Tite revela conversa com Neymar, não julga denúncia de estupro e diz: "Ele é imprescindível"

Tite revela conversa com Neymar, não julga denúncia de estupro e diz: "Ele é imprescindível"

Na manhã desta segunda-feira, 25 jornalistas fizeram perguntas a Tite na entrevista coletiva do técnico, na Granja Comary, em Teresópolis. Foram 18 sobre Neymar, principalmente sobre a denúncia de estupro feita por uma mulher contra o jogador na última sexta-feira.

Ao lado do auxiliar Cleber Xavier e do coordenador Edu Gaspar, o técnico disse que teve duas conversas com Neymar e se recusou a revelar o conteúdo, mas ressaltou a lealdade da relação entre os dois. Tite repetiu insistentemente que não julgaria o atacante. Um pouco mais adiante, afirmou que ele é imprescindível, mas não insubstituível na Seleção.

– Eu sei da importância do assunto e sei que ele é pessoal, e tem um tempo para que as pessoas possam julgar os fatos. Eu não vou me permitir julgar.

''O que posso afirmar são os três anos de convívio com o Neymar. Os assuntos pessoais que tratamos foram sempre leais e verdadeiros. Eu não posso julgá-lo'', disse Tite.

Enquanto Tite falava, uma viatura da Delegacia de Repressão a Crimes de Informática chegou à Granja Comary e entregou uma intimação para que Neymar preste depoimento na sexta-feira sobre a divulgação de imagens íntimas da moça na internet. O jogador publicou um vídeo na noite de sábado para se defender da acusação de estupro.

Edu Gaspar afirmou que buscou assessoria jurídica para auxiliar o jogador e a CBF no caso.

– Devido à importância do caso, a primeira coisa que fiz foi buscar uma assessoria jurídica para me assessorar em qualquer situação que possa acontecer na Granja Comary. No sábado, recebemos um delegado, conversamos e passamos as informações necessárias. Informei ao pai do atleta que essa assessoria está aqui para centralizar as informações e, a partir daí, tentar resolver o caso o mais rápido possível para ele poder ter cabeça tranquila e seguir na Copa América.

A Seleção vai realizar dois amistosos antes do início da Copa América, contra Catar e Honduras, na quarta-feira e no domingo, respectivamente. Indagado sobre como evitar que o ''caso Neymar'' não afete os jogadores e a preparação, Tite respondeu:

– Sendo transparente, respondendo às perguntas, mas entendendo que é um processo. Nosso foco é no amistoso contra o Catar. Preparação diária, construção de trabalho em que ele (Neymar) está inserido. Ele é um jogador diferente, mas para ele acontecer há um processo. A equipe está acima disso, nosso trabalho está acima disso.

Confira outras respostas:

Neymar é imprescindível para a seleção brasileira?

Tite: ''Tecnicamente, é imprescindível, sim. Quando a gente fala imprescindível, isso não quer dizer insubstituível. É imprescindível pela qualidade no grupo. Mas insubstituível ninguém é, em lugar nenhum, em nenhum posto''.

Psicológico do Neymar

Tite: ''(Cabeça dele) fica nessa relação que sempre tive com ele. Seleção está acima de todos nós, e dando o nosso melhor, estaremos contribuindo. O senso de equipe está acima de nós todo''.

Relação com o camisa 10

Tite: ''O Neymar é um extraordinário jogador de futebol. Comigo, nas relações particulares, quando converso com o atleta, é muito pessoal. Essa relação é muito transparente, verdadeira. Sempre foi leal dessa forma. É um extraordinário jogador, não vou me permitir julgar''.

Neymar merece ocupar a posição que ocupa pelos momentos recentes?

Tite: ''Está contextualizada em cima de tudo que foi colocado. De novo eu falo para não fazer pré-julgamento, deixar para as pessoas responsáveis. Estou focado no meu trabalho, numa seleção que representa o país. Não temos os fatos claros. O tempo pode dar essas respostas todas''.

Extracampo

Tite: ''Situações disciplinares acontecem, e são sempre tratadas da mesma forma. O Adenor está acima do Tite. Pode ter um repente de vaidade, sou orgulhoso, mas não sou burro e tenho tempo de rodagem. Meus valores estão muito bem consolidados ao longo da minha carreira''

Edu responde se a comissão viu o conteúdo publicado por Neymar

Edu Gaspar: ''Não vi todo o conteúdo, sinceramente. Fiquei sabendo dos fatos, mas a partir do momento, pela importância do assunto, busquei assessoria jurídica para a instituição e para mim. A partir do momento que conversei com advogados, fiquei tranquilo por tudo que passaram, como proceder no caso. Não quis me aprofundar nos íntimos detalhes, minha ideia era tentar ajudar o resolver o caso da melhor maneira possível''.

Neymar será liberado quando solicitado

Edu Gaspar: ''Vou ser o mais simples possível, porque é um fato. Sugestão que me enviaram é de estar o mais disponível possível para atender a demanda. Estar à disposição 100% para que a situação seja resolvida''.

Capitania da Seleção

Tite: ''Eu conversei com o Neymar, inicialmente conversei com o Dani (Alves) por telefone, que consentiu. Depois conversei com o Dani pessoalmente. Aquilo que tínhamos falado está na relação do técnico com o atleta. Foi com o Neymar e com o Dani. Tinha que dar essa resposta''.

Opção por Neymar como capitão após a Copa

Tite: ''Naquele momento me foi feita a pergunta: "Se tiver que tirar, tira?". E eu disse que tirava. As atitudes podem falar mais por mim. Entendo quando há o processo. O momento dele é muito único e ele tem do lado uma pessoa leal e verdadeira. Se quiser acionar, como acionou ontem, vamos conversar. Vai ter sempre um cara leal, que vai dizer sim ou não e falar sua verdade''.

Neymar argumentou para não perder a braçadeira?

Tite: ''Não vou responder, coisa muito íntima e pessoal, minha e dele. Quando conversei com Neymar, não disse para quem ia dar a braçadeira. No outro dia, pela manhã, liguei para o Dani (Alves) e disse que também queria conversar pessoalmente sobre a capitania. Já foi capitão, no meu sonho de ganhar a Copa do Mundo era o Dani que levantaria a taça. Ele disse: "Sei da responsabilidade".

Pensa em voltar a braçadeira para o Neymar?

Tite: ''Talvez, tudo é possível. Não sei, o que eu posso é definir o agora, senão ficamos falando em termos hipotéticos, e não é legal. Trabalhando com a condicional, é difícil. Pergunta dura de responder, qualquer resposta que eu der aqui gera uma série de possibilidades. Só gostaria de uma coisa: que vocês tivessem sensatez nas respostas, um livro é escrito num contexto todo. Nunca pedi arrego de crítica, mas a batalha que quero é dar a informação correta. O resto é do jogo, faz parte, errar ou acertar''.

Sobre críticas feitas sobre Neymar em 2012, quando dirigia o Corinthians

Tite: ''A manifestação contextualizada, em 2012. Tinha enfrentado o Neymar sete vezes como adversário, não tinha tido convívio nenhum. Hoje fico tranquilo de dizer que tenho três anos de convívio com ele. Não vou pré-julgar, mas na relação minha e dele, quando conversamos, somos leais e sinceros. Não vou falar de forma pública, é a minha relação. Há diferença entre 2019 e 2012, sete anos. Não vou ter sempre a mesma opinião. Não quero ser o cara que tem uma opinião há sete anos, não olhar o contexto e não mudar de opinião. Me permito mudar de opinião''.

Foco no momento

Tite: ''Eu não posso me fazer comentarista e nem me transpor a outras pessoas. Tenho série de responsabilidades, energia para gastar no que é importante, que é a preparação da equipe. Quero que vocês entendam que meu foco é a preparação para o jogo contra o Catar, 23 atletas em busca de desempenho. Se eu ficar buscando, fazendo projeções, vai me consumir energia que vai me tirar do meu foco''.

Copa América será o torneio mais difícil da carreira?

Tite: ''Talvez. Talvez o primeiro, talvez esse. Talvez tenha sido a Libertadores, o título mundial contra o Chelsea. Talvez. Talvez tenha sido o primeiro jogo contra o Equador, talvez assumido o risco de não classificar para a Copa. Não sei responder''.

Momento mais agudo da carreira de Tite?

Tite: ''Momento mais agudo que tive na carreira foi no primeiro clube que trabalhei, Guarani de Garibaldi. Ato de indisciplina de um atleta, que foi tomar uma cerveja porque estava na reserva. Mas é algo que fica entre nós, conversa pessoal''.

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    Em sua primeira participação, o atacante deu bonito passe de primeira para originar o que seria o terceiro gol dos anfitriões Não foi porque o sérvio Mitrovic desperdiçou a chance na cara do goleiro. Depois, apareceu com ainda mais genialidade ao encontrar uma linda assistência por elevação. Maicon dividiu com o goleiro e a bola sobrou para Nasser Al-Dawsari, sem goleiro, marcar.

    No fim da partida, com muito campo para jogar, Neymar foi acionado em contra-ataque e, livre, deixou Malcom à vontade para fazer o quarto. Ele também participou do lance que deu origem ao quinto gol. O brasileiro dominou e a bola tocou na mão do marcador dentro da área.

    Cobrador de pênaltis em todos os times em que passou e até protagonista de uma briga com Cavani no PSG para ver quem assumiria uma cobrança, o brasileiro teve um raro gesto altruísta e deixou Salem Al-Dawsari bater, mostrando que, ao menos neste início, o ambiente no Al-Hilal é muito diferente da atmosfera beligerante que vivia no time francês.

    Nos acréscimos, Neymar teve duas chances para estrear com gol. Não o fez porque em ambas parou no goleiro Campanã, que evitou o gol do camisa 10, mas deu rebote nos pés de Salem Al-Dawsari, o nome do jogo, completar para as redes. O Al-Riyadh fez seu gol de honra nos instantes finais, com Al-Zaqan. Nada que estragasse o brilho de Neymar em seu primeiro jogo pelo Al-Hilal, que pagará mais de R$ 1 bilhão em dois anos à sua estrela.

    Algo raríssimo em sua carreira, Neymar começou o jogo no banco de reservas. As câmeras da transmissão flagraram o astro brasileiro sentado no banco de reservas aparentando certo desconforto. No intervalo, um bandeirão estendido pela torcida homenageou o jogador com a frase "o maior artilheiro do Brasil em todos os tempos".

    Depois de muitos pedidos da torcida, Jorge Jesus decidiu lançar mão de Neymar aos 18 do segundo tempo. Em poucos minutos, ele mostrou o quão diferente é ao participar de quatro gols do massacre do Al-Hilal, um dos favoritos para faturar a Liga Saudita.

    Havia a expectativa de que Neymar estreasse na rodada anterior, no clássico com o atual campeão Al-Ittihad, time de Benzema, Kanté e Fabinho, mas o jogador não foi relacionado pelo técnico Jorge Jesus por estar sem ritmo de jogo.

    O técnico português, aliás, chegou a dizer que Neymar estava machucado quando foi contratado e afirmou não entender a razão de o atacante ter sido convocado por Fernando Diniz para a seleção brasileira.

    Ocorre que o astro brasileiro se mostrou recuperado da lesão muscular mencionada por Jesus e jogou em alto nível os dois compromissos das Eliminatórias Sul-Americanas com a camisa do Brasil, principalmente na goleada por 5x1 sobre a Bolívia, jogo em que deu uma assistência, marcou dois gols e superou Pelé na artilharia histórica da seleção brasileira.

    Com a impiedosa goleada, o Al-Hilal retoma a liderança do Campeonato Saudita ao somar 15 pontos e ultrapassar o Al-Ittihad, que ganhou do Al-Okhdood por 1x0.

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