Em visita ao Brasil, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse nesta quarta-feira (7) que o surto de dengue registrado no país faz parte de um grande aumento de casos da doença em escala global. Segundo ele, foram relatados, ao longo de 2023, 500 milhões de casos e mais de 5 mil mortes em cerca de 80 países de todas as regiões, exceto a Europa.

Durante a cerimônia de lançamento do programa Brasil Saudável, Tedros lembrou que o fenômeno El Niño, associado ao aumento das temperaturas globais, vem contribuindo para o aumento de casos de dengue no Brasil e no mundo. O diretor-geral da OMS comentou ainda a vacinação contra a doença e disse que o país tem uma capacidade gigantesca de produção de insumos desse tipo.

“O Brasil está fazendo seu melhor. Os esforços são em interromper a transmissão e em melhorar o controle da doença”, disse. “Temos a vacina e isso pode ser usado como uma das ferramentas de combate”, completou.

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O número de adultos que consomem tabaco tem diminuído nos últimos anos, revela a Organização Mundial de Saúde (OMS) num novo relatório sobre as tendências mundiais do tabagismo. Em 2022, um em cada cinco adultos fumava ou consumia derivados do tabaco, em comparação com um em cada três na virada do milênio.

No documento, a OMS analisa as tendências na prevalência do tabagismo entre 2000 e 2030. Os dados mostram que 150 países reduziram com sucesso o consumo de tabaco.

Embora as taxas de tabagismo estejam diminuindo na maioria dos países, a OMS alerta que as mortes relacionadas com o tabaco deverão permanecer elevadas nos próximos anos.

As estatísticas mostram que fumar mata mais de 8 milhões de pessoas todos os anos, incluindo cerca de 1,3 milhão de não fumadores expostos ao fumo passivo.

O relatório informa ainda que o período de tempo entre a aplicação de medidas rigorosas de controle do tabaco e a redução do número de mortes por tabagismo é de cerca de 30 anos.

Mesmo que o número de fumantes continue a diminuir, a OMS estima que o objetivo de uma redução de 30% no consumo de tabaco entre 2010 e 2025 não deve ser alcançado.

Segundo os dados, 56 países deverão alcançar esse objetivo, incluindo o Brasil, que já conseguiu reduzir o consumo de tabaco em 35% desde 2010.

Por outro lado, seis países registraram um aumento no consumo de tabaco desde 2010: Congo, Egito, Indonésia, Jordânia, Omã e Moldávia.

No geral, os autores do relatório consideram que o mundo está no bom caminho para reduzir o consumo de tabaco em um quarto durante o período 2010-2025.

Contudo, a OMS alerta que a indústria do tabaco não tem intenção de ficar de braços cruzados.

“Foram feitos progressos notáveis no controle do tabaco nos últimos anos, mas agora não é tempo de permanecer inativo”, alertou Ruediger Krech, diretor do Departamento de Promoção da Saúde da OMS, em comunicado.

O diretor disse ainda estar espantado “ao ver até onde a indústria do tabaco está disposta a ir para obter lucros à custa de inúmeras vidas”, sublinhando que, assim que um país pensa que ganhou a guerra ao tabaco, a indústria do tabaco reabre uma nova frente.

No documento, a OMS apela ao combate à “interferência da indústria do tabaco”, chamando a atenção para os novos produtos denominados sem fumo, e apela à recolha do máximo de dados possíveis sobre o seu sucesso junto dos adolescentes.

Os dados disponíveis indicam que 10% dos jovens entre os 13 e os 15 anos de idade em todo o mundo consomem um ou mais tipos de tabaco.

Esse valor representa pelo menos 37 milhões de adolescentes consumidores de tabaco, incluindo pelo menos 12 milhões que utilizam esses novos produtos.

Esses números estão largamente subestimados, uma vez que mais de 70 países não fornecem dados.

Apesar dos esforços de sensibilização, “os jovens reconhecem o uso regular desses produtos, o fácil acesso para os adquirir e pouca preocupação com o risco de dependência”, sublinha a OMS.

Utilizar adoçante no lugar do açúcar em bebidas e alimentos para tentar emagrecer ou evitar desenvolver diabete pode ser um engano. Segundo nova diretriz da Organização Mundial da Saúde (OMS), os adoçantes artificiais devem ser utilizados apenas por quem já tem diabete e em quantidades mínimas. Com base em uma série de estudos sobre adoçantes artificiais, a organização diz que não há indício de que a substituição do açúcar pelo adoçante colabore para o emagrecimento ou para evitar o desenvolvimento de diabete.

Pelo contrário, as pesquisas mostraram que o uso desses produtos químicos pode trazer prejuízos à saúde quando utilizados em excesso e por tempo prolongado. Podem aumentar o risco de desenvolver diabete tipo 2 e doenças cardiovasculares, colaborando para uma maior taxa de mortalidade em adultos. "As pessoas precisam considerar outras maneiras de reduzir a ingestão de açúcares livres, como consumir alimentos com açúcares naturais, como frutas, ou alimentos e bebidas sem açúcar", diz Francesco Branca, diretor de Nutrição e Segurança Alimentar da OMS.

Entre os desaconselhados estão o acesulfame K, aspartame, advantame, ciclamatos, neotame, sacarina, sucralose, estévia e seus derivados. "NSS (sigla em inglês para adoçantes artificiais livres de açúcar) não são fatores dietéticos essenciais e não têm valor nutricional. As pessoas devem reduzir completamente a doçura da dieta, começando cedo na vida, para melhorar sua saúde", afirma o especialista.

Segundo Levimar Araújo, presidente do Departamento de Diabete Mellitus da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), a posição da OMS vai na linha que médicos já vêm observando há algum tempo. "O estudo chama a atenção de que a gente deve reduzir ao máximo tanto a quantidade de açúcar quanto de alimentos artificiais, como os adoçantes, no dia a dia, utilizando-os o mínimo possível", diz o especialista. "O que a gente vê por aí são pessoas que substituem o açúcar pelo adoçante, mas continuam consumindo alimentos extremamente açucarados, com excesso de adoçante que, por ser um produto químico, também faz mal à saúde quando usado em excesso."

Segundo o médico, as pessoas devem olhar para seus hábitos alimentares de maneira ampla, buscando comer mais alimentos naturais e em composições equilibradas.

Outras pesquisas
O popular adoçante artificial eritritol, que é usado como substituto do açúcar em muitos produtos cetogênicos, de baixa caloria e baixo teor de carboidratos, tem sido associado a um risco aumentado de ataque cardíaco, derrame e morte, de acordo com um estudo publicado na Nature Medicine.

E os méritos e deficiências de adoçantes alternativos, como aspartame, sucralose, estévia e sacarina, são debatidos há anos. Falta consenso, mas um estudo de 2019 sugeriu que beber refrigerantes adoçados artificialmente estava associado ao aumento de mortes por doenças circulatórias.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou nesta quinta-feira, 11, que o surto da varíola dos macacos também não é mais uma emergência de saúde pública (PHEIC), uma semana após mudar o status para a pandemia da covid-19. O alerta havia sido feito em julho do ano passado diante do registro das primeiras infecções fora da África.

"Quase 90% menos casos foram relatados nos últimos três meses em comparação com os três meses anteriores", disse Tedros Adhanom, diretor da OMS. "No entanto, como no caso da covid, isso não significa que o trabalho acabou. Mpox continua a representar desafios significativos à saúde pública que precisam de uma resposta robusta, proativa e sustentável, enquanto saudamos a tendência de queda dos casos globalmente."

Foi a primeira vez que muitos casos foram relatados simultaneamente fora da África Ocidental ou Central, de onde a doença é endêmica. Do fim de abril do ano passado até terça-feira, 9, foram registradas 87.337 infecções e 140 mortes em 111 países, conforme o painel de dados da OMS.

Segundo a organização, o Brasil foi um dos países mais afetados, com 10.920 casos, atrás somente dos Estados Unidos, com 30.154. De todas as infecções, 16 evoluíram resultaram em morte. O Brasil teve 12,5% de todas as notificações da infecção

No último relatório sobre a doença, publicado neste quinta-feira, 11, a OMS destacou que as curvas epidêmicas sugerem que o surto continua com baixos níveis de transmissão nas regiões da Europa e das Américas (da qual Brasil faz parte), e aumenta na região do Pacífico Ocidental, com relatos de casos do Japão, China e Coreia do Sul.

Desde o último boletim, em 27 de abril, houve 264 novos casos (alta de 0,3%) e 10 novas mortes relatadas - o total de casos pode ter sido influenciado por atraso na notificação, de acordo com a OMS.

Preocupações
Embora haja declínio de casos, ainda há transmissão e continua-se registrando um pequeno número de infecções e surtos menores em alguns países, destacou Nicola Low, epidemiologista integrante do comitê de emergência da OMS para a monkeypox. "Há incerteza sobre a probabilidade de um grande ressurgimento da infecção."

A OMS mostrou particular preocupação com pessoas que vivem com HIV, o vírus da Aids, não tratado. "É extremamente importante protegermos as pessoas vulneráveis, pessoas imunocomprometidas, particularmente, neste caso, pessoas que vivem com HIV não tratado ou não controlado, elas correm maior risco de doença grave e quando não são capazes de eliminar o vírus (da monkeypox), é possível que o vírus continue evoluindo", alertou Rosamund Lewis, líder técnica de combate à varíola dos macacos da OMS.

 

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Semanalmente, a covid-19 ainda mata entre 10 e 40 mil pessoas no mundo; idosos e não vacinados são as principais vítimas

A líder técnica da Organização Mundial da Saúde (OMS) Maria Van Kerkhove falou que há a expectativa que a emergência global da covid-19 pode acabar ainda este ano de 2023. Em entrevista ao jornal O Globo, Kerkhove afirmou que a OMS esperava ter encerrado o apontamento ainda em 2022, no entanto, o uso de ferramentas para reduzir ainda mais a ação do vírus não foi utilizada de maneira eficaz.

"Temos ferramentas que podem salvar vidas, como no atendimento clínico com antivirais e outras terapias, e com as vacinas, que são seguras e eficazes para prevenir doença grave e a mortes. Se as pessoas recebem o reforço e doses adicionais, sabemos que esse nível de proteção permanece muito alto por algum tempo. Então estamos em um estágio diferente, nunca estivemos tão perto de acabar com a emergência", disse a especialista.

Ela ainda alertou para o elevado número de mortes semanais em decorrência da doença no mundo, número que varia entre 10 e 40 mil. A covid-19 ainda vitima de forma fatal idosos e pessoas que não foram vacinadas completamente.

"Acabar com essa emergência exige um esforço conjunto ao redor do mundo, reconhecendo as situações diferentes de cada país com base no histórico da pandemia, na circulação de variantes, nas estratégias que foram implementadas, no nível de imunidade por infecção e/ou vacinação, na capacidade e agilidade dos países para usar e ter acesso às ferramentas que salvam vidas. Além de outros fatores, como emergências simultâneas de saúde, e até mesmo não relacionadas à saúde, como guerra, deslocamento, inundações, secas", destacou a representante da ONU.

Ômicron
De acordo com Maria Van Kerkhove, há atualmente mais de 600 linhagens conhecidas da Ômicron em circulação e uma crescente, em alguns países, da subvariante XBB.1.5 tem uma vantagem de crescimento em comparação com as outras em circulação. Não há sinal, porém, de que esta seja mais severa.

"O que esperamos é continuar a ver ondas de infecção, seja pela XBB.1.5, seja por outras subvariantes. Esperamos essa evolução do vírus, que outras variantes tenham uma vantagem de crescimento. Veremos mais escape imune, temos certeza disso. Mas o que queremos, e temos o plano e controle para isso, é que essas ondas não se traduzam em hospitalizações e mortes. É nisso que estamos realmente tentando focar no momento", acrescentou, destacando ainda a importância do reforço vacinal para os grupos de risco.

Kerkhove esteve no Rio de Janeiro para participar da 6ª Conferência Global de Ciência, Tecnologia e Inovação (G-Stic), evento que acontece pela primeira vez nas Américas, sediado na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

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Programa liderado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) vai permitir que os países mais pobres tenham acesso justo a vacinas, testes e tratamentos contra a covid-19. O objetivo é garantir medicamentos antivirais para pacientes com sintomas leves por US$ 10.

Segundo a Reuters, que teve acesso a um rascunho do documento, é provável que o comprimido experimental Molnupiravir, da Merck &Co, seja um dos medicamentos usados. Outros medicamentos, no entanto, estão sendo desenvolvidos para tratar doentes com sintomas leves.

O documento, que traça as metas do Acelerador de Ferramentas de Acesso à Covid-19 (ACT-A) até setembro de 2022, revela que o programa quer entregar cerca de 1 bilhão de testes de covid-19 às nações mais pobres e adquirir medicamentos para tratar até 120 milhões de pessoas em todo o mundo, de cerca de 200 milhões de novos casos estimados nos próximos 12 meses.

Os planos revelam a forma como a OMS quer reforçar o financiamento de medicamentos e testes a um preço relativamente baixo, depois de perder a corrida das vacinas para os países mais ricos, que ficaram com grande parte dos suprimentos mundiais, deixando os países mais pobres com um número muito reduzido de vacinas.

Um porta-voz da ACT-A afirmou que o documento, datado de 13 de outubro, ainda é um rascunho sob consulta e recusou comentar o seu conteúdo antes de estar finalizado.

O documento também será enviado aos líderes mundiais antes de ser debatido numa reunião do G20, no final deste mês. A ACT-A pede ao G20 financiamento adicional de US$ 522,8 bilhões,e a outros doadores financiamento adicional de US$ 22,8 bilhões até setembro de 2022, que será necessário para comprar e distribuir vacinas, medicamentos e testes para os países mais pobres, de forma a reduzir a diferença em relação aos países mais ricos.

Os doadores já prometeram US$ 15,5 bilhões para o programa.

Os pedidos de financiamento são baseados em estimativas detalhadas sobre o preço dos documentos, tratamentos e exames, que vão contabilizar as maiores despesas do programa juntamente com o custo da distribuição das vacinas.Molnupiravir com resultados positivos. Apesar de não citar diretamente o Molnupiravir, o documento da ACT-A espera pagar US 10 para “novos antivirais orais destinados a pacientes com sintomas leves e moderados”.

Outros comprimidos para tratar pacientes com sintomas leves estão sendo desenvolvidos, mas o Molnupiravir é o único que mostrou resultados positivos nas fases finais de testes. A ACT-A está em negociações com a Merck & Co e produtores de genéricos para comprar o medicamento.

No entanto, um estudo da Universidade de Harvard estimou que o Molnupiravir poderá custar cerca de US$ 20 se for produzido por farmacêuticos genéricos, com o preço caindo para US$ 7,7 em produção otimizada.

A Merck & Co tem acordos de licenciamento com oito fabricantes indianos de medicamentos genéricos.

A meta ACT-A é chegar a um acordo, até o final de novembro, para garantir o fornecimento de “um medicamento oral em ambulatório”, que estejadisponível a partir do próximo trimestre de 2022.

A verba arrecadada seria inicialmente usada para “apoiar a aquisição de 28 milhões de comprimidos para tratamento de pacientes com sintomas ligeiros e moderados nos próximos 12 meses, dependendo da disponibilidade do produto e orientação clínica”.

A ACT-A pretende também abordar as necessidades médicas de oxigênio essencial para 6 milhões a 8 milhões de doentes graves e críticos até setembro de 2022.Investimento maciço em testes. O programa prevê também forte investimento em testes de diagnóstico da covid-19, para duplicar o número realizado em países mais pobres.

Dos US$ 22,8 bilhões que a ACT-A espera arrecadar nos próximos 12 meses, cerca de um terço, a maior parcela,será gasta em diagnóstico.

Atualmente, os países mais pobres realizam, em média, cerca de 50 testes por 100 mil pessoas diariamente, contra 750 nos países mais ricos.

A ACT-A quer distribuir um mínimo de 100 testes por 100 mil habitantes nas nações mais pobres.

O reforço da testagem também poderá ajudar a detectar possíveis novas variantes, que tendem a se propagar quando as infeções alastram e, portanto, são mais prováveis em países com baixas taxas de vacinação. Isso significa entregar, nos próximos 12 meses, cerca de 101 vezes mais do que a ACT-A comprou até agora.

A maior parte seriam testes rápidos de antígeno a um preço de cerca de US$ 3, e apenas 15% seriam gastos em testes moleculares, que são mais precisos, mas demoram mais tempo a entregar os resultados e custam cerca de US$ 17.

O objetivo dos testes é reduzir a diferença entre ricos e pobres, já que apenas 0,4% dos cerca de 3 bilhões de testes realizados em todo o mundo foram feitos em países pobres.

O documento destaca que “o acesso à vacina é altamente inequitativo, com a cobertura variando de 1% a mais de 70%, dependendo do grau de riqueza do país”.

O programa visa a vacinar pelo menos 70% da população elegível em todos os países até meados do próximo ano, em linha com as metas da OMS.

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A OMS (Organização Mundial da Saúde) recomendou, nesta quarta-feira (06), a aplicação em massa da vacina aprovada contra a malária em crianças de regiões com altas taxas de transmissão, como a África Subsaariana.

A RTS,S/AS01 – ou Mosquirix –, é uma vacina desenvolvida pela farmacêutica britânica GlaxoSmithKline (GSK), após 30 anos de pesquisa e desenvolvimento, com apoio de entidades e centros de pesquisa africanos, afirma a OMS.

A decisão foi feita com base na análise dos resultados de um programa piloto que continua em andamento em Gana, Quênia e Malaui. Desde 2019, o estudo atingiu mais de 800 mil crianças e vai continuar em execução para avaliar o impacto da medida. Das 10 milhões de doses previstas no programa de testes, mais de 2 milhões já foram aplicadas.

A organização avalia que a RTS,S/AS01 teve "alto impacto" na vida real, com redução de 30% nos casos de malária grave e mortal.

"Esta é uma vacina desenvolvida na África por cientistas africanos, e estamos muito orgulhosos", afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus. "Esta vacina é um presente para o mundo, mas seu valor será sentido mais na África."

A OMS indica que a vacina deve ser aplicada em um esquema de 4 doses em crianças a partir dos cinco meses, a fim de prevenir a doença e reduzir o impacto da malária entre os que forem contaminados.

“Este é um momento histórico. A tão aguardada vacina contra a malária para crianças é um avanço para a ciência, a saúde infantil e o controle da malária”, disse Tedros. “Além das ferramentas existentes para prevenir a malária, usar esta vacina pode salvar dezenas de milhares de vidas jovens a cada ano.”

Segundo a OMS, mais de 260 mil crianças africanas com menos de cinco anos morrem de malária anualmente, a maior causa de adoecimento e morte de crianças na região.

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Começa nesta sexta-feira (1º) a Campanha Nacional de Multivacinação, que disponibilizará, em 45 mil postos em todas as 27 unidades federativas e seus respectivos municípios, 18 tipos de vacinas que protegem crianças e adolescentes de doenças como poliomielite, sarampo, catapora e caxumba.

A campanha foi lançada oficialmente ontem (30) pelo Ministério da Saúde e vai durar até o dia 29 de outubro. O público-alvo é formado de crianças e adolescentes até 15 anos.

Embora o Sistema Único de Saúde (SUS) oferte imunizantes contra todas essas enfermidades, o secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros, alertou para a queda da cobertura vacinal nos últimos anos. “Percebemos que desde 2015 a cobertura vacinal no Brasil vem diminuindo - reflexo do próprio processo pandêmico nos últimos dois anos. Precisamos melhorar esta cobertura. Ampliar a cobertura vacinal e proteger a população é uma prioridade do governo federal. Manter a vacinação em dia é também um dever dos pais e responsáveis. Leve seu filho, sua criança e adolescente”, pediu o secretário.

O Brasil, que registrava índices de vacinação acima de 90% por décadas, viu esse patamar se reduzir nos últimos anos, baixando para cerca de 60% de cobertura vacinal, levando preocupação às autoridades sanitárias. Doenças que eram consideradas erradicadas no país, como sarampo, por exemplo, voltaram a registrar casos, o que tirou do Brasil a condição de país livre do sarampo pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Em parte, a baixa cobertura, segundo autoridades do Ministério da Saúde, é explicado pela disseminação de notícias falsas (fake news) e pela atuação de grupos antivacinas.

Entre as vacinas que estarão disponíveis nos postos durante campanha estão: BCG, Hepatite A e B, Penta (DTP/Hib/Hep B), Pneumocócica 10 valente, VIP (Vacina Inativada Poliomielite), VRH (Vacina Rotavírus Humano), Meningocócica C (conjugada), VOP (Vacina Oral Poliomielite), Febre amarela, Tríplice viral (Sarampo, rubéola, caxumba), Tetraviral (Sarampo, rubéola, caxumba, varicela), DTP (tríplice bacteriana), Varicela e HPV quadrivalente (Papilomavírus Humano).

Estarão disponíveis para atualização da caderneta de adolescentes as vacinas HPV, dT (dupla adulto), Febre amarela, Tríplice viral, Hepatite B, dTpa e Meningocócica ACWY (conjugada).

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Em seu boletim epidemiológico semanal, a Organização Mundial da Saúde fez um alerta para uma das variantes do novo coronavírus encontrada inicialmente na Colômbia, em janeiro de 2021.

A variante B.1.621 foi batizada de Mu e classificada como variante de interesse, termo utilizado para designar tipos do vírus que devem ser monitorados por autoridades de saúde, com análise sobre risco para a saúde pública.

“A variante Mu tem uma constelação de mutações que indicam propriedades potenciais de escape imunológico. Dados preliminares apresentados ao Grupo de Trabalho sobre Evolução do Vírus mostram uma redução na capacidade de neutralização dos pacientes similar à registrada na variante Beta, mas isso ainda precisa ser confirmado por novos estudos”, diz o documento.

Desde o primeiro registro da variante, em janeiro deste ano, foram notificados casos esporádicos na Colômbia, com notícias de contaminações em outros países da América do Sul e da Europa.

Em agosto, foram informados casos por 39 países. Na Colômbia e no Equador, a incidência da variante cresceu, chegando, respectivamente, a 39% e 13%. “Mais estudos são necessários para compreender as características clínicas dessa variante”, recomendou a OMS.

A título de comparação, a variante Delta está em 170 países, a Beta em 141 e a Gamma em 91.

 

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O comando da Organização Mundial de Saúde (OMS) voltou a demonstrar preocupação com o quadro da pandemia no Brasil, cobrando medidas "sérias" e "clareza" de autoridades e todos os envolvidos para enfrentar o problema. "A situação no Brasil certamente tem piorado, com incidência muito alta de casos e aumento das mortes pelo país, bem como uma elevação muito rápida na ocupação de UTIs e muitas áreas pelo país vendo lotar os leitos de UTIs", afirmou o diretor executivo da entidade, Michael Ryan, durante entrevista coletiva virtual.

Ryan lembrou que em várias áreas do país os sistemas de saúde estão "bastante pressionados", notando também o aumento das porcentagens de testes positivos para a doença.

Ele comentou o risco que isso representa, não apenas para as fronteiras nacionais. "O que acontece no Brasil importa, e importa globalmente."

A OMS notou que, caso o quadro na emergência de saúde continue a piorar no país, isso terá impacto em outras nações da região. "Certamente gostaríamos de ver o Brasil indo em direção diferente, mas será necessário um grande esforço para isso", disse Ryan, completando que vê o sistema de saúde local "consideravelmente pressionado".

Segundo ele, muitos países nas Américas se movem agora "em direção positiva" na pandemia, mas "não o Brasil".

"Não tenho dúvida de que a ciência e o povo brasileiros podem contornar essa situação. A questão é: eles podem conseguir o apoio de que necessitam para fazer isso?", questionou ainda Ryan

Preocupação com cepa

A epidemiologista responsável pela resposta da OMS à pandemia de covid-19, Maria Van Kerkhove, lembrou do fato de que uma cepa do vírus, a P.1, localizada inicialmente em Manaus, é "fonte de preocupação" e circula pelo País.

Segundo ela, a variante parece transmitir mais e há a sugestão segundo algumas pesquisas de que ela pode ser "mais severa". Kerkhove disse que uma cepa mais contagiosa tende a colocar mais pressão sobre o sistema de saúde, mas notou que ainda assim o vírus "pode ainda ser controlado", com medidas de saúde pública como máscaras, distanciamento social e lavagem de mãos.

Ela lembrou também que o diagnóstico do vírus continua a funcionar diante dessas novas cepas. Kerhove disse que as variantes devem continuar a surgir, por isso a entidade tem um sistema de monitoramento com a finalidade de monitorá-las.

Medidas sérias

Diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus também comentou o quadro. Ele disse já ter visitado várias vezes e mencionou a capilaridade do sistema de saúde nacional, baseado nas comunidades. Ele comentou que "pensava que o sistema de saúde no Brasil poderia se sair melhor" na pandemia, dizendo estar "realmente intrigado" com o caso brasileiro. "A situação no Brasil nos deixa bastante preocupados, não apenas com a alta nos casos, mas também das mortes", ressaltou.

Segundo ele, para conter o problema é necessária a adoção de "medidas sociais muito sérias" e também "uma mensagem clara" das autoridades sobre a situação e as medidas e também para fazer valê-las. "A situação no Brasil está ficando muito séria e, começando do governo, todas as partes devem levá-la a sério", recomendou.

Tedros lembrou ainda na coletiva que, quando mais o vírus circular, maior a chance de que surjam cepas capazes de tornar a proteção das vacinas menos eficaz.

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