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Um Maremoto atrás do outro', diz Pitty Um Maremoto atrás do outro', diz Pitty Pitty sobre temas de Composições do Novo Disco

Um Maremoto atrás do outro', diz Pitty sobre temas de Composições do Novo Disco

Em 2003 Priscilla Novaes Leone, também conhecida como Pitty, estourou no mundo do rock nacional com o CD "Admirável Chip Novo", que apresentou ao público sucessos como "Máscara", "Teto de Vidro" e "Equalize". As próximas produções da baiana foram "Anacrônico", de 2005, "Chiaroscuro", de 2009, e além de dois discos ao vivo. Este ano, Pitty chega ao seu sexto álbum com o lançamento de "Sete Vidas". Um disco que fala sobre transformação e mudanças chegou à carreira da cantora em um momento de retorno às suas origens. Desde o lançamento de "Chiaroscuro", em 2009, Pitty não lançava novas músicas com sua banda de rock. No período, o Agridoce entrou em cena. Junto ao guitarrista Martin, a roqueira desenvolveu um projeto um pouco diferente do que seus fãs estavam acostumados, com músicas no estilo folk. Ao Bahia Notícias, Pitty contou como foi o processo de composição das novas músicas, sua relação com assuntos que ainda a afetam bastante e sobre sua visão do atual rock baiano.

Cantora baiana aborda temas como transformação, ansiedade e mudanças em seu novo álbum

BN - Como foi o processo de composição das músicas e por que passou tanto tempo sem compor?

Pitty - Porque estava ocupada com outras coisas, em turnê com o Agridoce, escrevendo, gravando com outras pessoas. O processo de composição foi rápido e intenso, quando veio o chamado interno de gravar um novo disco botei a mão na massa e comecei a agrupar canções e ideias. Quando me juntei com os meninos, no estúdio, foi fácil e prazeroso.

BN - Quais as influências musicais que permanecem no seu trabalho e quais as novas?

P - São tantas coisas misturadas que fica tudo subjetivo e eu não sei te apontar coisas evidentes e separadas. É uma mistura louca de influências. Na hora de fazer, a busca é por identidade. Por mais que existam coisas que inspirem, a boa mesmo é fazer o seu.

BN - Quais são os temas do novo disco?

P - Transformação, ansiedade, mudanças, resiliência, usar as experiências de forma construtiva.

O álbum "SETEVIDAS" é o sexto da carreira de Pitty

BN - Como a morte de Peu Sousa, seu amigo e guitarrista, ainda lhe afeta?

P - É algo que volta e meia eu penso, mas fica a lembrança boa de como ele foi importante na minha vida e do grande músico que ele foi.

BN - Como você encara a morte? Afinal, "Sete Vidas" fala sobre mortes e renascimentos, certo?

P - Sim. Hoje, muito melhor. Depois de ter passado por tudo, o pensamento é "o que se faz com o que se vive"? Existem vários jeitos de lidar: pode-se tornar amargo, rancoroso; ou se pode usar tudo como trampolim e encarar o ciclo. Prefiro que seja assim.

BN - A atual Pitty renasceu de algum impacto muito forte?

P - De vários. "Um maremoto atrás do outro", como disse a canção. Mas, quando a gente passa por isso, sobra a cicatriz e a fortaleza.

BN - Você foi um dos poucos casos de sucesso (comercial) do rock dos anos 2000. Há algum peso ou obrigação maior com isso? Já se percebe como uma influência para outros grupos?

P - Não há obrigação ou peso. Há vontade de se expressar e continuar fazendo discos nos quais eu possa colocar alma; e essa é a força motriz desde o início.

BN - Você acompanha a cena do rock baiano? Acha menos ativo que o seu período aqui ou é algo generalizado pelo país? Teria alguma relação com a existência de espaços físicos como o extinto Café Calypso?

P - Acompanho pelos amigos e volta e meia vejo alguém lançando disco, movimentando a cena. Isso nunca termina. Às vezes, a gente se percebe mais ou menos dependendo das estruturas ao redor, mas sempre vai ter um moleque com guitarra na mão. Acho que a falta de lugares específicos pra tocar aí é algo que atrapalha, sem dúvida, mas percebo que a galera sempre dá um jeito.

BN - Há algum tempo, você não faz shows em Salvador. A turnê "SETEVIDAS" vem para a capital baiana, certo?

P - Sim! Soube essa semana e fiquei muito feliz: a gente vai tocar no Rock Concha, no dia 24 de agosto. Espero ansiosamente por este show.

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