O Jornal da Cidade

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Cinco bebês já nasceram esse ano na Bahia com imunidade natural ao coronavírus, seja porque as mães foram vacinadas ou tiveram covid-19. São dois casos em Salvador, um em Feira de Santana, um em Vitória da Conquista e um em Irecê. O mais recente a se tornar conhecido é o da pequena Joana Cunha, que veio ao mundo em 17 de maio, na capital, com 70% de anticorpos para o vírus. A divulgação dos nascimentos, inclusive, estimula pais e mães a buscarem testes para saber se seus rebentos são naturalmente imunizados.

Essa é a situação do pai e da mãe de Joana, o bancário João Paulo Guimarães, 42, e a enfermeira Emília Cunha, 37. "Depois de ver as matérias sobre casos de bebês com anticorpos, fiquei me perguntando se Joana também estaria protegida e tratei de procurar saber", lembra o pai.

Em suas pesquisas antes de testar a filha, João Paulo leu em uma reportagem que havia uma porcentagem de referência que, se detectada, garantiria defesa real - não total - contra a covid. "Para ser reagente, precisava ser de, no mínimo, 35%. No texto [da reportagem que ele leu] colocaram que a referência do laboratório era essa para dizer se o bebê teria algum tipo de resistência ou proteção contra a covid-19", conta.

O infectologista Mateus Todt, da S.O.S Vida, explica que os anticorpos, mesmo em alta porcentagem, não garantem proteção total. "A resposta imunológica principal contra o vírus não acontece por anticorpos, ela é mediada por células e, por isso, não dá para quantificar a proteção e dizer que as células estão preparadas para gerar uma resposta imune. Dá para saber que existe um tipo de defesa, mas que não se sabe se é suficiente", detalha.

Mateus Todt, por sua vez, salienta que, no caso específico do teste de anticorpos neutralizantes, essa é a porcentagem mínima para se verificar uma proteção, o que é diferente em outros exames disponíveis. Segundo ele, o teste de anticorpos neutralizantes não é bem específico e que dá para atestar a proteção através de exames de anticorpos totais e diferenciais, que são o IgM e o IgG, sendo que a criança vai positivar para alguma defesa se o IgG for detectado.

O infectologista afirma ainda que, apesar da porcentagem não definir se há proteção ou não, ela pode ser usada para avaliar qual o nível de defesa do bebê. "Quanto mais anticorpos, obviamente, mais o seu organismo está preparado para lidar com o vírus. Claro que, se tiver muito anticorpo e não desenvolver resposta celular, vai desenvolver a doença do mesmo jeito. De forma geral, se a pessoa tem uma porcentagem maior, é melhor. Só não se pode dizer que é suficiente", diz.

A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), no entanto, ressalta que cada teste tem o seu valor de referência para definir a ausência ou presença dos anticorpos.

Proteção reforçada

No caso da pequena Joana, ela possui a segunda maior proteção do país, atrás apenas de um bebê de Recife, com 92% de anticorpos detectados.

"A gente ficou bem aliviado. Não foi para relaxar, mas diminuir um pouco da aflição que tínhamos com o bebê vindo ao mundo na pandemia. E saber disso, que há uma carga de proteção tão grande, nos deixa ainda mais alegres", disse João Paulo.

Emília, emocionada com o resultado, afirma que se sente recompensada como profissional da linha de frente que recebeu a oportunidade de tomar as duas doses da CoronaVac ainda gestante, em 23 de março e 20 de abril. "Para mim, como profissional de saúde, saber que tomei a vacina ainda gestante e que minha filha nasceu com a proteção é muito bom. Estou grata à ciência por ter tido esse privilégio".

Onde fazer o exame?

Para outras mães interessadas em saber se seus bebês também estão protegidos, já tem laboratório pronto para tirar a dúvida. No Laboratório Jaime Cerqueira, localizado na Pituba, há dois tipos de testes para bebês: o de anticorpos neutralizantes e IGG Anti-Spike, que custam, respectivamente, R$ 300 e R$ 200.

Conheça os bebês baianos com anticorpos para covid:

A Sesab, que certifica a presença de anticorpos nos bebês através do Lacen-BA, só registrou um recém-nascido nesta condição. Porém, só aqui no CORREIO, publicamos histórias de cinco bebês que tiveram a presença de anticorpos no organismo reconhecida. Veja quais foram, por ordem de nascimento:

1º - Ravi Dantas, nascido em 1º de maio, em Irecê;

Ravi testou positivo para anticorpos da covid-19 28 dias depois do seu nascimento. Sua mãe, Vitória Rocha, 25 anos, é psicóloga e, além de ter se infectado com a covid-19 na gravidez, quando estava com 15 semanas de gestação, tomou o imunizante CoronaVac. Ela trabalhava como recepcionista em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) que recebia, diariamente, pessoas com o novo coronavírus.

2° - Joana Cunha, nascida em 17 de maio, em Salvador;

Filha de enfermeira que atuou na linha de frente contra a covid-19, Joana herdou os anticorpos da mãe que foi vacinada nos últimos meses de gestação. Ela apresentou 70% de anticorpos reagentes em seu exame de anticorpos neutralizantes.

3º - Mateus Marques, nascido em 21 de maio, em Salvador;

Primeiro e único recém-nascido baiano com anticorpos contra a covid-19 registrado pela Sesab, Mateus herdou imunidade depois de sua mãe, Patrícia Marques, que é médica obstetra, receber a primeira dose da vacina Oxford AstraZeneca em 4 de fevereiro e a segunda dose em 5 de maio, dezesseis dias antes do parto.

4º - Enzo de Carvalho Carneiro, nascido em 24 de maio, em Feira de Santana;

É filho da enfermeira Gabriele de Carvalho Moraes, que atua na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Pediátrica do Hospital Estadual da Criança (HEC), em Feira de Santana. Sua mãe tomou a primeira dose da Coronavac quando estava com 30 semanas de gestação, por indicação da médica, e a segunda quando já tinha 34 semanas de gravidez.

5º - Pietro Kevin Brito, nascido em 24 de maio, em Vitória da Conquista;

Sua mãe, Glece Quelle Brito, 25 anos, é auxiliar de farmácia de UTI em um hospital e pegou covid-19 dois meses antes de engravidar. Sem sintomas mais graves, ela se curou através da produção de anticorpos e parece estar com eles até agora, o que possibilitou que Pietro viesse ao mundo com a proteção.

O volume do comércio varejista brasileiro teve alta de 1,8% de março para abril deste ano. O crescimento veio depois de uma queda de 1,1% observada na passagem de fevereiro para março. Essa é a maior alta para o mês de abril desde 2000. Os dados são da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada hoje (8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O varejo também cresceu 0,4% na média móvel trimestral, 23,8% na comparação com abril do ano passado, 4,5% no acumulado do ano e 3,6% no acumulado de 12 meses.

Sete das oito atividades pesquisadas pelo IBGE tiveram alta na passagem de março para abril, com destaque para móveis e eletrodomésticos (24,8%), tecidos, vestuário e calçados (13,8%) e equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (10,2%).

Também tiveram aumento no volume de vendas os segmentos de outros artigos de uso pessoal e doméstico (6,7%), livros, jornais, revistas e papelaria (3,8%), combustíveis e lubrificantes (3,4%), e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (0,9%).

A única queda de março para abril foi observada na atividade de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-1,7%).

A receita nominal do varejo teve altas de 1,4% na comparação com março deste ano, 36,1% em relação a abril do ano passado, 15,2% no acumulado do ano e 10,6% no acumulado de 12 meses.

O varejo ampliado, que analisa também os veículos e materiais de construção, teve alta de 3,8% de março para abril, puxada pelos crescimentos de 20,3% do setor de veículos, motos, partes e peças, e de 10,4% da atividade de materiais de construção.

Também houve altas, no volume do varejo ampliado, na média móvel trimestral (0,7%), comparação com abril de 2020 (41%), acumulado do ano (9,2%) e acumulado de 12 meses (3,5%).

A receita do varejo ampliado cresceu 3,8% em relação a março deste ano, 54,1% na comparação com abril do ano passado, 20,7% no acumulado do ano e 10,8% no acumulado de 12 meses.

Pelo segundo ano consecutivo, o São João não vai poder ser comemorado, por conta da pandemia do novo coronavírus. Ao todo, de 18 cidades com tradição nos festejos juninos procuradas, as perdas para a economia baiana são de mais de R$ 133 milhões. Mas, segundo o Observatório da Economia Criativa da Bahia (OBEC-BA), com base no cálculo das prefeituras do estado, estima-se que quase R$ 1 bilhão deixe de circular na Bahia sem as festas de São João.

Na avaliação do publicitário Gabriel Carvalho, criador do site São João na Bahia e especialista nesse festejo popular, há uma ‘democratização’ nos lucros das festas juninas. “É uma celebração onde todo mundo ganha. Estima-se que a movimentação financeira chegue próximo a R$ 1 bilhão na Bahia. Isso sem contar nos milhares de empregos gerados que a gente nem consegue contabilizar direito, pois envolve desde o comércio ao vendedor ambulante, passando pelas pequenas industrias, os artistas e a economia criativa”, explica.

Só em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), são mais de R$ 60 milhões que o município deixará de ganhar. No Recôncavo, na cidade de Cruz das Almas, são mais de R$ 30 milhões perdidos. Já em Santo Antônio de Jesus, segundo estimativas do setor, a festa na cidade costuma movimentar cerca de R$ 10 milhões. Por sua vez, em Amargosa, no Vale do Jiquiriçá, em torno de R$ 20 milhões não vão circular na cidade em 2021 por causa da pandemia.

Na Bahia, em condições normais, a festa de São João acontece em mais de 300 municípios. São mais de 2 milhões de baianos circulando no próprio estado, sendo que metade disso são pessoas da capital com destino ao interior, de acordo com Gabriel Carvalho.

“Mais um ano sem São João dói muito em quem gosta e participa. E dói, principalmente, no bolso. O São João representa renda para aqueles que plantam, se apresentam no palco, vão vender sua cerveja e, também, para toda a economia do estado, de uma forma geral”, argumenta.

Tão apaixonado por São João, o próprio Gabriel Carvalho tem o costume de, desde os 16 anos, viajar para alguma cidade da Bahia no mês de junho, alternando entre Santo Antônio de Jesus, Amargosa, Ibicuí e Cruz das Almas. Ano passado, por causa da pandemia, foi a primeira vez, desde então, que ele ficou na capital. Em 2021, a programação terá que ser repetida. “O arrasta-pé vai ser aqui em casa mesmo, cumprindo o isolamento social e com comidas típicas”, disse.

Grandes cidades lamentam falta dos festejos juninos
Em Camaçari, cidade baiana que estima ter o maior prejuízo com a não-realização das festas juninas, o cálculo da prefeitura é feito com base na movimentação do comércio, da rede hoteleira, turismo, ambulantes, barraqueiros, logística de transporte e outros setores. Dos cofres municipais, o investimento era de R$ 8 milhões, se levar em conta todo o mês de junho. O retorno vinha em quase oito vezes mais: R$ 60 milhões.

Na cidade, as celebrações começam no dia de Santo Antônio, 13 de junho. Mas a grande festa mesmo era o Camaforró, entre 21 a 23 do mesmo mês. Em 2019, ela reuniu mais de 60 mil pessoas por dia. Ao todo, foram 50 shows divididos entre os três palcos. Mais da metade dos artistas eram da localidade, mas a última edição também teve Calcinha Preta, Simone e Simaria, Lambasaia e Magníficos.

No Recôncavo, Cruz das Almas chega ao segundo ano sem São João com muito a lamentar. Por lá, mesmo antes da emancipação da cidade, em 1896, a tradição junina já existia. Na época, o local era apenas um distrito do município de São Félix. As festas eram realizadas nas famílias e entre a comunidade – inclusive, com a tradicional guerra de espadas, hoje proibida.

“Estima-se que o São João movimente cerca de R$ 30 milhões na economia local, incluindo os comércios tradicionais e ambulantes. Com o grande número de turistas na cidade, há um aquecimento das compras no período junino”, explica o secretário de Planejamento e Desenvolvimento Econômico da cidade, Euricles Neto.

Em condições normais, o ‘arraiá’ de Cruz das Almas atrai milhares de turistas durante quatro dias do mês de junho. Trata-se de um grande festival de música popular, com destaque para bandas de forró e outros ritmos nordestinos. Este ano, para não causar um sentimento de normalidade na população, a prefeitura optou por não decorar a cidade. Mesmo assim, a gestão municipal promete desenvolver algum projeto para manter viva a tradição nesse contexto.

Em Amargosa, palco do show virou ponto de vacinação
Se é para celebrar o São João em 2021, que seja com muita vacina! Isso, pelo menos, é o que parece estar acontecendo em Amargosa. Por lá, na praça que costuma receber os shows responsáveis por lotar a cidade, o palco deu espaço a um drive-thru de vacinação contra a covid-19. É a esperança de que, em 2022, tudo vai voltar ao normal.

“Dá um aperto no coração de todos nós que gostamos de São João. Particularmente, é a festa que eu mais gosto de realizar e participar, e tenho certeza de que é a preferência da população baiana e do Nordeste inteiro. Deixo um recado para que sigamos firmes, tomando todos os cuidados, para terminar este ano livre da pandemia e, em 2022, voltar à normalidade. Amargosa vai realizar o maior e melhor São João de todos os tempos, aquele com um gosto de saudade e reencontro”, promete o prefeito da cidade, Júlio Pinheiro (PT).

Segundo o gestor, no São João, a cidade que tem 37 mil habitantes dobra a sua população com a quantidade de visitantes. “Esse público ainda é ampliado por conta das pessoas de cidades circunvizinhas que vêm apenas à noite para conferir as principais atrações. A gente acredita que o público é, mais ou menos, esse: de 40 ou 50 mil pessoas”, explica.

Santo Antônio de Jesus aposta em lives e decoração da cidade durante a pandemia
Se para fazer São João tem que se reinventar, a cidade de Santo Antonio de Jesus decidiu assumir isso na prática. Em 2021, saem os grandes shows e aglomerações e entram as lives e distanciamento social. Tudo isso para manter a curtição típica do período viva no município. “É uma forma de valorizar os nossos artistas. As pessoas estão participando, contribuindo. Essa é a esperança de que esse período triste vai passar”, diz a secretária de Cultura Silvia Brito.

Lá, a festa virtual começou no dia 29 de maio, aniversário do município, que foi marcada por uma live de forró com artistas locais e, no último sábado (5), um concurso de música escolheu a melhor canção junina do ano com o tema “Plantando esperança para colher alegria em SAJ, o Melhor São João da Bahia”. Foram inscritas 24 canções inéditas, todas compostas por artistas locais. Desses, 10 foram selecionados para a grande final e os vencedores receberam os prêmios de R$ 5 mil reais para o primeiro colocado, R$ 2,5 mil para o segundo e R$ 1 mil para o terceiro colocado.

A equipe da prefeitura também está preparando uma grande live na véspera do São João para aquecer os corações dos que gostam da festa. O conjunto de iniciativas promete animar os forrozeiros de plantão que este ano não poderão dançar agarradinhos, mas terão a oportunidade de admirar apresentações e ouvir forró.

“A gente tem total expectativa de fazer uma das maiores festas da Bahia em 2022. Já estávamos nos consolidando no cenário nacional e a intenção é ter uma festa a altura”, promete a secretária de cultura.

Em Mata de São João, arrecadação de ISS caiu 75% em junho
Na Região Metropolitana de Salvador, em Mata de São João, as perdas também foram grandes, apesar de não existirem números concretos. A arrecadação de Imposto Sobre Serviço (ISS) do município, que incluem os bares, restaurantes, hotéis e pousadas, teve uma redução de 75% em junho de 2020 comparado a junho de 2019. Antes da pandemia, a cidade arrecadou mais de R$ 3,7 milhões com ISS, contra R$ 963 mil no ano passado.

A prefeitura pontua, no entanto, que, neste período de 2020, somente os serviços essenciais – mercados e farmácia - estavam abertos, e que os ambulantes não conseguem ser contabilizados, por não pagarem esse tipo de imposto. Segundo a gestão, portanto, as perdas são muito maiores.

Em Ibicuí, no Centro Sul da Bahia, os prejuízos são na ordem de R$ 5 milhões. “A população como um todo sofre sem os festejos juninos. O São João é tradição em Ibicuí e faz parte da história de muita gente. Financeiramente falando, as pessoas que trabalham com eventos, músicos, equipes de produção e montagem, comerciantes em geral, prestadores de serviços e corretores ou pessoas que alugam suas casas para o período festivo são os que mais sentem. É um serviço que deixa de acontecer e, portanto, um dinheiro que deixa de entrar pra cada uma dessas pessoas”, revela a prefeitura. Mais do a perda financeira, existe o prejuízo sentimental.

“Maior que o prejuízo financeiro, existe um prejuízo sentimental, já que todos os ibicuienses sentem uma imensa falta deste momento único O São João é o mais importante festejo para o nosso ciclo cultural, e isso desde muito tempo. Ibicuí vive profundamente a época”, acrescenta.

Por isso, pular fogueira só ano que vem, se o cenário pandêmico for viável. “O que precisamos agora é resguardar vidas, e a não comemoração do São João. Ano que vem, pensando na possibilidade de todos já estarem vacinados, faremos, com certeza, o melhor São João. Aí, sim, vamos matar a saudade acumulada nesses dois anos”, explica.

Retorno financeiro é fruto do investimento municipal nas festas
No Sul da Bahia, em Ipiaú, são cerca de R$ 400 a 500 mil que a prefeitura deixa de injetar na economia da cidade. Lá não é exatamente o São João que é comemorado, e sim o São Pedro, no dia 29 de junho. Nos três dias de festas públicas, mais de 35 mil pessoas frequentam o município, sem contar com os habitantes, que são 45 mil.

O diretor de cultura disse que nunca fez um levantamento de quanto seria o retorno financeiro a partir do investimento da prefeitura. Mas sabe que é maior que os R$ 500 mil investidos.

"A gente nunca fez um estudo de quanto o São João movimenta na cidade, mas a gente percebe que o comércio vende muito, fica muito aquecido. Nos dias seguintes, muitas pessoas vão fazer depósito nos bancos ou pagam boletos, então agente percebe o impacto por aí”, comenta o diretor de cultura da secretaria de educação e cultura de Ipiaú, Marcelo Batista.

Na última edição da festa de São Pedro, artistas como Saia Rodada e Marília Mendonça estiveram no palco. Não existem ainda festas privadas na cidade. De acordo com diretor, os ambulantes são os mais impactados com a impossibilidade da realização dos festejos juninos. “É toda uma rede, mas os ambulantes, que vivem da festa, para vender sua cerveja, seu churrasco, hoje estão impedidos pelo combate ao vírus”, acredita.

Mercado informal do interior pode ser o mais prejudicado, aponta gestores
O diretor de cultura, esporte e lazer de Jaguarari, Leandro Silva, está preocupado com o mercado informal que dependia dos sete dias de festas de São João que tinha na cidade. “Os vendedores ambulantes sofreram muito, porque temos muito movimento durantes esses dias de festa, então dá para eles se manterem por mais seis meses. Além das 25 barracas que montamos, temos em torno de 100 pessoas que vendem acarajé, tapioca, cachorro quente, chapéu, maçã do amor... Eles estão todos sem poder vender seus produtos e não têm renda, porque não têm renda fixa”, expõe Silva.

Na cidade, o prejuízo sem a festa é de R$ 2 a R$ 2,5 milhões. “A gente tinha uma base de investimento em torno de R$ 700 mil a R$ 1 milhão e uma rentabilidade de R$ 2 a 2,5 milhões, com a movimentação na rede hoteleira, dos barraqueiros e com os patrocínios”, explica. Em torno de 8 a 10 mil pessoas, incluindo os moradores, frequentavam as festas quando eram realizadas. Bandas como Calypso, Calcinha Preta, Limão com Mel e o cantor Leonardo já tocaram por lá.

Em Euclides da Cunha, no Nordeste da Bahia, o prejuízo da não realização do Arraiá do Cumbe, como a festa é chamada, é de R$ 5 mihões. A prefeitura investia R$ 2 milhões na realização do evento, que teve um público de cerca de 30 mil pessoas por dia entre 21 e 24 de junho de 2019. Na época, dentre as principais atrações que passaram pelo município, estavam Alcymar Monteiro, Jonas Esticado e Gatinha Manhosa.

“Levando em consideração a movimentação que o Arraiá do Cumbe traz para a cidade, quem mais sentiu os efeitos do cancelamento das últimas edições do São João (2020 e 2021) são: hotéis, vendedores ambulantes, restaurantes, distribuidoras de bebidas, artistas locais, mercados e postos de combustíveis, nessa ordem”, apontou a prefeitura, em nota.

Alguns municípios não conseguiram estimar o tamanho do prejuízo
Em Mucugê, na Chapada Diamantina, a prefeitura não soube informar as perdas. “Ainda não temos como estimar, está muito cedo. Teremos uma perda de receita com certeza, mas os hotéis estão com boa ovulação, mesmo sem festas. Então fica difícil fazer esta estimativa, porque até a data e, dependendo dos novos decretos estaduais, tudo pode mudar”, diz a secretária de turismo de Mucugê, Fabiana Profeta. Ela assegura que não terá festas de São João, mas como o feriado “ainda é muito forte” e “as pessoas querem viajar mesmo sem festa”, não pode prevê a movimentação na cidade.

A prefeitura de Piritiba, no Centro Norte, disse que, no mês de maio, já estaria com todos os hotéis e pousadas lotados. “Com toda certeza é um grande prejuízo financeiro para o município, pois durante o período junino tínhamos mais de 30 arraiás entre povoados e nas ruas da sede do município, além do tradicional Arraial Capim Guiné. No entanto, é um momento de se pensar no coletivo e na vida humana que é o bem mais precioso que existe”, afirma a prefeitura, por meio de nota.

Em Irecê, a prefeitura também não soube informar o quanto o São João movimenta na economia da cidade. Mas por lá, a gestão municipal costuma investir cerca de R$ 3,5 milhões de recursos próprios, além da arrecadação de cerca de R$ 1 milhão com patrocínios.

“Sem a festa, o município perde na atração de turistas, o comércio deixa de vender e, como consequência, deixa de contratar. Tem também a perda cultural e das opções de lazer que são geradas neste período”, lamenta a prefeitura, em nota.

O CORREIO também procurou as cidades de Senhor do Bonfim, Alagoinhas, Cachoeira, Ipirá, Juazeiro e Itaberaba, mas não obteve retorno até o fechamento do texto. Já a Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais (SEI) informou não possuir estudo relacionado ao São João na Bahia, mas que algo deve ser lançado em breve.

Banda Paixão di Vaqueiro, de Jaguarari, teve que vender van durante a pandemia
Um reflexo dos problemas enfrentados no cancelamento do São João está nos artistas locais. De Jaguarari, a banda Paixão di Vaqueiro, que tem sete anos de estrada, teve que se desfazer da van que usava para transportar os músicos no show.

O empresário Binho Marques conta que ainda tentou durante seis meses manter a estrutura do grupo como era antes da pandemia, mas sem nenhuma receita financeira, a solução encontrada foi demitir todos os 18 funcionários até que shows possam ser realizados novamente.

“Todo o nosso setor vem sofrendo, pois não tem uma resposta definitiva de quanto vai ter um retorno. Estamos de mãos atadas, forçados até a entrar em outros ramos para sobreviver. Mas graças a Deus a banda tá unida e de pé. Tivemos que fazer a demissão, mas todos tem certeza de que vão retornar aos seus postos quando tudo voltar ao normal”, explica.

Binho conta que, para sobreviver, alguns músicos da banda passaram a atuar como taxistas, mototaxistas e até empresários. “A maioria parou com a música. Infelizmente, nós não podemos fazer nada, a não ser tocar em casa”, lembra.

Em 2020, a banda Paixão di Vaqueiro até realizou algumas lives para arrecadar dinheiro para os músicos, mas não há nada programado para 2021. “Um dos nossos principais faturamentos era o mês de junho. Já chegamos a fazer 25 shows e faturar quase R$ 500 mil reais. Hoje estamos mesmo de mãos atadas, esperando tudo isso acabar”, diz Marques.

Grandes festas privadas de São João na Bahia seguem canceladas
Se no início da pandemia, em março de 2020, alguém dissesse a Diego Lomanto, um dos realizadores do Forró do Piu-Piu, que a festa não iria ser realizada naquele ano, ele iria duvidar. “Nunca passou pela minha cabeça que a pandemia fosse chegar a esse ponto. A gente nem imaginava que em 2020 não iria ter São João. A nossa expectativa era de que tudo tivesse normalizado agora, mas seguimos sem horizonte”, lamenta o empresário.

Assim como foi no ano passado, o Forró do Piu-Piu, realizado tradicionalmente em Amargosa, segue cancelado. Em condições normais, cerca de 12 mil pessoas eram atraídas pelos shows, que beneficiava não só os realizadores. “Entre empregos diretos e indiretos, gerávamos mil postos de trabalho, a maioria de pessoas da própria Amargosa”, explica.

Para Lomanto, não há condições de uma festa como a sua ser realizada antes de que a maioria da população já esteja vacinada. “Só passa pela minha cabeça fazer um evento como esse quando a maior parte das pessoas tiver tomado sua vacina e houver segurança. Não adianta eu querer fazer uma festa e o poder público não estar alinhado com isso. Nós estamos em total diálogo com a prefeitura e o governo do estado”, diz.

Em Ibicuí, o Forró Brega Light também segue cancelado. Cassio Andrade, um dos diretores do show que atrai 15 mil pessoas por dia, aponta que quase mil empregos diretos são gerados pelo evento. “Para a cidade, está sendo muito complicado, pois é uma festa que movimenta muito a economia. São muitos moradores que alugam suas casas, por exemplo”, conta.

No ano passado, para lidar com a ausência dos shows, o Brega Light até realizou uma live, mas isso não deve acontecer esse ano. “Nós tivemos mais trabalho para fazer a live do que a festa, pois demanda muito tempo e uma boa estrutura de internet”, lembra. O jeito, para o empresário, é esperar chegar 2022.

“Se Deus quiser, vamos voltar com tudo. E estamos projetando muitas melhorias na festa, muita coisa boa. Queremos que o Brega Light seja um festival referência no Brasil inteiro. Vamos tirar da pandemia uma oportunidade de se reinventar, se planejar e melhorar mais ainda”, promete.

O Governo do Estado prorrogou o toque de recolher das 21h às 5h, em toda a Bahia, até 15 de junho. Nos municípios localizados nas regiões da Chapada Diamantina, Oeste, Irecê, Jacobina, Sudoeste e Extremo-Sul, o toque de recolher vale das 20h às 5h. A prorrogação será publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) desta terça-feira (8).

Nas cidades integrantes das regiões de saúde em que a taxa de ocupação de leitos de UTI vier a se manter igual ou inferior a 75%, por cinco dias consecutivos, a restrição na locomoção noturna será válida das 22h às 5h.

Também fica proibida, em todo o território baiano, a venda de bebida alcoólica em quaisquer estabelecimentos, inclusive por delivery, no período das 18h de 11 de junho, sexta, até as 5h de 14 de junho, segunda-feira.

Nos municípios integrantes de regiões de saúde em que a taxa de ocupação de leitos de UTI vier a se manter igual ou inferior a 75%, por cinco dias consecutivos, a comercialização de bebida alcoólica no fim de semana será liberada.

Região Metropolitana de Salvador
Na Região Metropolitana de Salvador (RMS), a restrição de locomoção noturna será das 20h às 5h, entre a próxima sexta (11) e segunda-feira (14). De terça (8) a quinta-feira (10), o toque de recolher permanece das 22h às 5h. A medida vale para os municípios de Camaçari, Candeias, Dias D’Ávila, Itaparica, Lauro de Freitas, Madre de Deus, Mata de São João, Pojuca, Salvador, São Francisco do Conde, São Sebastião do Passé, Simões Filho e Vera Cruz.

Ainda na RMS, a venda de bebida alcoólica fica proibida em todos estabelecimentos, inclusive por delivery, das 20h de sexta (11) até as 5h de segunda-feira (14).

A circulação dos meios de transporte metropolitanos será suspensa das 22h30 às 5h, de terça-feira (8) a quinta-feira (10). Já de sexta (11) a domingo (13), os meios de transporte metropolitanos não circulam das 20h30 às 5h.

De terça (8) a quinta-feira (10), a circulação de ferry boats será suspensa das 22h30 às 5h. Na sexta-feira (11), os ferrys não circulam das 20h30 às 5h, ficando vedado o funcionamento no sábado (12) e no domingo (13).

As lanchinhas também não devem circular das 22h30 às 5h, de terça (8) a quinta-feira (10). Já entre sexta-feira (11) e domingo (13), as lanchinhas não circulam das 20h30 às 5h, limitada a ocupação ao máximo de 50% da capacidade da embarcação no sábado (12) e domingo (13).

Aulas
As unidades de ensino públicas e particulares podem manter as atividades de forma semipresencial. Para que isso, é necessário que a taxa de ocupação de leitos de UTI Covid esteja abaixo de 75%, por cinco dias consecutivos, nas regiões de saúde.

Além disso, as atividades letivas devem ficar condicionadas à ocupação máxima de 50% da capacidade de cada sala de aula e ao atendimento dos protocolos sanitários estabelecidos.

Eventos e shows
Os eventos e atividades que envolvam aglomeração de pessoas continuam proibidos até 15 de junho, em todo o território baiano, independentemente do número de participantes, ainda que previamente autorizados. Segue suspensa ainda, até 15 de junho, a realização de shows, festas, públicas ou privadas, e afins, independentemente do número de participantes, além de atividades esportivas amadoras em todos os municípios baianos.

Os eventos exclusivamente científicos e profissionais podem ocorrer com público limitado a 50 pessoas. Já os atos religiosos litúrgicos ficam permitidos mediante a ocupação máxima de 25% da capacidade do local. O funcionamento das academias também permanece autorizado mediante a ocupação máxima de 50%.

Continua proíbida em todo o território baiano, a prática de qualquer atividades esportivas coletivas amadoras até 15 de junho, sendo permitidas as práticas individuais, desde que não gerem aglomerações.

Regiões Oeste e Nordeste

Decretos renovam as medidas restritivas em municípios da região oeste e instituem também restrições para cidades da região nordeste

No oeste, as medidas atingem 36 municípios: Angical, Baianópolis, Barra, Barreiras, Bom Jesus da Lapa, Brejolândia, Brotas de Macaúbas, Buritirama, Canápolis, Catolândia, Cocos, Coribe, Correntina, Cotegipe, Cristópolis, Formosa do Rio Preto, Ibotirama, Ipupiara, Jaborandi, Luís Eduardo Magalhães, Mansidão, Morpará, Muquém do São Francisco, Oliveira dos Brejinhos, Paratinga, Riachão das Neves, Santa Maria da Vitória, Santa Rita de Cássia, Santana, São Desidério, São Félix do Coribe, Serra do Ramalho, Serra Dourada, Sítio do Mato, Tabocas do Brejo Velho e Wanderley.

Na região nordeste são 15 municípios onde valem a restrições: Adustina, Antas, Banzaê, Cícero Dantas, Cipó, Coronel João Sá, Fátima, Heliópolis, Nova Soure, Novo Triunfo, Olindina, Paripiranga, Ribeira do Amparo, Ribeira do Pombal e Sítio do Quinto.

Em ambas regiões está mantida, até 15 de junho, a restrição de locomoção noturna das 20h às 5h. Os estabelecimentos comerciais e de serviços devem encerrar as atividades 30 minutos mais cedo, para garantir o deslocamento de funcionários às residências. Cada município deve estabelecer critérios para lotação dos estabelecimentos permitidos e fiscalizar o cumprimento da medida.

Está proibido o funcionamento de academias, exceto os espaços voltados ao atendimento de fisioterapia, de acordo com protocolos sanitários estabelecidos, que indicam a atividade como uma possibilidade para determinados tratamentos pós Covid-19.

Ficam proibidos também a prática de esporte amador coletivo, os eventos e atividades que envolvam aglomeração de pessoas, independentemente do número de participantes, além dos shows e festas. Já os atos religiosos litúrgicos podem ocorrer com 25% da capacidade dos espaços.

Ainda de acordo com o novo decreto, está vedado, nas duas regiões, o funcionamento de bares, restaurantes e congêneres, no período das 18h do dia 11 de junho até as 5h do dia 14 de junho. Também neste período, estará proibida a venda de bebida alcoólica em quaisquer estabelecimentos, inclusive por sistema de entrega em domicílio (delivery) ou em depósitos e distribuidoras.

 

O final de semana e a segunda-feira (7) foram marcados por diversas reuniões. O motivo: liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para importação da vacina contra a covid-19 Sputnik V, concedida na última sexta-feira (4). De acordo com o secretário de Saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas, as 300 mil doses destinadas à Bahia irão imunizar 150 mil pessoas, com intervalo de 30 dias entre a primeira e a segunda aplicação. A data de chegada e as cidades de destino ainda não foram definidas.

Em publicação nas redes sociais, o secretário informou que os municípios que vão receber a Sputnik V devem ser de médio porte, conforme cenário epidemiológico local, para melhor monitoramento. Com isso, devido à grande quantidade populacional, por enquanto, Salvador vai ficar de fora.

“Aqui na Bahia nós deveremos aplicar 300 mil doses, sendo 150 mil pessoas e com intervalo de 30 dias. Nós faremos isso em cidades de médio porte, que estão por ser definidas em reunião com o governador Rui Costa com base no cenário epidemiológico da taxa de contágio”, afirmou Vilas-Boas.

O secretário disse ainda que a Bahia irá cumprir exigências da Anvisa referentes à checagem de lotes, envio de documentos e realização do acompanhamento da eficácia e segurança da vacina. Sobre a previsão de envio, publicou: “As vacinas devem estar aqui na Bahia cerca de 30 dias após nós iniciarmos o processo de ajuste contratual, que já está em fase avançada de conversa com os russos; são ajustes para reduzir a 1% o que havia sido pactuado originalmente”, finalizou.

Cronograma

Também nesta segunda, representantes da Anvisa, equipe técnica do Consórcio Nordeste e Amazônia Legal, e representantes dos procuradores e secretários de Saúde dos estados se reuniram para discutir a implementação das condicionantes pactuadas entre os estados e a Anvisa. Nesta terça (8) e também nos próximos dias, devem ocorrer reuniões com o Fundo Soberano Russo e com o Ministério da Saúde para definir o cronograma de entrega das vacinas.

“Vamos dialogar com a própria Anvisa, com o Ministério da Saúde para o mais rapidamente possível cumprir com estas regras e ter mais vacinas para mais vacinação. Já na terça-feira teremos uma agenda com o Fundo Soberano Russo, com o ministério da Saúde da Rússia para poder garantir esse cronograma. Um cronograma, esperamos, com a condição de entrega de vacinas até o mês de agosto para que a gente possa seguir salvando vidas no Brasil”, afirmou o presidente do Consórcio Nordeste e governador do Piauí, Wellington Dias.

O secretário de saúde Fábio Vilas-Boas explicou os ajustes que devem ser feitos. “É preciso fazer um ajuste contratual porque, a partir do momento que a gente autoriza a importação, não podemos nos basear no contrato anterior, que diz que vamos executar 50 milhões de doses, o que não é factível neste momento. É uma questão legal que precisa ser ajustada”, pontuou. A declaração foi feita em entrevista à TV Bahia.

Vilas-Boas também afirmou que está sendo decidido entre Rio de Janeiro e Pernambuco qual estado irá receber os imunizantes, já que os lotes deverão passar por avaliação do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS) para, então, serem liberados para distribuição. Também há discussão acerca de como será feito o monitoramento após aplicação das doses.

“Existe uma norma geral entendida de que a gente não deve pulverizar essa vacina aleatoriamente porque nós precisamos fornecer à Anvisa dados de farmacovigilância, de efeitos colaterais da vacina. Uma decisão que foi tomada pelos governadores é de concentrar em poucos municípios para que se possa ter um acompanhamento próximo e, sobretudo, rápido, já que, uma vez aplicadas essas doses, nós teremos, em sequência, a liberação para a importação de demais doses”, ressaltou Vilas Boas.

Para esse controle, o secretário afirmou que, para cumprir a exigência da Anvisa, o Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais do Instituto Couto Maia deverá ser utilizado para acompanhamento da vacinação.

Vacina é feita com dois adenovírus diferentes

A Sputnik V, fabricada pelo Instituto Gamaleya de Pesquisa (Rússia), foi o primeiro imunizante registrado contra a covid-19 no mundo. A vacina foi lançada pela Rússia em agosto de 2020, quando ainda tinha testes em andamento. A eficácia comprovada até agora é de cerca de 91%, podendo chegar até 97%, segundo o site oficial do imunizante. Até o momento, não há registro de reações adversas graves com ligação comprovada com a aplicação da Sputnik V.
A vacina deve ser aplicada em duas doses, com intervalo de 21 dias entre elas, podendo ser ampliado para três meses. É preciso ter atenção redobrada na aplicação, já que o conteúdo da primeira dose é diferente do da segunda. Isso porque o imunizante utiliza a tecnologia de vetor viral não replicante, com dois adenovírus diferentes, nomeados de D-26 D-5.

Como explica o site da vacina, "vetores" são portadores que podem entregar material genético de um outro vírus para uma célula. Nesse caso, o material genético do adenovírus que causa a infecção é removido e o material com um código de proteína de outro vírus (o coronavírus) é inserido. Este novo elemento é seguro para o corpo, mas ajuda o sistema imunológico a responder e produzir anticorpos que protegem contra infecções.

Na primeira dose, o D-26 leva a proteína S para dentro das células humanas, o que causará uma resposta imune do organismo, que começa a criar defesa contra a proteína e, consequentemente, anticorpos contra o coronavírus.

Na segunda dose, entra em cena o D-5, outro adenovírus que fará o mesmo papel, mas ao mesmo tempo tende a ser o diferencial mais assertivo do imunizante. Isso porque, segundo cientistas, por ter duas ‘fórmulas’ diferentes, essa vacina pode ajudar a produzir mais anticorpos contra o coronavírus e ser a responsável pela alta eficácia.

A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a Procuradoria-Geral da República (PGR) avalie se o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) cometeu crime de genocídio e charlatanismo na condução da crise sanitária.

O militar foi alvo de petição apresentada pelo advogado Jefferson de Jesus Rocha, profissional que amparou o teor da peça em trechos da Bíblia, segundo o UOL.

A ministra poderia ter arquivado a representação, porém, a determinação segue um rito protocolar, pois cabe à PGR, comandada pelo baiano Augusto Aras, averiguar se o pedido é ou não passível de análise.

O advogado preenche as páginas da representação com trechos da Bíblia, incluindo o livro do Apocalipse, dispensando informações técnicas sobre ações e omissões de Bolsonaro até então.

Além de genocídio e charlatanismo, o advogado pede que Bolsonaro seja investigado por representar perigo para a vida e para a saúde de outros.

A Bahia registrou 80 mortes e 2.400 novos casos de covid-19 (taxa de crescimento de +0,2%) em 24h, de acordo com boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) no final da tarde desta segunda (7). No mesmo período, 2.946 pacientes foram considerados curados da doença (+0,3%).

O total de mortes por covid-19 na Bahia é de 21.829. A taxa de letalidade da doença no estado é de 2,10%. Apesar das 80 mortes terem ocorrido em diversas datas, a confirmação e registro foram contabilizados nesta segunda. Todas ocorreram em 2021, sendo 60 em junho.

Dos 1.037.924 casos confirmados desde o início da pandemia, 1.003.088 já são considerados recuperados, 13.007 encontram-se ativos. Na Bahia, 49.533 profissionais da saúde foram confirmados para Covid-19.

De acordo com a Sesab, a existência de registros tardios e/ou acúmulo de casos deve-se à sobrecarga das equipes de investigação, pois há doenças de notificação compulsória para além da Covid-19. Outro motivo é o aprofundamento das investigações epidemiológicas por parte das vigilâncias municipais e estadual a fim de evitar distorções ou equívocos, como desconsiderar a causa do óbito um traumatismo craniano ou um câncer em estágio terminal, ainda que a pessoa esteja infectada pelo coronavírus.

Situação da regulação de Covid-19
Às 12h desta segunda-feira, 148 solicitações de internação em UTI Adulto Covid-19 constavam no sistema da Central Estadual de Regulação. Outros 101 pedidos para internação em leitos clínicos adultos Covid-19 estavam no sistema. Este número é dinâmico, uma vez que transferências e novas solicitações são feitas ao longo do dia.

O governo Jair Bolsonaro recusou, no ano passado, doses das vacinas da Pfizer pela metade do preço pago por Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia, informa o jornal Folha de S. Paulo.

O ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, considerou os imunizantes caros em agosto de 2020. Na oportunidade, 70 milhões de doses poderiam ser entregues à partir de dezembro a 10 dólares cada.

EUA e Reino Unido já imunizaram cerca de 40% da população com duas doses das várias vacinas adquiridas e têm economias funcionando quase livremente. Caso o Brasil seguisse a mesma política, o mesmo cenário seria visto por aqui.

Ambos os países pagaram cerca de US$ 20 pelas doses da Pfizer, o dobro do valor recusado pelo Brasil durante vários meses em 2020. Na União Europeia, as doses do laboratório norte-americano custaram US$ 18,60.

Além disso, o governo federal ignorou 53 e-mails enviados pela farmacêutica oferecendo as doses do imunizante, revelou o vice-presidente da CPI da Covid, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

À CPI, Pazuello qualificou a proposta da Pfizer como “agressiva”, apontou entraves em cláusulas do contrato e disse ter considerado muito elevado o preço de US$ 10 por dose —valor acatado meses depois ainda na gestão de Eduardo Pazuello.

 

 

 

As primeiras doses da vacina russa Sputnik V devem chegar ao Brasil em julho. A informação foi dada à CNN pelo governador do Maranhão, Flávio Dino. Já de acordo com o secretário de saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas, ainda não é possível afirmar uma data. No sábado (5), gestores-chefes do Executivo das regiões Norte e Nordeste se reuniram para definir os próximos passos após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizar a importação, sob condições controladas, de 928 mil doses da Sputnik V. Também foi aprovada a importação, nas mesmas medidas, de 4 milhões de doses da vacina indiana Covaxin, que ainda não têm previsão de chegada ao Brasil.

A aprovação da Anvisa, na última sexta-feira (4), faz com que a Sputnik V e a Covaxin se juntem à Coronavac, Astrazeneca/Oxford e Pfizer, todas já em uso no Brasil. Os dois novos imunizantes a entrarem na lista foram lançados antes mesmo da conclusão dos estudos, se tornando alvo de incertezas. Agora que chegam ao Brasil, serão aplicados com diversas restrições e exigências de acompanhamento. Entenda o porquê e o que se sabe sobre as duas vacinas:

Sputnik V
Com a decisão da Anvisa, o Brasil se tornou o 67º país do mundo a autorizar a Sputnik V. Mas a marca poderia ter sido alcançada bem mais cedo. É que, ainda em março deste ano, o governo da Bahia anunciou um contrato para a compra de 9,7 milhões de doses da Sputnik V, como parte de negociação do Consórcio Nordeste com o Fundo de Investimentos Diretos da Rússia, que fornecerá 37 milhões de doses ao Brasil. A primeira remessa, que tinha previsão de chegar em abril, seria de 2 milhões de doses. Sem autorização da Anvisa, contudo, não houve remessas.

Agora, a Anvisa autorizou a importação por seis estados, no quantitativo equivalente a 1% da população de cada um. O estado da Bahia foi autorizado a importar 300 mil doses; o Maranhão, 141 mil doses; Sergipe, 46 mil doses; o Ceará, 183 mil doses; Pernambuco, 192 mil doses, e o Piauí, 66 mil doses. A agência informou que “vai analisar os dados de monitoramento do uso da vacina para poder avaliar os próximos quantitativos a serem importados”.

O secretário Vilas-Boas, em entrevista no sábado (5) à TV Bahia, informou que ações já estão sendo feitas para agilizar a chegada das doses da Sputnik à Bahia. “Estamos analisando de que forma podemos agilizar todas as condicionantes [impostas pela Anvisa]. Já dividimos elas. Uma pequena parte deverá ser providenciada pelo fundo russo e outra parte caberá a nós secretários estaduais de saúde, mas tudo dentro do previsto e do que já imaginávamos que seriam nossas responsabilidades de fazer todo o processo de acompanhamento de farmacovigilância da introdução dessa vacina no país”, afirmou o secretário.

Vilas-Boas, contudo, explicou que ainda não é possível dizer quando a vacina chegará em solo baiano. “Depende agora de uma conversa com os russos. Temos que fazer um ajuste legal no nosso contrato. O contrato que temos prevê uma quantidade de 37 milhões [de doses para o Nordeste] e nós vamos ter que fazer um aditivo informando que será de 1% inicialmente e, posteriormente, com a autorização definitiva da Anvisa, a gente poderá executar o resto do contrato”, destacou.

A Sputnik V foi o primeiro imunizante registrado contra a covid-19 no mundo. A vacina foi lançada pela Rússia em agosto de 2020, com testes ainda em andamento. A principal preocupação em torno do imunizante diz respeito ao tipo de tecnologia utilizada: vetor viral não replicante.

Isso significa dizer que os cientistas utilizaram adenovírus para simular no organismo a presença de uma ameaça mais perigosa e que se deseja combater para gerar uma resposta imune. Eles foram modificados para não serem capazes de se replicar depois que entram nas células humanas.

Ao contrário de outros imunizantes que também usam adenovírus, como o da AstraZeneca/Oxford e o da Janssen, a Sputnik V é a única a usar dois vetores: o Ad26 e o Ad5, um em cada dose. Esse é justamente o trunfo da vacina russa, em comparação com as outras.

"A ideia de modificar dois adenovírus diferentes é para reduzir uma possível resposta imune contra o próprio vetor. Por isso, ela tem uma eficácia maior do que as outras vacinas com vetor viral. A eficácia dela no estudo publicado foi acima de 90, enquanto as outras ficam em torno de 70% a 75%", diz a infectologista e imunologista Fernanda Grassi, pesquisadora da Fiocruz e integrante da Rede Covida.

Usar um adenovírus geneticamente modificado para que não se repliquem é algo relativamente comum - acontece em vacinas como a do ebola, por exemplo. Esse tipo de imunizante costuma ser considerado seguro pela comunidade científica.

O problema, segundo a Anvisa, é que os adenovírus usados nessa vacina poderiam, sim, se replicar e isso pode fazer mal à saúde de quem for imunizado com ela. O fato está ainda em discussão e documentos estão sendo solicitados para análise e conclusão.

“A Sputnik está sendo usada em mais de 60 países e não temos ouvido falar de efeitos ou reações graves. As reações que estão sendo observadas são normais de algumas vacinas. Quem recebe vacina pode ter febre, dor no local da aplicação, moleza, sintomas já esperados”, acrescenta Fernanda.

Covaxin
Já a indiana Covaxin faz parte de um contrato do Ministério da Saúde com a Precisa Medicamentos/Bharat Biotec para compra de 20 milhões de doses. A previsão era da chegada de 8 milhões de doses ainda em março, mas a importação não foi autorizada. A decisão de sábado da agência regulatória brasileira permitiu, por enquanto, o uso de 4 milhões de unidades do imunizante.

A Anvisa ponderou o fato de não ter recebido relatórios da agência indiana, o curto prazo de acompanhamento dos participantes dos estudos e a inconclusão dos estudos da fase 3, etapa que atesta a eficácia da vacina.

A Covaxin usa versões inativadas do Sars-CoV-2. Essa é uma tecnologia tradicional e semelhante à utilizada pela Coronavac, do Instituto Butantan. “A partir do vírus inteiro, as substâncias químicas são inativadas e são adicionadas então substâncias que fazem aumentar a resposta imune”, explica a imunologista. A vacina, portanto, contém vírus mortos, incapazes de infectar pessoas, mas ainda capazes de instruir o sistema imunológico a montar uma reação defensiva contra uma infecção.

Vacinas com vírus inativados, como a Covaxin, têm tecnologia semelhante a de vacinas da gripe, poliomielite, entre outras. É uma plataforma bem estabelecida e considerada segura na produção de vacinas. “São as vacinas, digamos, mais fáceis de serem feitas. A vantagem é a facilidade e o fato de já conhecermos. Mas elas dão uma imunidade um pouco menor do que outras vacinas com outras tecnologias. Cada uma tem suas vantagens e desvantagens”, pontuou Fernanda.

Outra possível vantagem das vacinas com vírus inativados é o melhor funcionamento contra mutações. Parte dos imunizantes disponíveis hoje (como o da Pfizer e o da Astrazeneca) focam na proteína S, a spike, do agente infeccioso. Se esse trecho do vírus sofre mutações, é possível que as doses percam parte da eficácia, embora isso precise ser estudado. O produto da Barat Biotech, por outro lado, apresenta o vírus todo (inativado) ao sistema imune. Com isso, a chance de reconhecer o Sars-CoV-2 mesmo se ele sofrer alterações relevantes seria maior.

Aprovação com restrição
A Anvisa considera que ainda faltam informações sobre os dois imunizantes - motivo pelo qual o pedido inicial foi negado em março, no caso da indiana Covaxin, e em abril, para a russa Sputnik V. Entretanto, por votação de 4 a 1, a diretoria colegiada decidiu que o atual momento da pandemia no Brasil justificaria aprovar a importação "com condicionantes". Isso significa que a Anvisa não se responsabiliza pela eficácia e segurança, mas permite a importação e aplicação restrita, entregando a responsabilidade aos fabricantes e compradores.

Caso o uso emergencial, que está, separadamente, em análise, seja reprovado pelo órgão brasileiro ou pela Organização Mundial da Saúde (OMS), os estados devem suspender a importação, distribuição e uso dos imunizantes imediatamente. A autorização do uso emergencial é dada pela Anvisa após a análise e constatação de eficácia e segurança de uma vacina.

Como ressaltou o gerente geral de medicamentos da Anvisa, Gustavo Mendes, nenhuma das duas vacinas deve ser usada por quem tem hipersensibilidade a qualquer dos componentes da fórmula, como grávidas, lactantes, menores de 18 anos, maiores de 60 anos, mulheres em idade fértil que desejam engravidar nos próximos 12 meses, pessoas que tenham enfermidades graves ou não controladas (cardiovascular, respiratória, gastrointestinal, neurológica, insuficiência hepática, insuficiência renal, patologias endócrinas) e antecedentes de anafilaxia.

Não poderão usá-las pessoas que tenham recebido outra vacina contra a covid-19, apresentem febre, tenham HIV e hepatite B ou C, tenham se vacinado nas quatro semanas anteriores, tenham recebido imunoglobulinas ou hemoderivados três meses antes, tenham recebido tratamentos com imunossupressores, citotóxicos, quimioterapia ou radiação nos últimos 36 meses e que tenham recebido terapias com biológicos incluindo anticorpos anticitocinas e outros anticorpos.

As 5 vacinas aprovadas no Brasil

*No Brasil, nenhuma vacina está sendo aplicada em pessoas com menos de 18 anos.

Sputnik V

Fabricante: Instituto Gamaleya de Pesquisa (Rússia).
Tipo de tecnologia: Vetor viral não replicante.
Data de aprovação pela Anvisa: 4 de junho de 2021.
Tipo de aprovação: Importação de lotes com restrições
Quantidade de doses: Duas. A aplicação precisará ter atenção redobrada, pois o conteúdo da primeira e da segunda dose da Sputnik são diferentes.
Intervalo entre as doses: 21 dias (com possibilidade de ser ampliado para três meses)
Taxa de eficácia: 91%.
Efeitos colaterais: Comum - doença semelhante à gripe, dor de cabeça, fadiga, reações no local da injeção. Foi confirmado pelo Comitê Independente de Monitoramento de Dados que nenhum evento adverso sério relacionado à vacina foi observado.

Covaxin

Fabricante: Bharat BioTech (Índia).
Tipo de tecnologia: Vírus inativado.
Data de aprovação pela Anvisa: 4 de junho de 2021
Tipo de aprovação: Importação de lotes com restrições.
Quantidade de doses: Duas.
Intervalo entre as doses: 4 semanas.
Taxa de eficácia: 78% (100% em casos graves)
Efeitos colaterais: Estudos publicados sobre as fases 1 e 2 não mostram efeitos colaterais graves.

Coronavac

Fabricantes: Sinovac (China) e Instituto Butantan (Brasil).
Tipo de tecnologia: Vírus inativado. O coronavírus é inativado por ação do calor ou de algum produto químico. Quando o corpo recebe a vacina, o vírus inativado faz com que o corpo gere anticorpos contra a covid-19. Isso porque as células de resposta imune “capturam” o vírus inativado e ativam a ação dos chamados linfócitos, células que são especializadas em combater microrganismos. São elas que produzem os anticorpos, que impedem que o vírus infeste outras células e fiquemos doentes.
Data de aprovação pela Anvisa: 17 de janeiro de 2021.
Tipo de aprovação: Emergencial.
Quantidade de doses necessárias: Duas.
Intervalo entre as doses:2 a 4 semanas.
Taxa de eficácia: 50% (Pode chegar a 62%)
Efeitos adversos: Muito comum - dor no local da aplicação, dor de cabeça, cansaço. Comum - cansaço, febre, dor no corpo, diarreia, náusea, dor de cabeça, enjoo, dor muscular, calafrios, tosse, perda de apetite, coceira, coriza. Incomum - vômitos, dor abdominal inferior, distensão abdominal, tonturas, tosse, perda de apetite, reação alérgica, pressão arterial elevada, hipersensibilidade alérgica ou imediata, inchaço, coceira, vermelhidão, diminuição da sensibilidade, endurecimento, hematoma, vertigem

Astrazeneca/Oxford

Fabricantes: AstraZeneca (Inglaterra/Suécia), Universidade de Oxford (Inglaterra) e Fundação Oswaldo Cruz (Brasil).
Tipo de tecnologia: Vetor viral não replicante. A vacina produzida pela Universidade de Oxford (Reino Unido) usa um "vírus vivo", como um adenovírus que provoca um resfriado comum, modificado para conter instruções para a produção de uma proteína característica do coronavírus. No entanto, na proporção aplicada, ele não tem capacidade de se replicar e prejudicar a saúde humana. Quando rompe as células, esse adenovírus estimula a produção dessa proteína, que é detectada pelo sistema imune. A partir daí, o corpo cria uma resposta contra o coronavírus.
Data de aprovação pela Anvisa: 17 de janeiro de 2021. (Uso emergencial)
Tipo de aprovação: Definitiva. (12 de março de 2021)
Quantidade de doses: Duas.
Intervalo entre as doses: 12 semanas.
Taxa de eficácia (global possível): 81%.
Observação: No Brasil, não está sendo aplicada em gestantes.
Efeitos adversos: Muito comum - sensibilidade, dor, sensação de calor, coceira ou hematoma, indisposição, cansaço, calafrio, febre, dor de cabeça, enjoo, dor muscular ou nas articulações. Ocorrem em 1 em cada 10 pessoas. Comum - inchaço, vermelhidão ou um caroço no local da injeção, febre, enjoos, diarreia, sintomas semelhantes a resfriado, dor de garganta, coriza, tosse. Ocorrem em 1 em cada 10 pessoas. Incomum - sonolência, tontura, diminuição do apetite, dor abdominal, ínguas, suor, coceira ou erupção na pele. Ocorrem em 1 em cada 100 pessoas. Muito raro - coágulos sanguíneos graves em pessoas com níveis baixos de plaquetas. Foram observados com uma frequência inferior a 1 em 100.000 indivíduos vacinados. Desconhecido - reação alérgica grave, inchaços graves nos lábios, face, boca e garganta. Não pode ser calculada a partir dos dados disponíveis

Pfizer

Fabricantes: Pfizer (Estados Unidos) e BioNTech (Alemanha).
Tipo de tecnologia: mRNA. A vacina é criada a partir da replicação de sequências de RNA que mimetizam a proteína spike, específica do vírus Sars-CoV-2. Essa versão consegue desencadear uma reação do sistema imunológico, que cria uma defesa, sem causar danos à saúde.
Data de aprovação pela Anvisa: 23 de fevereiro de 2021.
Tipo de aprovação: Definitiva.
Quantidade de doses: Duas.
Intervalo entre as doses: 12 semanas.
Taxa de eficácia (global possível): 95%.
Efeitos adversos: Muito comuns - dor e inchaço no local da injeção, cansaço, dor de cabeça, diarréia, dor muscular, dor nas articulações, calafrios e febre. Ocorrem em 10% dos pacientes. Comuns - vermelhidão no local de injeção, náusea e vômito. Ocorre entre 1% a 10% dos pacientes. Incomuns - aumento dos gânglios linfáticos, reações de hipersensibilidade [lesão na pele ou coceira, inchaço da pele ou mucosa, sensação de mal estar, dor no braço, insônia e prurido no local de injeção. Ocorrem entre 0,1% e 1%.. Rara - paralisa facial aguda. Ocorrem entre 0,01% e 0,1%. Desconhecido - reação alérgica grave (anafilaxia).

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) chegou nesta sexta-feira (4) a 50,9 milhões de doses de vacinas contra covid-19 entregues ao Programa Nacional de Imunizações (PNI). A soma foi atingida com a liberação de mais 3,3 milhões de doses do imunizante Oxford/AstraZeneca.

O número total de entregas inclui 46,9 milhões de doses que foram produzidas no Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz) e 4 milhões de vacinas importadas prontas do Instituto Serum, da Índia. No segundo caso, a Fiocruz também negociou o envio das doses e realizou a checagem e rotulagem em português dos frascos recebidos.

A fundação anunciou que, a partir da semana que vem, as doses voltarão a ser entregues em duas remessas: na sexta, o estado do Rio de Janeiro receberá sua parcela de doses, e, no sábado, sairá o carregamento para o almoxarifado central do Ministério da Saúde, em São Paulo, de onde as doses são distribuídas para os demais estados e o Distrito Federal. Segundo a Fiocruz, a mudança se deu por um pedido da Coordenação de Logística do Ministério da Saúde.

As doses produzidas em Bio-Manguinhos são fabricadas a partir de ingrediente farmacêutico ativo (IFA) importado da China, como previu o acordo de encomenda tecnológica assinado com a AstraZeneca no ano passado. O último carregamento recebido pela Fiocruz, em 22 de maio, garante as entregas até o início de julho, quando o total produzido e liberado deve chegar a cerca de 62 milhões de doses.

Mais quatro carregamentos de IFA estão previstos para chegar entre junho e julho, garantindo a produção de 100,4 milhões de doses.

A Fiocruz também trabalha para produzir o IFA no Brasil, o que já está garantido com a assinatura do acordo de transferência de tecnologia assinado nesta semana com a AstraZeneca. Já chegaram ao país os primeiros bancos de células e de vírus que permitirão essa produção, e Bio-Manguinhos prevê iniciar neste mês a fabricação dos primeiros lotes de pré-validação e validação. A vacina produzida com IFA nacional, porém, só deve chegar aos postos de vacinação em outubro.