O Jornal da Cidade

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Essa quinta-feira (3) marca o dia de Corpus Christi e aí já fica a pergunta: o que abre? O que fecha? Repartições públicas, transporte e centros comerciais alteram seu funcionamento.

Nunca é tarde para lembrar que o governo do estado prorrogou o toque de recolher entre 21h às 5h, em toda a Bahia, até 8 de junho. Nos municípios localizados nas regiões da Chapada Diamantina, Oeste, Irecê, Jacobina, Sudoeste e Extremo-Sul, o toque de recolher vale das 20h às 5h.

Os estabelecimentos comerciais que funcionem como restaurantes, bares e congêneres, localizados nessas seis regiões, deverão encerrar o atendimento presencial às 19h, sendo permitidos os serviços de delivery de alimentação até as 0h.

Nos municípios integrantes das regiões de saúde em que a taxa de ocupação de leitos de UTI seja igual ou inferior a 75%, por cinco dias consecutivos, a restrição na locomoção noturna será válida das 22h às 5h.

Segue proibida, em todo estado, a venda de bebida alcoólica em qualquer estabelecimento, inclusive por delivery, no período das 18h de 4 de junho até 5h de 7 de junho.

A comercialização de bebida alcoólica no fim de semana será liberada somente em municípios integrantes de regiões de saúde em que a taxa de ocupação de leitos de UTI vier a se manter igual ou inferior a 75%, por cinco dias consecutivos.

Região Metropolitana de Salvador
Em Camaçari, Candeias, Dias D’Ávila, Itaparica, Lauro de Freitas, Madre de Deus, Mata de São João, Pojuca, Salvador, São Francisco do Conde, São Sebastião do Passé, Simões Filho e Vera Cruz, a restrição de locomoção noturna ocorrerá das 20h às 5h, entre os dias 3 e 7 de junho. No dias 1º e 2, o toque de recolher será das 22h às 5h.

Ainda nesses municípios da Região Metropolitana de Salvador (RMS), a venda de bebida alcoólica fica proibida em qualquer estabelecimento, inclusive por delivery, das 20h de 4 de junho até as 5h de 7 de junho.

A circulação do ferry-boat será suspensa das 22h30 às 5h, no período de 1º de junho a 8 de junho, ficando vedado o funcionamento nos dias 5 e 6 de junho. As lanchinhas não devem circular das 22h30 às 5h, até 8 de junho, limitada a ocupação ao máximo de 50% da capacidade da embarcação nos dias 5 e 6 de junho.

De 4 de junho a 6 de junho, a circulação dos meios de transporte metropolitanos será suspensa das 20h30 às 5h. Também de 4 de junho a 6 de junho, os ferry boats e as lanchinhas não funcionarão das 20h30 às 5h.

No dia do feriado, haverá travessia normal até as 21h30, no ferry-boat. A interrupção encerra na segunda (3), com viagens de 5 às 21h30.

Em Salvador, o toque de recolher será antecipado para as 20h e as praias da capital baiana estarão fechadas. Além disso, também haverá proibição da venda de bebidas nos estabelecimentos comerciais. O expediente nas repartições públicas estará suspenso na quinta (3), retornando à normalidade na sexta-feira (4).

Serviços em Salvador:

Saúde
Durante o feriado, as unidades de pronto-atendimento de saúde do município estarão disponíveis para os cidadãos que precisarem de atendimento em urgência e emergência. São elas: San Martin, Brotas, Valéria, Periperi, Paripe, Pirajá/Santo Inácio, Itapuã, Cidade Baixa, Vale dos Barris e Parque São Cristóvão.

Defesa Civil
A Defesa Civil de Salvador (Codesal) estará em alerta para atender possíveis ocorrências em função do período chuvoso, dentro da Operação Chuva 2021. Além disso, o efetivo funcionará em regime de plantão, com engenheiros, assistentes sociais, motoristas e telefonistas disponíveis para atendimento de solicitações.

Em caso de risco de queda de árvore, deslizamento de terra, alagamento de imóvel e desabamentos, dentre outros incidentes comuns ao período chuvoso, a população deve entrar em contato com a Codesal, de forma gratuita, pelo telefone 199.

Manutenção
Também dentro da Operação Chuva, a Secretaria de Manutenção da Cidade (Seman) tem equipes de plantão 24h, todos os dias, para ações como limpeza de bueiros e tapa-buracos.

Prevenção à violência
A Guarda Civil Municipal (GCM) vai trabalhar com 80 agentes que irão fiscalizar as praias de Salvador, que serão divididos estrategicamente ao longo dos mais de 60km de faixa litorânea. Um efetivo também dará apoio às ações realizadas por órgãos municipais, a exemplo das fiscalizações realizadas pelas secretarias de Ordem Pública (Semop) e Desenvolvimento Urbano (Sedur).

Fiscalização
O atendimento presencial na Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (Sedur) será suspenso na quinta-feira (3), retornando na sexta (4) por meio de agendamento. Já os agentes de fiscalização estão nas ruas diariamente realizando operações para garantir o cumprimento dos decretos de combate à Covid-19. As denúncias relativas ao coronavírus devem ser feitas através do Disk Coronavírus 160.

Mercados
Todos os mercados municipais também terão horário de funcionamento diferenciado em virtude do feriado desta quinta-feira (3). Ou seja, funcionarão das 6h às 13h.

Trânsito e mobilidade
Os agentes da Superintendência de Trânsito de Salvador (Transalvador) atuarão em rondas nas ruas atentos para agir imediatamente em casos de obstruções e outras demandas no trânsito, além de ordenar os fluxos. As equipes do órgão estarão monitorando os locais de grande movimentação de entrada e saída da cidade, como a Rodoviária, o Ferry Boat, a Feira de São Joaquim e a avenida Luís Viana (Paralela). Já os agentes de fiscalização de transporte também vão atuar em regime de plantão para o ordenamento do transporte .

O Núcleo de Operação Assistida (NOA) também estará monitorando o tráfego 24h durante todo o período, através das câmeras de videomonitoramento, auxiliando as equipes que estarão em rondas. As blitze de Lei Seca também serão realizadas normalmente durante o período.

O setor de liberação de veículos apreendidos do órgão não funcionará na quinta-feira (3). O atendimento será normal na sexta-feira (4), das 8h às 16h30, e no sábado (5), das 8h às 12h e das 14h às 16h. O cidadão pode entrar em contato com a autarquia pelo Fala Salvador, no número 156, ou pelo aplicativo NOA Cidadão.

Shoppings

- Shopping Center Lapa
Quinta (3): 10h às 19h. Abertura das lojas facultativa das 10h às 11h e das 17h às 19h

- Shopping da Bahia
Quinta, sexta e sábado
Lojas/quiosques: 10h às 19h
Praça de Alimentação: 10h às 19h

Domingo: 13h às 19h
Praça de alimentação: 12h às 19h

Clivale:
Quinta - fechado
Sexta - 9h às 20h
Sábado - 7h às 13h
Domingo - fechada

Bodytech
Quinta - 9h Às 13h, acesso pelo estacionamento D5
Sexta e sábado - 8h às 15h, acesso pelo D5
Domingo - 9h às 13h,, acesso pelo D5

- Shopping Bela Vista
Quinta (3), Sexta e sábado: lojas e quiosques das 10h às 19h; praça de alimentação das 11h às 19h; Gbarbosa: 9 às 19h

Domingo: 13h às 19h; praça de alimentação a partir das 12h
Gbarbosa: 11h às 19h

- Shopping Paralela
Quinta (3), sexta e sábado: 10h às 19h
Domingo
Praça de alimentação: 12h às 19h
Lojas: 13h às 19h

Delivery: 13 às 19h

- Shopping Piedade
Quinta (03) de junho: das 10h às 19h, sendo que das 10h às 11h e das 17h às 19h o funcionamento das operações será facultativo.
Sexta-feira e no sábado (04 e 05/06): das 10h às 19h.

DOMINGO
Fechado

Salvador Norte:
Dia 03/06 | Quinta-feira: 10h às 19h;
Dia 04 e 05/06 | Sexta e sábado: 10h às 19h;
Dia 06/06 | Domingo: 12h às 19h (todas as lojas);
Cinépolis e Cinépolis Vip: quinta a domingo: 13h às 19h;

Salvador Shopping:
Dia 03/06 | Quinta-feira: 10h às 19h;
Dia 04 e 05/06 | Sexta e sábado: 10h às 19h;
Dia 06/06 | Domingo: âncoras e alimentação: 12h às 19h; lojas satélites e quiosques: 13h às 19h;
Cinemark: quinta a domingo: 13h às 19h;
Espaço Gourmet: quinta a sábado: 11h às 19h; domingo: 12h às 19h;

A médica oncologista e imunologista Nise Yamagushi negou nesta terça-feira (1º) ter sido uma das responsáveis por tentar alterar a bula da cloroquina para que o uso do medicamento fosse recomendado para infectados pelo novo coronavírus. Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia do Senado, os parlamentares lembraram a fala do presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária ( Anvisa), Antonio Barra Torres, à comissão de que em uma reunião na Casa Civil uma minuta com esse fim teria sido apresentada.

Perguntada se foi ela quem preparou o documento, a imunologista respondeu não. "De forma alguma, não. Eu devo dizer para o senhor o seguinte: eu não fiz nenhuma minuta, inclusive, não conhecia esse papel", declarou. Nise confirmou que houve a reunião com Barra Torres e o então ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e disse que, ao final do encontro, foi chamada para falar sobre a mudança da bula. “Essa minuta não falava de bula, falava da possibilidade de haver uma disponibilização de medicamentos", disse a médica. A reunião com esse objetivo também foi citada à comissão por Mandetta.

A médica também negou fazer parte de uma espécie de “gabinete paralelo” de aconselhamento sobre medidas de combate à pandemia.

A imunologista foi convidada para falar à CPI por sua defesa ao tratamento precoce de pacientes da covid-19 com uso de cloroquina, medicamento sem comprovação de eficácia contra coronavírus. No depoimento, ela afirmou que “é uma colaboradora eventual de qualquer governo”.

Segundo Nise Yamagushi, atualmente, sua participação se dá de forma " técnica" e específica, quando convidada.

Sobre as consequências da “demora” na compra de vacinas contra a covid-19, Nise avaliou que é o "atraso que existe no início do tratamento" que tem "determinado tantos mortos". "Não só isso, mas neste momento temos também problema de diagnóstico", afirmou.

O relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), exibiu um vídeo em que a médica falava que não era necessário que as pessoas tomassem vacina "aleatoriamente" e que a vacina não é “a única saída”, ao comparar os imunizantes ao tratamento precoce contra a covid-19 em relação ao seu grau de importância.

Questionada sobre a declaração, a médica reafirmou sua fala e foi interrompida pelo presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM). “Desconsidere o que ela está falando em relação à vacina. Ela não está certa. Vacina sempre preveniu. É melhor prevenir do que remediar. Isso é histórico”, disse o parlamentar.

Chamada pelo relator a pedir desculpas pela posição, a médica disse que o Brasil não vacinou pessoas aleatoriamente. “Vacinas aleatórias e indiscriminadas têm que ser revistas. O Ministério da Saúde seguiu regras para vacinar. Não saíram vacinando todo mundo ao mesmo tempo”.

Especificamente sobre o uso da cloroquina,Nise Yamaguchi disse que “houve uma conspiração política” contra o uso da medicação. “Houve múltiplas ações contra o tratamento precoce no Brasil. Várias procuradorias entraram com ações contra prefeituras que queriam fazer o tratamento precoce”, lembrou. “Houve a perseguição até de médicos que estavam prescrevendo os medicamentos, excluindo a autonomia ou a soberania do médico.”

Diferentemente de autoridades que prestaram depoimento à CPI, Nise Yamaguchi foi convidada e não convocada. Na prática, a médica não seria obrigada a comparecer à CPI nem a falar a verdade. Apesar disso, ela prestou o compromisso de dizer a verdade no início da sessão.

De acordo com o empresário e gestor imobiliário baiano, Pedro Cunha, as vendas de imóveis em Salvador, no primeiro trimestre de 2021 tiveram um aumento de 100% em comparação com 2020.

Conforme o especialista no assunto, o aumento ocorreu devido às baixas taxas de juros praticadas no mercado e a diminuição da taxa Selic. “O dinheiro não está valendo nada, as pessoas estão tirando das bolsas de valores e colocando em imóveis, porque nenhuma aplicação vem rendendo. Devido à situação, elas entendem que comprar imóvel vale mais a pena. Com isso, muitos investidores estão apostando tudo no setor imobiliário, o que tem favorecido um super aquecimento do mercado”, diz Pedro.

E para tratar do tema, Pedro conversa nesta terça-feira,01, e quarta,02, às 20h, em seu perfil do instagram @momentoimobiliario_ com o CEO da Mais Gestão de Vendas, Domini e a coordenadora Comercial da empresa Kubo Engenharia, Maise Ribeiro, que vão discutir como o mercado vem se fortalecendo e impulsionando vendas no estado.

A Fiocruz assina nesta terça-feira (1º) o contrato de transferência tecnológica para a produção do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) da vacina da AstraZeneca no Brasil. Este passo é essencial para a autonomia do País na fabricação de vacinas contra a covid-19. Atualmente, o IFA necessário à produção do imunizante é importado da China, o que tem causado atrasos na produção.

A assinatura do acordo com a AstraZeneca estava prevista originalmente para acontecer no ano passado, mas sofreu sucessivos atrasos. A última previsão, feita pelo diretor de Biomanguinhos, Maurício Zuma, em março, estimava que a assinatura ocorreria até o fim de abril. Em entrevista ao Valor Econômico, Zuma afirmou que, se passasse desta data, haveria atraso nas entregas prometidas.

Até o fechamento desta matéria, a Fiocruz não tinha se manifestado sobre um eventual novo cronograma. O cronograma original previa a produção de 110 milhões de doses já com IFA nacional até o fim de 2021.

A adaptação de uma planta em Biomanguinhos especialmente para a produção do IFA já tinha sido concluída, independentemente da assinatura do contrato.

A presidente da Fiocruz, Nísia Trindade, e o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, vão participar da cerimônia de assinatura do contrato, em Brasília. De acordo com o site da presidência da República, o evento acontecerá às 17h e contará também com a presença do presidente Jair Bolsonaro.

Entre a última sexta (28) até o próximo sábado (5), nove navios de países onde circula a cepa indiana do coronavírus – Noruega, Panamá e Singapura – atracaram ou são esperados no Porto de Aratu, segundo a programação disponível no site da Companhia das Docas do Estado da Bahia (Codeba), colocando a Vigilância Sanitária em alerta no estado. O último relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) indica que pelo menos 53 países registraram casos dessa variante.

Há 11 dias a cepa indiana foi encontrada em um navio atracado no Maranhão. Segundo o Ministério da Saúde (MS), existem, até o momento, 8 casos dessa nova variante confirmados no Brasil: seis no navio que está na costa do Maranhão, um em Campos dos Goytacazes (RJ) e um em Juiz de Fora (MG). Outro caso suspeito é monitorado, no Espírito Santo, e aguarda a conclusão de sequenciamento genético (leia ao lado).

Casos no Pará, Distrito Federal e Ceará foram descartados. Na Bahia, em Alagoinhas, no nordeste do estado, dois suspeitos também foram descartados após os exames de um deles darem negativo e, o outro não ter registro de contato com infectados da tripulação no Maranhão.

O MS ainda disse que todos os contaminados estão isolados e os contatos são monitorados pelos Centro de Informações Estratégicas em Vigilância e Saúde (CIEVS) locais. A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), por sua vez, disse que “não se pode impedir a circulação interna de pessoas”. O próprio governo estadual, no entanto, já emitiu alguns decretos que vetam a circulação do transporte intermunicipal e a saída de pessoas de casa, a exemplo do toque de recolher.

Casos isolados

A Sesab alega que não há circulação da cepa indiana no Brasil, pois os casos são isolados e, na Bahia, não há caso da cepa indiana registrado. A pasta ainda reforçou que a fiscalização em portos e aeroportos é de responsabilidade da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

A Anvisa, por sua vez, respondeu ao CORREIO que, nos portos, “os controles sanitários estão muito bem estabelecidos”. Para que um navio entre no porto, a Anvisa diz que, antes, faz uma varredura nos registros do livro médico de bordo em busca de sintomas suspeitos e os tripulantes fazem exame RT-PCR no embarque e no desembarque, que precisa dar negativo.

Além disso, a Anvisa diz que, quando há qualquer suspeita a bordo da embarcação, ela é prontamente colocada em quarentena. “Ninguém entra e ninguém desce e a Anvisa determina a testagem de toda a tripulação”, afirma.

Ainda segundo o órgão, se não houver suspeita, “não há porque colocar a embarcação em quarentena apenas porque seus integrantes são indianos. Um grupo de trabalhadores não pode receber tratamento diferenciado em razão de sua nacionalidade”, diz a nota.

O infectologista Antônio Bandeira, coordenador da área de controle de infecção hospitalar do Hospital Aeroporto, discorda do protocolo da Anvisa. “Não tem sentido testar no porto só os sintomáticos ou quem está com suspeita, até porque a gente sabe que alguns escondem os sintomas, com medo de sua entrada no país ser bloqueada”, critica Bandeira.

O especialista explica que a maioria dos infectados pela covid-19 ou pelas variantes não apresenta sintomas. “Os assintomáticos correspondem a mais de um terço dos contaminados e podem contaminar como qualquer outro. É uma estupidez científica achar que a carga viral depende dos sintomas, porque a pessoa pode estar com baixa carga viral no nariz, por onde é feito o teste, e alta no pulmão”, esclarece.

Para ele, o correto a ser feito é a testagem de todas as pessoas que chegam ao Brasil, seja pelos portos, aeroportos ou rodoviárias. Se o teste der positivo, o passageiro deveria ser recusado de entrar no país ou estado, ou aguardar em quarentena.

Protocolos

A Codeba, responsável por administrar os portos da Bahia, não deu resposta sobre os protocolos seguidos nos portos e com a tripulação que atraca no estado. A companhia limitou-se a dizer que “executa, rigorosamente, ações de prevenção, em resposta à pandemia do coronavírus, em total alinhamento com orientações, resoluções e decretos das Autoridades em Saúde, nos âmbitos Mundial, Federal, Estadual e Municipal”, sem dar detalhes.

O diretor da Associação de usuários de portos da Bahia (Usuport), Paulo Villa, disse acreditar que exista um protocolo da Codeba. “Ela tem um procedimento padrão, que é observado e adotado em todos os portos brasileiros, que é o controle para evitar que as tripulações dos navios contaminem a população local e vice-versa. Mas não sei dar detalhes”, disse.

Villa afirma que não houve mudança de protocolo sanitário desde a chegada da pandemia ao Brasil, em março do ano passado. Segundo ele, o navio pode atracar, mas a tripulação não é autorizada a sair. A Codeba não deu informações quanto a isso. O diretor da Usuport diz que não ouviu nenhuma reclamação de usuários dos portos durante a crise sanitária.

O diretor jurídico do Sindicato Unificado dos Trabalhadores nos Serviços Portuários do Estado da Bahia (Suport-BA), Ulisses Souza, não sabe dizer se os protocolos estão sendo aplicados pela Codeba e fiscalizados pela Anvisa. “A Anvisa deveria estar abordando a tripulação antes da atracação no porto, porque depois eles já entram em contato com uma série de pessoas, então eles devem ir a bordo fazer esses testes. Mas o trabalho dela e da Codeba é independente, os trabalhadores dos portos só vão a bordo depois de o navio atracar”, disse.

“Se a Anvisa está fazendo o trabalho dela, estamos protegidos, mas não temos como saber. Antes da liberação dos órgãos competentes, não existe contato do pessoal em terra com o navio, não temos responsabilidade nenhuma sobre isso”, acrescenta Souza.

Já Vanessa Costa, responsável pelo setor administrativo da Bahia Pilots Praticagem, empresa que faz manobras de navios, plataformas e balsas, diz não ter havido mudanças nas medidas aplicadas. A empresa diz ainda que não recebeu um comunicado da Anvisa-Bahia e que norteou suas práticas com base em documento da agência do Rio de Janeiro.

“Sei que existe o protocolo porque os práticos falam que eles são bem rígidos, que aferem a temperatura, que tem que manter o distanciamento e a roupa é descartável. Mas não sei se eles chegam a fazer o teste de covid”, acrescenta Vanessa.

Não foi possível a entrevista com o Cievs de Salvador antes do fechamento dessa reportagem. A Sesab não se pronunciou sobre as medidas aplicadas no estado. A Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia (Agerba) também não respondeu.

Uma plenária de bancários da Bahia e de Sergipe, realizada nesta segunda-feira (31), com a participação de mais de 650 bancários, aprovou indicativo de greve de 24 horas para o dia 8 de junho. A intenção da categoria é chamar atenção para o pedido de inclusão dos trabalhadores no PNI (Plano Nacional de Imunização).

Agora, os sindicatos devem realizar assembleias virtuais para deliberar sobre a proposta. Os bancários baianos se reúnem nesta sexta-feira (4), de 8h às 18h, pelo site e App Bancários Bahia.

Além disso, os trabalhadores farão uma carreata, neste sábado (05). O ato chamado "Bancários pela Vacina", sairá do Vale do Canela, em Salvador, às 9h.

De acordo com o Sindicato baiano, já foram enviados documentos ao Ministério da Saúde, além de reuniões com as Secretarias Estadual e Municipal de Saúde, e atos e protestos para cobrar celeridade na vacinação.

O Governo da Bahia anunciou no final da noite desta segunda-feira (31) a prorrogação do toque de recolher das 21h às 5h, até 8 de junho. Nos municípios localizados nas regiões da Chapada Diamantina, Oeste, Irecê, Jacobina, Sudoeste e Extremo-Sul, o toque de recolher vale das 20h às 5h. A prorrogação será publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) de terça-feira (1º).

Segundo informações do governo, os estabelecimentos comerciais que funcionem como restaurantes, bares e congêneres, localizados nessas seis regiões, deverão encerrar o atendimento presencial às 19h, permitidos os serviços de entrega em domicílio (delivery) de alimentação até as 24h.

Nas cidades integrantes das regiões de saúde em que a taxa de ocupação de leitos de UTI vier a se manter igual ou inferior a 75%, por cinco dias consecutivos, a restrição na locomoção noturna será válida das 22h às 5h.

O governo informou que segue proibida, em todo o território baiano, a venda de bebida alcoólica em quaisquer estabelecimentos, inclusive por sistema de entrega em domicílio (delivery), no período das 18h de 4 de junho até as 5h de 7 de junho.

A comercialização de bebida alcoólica no fim de semana será liberada somente em municípios integrantes de regiões de saúde em que a taxa de ocupação de leitos de UTI vier a se manter igual ou inferior a 75%, por cinco dias consecutivos.

A circulação dos ferry boats será suspensa das 22h30 às 5h, no período de 1º de junho a 8 de junho, ficando vedado o funcionamento nos dias 5 e 6 de junho. As lanchinhas não devem circular das 22h30 às 5h, até 8 de junho, limitada a ocupação ao máximo de 50% da capacidade da embarcação nos dias 5 e 6 de junho.

De 4 de junho a 6 de junho, a circulação dos meios de transporte metropolitanos será suspensa das 20h30 às 5h. Também de 4 de junho a 6 de junho, os ferry boats e as lanchinhas não devem circular das 20h30 às 5h.

Região Metropolitana de Salvador
Em Camaçari, Candeias, Dias D’Ávila, Itaparica, Lauro de Freitas, Madre de Deus, Mata de São João, Pojuca, Salvador, São Francisco do Conde, São Sebastião do Passé, Simões Filho e Vera Cruz, a restrição de locomoção noturna ocorrerá das 20h às 5h, entre os dias 3 e 7 de junho.

Entretanto, segundo o governo da Bahia, no dias 1º e 2 de junho, o toque de recolher será das 22h às 5h.

Ainda nesses municípios da Região Metropolitana de Salvador (RMS), a venda de bebida alcoólica fica proibida em quaisquer estabelecimentos, inclusive por delivery, das 20h de 4 de junho até as 5h de 7 de junho.

Aulas
O governo relembrou que as unidades de ensino públicas e particulares podem manter as atividades de forma semipresencial. Para que isso ocorra, é necessário que a taxa de ocupação de leitos de UTI Covid esteja abaixo de 75%, por cinco dias consecutivos, nas regiões de saúde.

Além disso, as atividades letivas devem ficar condicionadas à ocupação máxima de 50% da capacidade de cada sala de aula e ao atendimento dos protocolos sanitários estabelecidos.

Eventos e shows
Os eventos e atividades que envolvam aglomeração de pessoas continuam proibidos até 8 de junho, em todo o território baiano, independentemente do número de participantes, ainda que previamente autorizados.

Segue suspensa ainda, até 8 de junho, a realização de shows, festas, públicas ou privadas, e afins, independentemente do número de participantes, além de atividades esportivas amadoras em todos os municípios baianos.

Os eventos exclusivamente científicos e profissionais podem ocorrer com público limitado a 50 pessoas. Já os atos religiosos litúrgicos ficam permitidos mediante a ocupação máxima de 25% da capacidade do local.

O funcionamento das academias também permanece autorizado mediante a ocupação máxima de 50%.

A Bahia registrou 81 mortes por covid-19 nas últimas 24 horas, de acordo com boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) no final da tarde desta segunda (31).

Por conta de uma falha no sistema de leitura e processamento das bases de dados da Covid-19, dos governos federal, estadual e municipais identificada pela Companhia de Processamento de Dados do Estado da Bahia (Prodeb) neste domingo (30), não foi possível consolidar os dados das últimas 24 horas e, consequentemente, ter as informações comparativas com as 24 horas anteriores. Segundo a Sesab, nesta terça-feira (01), todos os dados voltarão a ser divulgados.

O total de mortes por covid-19 na Bahia é de 21.241. A taxa de letalidade da doença no estado é de 2,10%. Apesar das 81 mortes terem ocorrido em diversas datas, a confirmação e registro foram contabilizados nesta segunda. Todas ocorreram em 2021, sendo 70 no mês de maio.

Dos 1.012.200 casos confirmados desde o início da pandemia, 975.260 já são considerados recuperados, 15.699 encontram-se ativos. Na Bahia, 49.146 profissionais da saúde foram confirmados para Covid-19.

De acordo com a Sesab, a existência de registros tardios e/ou acúmulo de casos deve-se à sobrecarga das equipes de investigação, pois há doenças de notificação compulsória para além da Covid-19. Outro motivo é o aprofundamento das investigações epidemiológicas por parte das vigilâncias municipais e estadual a fim de evitar distorções ou equívocos, como desconsiderar a causa do óbito um traumatismo craniano ou um câncer em estágio terminal, ainda que a pessoa esteja infectada pelo coronavírus.

Situação da regulação de Covid-19
Às 12h desta segunda-feira, 183 solicitações de internação em UTI Adulto Covid-19 constavam no sistema da Central Estadual de Regulação. Outros 103 pedidos para internação em leitos clínicos adultos Covid-19 estavam no sistema. Este número é dinâmico, uma vez que transferências e novas solicitações são feitas ao longo do dia.

Mãe do médico Andrade Lopes Santana, 32 anos, Dometila Lopes, 56 anos, disse que perdoa Geraldo Freitas Junior, principal suspeito pela morte do filho, assassinado por quem dizia ser seu amigo, na Bahia. O corpo de Andrade foi achado na sexta (28) amarrado a uma âncora no Rio Jacuípe, em São Gonçalo dos Campos. Ele foi sepultado na manhã de sábado em Araci, cidade baiana onde morava e trabalhava.

“Não existe outro caminho a não ser perdoar. O que é que eu vou fazer? Se Deus colocou no meu coração para perdoar, eu vou perdoar. O que ele coloca, ninguém tira. Vou fazer o quê? Sei que lá do lado de Jesus, meu filho diria: - perdoa, mãe. Não sinto ódio. Só que não é porque eu perdoei, que ele não vai pagar pelos atos que fez, seja lá o que aconteceu, o que ele for dizer sobre o porquê que fez, não justifica tirar a vida de alguém, principalmente, do meu filho", afirmou.

Nesse domingo (30), Dometila participou de uma missa. Ela disse ainda que acredita no trabalho da justiça para que Geraldo seja punido.

“Me perdoem se eu estou perdoando ele. Mas é a Justiça que deve puni-lo. Ele não vai sair tão cedo da cadeia. O único caminho é perdoar, se quer ir para o céu. O errado é querer fazer justiça pelas próprias mãos. Ele tem que ficar vivo para poder sentir a dor por ter tirado a vida de um filho que era doido para ser pai, que queria casar. Tirou essa chance do meu filho de prosseguir, de viver mais 30, 40, 50 anos, de estar aqui hoje entre nós”.

Andrade recebeu ainda uma homenagem na sua terra natal, na tarde desse domingo (30). Nascido na cidade de Brasiléia, no Acre, o médico foi lembrado às 16h (horário local) por amigos e parentes que se reuniram na Praça da Ponte, convocados a vestirem roupa branca e máscaras, para fazer um tributo ao rapaz.

"Eu estou muito feliz em ver o carinho que o povo tinha pelo meu filho e reconhecendo quem ele era. Era um menino muito alegre, prestativo e se ele tivesse vivo e se acontecesse algo com algum dos colegas, ele que estaria fazendo isso. Eu acho que o povo está reconhecendo e isso me conforta. Eu vou ficar em paz e espero a justiça na Terra. A gente não paga justiça com injustiça".

Graduado em uma faculdade privada da Bolívia, país vizinho ao seu estado natal, Andrade se formou e logo foi indicado por um amigo para trabalhar na Bahia, onde veio morar há cinco anos.

Uma tia dele contou que, nesse domingo, parte da família que veio à Bahia resolver as questões burocráticas ainda estava retornando para o Acre. A mãe, Dometila, e a irmã dele permanecem aqui no estado para tratar de questões restantes sobre os bens do médico.

Andrade foi aluno da Universidade Técnica Privada Cosmos (Unitepc), na cidade boliviana de Cochabamba, a quarta maior do país. A mãe se esforçou para pagar a mensalidade sem que ele precisasse trabalhar na Bolívia para se manter. A família ainda não sabe se o suspeito do crime, o suposto amigo Geraldo Freitas de Carvalho Junior, 32, estudou com ele na Unitepc. Até então, acredita-se que eles formaram amizade em Feira de Santana.

Ainda segundo a tia, o médico era muito querido e sempre fazia questão de estar presente nas festinhas e encontros de família. Mesmo já adulto, se manteve brincalhão. A tia disse que, em sua memória, ficam as histórias de infância de Andrade na sua casa de férias. Ela lembra que ele foi uma “criança danada”, que gostava de perturbar primos e primas mais novos.

"Se fosse brincar de amigo secreto, ele colocava aranha dentro da caixa de fósforo para assustar todo mundo. Quando chegava na hora de dormir, ele dormia na cama de cima, que era para as primas não se vingarem dele. A gente lembra muito de uma história de quando ele pegou o carro da tia e levou as primas mais novas para brincarem no rio e atolaram o carro na estrada de lama. Ele amava brincar”, recorda ela.

O médico estava desaparecido desde 24 de maio e foram feitas campanhas na internet e na imprensa para ajudar a encontrá-lo. O corpo de Andrade foi achado por pescadores na sexta-feira (28) amarrado a uma âncora em um rio em São Gonçalo dos Campos. Amigos fizeram o reconhecimento. Andrade morava no município de Araci e trabalhava em cidades da região, como Tucano, Caldas do Jorro e São Domingos. As investigações apontaram que ele foi até Feira de Santana para resolver alguma pendência no Exército.

Horas depois de o corpo ser encontrado, o suposto amigo dele, Geraldo Freitas Junior, foi preso acusado pela morte. Ele foi o responsável por prestar queixa do desaparecimento na delegacia, em Feira de Santana. Naquela ocasião, a polícia informou que ambos estudaram medicina juntos na Bolívia e depois vieram trabalhar no interior da Bahia. Segundo a família, o acusado chegou a levar a irmã de Andrade até o local onde o carro da vítima foi encontrado.

O CORREIO teve acesso aos registros policiais do depoimento de Geraldo, que declarou que conhecia Andrade há cinco anos. Segundo ele, o médico acreano gostava de frequentar a cidade de Feira de Santana para sair com amigos. Em 2020, Andrade teria contado a ele que tinha sido ameaçado em virtude de questões políticas na cidade de Araci e que, por esse motivo, queria adquirir uma arma. Ainda conforme o suspeito, Andrade o teria procurado porque sabia que ele era frequentador de clube de tiros.

Depois de algumas conversas, Geraldo então teria convencido Andrade a se inscrever em um desses clubes para ter direito à arma. O suspeito afirmou que vendeu uma pistola Glock G25, calibre .380, para o médico pelo valor de R$ 12 mil. A ida até Feira de Santana na data do desaparecimento teria sido para resolver alguma pendência em relação ao registro do armamento.

Delegado responsável por conduzir as investigações do caso, Roberto Leal afirmou em entrevista ao CORREIO que Geraldo se tornou o principal suspeito do crime por cair em uma série de contradições durante o depoimento.

O golpe do Pix tá aí e muita gente, sem querer, está se tornando vítima de criminosos. Foi só a novidade do mercado financeiro surgir que os golpistas aproveitaram para utilizá-la como mais uma forma de praticar furtos. Camila Dorea de Jesus, nora da assistente financeiro Rose Alves, 42 anos, perdeu mais de R$ 9,5 mil nessa história. O dinheiro era para comprar uma casa.

E ela não foi a única vítima: segundo a Secretaria de Segurança Pública da Bahia, os crimes cibernéticos triplicaram no estado em 2020, com relação a 2019, saltando de 119 para 313 (veja abaixo). E eles continuam acontecendo. Camila, por exemplo, foi vítima em 2021. Segundo Rose, o golpe contra a nora ocorreu em 21 de abril, por volta das 16h.

“Alguém acessou a conta dela e, de início, fez um Pix no valor de quase R$ 5 mil. Ela viu a mensagem, correu para tirar o restante do dinheiro da conta e, quando entrou no aplicativo, viu que eles já tinham tirado todo o resto”, lamenta. Até agora, a família não sabe como a transação foi feita.

“Ela fez um boletim de ocorrência e foi até a agência para ouvir o gerente dizer que não era com ele. Depois, passaram um número interno para ela fazer a denúncia e eles agendaram um horário para ela voltar para a mesma agência e falar com o mesmo gerente", conta.

De acordo com Rose, na segunda passada, o banco negou a possibilidade de ressarcir o valor. “Já entramos numa causa judicial contra o banco, pois foi muito sofrimento para eles juntarem esse dinheiro. Não foi algo da noite pro dia não. Eles ralaram muito”, completa a assistente financeiro.

Já do advogado Antônio Sedraz de Almeida Junior, 32, foram roubados R$ 1 mil. Também sem saber como, o valor foi transferido da sua conta Nubank para a de um desconhecido. O crime ocorreu em 6 de maio, às 13h36.

“Estava em casa tranquilo e, do nada, recebi a notificação no celular dizendo que tinha feito uma transferência desse valor. Três minutos depois, eu entrei em contato com a Nubank, que disse não poder fazer nada, pois a transação teria sido feita, segundo eles, do meu celular e da minha senha. Isso não é verdade”, lamenta o advogado.

Antônio fez um Boletim de Ocorrência na 11ª Delegacia de Policia Civil, em Tancredo Neves. “Por coincidência, no dia em que roubaram os R$ 1 mil, tinha feito três transferências tirando dinheiro da conta da Nubank e liguei para o banco para solicitar o cancelamento da compra por aproximação, mas não tenho a mínima ideia de como o crime aconteceu, pois o telefone estava no meu bolso”, disse.

Em nota, a Policia Civil disse que a investigação está em andamento e que, no momento, não dispõe de detalhes da apuração. Já o Nubank afirmou que o pedido do cliente foi analisado por duas instâncias de atendimento, com retorno e comunicações sobre os fatos por meio do SAC e da Ouvidoria.

“Para preservar o sigilo bancário do cliente, se ainda houver qualquer dúvida, recomendamos que ele entre em contato com a nossa equipe de atendimento via chat, e-mail, telefone ou redes sociais, 24 horas por dia e em qualquer dia da semana”, diz nota oficial.

Como acontecem?
De acordo com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), as tentativas de fraudes registradas com o Pix foram identificadas como os chamados ataques de phishing. Tratam-se de técnicas de engenharia social que consistem em enganar o indivíduo para que ele forneça informações confidenciais, como senhas e números de cartões.

Foi isso que quase aconteceu com a comerciante Rosimeire da Silva, 42, moradora de Cajazeiras. Ela recebeu um e-mail do banco que informava a chegada de uma transferência Pix de cerca de R$ 2 mil. Como ela é comerciante e trabalha com esse formato de transferência, não suspeitou, a princípio.

“No e-mail tinham todos os detalhes do banco e o link que dizia para eu clicar e visualizar minha conta”, lembra. Rosimeire clicou no link, mas, quando foi pedido para ela digitar sua senha, desconfiou que poderia ser um golpe.

“Liguei para meu esposo e perguntei se ele tinha algum Pix pra receber nesse valor e ele disse que não tinha. Então, entrei no Google e vi vários alertas desse tipo de golpe. Fiquei com medo de alguém ter roubado meus dados”, diz.

Escolha do formato
A escolha dos bandidos pelo Pix para os golpes é explicada pela facilidade em ser realizada a transferência. O valor cai na conta de destino em até 10 segundos, independente do dia ou horário que foi feita a transação.

Segundo o Banco Central, 75 milhões de brasileiros já usaram o Pix para transferir ou receber dinheiro desde novembro de 2020, quando o serviço foi lançado. Em abril, a quantidade de Pix superou a de Transferências Eletrônicas Disponíveis e Documentos de Crédito somados.

“Os bancos estão usando toda sua expertise com todos os sistemas de pagamentos, como TED e DOC, transferências, boletos, e agora para o Pix. Para isso, conta com as melhores tecnologias e o que há de mais moderno em relação à segurança cibernética e prevenção a fraudes”, defende a Febraban. Segundo a instituição, R$ 24,6 bilhões são investidos anualmente em tecnologia pelos bancos.

De acordo com o delegado Delmar Bitencourt, especialista em crimes cibernéticos e responsável pelo Laboratório de Inteligência Cibernética da Polícia Civil da Bahia, os golpes envolvendo o Pix estão se tornando comuns no estado.

“O que acontece é a pessoa perder a conta, entregar ao bandido, e ele faz o Pix para transferir o valor. Também tem o caso de alguém se passar por outra pessoa e induzir o contato a fazer uma transferência por Pix”, diz.

A técnica em eletrotécnica Talita Gonçalves, 21, viveu uma situação curiosa. Pelo Instagram, ela teve acesso ao perfil de Alessandra Menezes, que alegava passar por dificuldades financeiras e pedia doação de R$ 1.

Sensibilizada, Talita fez o Pix. Depois, descobriu que se tratava de um perfil fake. “O problema não foi o valor e sim que eu saí compartilhando as publicações para poder ajudá-la”, lamenta.

Em Jequié, polícia prendeu funcionário de banco por dar golpe do Pix
No dia 20 de maio, o funcionário de uma agência bancária, cujo nome não foi revelado, foi capturado por furto qualificado mediante fraude. Ele trabalhava em Jequié, cidade a quase 200 quilômetros de Salvador. De acordo com a investigação dos policiais da Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos (DRFR), o rapaz transferiu R$ 20 mil da conta de um cliente por Pix.

Primeiro, o funcionário teria sido acionado pelo banco para colher a assinatura de um cliente que estava com problemas de locomoção e desejava fazer um empréstimo bancário. Foi nesse momento que ele teve acesso as senhas da vítima e furtou os R$ 20 mil.

“Ele, de posse da senha do cliente, baixou o aplicativo do banco e passou a acessar sua conta por meio virtual. Ele pediu ajuda de um vizinho, que estava vendendo o carro, para transferir via Pix a quantia, para que não levantasse suspeita. O vizinho ganhou uma quantia para ceder sua conta”, relatou o titular da DRFR, o delegado Ivan Rodrigues Lessa.

O autor confessou o crime, e a Polícia Civil conseguiu recuperar a quantia de R$ 10 mil. "O autor assumiu o compromisso de ressarcir o valor restante à vítima. Ele responderá por furto qualificado mediante fraude e ficará à disposição da justiça”, explicou.

Na Bahia, crimes cibernéticos triplicaram em 2020
Nem só de Pix vivem os golpistas. Na Bahia, em 2020, foram registrados 313 crimes cibernéticos, quase o triplo do ano anterior, quando apenas 109 ocorrências foram registradas, de acordo com dados da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA). O bancário Sérgio Curcino, 56, foi uma dessas vítimas. Ele teve o WhatsApp clonado, um dos crimes mais comuns atualmente no meio digital.

Segundo os dados da empresa de segurança digital Psafe, 5 milhões de pessoas no Brasil sofreram uma tentativa de ter o WhatsApp clonado em 2020. Na prática, os golpistas conseguem o número do cidadão, induzem a vítima a passar o código que ativa o aplicativo e invadem a conta. Depois, passam a pedir dinheiro em nome da vítima. No caso de Sérgio, um vizinho chegou a depositar R$ 1,5 mil para os criminosos.

“Ele viu o pessoal dos grupos que eu tinha mais conversa e começou com um ‘bom dia, tudo bem?’. Algo padrão. Disse que eu estou com dificuldade de fazer transferência e pediu para o vizinho fazer no meu lugar. Algo bem objetivo. Isso eu não consigo saber que está acontecendo. Eu só confirmei que tinha sido clonado quando outro vizinho me ligou perguntando se eu tinha passado algum ‘zap’ pra ele”, lembra.

Com a fraude constatada, Sergio disse ter entrado em contato com o próprio WhatsApp para que o aplicativo fosse bloqueado. No entanto, ele não fez nenhuma denúncia para que a polícia investigasse o caso. “Eu, particularmente, não denunciei por causa da correria, mas reconheço que é importante fazer. Meu vizinho também acabou não denunciando”, lembra.

Clonagem é o mais comum
Diretor do dfndr lab, laboratório especializado em segurança digital da PSafe, Emilio Simoni explica que a clonagem do WhatsApp, embora seja um dos golpes mais comuns atualmente, não é o único. “Há uma diversidade de golpes no Brasil e isso deixa ainda mais difícil o trabalho de quem tem que lidar com isso. Se formos falar sobre todos, vira uma enciclopédia”, diz. O delegado civil Clodovil Soares, especialista em Ciências Criminais e professor da Rede UniFTC, concorda com Simoni.

“Quando a gente fala em crime de internet, é comum as pessoas atentarem aos que têm prejuízo econômico. A polícia é mais cobrada por isso, mas não podemos esquecer dos outros delitos cibernéticos que afetam a honra das pessoas e, na pandemia, têm feito diversas vítimas. É o caso dos crimes de divulgação de fotos íntimas, vídeos e difamação pelas redes sociais, por exemplo”, lembra.

Em Buerarema, cidade localizada no sul da Bahia, Clodovil conduz investigações de crimes digitais com o apoio do setor especializado da SSP. “A sensação que eu tenho é que foi um aumento significativo de crimes cibernéticos. Tem mais pessoas procurando a delegacia para relatar que foi vítima de algum golpe, por exemplo”, relata.

Denunciar é fundamental
Não denunciar quando se é vítima de um crime digital, como fez o bancário Sérgio Curcino, é justamente a atitude não recomendada pelos especialistas. Os números pdoeriam ser ainda maiores se as pessoas, de fato, registrassem as ocorrências “A gente incentiva o registro da ocorrência, pois é uma forma de providenciar políticas para melhor atender a esse problema. Há um aumento de demanda e é necessário termos mais policias formados na área cibernética e investimento nos equipamentos tecnológicos. É o que temos feito”, disse o delegado Delmar Bitencourt.

“Na maioria dos casos, a gente pode chegar à autoria. Quem pratica esses crimes se engana em pensar que está no anonimato. Alguns obstáculos de natureza mais técnica são, por exemplo, a quebra de um sigilo, que demora um pouco para sair. Mas, em linhas gerais, a polícia tem o mecanismo para identificar os autores”, argumenta.

O estudante Matheus Mota, 30, foi um dos que confiaram na importância de denunciar. Ele sofreu um golpe ao tentar vender um Playstation 4 pelo site Mercado Livre em dezembro de 2020. Seu prejuízo foi em torno de R$ 2 mil.

“Eu recebi o contato de alguém interessado que queria meu número de WhatsApp. Eu dei, ele entrou em contato comigo, fez várias perguntas sobre o aparelho e, por fim, pediu o link da compra e meu e-mail. Um dia depois, ele falou que tinha feito o pagamento e disse que eu receberia um e-mail em breve. Eu recebi, mas era algo falso e não me dei conta. Coloquei o Playstation na transportadora e o rapaz sumiu”, relata.

Como o endereço para qual o vídeo game foi destinado era em São Paulo, Matheus fez a denúncia pela delegacia digital desse estado, mas até agora não obteve nenhum retorno. O diretor do laboratório especializado em segurança digital da PSafe, Emilio Simoni, explicou que esse é um golpe comum. “Não basta a pessoa ter um antivírus instalado. Tem que ter a conscientização, saber como os golpes funcionam, se informar”, defende.

Sancionada lei que prevê pena de até quatro anos para crime virtual
O presidente Jair Bolsonaro sancionou nesta sexta-feira (28), lei que torna mais rigorosas as punições para crimes cometidos na internet. A pena para "hacker", ou seja, quem invade o dispositivo eletrônico de outra pessoa ou instituição, foi aumentada de um para quatro anos de prisão. Também cresceu a pena de quem comete furto e estelionato de forma eletrônica ou pela internet.

Se o invasor tomar posse de conteúdo de comunicações eletrônicas privadas, segredos comerciais ou industriais, informações sigilosas, ou controlar remotamente o dispositivo invadido, a pena agora passará a ser de reclusão, de dois a cinco anos, e multa. Antes, era de reclusão de seis meses a dois anos e multa.

O crime de furto qualificado mediante fraude, por meio de dispositivo eletrônico ou informático terá pena de quatro a oito anos e multa, que poderá ser aumentada em um terço a dois terços, se praticado mediante a utilização de servidor mantido fora do território nacional, e será majorada de um terço ao dobro, se o crime for praticado contra idoso ou pessoa vulnerável.

Também para o crime de fraude eletrônica, a pena será de reclusão, de quatro a oito anos, e multa. O delegado Delmar Bitencourt classcifica a nova legislação como algo positivo. “Com certeza, vai melhorar a nossa atuação e dará mais agelidade ao processo de investigação”, afirma.

Confira alguns dos principais golpes aplicados atualmente envolvendo, ou não, o Pix (Com informações da Febraban):

1 - Golpe da clonagem do Whatsapp: Entre os meios usados pelos bandidos está o Whatsapp. Os criminosos enviam uma mensagem pelo aplicativo fingindo ser de empresas em que a vítima tem cadastro. Eles solicitam o código de segurança, que já foi enviado por SMS pelo aplicativo, afirmando se tratar de uma atualização, manutenção ou confirmação de cadastro.

Com o código, os bandidos conseguem replicar a conta de WhatsApp em outro celular. A partir daí, os criminosos enviam mensagens para os contatos da pessoa, fazendo-se passar por ela, pedindo dinheiro emprestado por transferência via Pix.

Uma medida simples para evitar que o WhatsApp seja clonado é habilitar, no aplicativo, a opção “Verificação em duas etapas” (Configurações/Ajustes > Conta > Verificação em duas etapas). Desta forma, é possível cadastrar uma senha que será solicitada periodicamente pelo app. Essa senha não deve ser enviada para outras pessoas ou digitadas em links recebidos.

2 - Golpe de engenharia social com Whatsapp: Em outra fraude que usa o Whatsapp, o criminoso escolhe uma vítima, pega sua foto em redes sociais, e, de alguma forma, consegue descobrir números de celulares de contatos da pessoa. Com um novo número de celular, manda mensagem para amigos e familiares da vítima, alegando que teve de trocar de número devido a algum problema, como, por exemplo, um assalto. A partir daí, pede uma transferência via Pix, dizendo estar em alguma situação de emergência.

Nesta fraude, o bandido nem precisa clonar o whatsapp da pessoa, e usa a estratégia de pegar dados pessoais da vítima e de seus contatos. A FEBRABAN alerta que é preciso ter muito cuidado com a exposição de dados em redes sociais, como, por exemplo, em sorteios e promoções que pedem o número de telefone do usuário.

Ao receber uma mensagem de algum contato com um número novo, é preciso certificar-se que a pessoa realmente mudou seu número de telefone. O cliente sempre deve suspeitar quando recebe uma mensagem de algum contato que solicita dinheiro de forma urgente. Não faça o Pix ou qualquer tipo de transferência até falar com a pessoa que está solicitando o dinheiro.

3 - Golpe do falso funcionário de banco e das falsas centrais telefônicas: Outros golpes praticados são os do falso funcionário e falsas centrais telefônica de instituições financeiras. O fraudador entra em contato com a vítima se passando por um falso funcionário do banco ou empresa com a qual o cliente tem um relacionamento ativo. O criminoso oferece ajuda para que o cliente cadastre a chave Pix, ou ainda diz que o usuário precisa fazer um teste com o sistema de pagamentos instantâneos para regularizar seu cadastro, e o induz a fazer uma transferência bancária.

É importante ressaltar que os dados pessoais do cliente jamais são solicitados ativamente pelas instituições financeiras, tampouco funcionários de bancos ligam para clientes para fazer testes com o Pix. Na dúvida, sempre procure seu banco para obter esclarecimentos.

4 - Golpe do bug do Pix: Outra ação criminosa que está sendo praticada por quadrilhas e que envolvem o Pix é o golpe do “bug” (falha que ocorre ao executar algum sistema eletrônico). Mensagens e vídeos disseminados pelas redes sociais por bandidos afirmam que, graças a um “bug” no Pix, é possível ganhar o dobro do valor que foi transferido para chaves aleatórias. Entretanto, ao fazer este processo, o cliente está enviando dinheiro para golpistas.

5 – Golpe dos perfis falsos em redes sociais. Contas fakes de restaurantes, hotéis e pousadas são feitas e oferecem promoções ou reservas em que a vítima precisa transferir algum valor com antecedência.

6 - Golpe do boleto falso. Os criminosos fazem boletos muito parecidos com o da empresa que a vítima é cliente. Eles enviam esse documento por e-mail, às vezes de forma aleatória, na esperança de que alguém ache que o boleto é verdadeiro e faça o pagamento.

7 - Golpe nos aplicativos de namoro. Pessoas criam contas, algumas vezes falsas, e entram em contato com outros usuários. Eles mantêm um contato íntimo via redes sociais, às vezes com o envio de fotos íntimas, que depois são usadas para extorsão. Há também os casos em que a vítima é induzida a transferir dinheiro para o golpista na esperança de encontrá-lo pessoalmente.

8 - Golpe do consórcio/imóvel barato. Os golpistas criam falsos anúncios de venda de imóveis em aplicativos ou redes socais. Com o preço barato, eles atraem os clientes a entrarem num consórcio e não a comprar o imóvel indicado na propaganda.

9 - Golpe na venda de produtos pela internet. O vendedor anuncia um produto, geralmente eletrônico ou de rápida saída, e encontra um suposto interessado, que envia um e-mail para o vendedor dizendo que já realizou o pagamento. Esse e-mail é enviado como se fosse da empresa onde o produto foi anunciado. O vendedor envia a mercadoria para o endereço do golpista, que nunca fez a compra.