros dias de funcionamento, a Cidade da Música teve ocupação beirando os 100% da sua capacidade. Nem mesmo a chuva que não deu descanso ao longo deste domingo (26) manteve as pessoas distantes do local. De acordo com a Secretaria de Cultura e Turismo (Secult), de sexta a domingo, todos os 1200 agendamentos possíveis foram feitos e 95% das pessoas que agendaram apareceram por lá.

Uma destas pessoas que compareceram neste domingo para conferir parte das 750 horas de conteúdo audiovisual do museu foi o servidor público Marcelo Freitas, 36 anos, que mora na Vila Laura e viu no local um passeio ideal para si e também para seus filhos. "Vim porque vi na TV e uns amigos indicaram. E foi muito bom relembrar o passado da música baiana e ainda poder mostrar para os meus filhos, que são novos, um pouco da nossa cultura e da nossa história. Tô revivendo momentos bons de carnavais anteriores e conhecendo os que eu não participei, que são das décadas de 70, 80, 90", conta Marcelo, que deu destaque ao espaço de percussão do museu.

Museu impressiona

Outra que ficou impressionada com os detalhes exibidos sobre a história da percussão e seus instrumentos foi a administradora Patrícia Corral, 30, que foi até o museu atrás de aulas sobre a música local e encontrou muito mais que isso. "A gente vive na cidade da música, conhecida por ser berço de grandes artistas, e ouvia-se pouco sobre. Aqui a gente conheceu a história de cada bairro, o som de cada bairro, muito de percussão que tem uma explicação bem profunda até porque são os instrumentos mais tocados aqui. Então, achei muito rico porque trazem uma aula como eu nunca vi sobre a nossa música", diz Patrícia, fascinada com a tecnologia da Cidade da Música.

O aparato técnico oferecido pelo espaço, além de fazer uma trilha pelo passado, mostra a cara do que é o presente e o futuro da música baiana, o que impressionou Luis Lavor, 26, curador que é de Recife e aproveitou a visita a Salvador para conhecer o equipamento. "Gostei, o museu é interativo e tá lindo! Achei legal que explora bastante a história de artistas novos da Bahia, o que foi surpreendente pra mim. Rap e trap têm um espaço muito grande no museu e eu fiquei bem satisfeito com isso. O que tem de espaço pra galera tradicional, tem também pra galera nova, isso é bem legal", declara ele, que foi ao museu com uma soteropolitana que conheceu o local através das redes sociais.

Chaise Oliveira, 40, trabalha com contabilidade pública, aproveitou a folga para conhecer o equipamento e foi só elogios para o novo ponto turístico de Salvador. "Recomendo pra todos os baianos e pro povo de fora também, os turistas têm que visitar porque tá ótimo. Tudo me impressionou, não imaginava. A gente está acostumado a ver essas estruturas fora daqui e estávamos precisando porque o museu é fora do comum. Um passeio e tanto pra quem quer conhecer a nossa cultura", fala ela.

Casa lotada

Assim como Chaise, milhares de outras pessoas foram até o local ou, pelo menos, agendaram uma ida. Até agora, 5.737 agendamentos já foram feitos, lotando a ocupação máxima do local de 24 a 30 de setembro. Fábio Mota, titular da Secult, afirma que isso é uma amostra do sucesso que o museu tem feito.

"Já era esperado pelo nível do equipamento, diferente de tudo que temos por aqui. E a propaganda boca a boca tá funcionando. As pessoas que vão, só falam bem e incentivam os outros a irem também. Temos tido uma resposta que supera todas as expectativas e a única reclamação que temos é do pessoal que quer voltar e ainda não consegue agendar porque a procura está muito grande", informa Mota, pontuando que o espaço está funcionando com número limitado de visitantes por conta da covid-19.

Como ir ao museu?

Para quem também está doido para conferir o passado, o presente e o futuro da música baiana, o local está aberto para visitas de terça-feira a domingo, mediante agendamento em horários entre 10h e 17h. A entrada custa R$ 20 a inteira, com estudantes e residentes em Salvador podendo pagar meia-entrada através de comprovação

10 curiosidades imperdíveis do museu:

1 - Sala de karaokê para o visitante virar intérprete de grandes sucessos da nossa música e gravar clipes.

2 - Espaço com vídeos de vários rappers, trappers e poetas de todo o Brasil que ainda dá a chance para o visitante recitar uma poesia ou um rap.

3 - Sala "A Magia da Orquestra", voltada para conteúdo sobre a música clássica em território baiano.

4 - Estúdio de percussão, que mostra diversos instrumento de percussionistas e servirá de espaço para gravação de artistas baianos selecionados.

5 - "Quem Faz a Música da Bahia", que compila 260 depoimentos das personalidades mais importantes da música em nosso estado.

6 - Primeiro andar como portal para a história de bairros da cidade e suas músicas.

7 - Ilustrações gigantes de fragmentos da pintura modernista de Genaro de Carvalho

8 - Jogos de memória sobre a música baiana.

9 - Instalações interativas que simulam mesa de som.

10 - Sala de vídeo de última geração que exibe clipes de novos nomes da música baiana.

Itens relacionados (por tag)

  • Chuva: 41 municípios em situação de emergência, 380 desabrigados e 2.227 desalojados

    Com base em informações recebidas das prefeituras, a Superintendência de Proteção e Defesa Civil da Bahia (Sudec) atualizou, nesta quarta-feira (28), os números referentes à população atingida pelas enchentes que ocorrem em municípios baianos.

    Até a situação presente, são 380 desabrigados e 2.227 desalojados em decorrência dos efeitos diretos do desastre. Segundo a Sudec, foram contabilizados seis óbitos. Os números correspondem às ocorrências registradas em 76 municípios afetados. É importante destacar que, desse total, 41estão com decreto de Situação de Emergência.

    O Governo do Estado segue mobilizado para atender as demandas de emergência, a fim de socorrer a população atingida pelas fortes chuvas em diversas regiões da Bahia.

  • Empresa brasileira vira concorrente da BYD pela antiga fábrica da Ford em Camaçari

    A BYD ganhou um concorrente pelo complexo da Ford nos minutos finais do prazo para a manifestação de interessados em comprar a antiga fábrica da montadora americana em Camaçari, fechada em janeiro de 2021 e que hoje pertence ao governo da Bahia. O empresário brasileiro Flávio Figueiredo Assis entrou na disputa para erguer ali a fábrica da Lecar e construir o futuro hatch elétrico da marca, que, diz, deve ter preço abaixo de R$ 100 mil.

    Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, Assis já tem um projeto de carro elétrico em fase de desenvolvimento, mas ainda procura um local para produzir o veículo. Em visita às antigas instalações da Ford para comprar equipamentos usados, como robôs e esteiras desativadas deixadas ali pela empresa americana, descobriu que o processo que envolve o futuro uso da área ainda estava aberto, já que o chamamento público feito pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado da Bahia (SDE) só se encerraria nessa quarta (28).

    O documento da SDE, ainda segundo a Folha, diz que a BYD havia apontado interesse no complexo industrial de Camaçari, mas outros interessados também poderiam "manifestar interesse em relação ao imóvel indicado e/ou apresentar impedimentos legais à sua disponibilização, no prazo de 30 (trinta) dias, contado a partir desta publicação".

    A montadora chinesa anunciou em julho passado, em cerimônia com o governador Jerônimo Rodrigues no Farol da Barra, um investimento de R$ 3 bilhões para construir no antigo complexo da Ford três plantas com capacidade de produção de até 300 mil carros por ano.

    A reportagem da Folha afirma que a BYD já está ciente da proposta e prepara uma resposta oficial a Lecar. E que pessoas ligadas à montadora chinesa acreditam que nada irá mudar nas negociações com o governo baiano porque Assis estaria atrás apenas de uma jogada de marketing. O empresário, por sua vez, disse ver uma oportunidade de bom negócio, pois os valores envolvidos são atraentes.

    Procurada pelo CORREIO, a BYD afirmou que não vai se pronunciar sobre o assunto, e que o cronograma anunciado está mantido.

    Em nota, a SDE apenas confirmou que a Lecar encaminhou e-mail ontem afirmando ter interesse na área da antiga Ford. A secretaria, diz a nota, orientou a empresa sobre como proceder, de acordo com as regras do processo legal de concorrência pública em curso.

    Entre as perguntas não respondidas pela pasta na nota estão o prazo para a conclusão da definição sobre a área e o impacto que a concorrência entre BYD e Lecar traz para a implantação de uma nova fábrica de veículos no estado.

  • Bahia adere ao Dia D de mobilização nacional contra a Dengue

    Em um esforço para combater a crescente ameaça da Dengue, o estado da Bahia se junta ao Dia D de mobilização nacional, marcado para o próximo sábado (2). A informação é da secretária da Saúde do Estado, Roberta Santana, que está em Brasília nesta quarta-feira (28) para uma reunião do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). Esta iniciativa sublinha a necessidade de uma ação coletiva diária e destaca o papel vital que cada indivíduo desempenha na prevenção da doença. Com o apoio do Conselho Estadual dos Secretários Municipais de Saúde da Bahia (Cosems-BA), da União dos Municípios da Bahia (UPB) e do Conselho Estadual de Saúde (CES), os municípios farão mutirões de limpeza, visitas aos imóveis nas áreas de maior incidência e distribuição de materiais informativos.

    A Bahia registra um aumento significativo de casos de Dengue, com 16.771 casos prováveis até 24 de fevereiro de 2024, quase o dobro em comparação ao mesmo período do ano anterior. Atualmente, 64 cidades estão em estado de epidemia, com a região Sudoeste sendo a mais afetada. Além disso, foram confirmados cinco óbitos decorrentes da doença nas localidades de Ibiassucê, Jacaraci, Piripá e Irecê.

    De acordo com a ministra da Saúde, Nísia Trindade, o cenário nacional é particularmente desafiador devido ao impacto das condições climáticas adversas e ao aumento exponencial dos casos de Dengue, incluindo a circulação de novos sorotipos (2 e 3), que exigem uma atenção mais integrada.

    Na avaliação da secretária da Saúde do Estado, Roberta Santana, o momento é de unir esforços para conter o aumento do número de casos e evitar mortes. "O Governo do Estado está aberto ao diálogo e pronto para apoiar todos os municípios, contudo, cada ente tem que fazer a sua parte. As prefeituras precisam intensificar as ações de atenção primária e limpeza urbana, a fim de eliminar os criadouros, e fortalecer a mobilização da sociedade, antes de recorrer ao fumacê. A dependência excessiva do fumacê, como último recurso, pode revelar uma gestão reativa em vez de proativa no combate à doença", afirma a secretária.

    A titular da pasta estadual da Saúde pontua ainda que o Governo do Estado fez a aquisição de novos veículos de fumacê e distribuirá 12 mil kits para os agentes de combate às endemias, além de apoiar os mutirões de limpeza urbana com o auxílio das forças de segurança e emergência. "Além disso, o Governo do Estado compartilhou com os municípios a possibilidade de adquirir bombas costais, medicamentos e insumos por meio de atas de registro de preço", ressalta Roberta Santana.

    Drones

    O combate à Dengue na Bahia ganhou mais uma aliada: a tecnologia. O Governo do Estado deu início ao uso de drones como nova estratégia para identificar em áreas de difícil acesso focos do mosquito Aedes aegypti, vetor de transmissão de Dengue, Zika e Chikungunya. As imagens capturadas pelos equipamentos são analisadas pelos agentes de endemias, que conseguem identificar locais com acúmulo de água parada e possíveis criadouros do mosquito, facilitando a ação das equipes e tornando o combate mais eficaz.

Deixe um comentário

Certifique-se de preencher os campos indicados com (*). Não é permitido código HTML.