O Ministério da Saúde informou que 521 municípios brasileiros foram selecionados para iniciar a vacinação contra a dengue via Sistema Único de Saúde (SUS) a partir de fevereiro. As cidades compõem um total de 37 regiões de saúde que, segundo a pasta, são consideradas endêmicas para a doença.

Acesse a lista completa - Regiões de Saúde Atendidas em 2024 — Ministério da Saúde (www.gov.br)

As regiões selecionadas atendem a três critérios: são formadas por municípios de grande porte, com mais de 100 mil habitantes; registram alta transmissão de dengue no período 2023-2024; e têm maior predominância do sorotipo DENV-2. Conforme a lista, 16 estados e o Distrito Federal têm cidades que preenchem os requisitos.

A pasta confirmou ainda que serão vacinadas crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, faixa etária que concentra maior número de hospitalizações por dengue. Os números mostram que, de janeiro de 2019 a novembro de 2023, o grupo respondeu por 16,4 mil hospitalizações, atrás apenas dos idosos, grupo para o qual a vacina não foi autorizada.

“A definição de um público-alvo e regiões prioritárias para a imunização foi necessária em razão da capacidade limitada de fornecimento de doses pelo laboratório fabricante da vacina. A primeira remessa com cerca de 757 mil doses chegou ao Brasil no último sábado. O lote faz parte de um total de 1,32 milhão de doses fornecidas pela farmacêutica.”

“Outra remessa, com mais de 568 mil doses, está com entrega prevista para fevereiro. Além dessas, o Ministério da Saúde adquiriu o quantitativo total disponível pelo fabricante para 2024: 5,2 milhões de doses. De acordo com a empresa, a previsão é que sejam entregues ao longo do ano, até dezembro. Para 2025, a pasta já contratou 9 milhões de doses.”

O esquema vacinal será composto por duas doses, com intervalo de três meses entre elas. O Brasil é o primeiro país do mundo a oferecer o imunizante no sistema público. A Qdenga, produzida pelo laboratório Takeda, foi incorporada ao SUS em dezembro do ano passado, após análise da Comissão Nacional de Incorporações de Tecnologias no SUS (Conitec).

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Há pouco mais de um mês, o Ministério da Saúde anunciou a incorporação da vacina contra a dengue no Sistema Único de Saúde (SUS). Antes disso, o imunizante Qdenga, produzido pelo laboratório japonês Takeda, passou pelo crivo da Comissão Nacional de Incorporações de Tecnologias (Conitec) no SUS, que recomendou a incorporação priorizando regiões do país com maior incidência e transmissão do vírus, além de faixas etárias de maior risco de agravamento da doença.

A partir do parecer favorável da Conitec, o ministério reforçou que a vacina não seria utilizada em larga escala em um primeiro momento, já que o laboratório informou ter capacidade restrita de fornecimento de doses. A vacinação contra a dengue na rede pública, portanto, será focada em públicos específicos e em regiões consideradas prioritárias. “Até o início do ano, faremos a definição dos públicos-alvo levando em consideração a limitação da empresa Takeda do número de vacinas disponíveis. Faremos priorizações”, disse a ministra Nísia Trindade à época.

O próximo passo seria um trabalho conjunto entre o Programa Nacional de Imunizações (PNI) e a Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI), programado para as primeiras semanas de janeiro, com o intuito de definir a melhor estratégia de utilização do quantitativo disponível da vacina. Segundo o laboratório Takeda, a previsão é que sejam entregues 5.082 milhões de doses entre fevereiro e novembro de 2024, sendo que o esquema vacinal da Qdenga é composto por duas doses, com intervalo de 90 dias entre elas.

A avaliação de especialistas da CTAI é que o ministério deve seguir a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e priorizar a vacinação contra a dengue na faixa etária entre 6 e 16 anos, conforme preconizou o Grupo Consultivo Estratégico de Peritos (SAGE, na sigla em inglês). A pasta, entretanto, informou que definiria, em conjunto com estados e municípios, qual a idade a ser priorizada dentro dessa janela, diante do quantitativo reduzido de doses.

A vacina
De acordo com a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBim), a Qdenga é uma vacina tetravalente que protege, portanto, contra os quatro sorotipos do vírus da dengue – DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4. Feita com vírus vivo atenuado, ela interage com o sistema imunológico no intuito de gerar resposta semelhante àquela produzida pela infecção natural. O imunizante deve ser administrado em esquema de duas doses, com intervalo de três meses entre elas, independentemente de o paciente ter tido ou não dengue previamente.

Infecções prévias
Quem já teve dengue, portanto, deve tomar a dose. Segundo a SBim, a recomendação, nesses casos, é especialmente indicada por conta da melhor resposta imune à vacina e também por ser uma população classificada como de maior risco para dengue grave. Para quem apresentou a infecção recentemente, a orientação é aguardar seis meses para receber o imunizante. Já quem for diagnosticado com a doença no intervalo entre as doses deve manter o esquema vacinal, desde que o prazo não seja inferior a 30 dias em relação ao início dos sintomas.

Contraindicações
Conforme especificado na bula, o imunizante é indicado para pessoas de 4 a 60 anos. Como toda vacina de vírus vivo, a Qdenga é contraindicada para gestantes e mulheres que estão amamentando, além de pessoas com imunodeficiências primárias ou adquiridas e indivíduos que tiveram reação de hipersensibilidade à dose anterior. Mulheres em idade fértil e que pretendem engravidar devem ser orientadas a usar métodos contraceptivos por um período de 30 dias após a vacinação.

Eficácia
Ainda de acordo com a SBim, a vacina demonstrou ser eficaz contra o DENV-1 em 69,8% dos casos; contra o DENV-2 em 95,1%; e contra o DENV-3 em 48,9%. Já a eficácia contra o DENV-4 não pôde ser avaliada à época devido ao número insuficiente de casos de dengue causados por esse sorotipo durante o estudo. Também houve eficácia contra hospitalizações por dengue confirmada laboratorialmente, com proteção geral de 84,1%, com estimativas semelhantes entre soropositivos (85,9%) e soronegativos (79,3%).

Demais arboviroses
A SBim destaca que a Qdenga é exclusiva para a proteção contra a dengue e não protege contra outros tipos de arboviroses, como zika, chikungunya e febre amarela. Vale lembrar que, para a febre amarela, no Brasil, estão disponíveis duas vacinas: uma produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), utilizada pela rede pública, e outra produzida pela Sanofi Pasteur, utilizada pelos serviços privados de imunização e, eventualmente, pela rede pública. As duas têm perfis de segurança e eficácia semelhantes, estimados em mais de 95% para maiores de 2 anos.

Registro
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o registro da Qdenga em março de 2023. A concessão permite a comercialização do produto no país, desde que mantidas as condições aprovadas. O imunizante, contudo, segue sujeito ao monitoramento de eventos adversos, por meio de ações de farmacovigilância sob responsabilidade da própria empresa fabricante.

Outros imunizantes
A Qdenga é a primeira vacina contra a dengue aprovada no Brasil para um público mais amplo, já que o imunizante aprovado anteriormente, Dengvaxia, do laboratório francês Sanofi- Pasteur, só pode ser utilizado por quem já teve dengue. A Dengvaxia não foi incorporada ao SUS e é contraindicada para indivíduos que nunca tiveram contato com o vírus da dengue em razão de maior risco de desenvolver quadros graves da doença.

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A secretária nacional de Informação e Saúde Digital do Ministério da Saúde, Ana Estela Haddad, disse, nesta terça-feira (3), em São Paulo, ao participar do segundo dia do 1º Simpósio Internacional de Transformação Digital no SUS, que espera da digitalização do SUS (Sistema Único de Saúde) mais do que produtos para consumir e sim a transformação de um conceito de saúde digital que fortaleça princípios do sistema.

“Não é só a implantação dessa ou daquela tecnologia, mas de ser orientada pelas forças políticas e econômicas que fortaleçam a ideia de uma cultura e política em saúde que seja para todos, que seja inclusiva”, afirmou.

Para Ana Estela, essa transformação talvez seja hoje uma das ações mais estruturantes e necessárias para organizar os muitos bancos de dados que precisam começar a gerar mais informações.

“Então, é usarmos a inteligência artificial e a capacidade analítica que já se tem para poder processar e gerar informações estratégicas para a tomada de decisão. Sejam tomadas de decisão por processo de atenção à saúde, desde a promoção, prevenção, tratamento, reabilitação, mas também para vigilância e para prevenção de futuras emergentes sanitárias”, explicou.

Ela citou, ainda, a importância de fortalecer o processo de formação para transformação digital de todos os atores que participam desse processo, além de fomentar a pesquisa para inovação. “São todas as ações que têm uma transversalidade com tudo aquilo que o SUS e o Ministério da Saúde fazem”, acrescentou.

Ana Estela disse, também, que essa é uma ação estruturante para que toda a população possa se beneficiar e fazer com que as tecnologias fortaleçam o processo de atenção, ampliando o acesso e melhorando a linha de cuidado e a continuidade do cuidado. “Isso porque em um modelo híbrido em que se usa a tela em saúde pode-se também estar mais próximo do paciente não só dependendo do transporte físico, da presença física”, avaliou.

A secretária considera que o processo está avançando rápido e que, em breve, será possível lançar o programa. “O que sentimos é isso. Nós tivemos ontem mais de 10 mil acessos remotos ao seminário, além dos 600 participantes presenciais. Assim, parece que está todo mundo muito atento e sensível a essa necessidade. Isso é muito bom, porque eu acho que vai nos fazer avançar mais rápido porque vamos trabalhar juntos”, destacou.

Momento especial

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, observou que o simpósio acontece em um momento especial porque 2023 foi um ano de reconstrução de muitas políticas e que todas elas vieram com uma visão não só de atualização, mas de sanar os grandes desafios que foram reforçados no cenário da pandemia de covid-19.

“Sejam desafios que se expressam tanto em determinações como as mudanças climáticas, mas que colocam também a questão da autonomia dos países na produção dos seus insumos de saúde, a visão da importância que a inovação tenha como fim o atendimento à superação das graves desigualdades como ocorrem no nosso país. Portanto, a inovação digital tem como foco o fortalecimento do nosso Sistema Único de Saúde, que está no centro da agenda de governo”, disse.

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A Bahia teve a primeira cirurgia transexualizadora realizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Hospital Universitário Professor Edgar Santos (Hupes), da Universidade Federal da Bahia (Ufba). O procedimento aconteceu na quarta (9), operando a mulher trans Yohana de Santana. O Hupes é a primeira unidade do estado credenciado junto à Secretaria de Saúde (Sesab) para realizar cirurgia afirmativa de gênero, mamoplastia masculinizadora, histerectomia, tireoplastia e plástica mamária pelo SUS.

A primeira paciente operada através do programa já é acompanhada pelo Ambulatório Transexualizador do Hupes desde 2018. No intervalo, eecebeu assistência regular de uma equipe multiprofissional e foi considerada apta entre os departamentos de Endocrinologia, Psicologia e Serviço Social para passar pelo procedimento cirúrgico, que altera suas características genitais para que fique em conformidade com o gênero com o qual a pessoa se identifica socialmente. A cirurgia foi conduzida pela equipe do cirurgião Ubirajara Barroso Jr.

Inicialmente, o programa vai ofertar uma vaga mensal para realização das cirurgias afirmativas, enquanto aguarda credenciamento como unidade hospitalar junto ao Ministério da Saúde, quando vai poder ampliar a oferta de procedimentos.

“As cirurgias regulares de transgenitalização são uma novidade na Bahia, onde a demanda é bastante significativa. Nessa primeira paciente fizemos a clitoroplastia, vaginoplastia e labioplastia. Ou seja, realizamos a construção de uma neovagina utilizando tecidos da própria paciente. Nesse momento retiramos também os testículos”, explica o cirurgião Ubirajara Barroso Jr., que também é coordenador da disciplina de Urologia na Ufba.

No SUS, desde 2008, são oferecidos procedimentos ambulatoriais e cirurgias para pacientes que queiram fazer a redesignação sexual. Até junho deste ano, sete estabelecimentos de saúde estavam habilitados junto ao Ministério da Saúde nas modalidades tanto hospitalar quanto ambulatorial e dois estabelecimentos na modalidade hospitalar para realização de cirurgias de redesignação sexual, totalizando 9 estabelecimentos no Brasil. O centro baiano será o décimo com habilitação também hospitalar para realização dessas cirurgias.

Cirurgia de redesignação sexual

A redesignação sexual ou cirurgia genital afirmativa de gênero é um procedimento hormonal ou cirúrgico para adequar os órgãos genitais do sexo biológico do indivíduo ao gênero pelo qual o paciente se identifica. “Cerca de 70% das mulheres trans querem fazer a cirurgia e 35% dos homens trans optam por fazer os procedimentos”, aponta o médico especialista em reconstrução genital.

O tempo de recuperação da cirurgia é breve, podendo voltar as atividades sexuais após dois meses do procedimento. A internação é de cerca de 2 a 3 dias para mulheres trans e de 5 dias para homens trans.

Para fazer a cirurgia, é preciso ter mais de 21 anos, estar inscrito no ambulatório de transgêneros do Hupes, e ter passado pelo menos dois anos pelo programa proposto pela equipe multidisciplinar, que contempla o acompanhamento com uma equipe médica e psicológica, a mudança de nome social e a etapa hormonal, entre outros.

O novo centro cirúrgico ajudará a população trans que já é atendida pelo ambulatório multidisciplinar, coordenado pela médica Luciana Oliveira. “Mais de 400 pacientes já foram atendidos pela equipe multiprofissional do Ambulatório Transexualizador do HUPES”, explica.

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Uma doença considerada rara e com um grande percentual de cura, mas se não tratada no tempo certo, pode causar a perda do útero e levar à morte. Com exceção apenas do câncer de pele do tipo não melanoma, o câncer do colo de útero é a quarta causa de morte por tumores malignos no Brasil. Na Bahia, as mulheres com mais idade, menos escolaridade e em estágio já avançado da doença são as que começam mais tarde o tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Ao todo, 65% das pacientes baianas nesse grupo iniciam o combate ao câncer uterino mais de 60 dias após receber o diagnóstico, um prazo que descumpre a lei federal 12.732/2012.

Os dados aparecem em um estudo da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), publicado na revista Cadernos de Saúde Pública, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). As informações foram coletadas de 2007 a 2018, a partir do sistema de Registro Hospitalar de Câncer (RHC) da Bahia. No total, 9.184 mulheres do estado foram diagnosticadas com a doença em algum estágio no período compreendido pelo estudo, fazendo com que o estado tenha a segunda maior taxa de incidência desse tipo de câncer entre as mulheres: 12,51 novos casos por 100 mil pacientes.

Segundo o estudo da Uneb, a doença, que também é chamada de câncer cervical, tem evolução lenta e acomete principalmente as pessoas com útero com mais de 25 anos. O agente de transmissão é o papilomavírus humano (HPV), uma infecção sexualmente transmissível. Apesar da lei de 2012 garantir ao paciente com câncer o direito de iniciar o tratamento no SUS em, no máximo, 60 dias após o diagnóstico, o estudo mostra que 65,1% das pacientes começaram a cuidar da doença dois meses depois de descobrirem o problema. Desse total, houve aumento da chance de tratamento tardio em cerca de 30% das afetadas com idades acima de 45 anos, 24% entre as pacientes sem nenhum nível de escolaridade e aumento de 17% entre as que apresentavam o tumor em estágio avançado.

“A lei é curta, tem cinco artigos e é muito específica, mas a saúde pública da Bahia não tem capacidade de fazer o que ela manda. As mulheres até conseguem o tratamento, mas num prazo superior ao que a lei assegura. A fila é grande, não tem médico disponível, são vários os motivos, mas o que acontece é que a lei não funciona na prática, só no papel”, destaca Betania Rodrigues, advogada especialista em direitos da saúde.

Autora principal da pesquisa, a enfermeira Dândara Silva, doutoranda do programa de Biotecnologia e Medicina Investigativa da Fiocruz - Bahia e pesquisadora do Grupo de Pesquisa Integrada em Saúde Coletiva da Uneb, destaca que os resultados do estudo revelam um dado triste e preocupante, demonstrando a fragilidade da rede assistencial. "As pacientes com tumor em estágio avançado deveriam acessar o tratamento com a maior brevidade possível, mas o estudo demonstrou que, ao contrário disso, estas mulheres acabam tendo mais chance de atraso”, ressalta.

Segundo Dândara, no caso de mulheres com baixa escolaridade, os autores do estudo acreditam que o tratamento tardio aconteça por falta de instrução. "A gente supõe que as mulheres com menos escolaridade tenham a tendência a buscar menos intensamente os cuidados com a saúde, às vezes não entendem dimensão de doença e a urgência, então temos a barreira da educação como um dificultador do autocuidado", destaca.

Já para mulheres no estágio avançado da doença, que demanda uma tecnologia maior para o tratamento, a doutoranda diz que existe poucas unidades de referência. Na Bahia toda são apenas nove. "Além disso, essa paciente com câncer mais avançado vai precisar se deslocar mais, já que ela não vai conseguir esse tratamento no interior, a oferta de vagas não supre a necessidade da demanda, temos número insuficiente de unidades especializadas para a demanda do tratamento em estágio avançado no interior onde essa mulher reside. Mas esses motivos para o tratamento tardio não foram comprovados, estamos com outro estudo em andamento para analisar isso", acrescenta.

O que diz a Sesab?
Segundo a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), o envio regular dos dados para o Integrador RHC é obrigatório para os hospitais habilitados na Atenção Especializada em Oncologia do SUS e, facultativo, para os hospitais não habilitados. Na Bahia, apenas as unidades habilitadas na Assistência de Alta Complexidade em Oncologia, com atendimento via SUS, informam os dados do RHC, havendo ainda um atraso no envio dos dados ao SisRHC.

A pasta acrescenta que o Hospital Estadual da Mulher tem “expressivo volume de atendimento à população feminina” desde que foi inaugurado, em 2017. “Desta forma, os dados referentes ao seu atendimento não foram computados no estudo [da Uneb], visto que a unidade tem um período para efetivar a implantação do RHC e, consequente enviar dados ao SisRHC”, diz a Sesab, em nota.

“Corroboramos o quanto descrito pelas pesquisadoras no estudo: ‘considera-se necessária a realização de novas pesquisas em períodos posteriores para avaliar a adequação da rede assistencial aos pacientes oncológicos e possíveis impactos no acesso ao primeiro tratamento após o diagnóstico do câncer’, visto a ampliação da rede de atendimento tanto na Média quanto na Alta Complexidade para diagnóstico e tratamento do câncer, entre os quais o do colo do útero, no Estado da Bahia desde 2017 até os dias atuais”, finaliza a nota.

Sintomas e prevenção
Nas fases iniciais, o câncer cervical é completamente assintomático, diz a oncologista da Oncoclínicas Geila Ribeiro Nuñez. Por isso, acrescenta, há a importância de protocolos assistenciais de rastreamento. Porque, na maioria das vezes, quando os sintomas começam, o câncer já está em uma fase mais avançada.

No entanto, caso os sintomas apareçam, a mulher vai começar a ter corrimento vaginal, muitas vezes de odor fétido, além de sangramentos anormais fora do período menstrual. Em fases ainda mais avançadas, a paciente pode ter dor pélvica.

Geila Nuñez, que é especialista em tumores femininos e neuro-oncologia, enfatiza que o câncer de colo uterino é um dos mais evitáveis e preveníveis, já que os métodos de rastreamento, do ponto de vista populacional, não são custosos. Após o diagnóstico, o atraso no tratamento tem grandes efeitos negativos para a mulher. Nos casos mais avançados da doença, a paciente geralmente precisa passar por radioterapia e quimioterapia e pode perder o útero, além de diminuir as chances de cura.

“Quando a doença é identificada ainda precocemente, o câncer pode ser tratado até mesmo só com a incisão, retirando parcialmente só o colo uterino. Se a gente tem lesões já invasivas, mas precoces, com menos de dois centímetros, a paciente é altamente curável, mais de 90% de chance de cura. Para fases mais avançadas, o indicado é o tratamento de quimioterapia junto com radioterapia, com 50% de chances de cura. E, em última instância, em casos muito graves, a chance de cura cai para 15% e a paciente é submetida somente a quimioterapia para controlar o câncer”, detalha a médica.

Paciente fez cirurgia
Uma nutricionista de Salvador, de 39 anos, que preferiu não se identificar, optou pela retirada total do útero quando foi diagnosticada com o câncer cervical, em 2016. Ela recebeu o diagnóstico em novembro daquele ano e fez a cirurgia de retirada do órgão em fevereiro de 2017, mas foi acompanhada por uma equipe médica particular. “Eu realizei um exame de rotina no consultório, um preventivo, e a médica viu uma pequena mancha que não existia no exame anterior, que tinha feito há cerca de 6 meses. Eu tinha uma certa mania em fazer exames de rotina com mais frequência, acredito por ser da área de saúde”, relata.

Após o exame, a médica encaminhou a nutricionista para uma consulta com um cirurgião oncológico, que marcou a realização de uma biópsia. “O resultado foi positivo para o câncer de colo de útero. Foi um período delicado, festas de final de ano, sempre amei a simbologia do Natal, reunir a família, mas nesse ano seria diferente, eu não sabia se a doença tinha cura, se iria partir, se deixaria minha família”, relembra.

A soteropolitana realizou todos os exames e soube que o seu câncer só estava instalado em uma porção do útero. A partir daí, ela precisou escolher se tiraria todo o órgão, para eliminar chances de reincidência, mas precisando pensar se abriria mão do sonho de gerar uma criança. “Mesmo que eu optasse pela retirada parcial, seria muito difícil ficar grávida, pois meu corpo não teria estrutura para segurar o bebê quando a barriga crescesse. Optei pela retirada total do órgão, entendendo que vim nesse mundo com outra missão e que ser mãe também pode ser de coração e pretendo adotar uma criança no futuro”, revela.

Sobre os sintomas, a nutricionista conta que não sentia nada antes do diagnóstico, não tinha sangramento, as relações sexuais ocorriam sem problemas, sem dor ou desconforto, e também não tinha corrimento. O pós-cirúrgico foi mais complicado, com mais de um mês de repouso e dores. Ela destaca que o que a fez conseguir passar por tudo isso foi ter uma rede de apoio familiar, uma religião para se apoiar e uma equipe médica competente.

HPV
O HPV, vírus causador do câncer de colo do útero, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), é muito frequente e na maioria das vezes não causa a doença. Sua transmissão se dá por contato direto com a pele ou mucosa infectada, sendo a principal forma pela via sexual. O contágio com o HPV pode ocorrer mesmo na ausência de penetração vaginal ou anal. Inclusive, pode haver transmissão durante o parto. Não está comprovada a possibilidade de contaminação por meio de objetos, uso de vaso sanitário e piscina ou pelo compartilhamento de toalhas e roupas íntimas.

Em alguns casos, o HPV causa alterações celulares que podem evoluir para o câncer cervical, mas essas mudanças são descobertas no exame preventivo, por isso a importância de uma vez testada positivamente para o vírus, realizar consultas com um médico ginecologista com uma frequência maior.

Estudante de Publicidade de Feira de Santana [ela prefere não se identificar], 22 anos, conta que descobriu ter HPV em 2020 após sentir muita ardência, desconforto e sangramentos durante relações sexuais. Hoje, ela vai ao médico a cada três meses para realizar um check-up e evitar que o vírus cause o câncer cervical.

“Quando fiz os exames e deu positivo [para HPV] foi um momento muito triste na minha vida, porque você se sente mal e culpada. Passar pelo tratamento não foi fácil, é doloroso. Por mais que seja um vírus muito comum, é muito difícil de aceitar e lidar. Hoje, eu tenho muito mais cuidado e fico muito atenta para evitar qualquer perigo. Essas coisas podem acontecer e o importante é buscar tratamento, se cuidar e evitar algo ainda pior”, relata.

Para realizar a consulta e o exame preventivo através do SUS, a interessada deve procurar a unidade de saúde de atenção básica do município mais próxima à sua residência para fazer o agendamento. Segundo a Sesab, caso a avaliação médica indique a necessidade de realização de uma consulta com especialista, a Secretaria Municipal de Saúde da cidade onde paciente mora é a responsável em marcar a consulta ou exame junto a um serviço oferecido no próprio município ou em uma outra cidade de referência para aquela especialidade.

Já a Secretaria Municipal de Saúde de Salvador (SMS) afirma que nas unidades básicas da capital é possível agendar uma consulta com um ginecologista, sendo necessário apenas a apresentação do cartão SUS de Salvador e um documento com foto oficial. Nessas próprias unidades também é possível ter acesso à vacina contra o HPV para o público-alvo. “Todas as unidades oferecem o agendamento, daí encaminhamos para outras unidades, caso necessário”, conclui a pasta.

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Modulo Contabil - F4 - buscar - Relação de liquidações emitidas - Bahia - inserir - entidade - periodo - empenhos do exercício - natureza da despesa - 339033 (passagens) - executarPacientes com câncer de mama podem contar com o medicamento Trastuzumabe Entansina. Indicado em monoterapia - método em que o processo de tratamento é realizado utilizando apenas uma droga ou procedimento - para tratamento de pacientes classificados no nível HER2-positivo da doença. A Portaria que incorpora o medicamento ao Sistema Único de Saúde (SUS) foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) da última segunda-feira (12).

“A tecnologia recebeu recomendação favorável de incorporação ao Sistema Único de Saúde SUS após passar por avaliação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), responsável por assessorar a pasta nas atribuições relativas à incorporação, exclusão ou alteração de tecnologias em saúde pelo SUS”, informou o ministério.

Números

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2018, mais de 620 mil mulheres morreram de câncer de mama em todo o mundo. No Brasil, o número total de novos diagnósticos ao ano chega a 60 mil, resultando em uma taxa de incidência de 60/100 mil habitantes.

Em 2017, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) reportou 16.724 mortes em mulheres. No ano de 2018, o Brasil foi o quarto país com a maior incidência em câncer de mama e o quinto em mortalidade. Estima-se que a incidência entre as brasileiras nos próximos 20 anos terá um aumento de 47%, diz OMS.

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Quem ainda não atualizou o cadastro do cartão SUS em Salvador terá até 31 de agosto para fazer esse recadastramento. Até agora, mais de 2,5 milhões de moradores da capital já fizeram o procedimento, que é obrigatório.

Segundo a prefeitura, foram 1,7 milhão de atualizações pelo site, criado no ano passado pela Secretaria Municipal de Saúde para agilizar o processo.

O secretário Leo Prates lembra que é importante toda a população estar cadastrada, mesmo quem tem plano de saúde privado e quem faz pouco uso das unidades municipais. A medida segue uma nova orientação do governo federal, que instituiu outro modelo de financiamento para a atenção primária, levando em conta o cadastramento para fazer os repasses de recursos.

“É importante que todos os moradores de Salvador realizem a atualização cadastral, uma vez que o Governo Federal irá estabelecer o repasse dos recursos públicos da saúde com base no número de pessoas cadastradas em nosso sistema. Isso vai possibilitar que a gente continue de maneira intensa a expansão da oferta dos serviços na cidade, além de definir políticas mais eficazes baseadas na compilação dos dados levantados durante o recadastramento”, explicou.

Além do site, é possível fazer o recadastramento presencialmente em uma das 155 Unidades Básicas da cidade. É preciso informar RG ou certidão, CPF ou cartão SUS e comprovante de residência em nome próprio ou de algum familiar de primeiro grau. Uma pessoa pode fazer o cadastro do resto da família, se apresentar toda a documentação.

Os beneficiários que ainda não fizeram a atualização cadastral em Salvador terão até 30 de abril de 2021 para efetuar o recadastramento do cartão SUS. Até o momento, mais de 2,5 milhões de moradores da capital já realizaram o procedimento, que é obrigatório. Desse total, cerca de 1,7 milhão de atualizações foram efetuadas através do site, implantado este ano pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS). 

Salvador ultrapassou a meta estabelecida pelo Ministério da Saúde de realizar a atualização cadastral de pelo menos 70% da população que vive na cidade. Cerca de 84% dos moradores do município já fizeram o recadastramento. 

O titular da SMS, Leo Prates, destacou a importância de toda a população ser cadastrada, até mesmo as pessoas que possuem plano de saúde e aqueles usuários que não utilizam com frequência as unidades municipais. A medida segue determinação do governo federal, que instituiu um novo modelo de financiamento para a Atenção Primária, sendo o cadastramento a principal estratégia de transferência de recursos da União para as prefeituras. 

“É importante que todos os moradores de Salvador realizem a atualização cadastral, uma vez que o governo federal irá estabelecer o repasse dos recursos públicos da saúde com base no número de pessoas cadastradas em nosso sistema. Isso vai possibilitar que a gente continue de maneira intensa a expansão da oferta dos serviços na cidade, além de definir políticas mais eficazes baseadas na compilação dos dados levantados durante o recadastramento”, explicou 

Além do site, o usuário poderá realizar o recadastramento de forma presencial em uma das 153 unidades básicas da rede municipal, com o agente comunitário de saúde. Os moradores da capital baiana deverão informar o RG ou certidão de nascimento, CPF ou cartão SUS e o comprovante de residência em nome do usuário ou de algum parente de primeiro grau. 

É possível também que uma pessoa da família realize o cadastro dos demais moradores, caso apresente toda documentação. A validação do cadastro será realizada após acesso à unidade de saúde. As pessoas que já possuem cadastro realizado pelo agente comunitário não precisam realizar novamente.

 

 

Os beneficiários que ainda não fizeram a atualização cadastral em Salvador terão até 30 de abril de 2021 para efetuar o recadastramento do cartão SUS. Até o momento, mais de 2,5 milhões de moradores da capital já realizaram o procedimento, que é obrigatório. Desse total, cerca de 1,7 milhão de atualizações foram efetuadas através do site, implantado este ano pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS). 

 

Salvador ultrapassou a meta estabelecida pelo Ministério da Saúde de realizar a atualização cadastral de pelo menos 70% da população que vive na cidade. Cerca de 84% dos moradores do município já fizeram o recadastramento. 

O titular da SMS, Leo Prates, destacou a importância de toda a população ser cadastrada, até mesmo as pessoas que possuem plano de saúde e aqueles usuários que não utilizam com frequência as unidades municipais. A medida segue determinação do governo federal, que instituiu um novo modelo de financiamento para a Atenção Primária, sendo o cadastramento a principal estratégia de transferência de recursos da União para as prefeituras. 

“É importante que todos os moradores de Salvador realizem a atualização cadastral, uma vez que o governo federal irá estabelecer o repasse dos recursos públicos da saúde com base no número de pessoas cadastradas em nosso sistema. Isso vai possibilitar que a gente continue de maneira intensa a expansão da oferta dos serviços na cidade, além de definir políticas mais eficazes baseadas na compilação dos dados levantados durante o recadastramento”, explicou 

 

Além do site, o usuário poderá realizar o recadastramento de forma presencial em uma das 153 unidades básicas da rede municipal, com o agente comunitário de saúde. Os moradores da capital baiana deverão informar o RG ou certidão de nascimento, CPF ou cartão SUS e o comprovante de residência em nome do usuário ou de algum parente de primeiro grau. 

É possível também que uma pessoa da família realize o cadastro dos demais moradores, caso apresente toda documentação. A validação do cadastro será realizada após acesso à unidade de saúde. As pessoas que já possuem cadastro realizado pelo agente comunitário não precisam realizar novamente.

O prazo para realização do recadastramento do cartão SUS foi prorrogado mais uma vez em Salvador. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), agora, os beneficiários que ainda não fizeram a atualização cadastral terão até 31 de dezembro para efetuar o recadastramento. A informação foi publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira (30).

“Os moradores da capital baiana terão um prazo ainda maior para realização da atualização junto ao SUS. Implantamos um site para suprir a alta procura da população em nossas unidades de saúde, visando dar mais comodidade às pessoas que poderão fazer a atualização sem a necessidade de deslocamento. É importante que todos realizem o recadastramento e não deixem para última hora para evitar aglomerações”, explicou o secretário municipal de Saúde, Leo Prates.

Até o momento, mais de dois milhões de moradores da capital já realizaram o recadastramento obrigatório do cartão do Sistema Único de Saúde (SUS). Desse total, cerca de 1,3 milhão de atualizações foram efetuadas através do site www.recadastramento.saude.salvador.ba.gov.br, implantado pela SMS.

Além do site, o usuário poderá realizar o recadastramento de forma presencial em uma das 152 unidades básicas da rede municipal, com o agente comunitário de saúde. Os moradores da capital baiana deverão informar o RG ou certidão de nascimento, CPF ou cartão SUS e o comprovante de residência em nome do usuário ou de algum parente de primeiro grau.

É possível também que uma pessoa da família realize o cadastro dos demais moradores, caso apresente toda documentação. A validação do cadastro será realizada após acesso à unidade de saúde. A medida segue determinação do governo federal, que instituiu um novo modelo de financiamento para a Atenção Primária, sendo o cadastramento a principal estratégia de transferência de recursos da União para as prefeituras.

Toda a população deve ser cadastrada, até mesmo as pessoas que possuem plano de saúde e aqueles usuários que não utilizam com frequência as unidades municipais. As pessoas que já possuem cadastro realizado pelo agente comunitário não precisam realizar novamente. As informações são da SMS.

O prazo para realização do recadastramento do cartão SUS foi prorrogado mais uma vez em Salvador. Agora, os beneficiários que ainda não fizeram a atualização cadastral terão até 31 de outubro para efetuar o procedimento.

O recadastramento pode ser feito por meio do site criado pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS) ou de forma presencial em uma das 152 unidades básicas da rede municipal, com o agente comunitário de saúde.

Os moradores da capital baiana deverão informar o RG ou certidão de nascimento, CPF ou cartão SUS e o comprovante de residência em nome do usuário ou de algum parente de primeiro grau.

É possível também que uma pessoa da família realize o cadastro dos demais moradores, caso apresente toda documentação. A validação do cadastro será realizada após acesso à unidade de saúde. A medida segue determinação do governo federal, que instituiu um novo modelo de financiamento para a Atenção Primária, sendo o cadastramento a principal estratégia de transferência de recursos da União para as prefeituras.

Segundo a SMS, até o momento, mais de 1,7 milhão de moradores da capital já realizaram o recadastramento obrigatório do cartão do SUS. A Secretaria ainda alerta que toda a população deve ser cadastrada, até mesmo as pessoas que possuem plano de saúde e aqueles usuários que não utilizam com frequência as unidades municipais. As pessoas que já possuem cadastro realizado pelo agente comunitário não precisam realizar novamente.