Agilidade no lugar da burocracia. Essa é a ideia da Central do Empreendedor, inaugurada em Camaçari nessa quinta-feira (6). O projeto da prefeitura em parceria com o Sebrae tem como objetivo facilitar e orientar o micro e pequeno empreendedor na regularização e no crescimento do negócio.

Coordenada pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec) do município, a Central conta com a atuação de outras quatro pastas: Governo, Fazenda, Saúde e Desenvolvimento Urbano. “Esse não é um projeto de uma secretaria, é um projeto da prefeitura. Queremos que Camaçari seja conhecida como uma cidade que abriu os braços para o microempreendedor. Eliminar esse ranço cultural de burocracia que era uma queixa muito ouvida”, declara Waldir Freitas, titular da Sedec.

Com a chegada da Central, quem quiser abrir uma empresa em Camaçari terá concentrado em um único local todos os órgãos necessários para realizar a formalização do negócio. “Com certeza, agora as pessoas não vão deixar de se formalizar porque vai demorar. Estamos aqui para facilitar, ajudar o empreendedor a fazer crescer seu negócio”, disse o prefeito da cidade, Antônio Elinaldo, ao inaugurar o novo espaço.

Facilidade
O empreendedor que procurar a Central poderá ainda contar com consultoria contábil, jurídica e facilitação para obtenção de crédito. Os serviços prestados pela Central do Empreendedor são gratuitos.

O espaço conta com a presença do Sebrae, que, além de ter capacitado os servidores para tirarem as dúvidas da população, oferecerá cursos e capacitações gratuitas aos usuários. O gerente regional da instituição, Rogério Teixeira, explica a importância de ter um negócio regularizado. “Quando o empreendedor sabe os riscos e oportunidades que tem, ele pode investir com segurança e isso só aumenta as chances do negócio dar certo. É isso que representa a Central. Orientação e segurança para o empreendedor”, explica.

Fazer dar certo os negócios na cidade é, também, um dos objetos da Sedec, que encabeça o projeto. “Nós estamos confiando no empreendedor. Facilitando a abertura e vamos acompanhar a empresa também. Para que ela abra rápido e não feche rápido”, pontua Waldir Freitas.

Antes do projeto, um processo de abertura de uma empresa em Camaçari poderia levar de seis meses a um ano. Com a Central, a meta é que uma empresa possa ser aberta em 30 minutos.

Foi o caso de Ivair Oliveira, 46, que há 4 anos tem um mercadinho na orla da cidade. O empreendedor tentava há mais de um ano regularizar o negócio e obter o alvará de funcionamento, mas o processo estava emperrado. Na Central, Ivair conseguiu resolver todas as pendências e teve seu alvará assinado antes mesmo de completar 30 minutos de atendimento. O primeiro lavrado no espaço. “É muito positiva a ideia. Veio pra facilitar a vida do empresário e com parceiros como o Sebrae vai trazer mais oportunidade pros microempreendedores”, disse, ao comentar a experiência.

Assim como o mercadinho de Ivair, segundo a prefeitura de Camaçari, outros 2.800 empresas têm pendências em seus processos de regularização. Apenas no primeiro dia de funcionamento, cerca de 600 já estão aptas a finalizar os trâmites, caso procurem a Central. A meta é que no final da primeira semana de trabalho, o número suba para 1.400 empreendimentos.

MEI
Aqueles que querem dar os primeiros passos na formalização de um negócio também podem pedir ajuda ao novo espaço da prefeitura. Com 11 mil microempreendedores individuais (MEI), a meta do município é, em pouco tempo, triplicar o número

Uma das novas microempreendedoras, que formalizou seu MEI no primeiro dia de Central, foi Ariane Nascimento, 27, que começou no início deste ano, em casa, um negócio com produtos de limpeza caseiros. Nos primeiros meses do negócio, a empreendedora consegue um lucro mensal de R$ 1 mil. “Agora resolvi formalizar. Se não tivesse um local centralizado, ia passar muito tempo até poder oficializar. Ter que bater de porta em porta em vários órgãos. Assim é muito mais fácil”, comentou. Com o MEI já regular, a ideia de Ariane é abrir uma loja física e triplicar o lucro do negócio. “Regularizados a gente até contribui para a economia da cidade”, opina Igor Oliveira, 31, que foi acompanhar a esposa Ariane na visita à Central.

Assim como ela, quem poderá utilizar os serviços do novo órgão para estar cada vez mais profissional são os artesãos. Em um levantamento da Sedec, foram cadastrados 350 pessoas que trabalham com artesanato na cidade. Eles são um dos públicos-alvos da iniciativa e eram maioria na plateia das palestras que antecederam a inauguração da sala durante a tarde. “A Central aponta um novo olhar para o trabalho dos artesãos, que vão aprender como gerir seus negócios, se profissionalizar, sem deixar de ser artesão”, acredita Sineide Lopes, coordenadora de economia solidária da Sedec.

Fonte: Correio24horas