O Jornal da Cidade

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As forças estaduais de segurança (Polícias Militar, Civil e Técnica, além do Corpo de Bombeiros) iniciaram, na noite de segunda-feira (31), a atuação para desmobilizar grupos que realizam bloqueios em rodovias baianas. A Secretaria da Segurança Pública segue a determinação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Além das ações com unidades especializadas e territorias, a SSP ativou o Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), sediado no Centro de Operações e Inteligência (COI).

Na unidade, representantes de órgãos estaduais, federais e municipais darão suporte e acompanharão as movimentações em todo o estado. Câmeras da SSP auxiliarão no monitoramento.

"Vamos garantir a liberação das estradas. Não vamos permitir que alimentos, pessoas com enfermidades e trabalhadores sejam impedidos de se deslocar. O resultado democrático das urnas será respeitado. Aqui, na Bahia, o mais importante é o respeito à democracia”, afirmou o secretário da Segurança Pública, Ricardo Mandarino

Teve início por volta das 19h desta segunda-feira (31) na Gamboa de Baixo a reconstituição das mortes dos três jovens negros baleados numa suposta troca de tiros com policiais militares na comunidade, ocorridas em março deste ano. Os quatro PMs envolvidos no episódio participam da simulação dos fatos, solicitada pelo Ministério Público do Estado (MP-BA).

A reconstituição é realizada dois dias após o CORREIO divulgar com exclusividade que o comando da Polícia Militar optou por não instaurar o Processo Administrativo Disciplinar (PAD), alegando não ter indícios para a continuidade da investigação. A decisão do comandante-geral da PM, coronel Paulo Coutinho, contraria a recomendação do corregedor-geral da Secretaria de Segurança Pública, Nelson Gaspar, que pontou evidências para a abertura do procedimento, tais como: as armas encontradas com os jovens estavam com defeito e pelo menos uma das mortes tem características de uma execução.

A simulação dos fatos foi solicitada pela promotora Aline Cotrim, do Controle Externo da Atividade Policial (GASEC) do Ministério Público. Em nota enviada ao CORREIO na última sexta-feira, após questionamento sobre a não abertura do PAD pelo comando da PM, o MP-BA respondeu que “a investigação do MP apura eventual responsabilidade criminal dos PMs e está em fase de conclusão”. A reconstituição será realizada em duas etapas. A primeira começou às 19h de hoje, com a participação dos quatros soldados que alegaram que os três jovens reagiram a abordagem a tiros.

Morreram: Alexandre Santos dos Reis, 20, Patrick Sousa Sapucaia, 16, e Cleverson Guimarães Cruz, 22. Os três foram baleados na madrugada do dia 1 de março, na Gamboa de Baixo. De acordo com a versão dos policiais que consta no documento da Corregedoria-Geral, enquanto realizavam um patrulhamento na Avenida Lafayete Coutinho [Avenida Contorno], um motociclista [não identificado na apuração] teria lhes dito que havia vários homens armados na avenida e esse teria sido o motivo da ação policial. Ainda segundo os PMs, teria ocorrido um confronto e os supostos criminosos teriam fugido para a Gamboa, entrando em um imóvel onde aconteceram as mortes dos três rapazes.

A segunda etapa da reconstituição será realizada nesta terça-feira, também às 19h, desta vez com a versão dos moradores, que negam o confronto, inclusive relataram que as vítimas foram surpreendidas pelos policiais quando voltavam de uma festa e em seguida levadas para o imóvel, onde teriam sido executadas.

O procedimento será acompanhado pela Coordenação Especializada de Direitos Humanos da Defensoria Pública e pelo coordenador do IDEAS (Assessoria Popular) e integrante da Rede Justiça Criminal e da Coalizão Negra Por Direitos, Wagner Moreira.

Entidades

Entidades ligadas aos direitos humanos comentaram a importância da reconstituição das mortes na Gamboa, como a Rede de Justiça Criminal, que disse que o Brasil é recordista em letalidade policial e o oitavo país mais violento do mundo. " A ausência de uma política criminal de longo prazo pautada em direitos humanos, aliada ao persistente racismo e hierarquização de nossa sociedade fazem com que o Estado brasileiro e suas polícias sejam os grandes patrocinadores de uma política de estado genocida, cujos principais alvos de extermínio são jovens negros e periféricos. Os números alarmantes de mortes decorrentes de confrontos com a polícia escancaram a necessidade de cobrar que o Ministério Público cumpra com seu dever constitucional de controle externo e mecanismos democráticos, participativos e efetivos de vigilância da atividade policial", declarou a secretária-executiva Rede Justiça Criminal, Janine Carvalho.

A Polícia Militar da Bahia tem acumulado corpos negros que tombaram em decorrência da alta letalidade de sua atuação em bairros periféricos. O Odara acompanha casos em que sequer o inquérito foi concluído e nenhuma instituição fiscaliza de modo sistemático. Há um imperativo de que o Conselho Nacional do Ministério Público - CNMP acompanhe com maior atenção a atuação dos Ministérios Públicos estaduais no controle externo da atividade policial.
Gabriela Ramos, defensora de direitos humanos, ativista do Odara Instituto da Mulher Negra

O Fórum Popular de Segurança Pública do Nordeste também repercutiu o assunto. "Nós, sociedade civil, não deixaremos que nossos jovens sejam dizimados pela polícia sem exigir responsabilização e agilidade na apuração das circunstâncias. A polícia da Bahia é das polícias que mais mata no nordeste, e acreditamos que o esclarecimentos dos fatos e devida aplicação da lei para os responsáveis, deve contribuir para cessar essa prática que se perpetua em grande medida pela omissão dos órgãos responsáveis e a certeza da impunidade" pontuou a articuladora do Fórum Popular de Segurança Pública do Nordeste, Edna Jatobá, que também é coordenadora-executiva da Ong GAJOP (Gabinete de Assessoria Jurídica às Organizações Populares).

Por fim, a Anistia Internacional Brasil falou que há um padrão explícito de assassinatos de jovens negros e pobres em todo país pelas armas das polícias. "É preciso enxergar e enfrentar o racismo. Entender as causas por trás dos desvios das polícias e atuar para corrigir. A sociedade civil precisa se unir para cobrar do Ministério Público e dos gestores públicos o fim da brutalidade policial”, disse a diretora-executiva Anistia Internacional Brasil, Jurema Werneck.

O controle rígido sobre os órgãos de Estado que detêm o monopólio da força é a contrapartida estabelecida pelo Estado Democrático de Direito, para assegurar o funcionamento adequado dessas instituições e seu respeito aos direitos e garantias fundamentais. É também a forma de evitar que o monopólio estatal seja capturado por interesses privados de grupos criminosos e milícias. Portanto, as formas de controle da atividade policial (disciplinar, judicial e externo-social) são pilares essenciais para o Estado de Direito e devem ensejar apurações e prestações de contas rigorosas sobre o uso da força, especialmente, quando há perda de vidas e denúncias da sociedade civil sobre atos abusivos.

No segundo turno desta eleição, a cabeleireira Roxana Pereira, 61 anos, chega ao seu oitavo pleito presidencial. Isso significa ter vivido todas as disputas ocorridas após a ditadura militar brasileira - de 1964 a 1985 - e a promulgação da Constituição Federal de 1988. No entanto, em nenhuma delas - desde 1989 - a eleitora compareceu à urna para votar. Não por integrar a lista facultativa, mas por opção.

“Tenho vergonha de ter chegado na idade que tenho e nunca ter votado. Isso é frustrante, pois eu gostaria de um dia votar e dizer: ‘esse será o cara, vai fazer pelo menos 50% do que está prometendo’, mas só o que vemos é a esculhambação do país”, rejeita a eleitora. Ainda assim, o fato de Roxana nunca ter votado não significa que ela jamais demonstrou sua opinião eleitoral.

Apta ao voto desde que o método era em cédulas de papel, ao invés de usar o documento para sinalizar o candidato que mais lhe agradava, optou - ao menos duas vezes - por registrar sua revolta contra os postulantes. "Eu escrevia palavrões no papel e inseria na urna. Pronto, meu voto estava dado. A raiva que eu tenho dos políticos sempre foi mais forte do que eu", conta a cabeleireira que não votou ontem, nem no dia 2 de outubro.

Na Bahia, outros três milhões de baianos aptos a votar não compareceram às urnas eletrônicas no primeiro turno desta eleição, segundo dados do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA). O número corresponde a 27% dos 11 milhões de eleitores em situação regular no estado. Já o total de ausências no segundo turno ainda não havia sido divulgado pelo órgão até o fechamento desta matéria, às 14h de ontem (30).

Apesar disso, a projeção do cientista político André Carvalho, é de que a ausência cresça em 1%. Isto porque o índice variou da mesma maneira em eleições anteriores. Ele ainda explica que o primeiro turno da eleição costuma ter mais adesão devido ao número de candidatos estimulando o eleitor a exercer o voto.

Razão que para o fotógrafo Gabriel Nascimento, 32 anos, já não é suficiente para fazê-lo ir votar há três eleições, incluindo os dois turnos de 2022 - que ele também não compareceu. Sua decisão foi motivada pelos escândalos de corrupção revelados pelas investigações da operação Lava Jato que, a partir daí, nunca mais o fez deixar de ver condutas irregulares dos postulantes seguintes.

"Parei de acreditar na política desde que votei três vezes no PT [Partido dos Trabalhadores], e vi que eles roubaram. Então eu desisti e parei de votar, porque eu vi que todo mundo que estava [no regime político] fazia a mesma coisa. Sem uma mudança no sistema, não chegaremos a lugar nenhum", afirma o fotógrafo.

Descrença política
Menor nível de escolaridade, pobreza, deslocamento até os locais de votação e proximidade de feriados são os principais fatores relacionados à ausência no pleito, de acordo com o sociólogo, pesquisador do Laboratório de Estudos do Poder e da Política da Universidade Federal de Sergipe (Lepp-ufs), Saulo Barbosa.

Mas quando nenhuma destas questões estão em jogo, é a descrença na política e, em menor medida, a polarização, que aparecem como os propulsores da decisão de não votar. "Na medida em que a pessoa rejeita as duas opções [de candidatos], a polarização pode impedi-la de votar, mas também pode mobilizar ainda mais as bases que optaram por exercer o ato, a repeti-lo no turno seguinte", explica Saulo.

Foi essa rejeição que manteve a relações públicas e executiva internacional de suporte ao cliente, Thaise Campos, 39 anos, em casa, ontem, enquanto a maioria dos baianos saía para votar. Por causa da falta de opção, essa é a segunda eleição presidencial em que a eleitora não registra uma predileção na urna eletrônica.

Além da escolha do novo presidente, a Bahia também teve disputa de segundo turno para governador. Em tese, como Saulo Barbosa também explica, a corrida ao governo do estado junto com a presidencial tende a estimular a ida do eleitor às urnas nessa fase. Por ter a escolha do candidato ao cargo regional bem definida, Thaise até cogitou ir votar nele, mas o desgosto pelos postulantes federais falou mais alto.

"Eu não ajudei a eleger o senhor mau caráter que está como presidente [Jair Bolsonaro], e também não vou ajudar a tirá-lo, nem a colocar outro mais mau caráter [no lugar]. Como não vou sair para anular um voto, que já não conta de qualquer jeito, em casa fico”, afirma Thaise.

Ausência
O presidente da Comissão Especial de Direito Eleitoral da OAB-Ba, Thiago Bianchi, alerta que, independentemente das predileções políticas dos eleitores, o exercício do voto é obrigatório e está limitado à escolha de um candidato ou à rejeição dos mesmos, através dos votos nulo ou branco. Caso a presença não seja registrada, o eleitorado é imposto a justificar a ausência.

O descumprimento pode impedir desde a nomeação em concursos públicos a não emissão de documentos como o passaporte. Cientes disso, todos os eleitores ouvidos pelo CORREIO afirmam cumprir a determinação. E é o que também pretende o entregador por aplicativo Vitor Teixeira, 19 anos, já na sua primeira eleição presidencial obrigatória, por não se sentir representado por nenhum dos candidatos.

“São todos iguais, pois, no final, nenhum deles se importa de verdade com a gente, e se engana quem pensa que nos cargos abaixo da presidência é diferente. Como não quero carregar o fardo de ajudar a eleger nenhum deles, não irei votar, e pretendo seguir assim até ver alguma mudança. E torço para que já seja possível ano que vem”, ansia Vitor.

Só voto de novo se…
Após 61 anos de torcida, para Roxana Pereira, quase não sobrou esperança de ver um cenário político "em que os candidatos tenham planos reais de governo e não sumam após a eleição", pois, até o momento, o desejo tem "parecido apenas uma utopia" para ela. Em consonância, Gabriel Nascimento tem suas condições para votar de novo, bem definidas.

“Queria que acontecesse apenas duas coisas para melhorar tudo: que filhos de políticos estudassem em colégios públicos, e que os políticos e suas famílias tivessem que usar os hospitais públicos. Aí eu voltaria a acreditar na política”, sugere o eleitor. Já Thaise Campos, afirma depender de postulantes tecnicamente preparados para governar.

“Não é partido, cor, bandeira ou marketing, são propostas, carreira política - mesmo que não necessariamente, pois temos alguns com carreira que são zeros a esquerda. Para presidente vai ter que fabricar um negócio bom, porque os que estão, não vão”, afirma.

O candidato ao governo da Bahia ACM Neto agradeceu aos mais de 4 milhões de votos que recebeu neste domingo (30), no 2º turno da eleição. "Quero agradecer ao povo baiano pelos mais de 4 milhões de votos. Todos nos consideramos vitoriosos. Tivemos votação superior aos votos que recebi em 2016, quando fui reeleito com 74% dos votos. Salvador deu uma demonstração inquestionável ao reconhecimento do nosso trabalho e nos deu mais de 64% dos votos no segundo turno", disse.

Ele agradeceu ao prefeito Bruno Reis, "um guerreiro, um amigo pra tudo, incondicional", à vice-governadora Ana Coelho, "uma mulher extraordinária", ao candidato ao Senado, Cacá Leão, que "se manteve ao meu lado firme e forte", e a deputados estaduais, federais, prefeitos, vice, ex-prefeitos, vereadores e lideranças que apoiaram a candidatura, e, principalmente, "aos mais de 4 milhões de eleitores que estiveram conosco", disse ACM Neto.

ACM Neto parabenizou o governador eleito Jerônimo Rodrigues e disse que espera que ele possa governar para todos. "Eu quero parabenizar ao governador eleito Jerônimo, espero que ele tenha a compreensão do que aconteceu hoje na Bahia. A Bahia não pode permanecer dividida. Espero que ele possa, a partir de amanhã, e sobretudo a partir de 1º de janeiro que possa ser governador de todos", disse.

"Eu espero que ele possa representar os eleitores que votaram em mim. Que ele tenha todo sucesso na sua jornada, que ele possa enfrentar os graves problemas que a Bahia vive hoje. A expectativa é que ele tenha condições de atender aos desejos dos baianos. Parabenizo e desejo que ele possa ser o governador de todos", disse ACM Neto.

ACM Neto ainda parabenizou o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. "Desejo que ele possa reunir o país, possa encerrar um período de divisão política, que seja o presidente de todos, pois queremos paz, queremos unidade. Eu, aqui na Bahia, farei minha parte", se comprometeu.

"Precisamos olhar para a vida de quem deseja ter um trabalho sério na segurança pública, para a Bahia sair da liderança de homicídios, para tirar a Bahia da liderança em número de desempregados. Que a Bahia deixe de ser o estado com tantas pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza", disse.

O governador eleito na Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), falou em uma transição de governo imediata para traçar os planos de seu governo a partir de 1º de janeiro de 2023. Durante entrevista coletiva no Palácio de Ondina, na noite deste domingo (30), o petista agradeceu os votos dos eleitores, dos parceiros de partido e projetou uma parceria com o presidente, também eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, do mesmo partido, para governar os estado nos próximos quatro anos. Jerônimo Rodrigues obteve 52,79% dos votos neste segundo turno.

"A palavra que orienta toda a transição de governo e todos os meus próximos quatro anos de governo, ao lado de Geraldinho [Geraldo Jr.], é avançar. Avançar nas políticas públicas de saúde, de educação, de estradas, de cultura, de juventude. Eu tenho a plena convicção que as pessoas que apostaram neste voto terão orgulho de ajudar a gente a governar. Assim como a gente vai ter de governar em um mutirão com Lula pelo Brasil, aqui na Bahia nós faremos o mesmo", disse.

Ainda de acordo com Jerônimo, nesta segunda-feira (31) será feita uma audiência com o atual governador Rui Costa para tratar exclusivamente das mudanças que serão feitas durante a transição de governo. "Amanhã já vou pedir a ele uma audiência para que a gente possa já desenhar essa transição. Alguém pode imaginar que 'é do mesmo time', mas a gente vai ter transição, vai ter mudanças e nós vamos querer avançar para melhor", confirmou. Ainda de acordo com o petista, durante a semana será definido todo o planejamento para o próximo ano.

O novo governador da Bahia também falou sobre suas prioridades durante a gestão. Uma delas é o combate à fome. "Ao lado do programa de ação contra fome, nós trabalharemos a geração de emprego. É outra forte ação que enfrentaremos para resolver a questão da fome. Mas a cultura, a educação e a saúde serão prioridades no meu exercício. E a segurança também", completou.

Jerônimo, que irá liderar o quinto mandato petista seguido na Bahia, aproveitou para elogiar os seus antecessores, Jaques Wagner e Rui Costa, e falar dos planos para o estado. "Wagner fez, Rui fez, mas a gente compreende que temos que fazer muito mais. O 'avançar' vai ser colocar na mesa todas aquelas dificuldades que enfrentamos, nós agora teremos na ordem de grandeza de um governo federal que vai se preocupar com tecnologia, com inteligência, fronteiras e orçamento. Portanto, nós daremos, ainda nesse processo de transição, uma palavra mais firme sobre as principais ações e uma agenda de trabalhos a partir de 2023", concluiu.

O desembargador Roberto Frank, presidente do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA), avaliou na noite deste domingo (30) que o segundo turno no estado teve mais ocorrências em relação à votação do primeiro turno. Ele fez um balanço da eleição na Bahia.

"Esse segundo turno lamentavelmente foi um pouco diferente (...) Vinte e cinco ocorrência, quebra de urna, de agressões, de toda natureza. De forma que se não contássemos com o efetivo robusto das forças de segurança, especialmente da PM, da Civil, da PF, dentre outras, não teríamos como manter a paz e a ordem até para que o eleitorado se sentisse à vontade e seguro para poder sair de casa e exercer seu direito ao sufrágio", disse ele, ao ser questionado sobre a atuação da Polícia Militar. O desembargador preferiu não comentar o caso da deputada Olívia Santana.

Frank também comentou a operação realizada hoje pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), que foi acusada de tentar retardar o fluxo de eleitores, especialmente na região Nordeste. "Já havia demandas judicializadas, se não me engano, na zona correspondente a Ubaitaba, e a juíza determinou prontamente a notificação da PRF para que procedesse no sentido que vem entendendo o TSE, por óbvio, para maximizar o direito fundamental do eleitorado de votar", disse ele.

Depois do pedido de prisão do superintendente da PRF na Bahia, feito por uma das coligações, ele contou que o TRE-BA entrou em ação. "Proferimos um despacho intimando o superintendente para comparecer a esse regional no prazo de 30 minutos. Ele esteve aqui presente, se comprometeu a adotar todas as medidas no sentido de não obstar o acesso, o direito de ir e vir, o direito ao exercício ao voto, que é sagrado, especialmente dia de hoje", diz. "Espero e quero acreditar que as medidas da PRF não tinham condão de atrapalhar o exercício do voto do eleitorado baiano. Todas as medidas que se contrapoem à democracia são e deverão ser devidamente apuradas", acrescentou.

Até agora, as informações são de 174 urnas que precisaram ser substituídas na Bahia.

O desembargador considerou que o balanço final é positivo. "As eleições foram realizadas, o eleitorado compareceu. Até então, a abstenção estava variando em torno de 20% a alguma coisa, de percentuais. É menor que o primeiro turno, que foi de 21%", acrescentou.

Um dos traços da cultura baiana é o hábito de vestir a cor branca às sextas-feiras, e o Bahia não fará diferente hoje. O time usará uniforme todo branco contra o Guarani, no jogo que vale o acesso do Esquadrão à Série A do Campeonato Brasileiro. A partida começa às 19h, na Arena Fonte Nova.

Por ser o mandante da partida, o Bahia tem a preferência na escolha do kit. E depois de jogar com o modelo "couro" (bordô) no empate com o Vila Nova, desta vez o elenco vai de branco. Não só a camisa; short e meiões também – como adotado nas vitórias sobre o Vasco e Ituano, por exemplo.

A reportagem apurou junto ao staff do clube que esse componente de fé, religiosidade e superstição foi levado em consideração para a escolha. Trata-se do último jogo em casa na temporada, e o elenco espera terminar como começou: na estreia tricolor na Série B, que também caiu numa sexta-feira, o time venceu o Cruzeiro por 2x0, jogando todo de branco, no dia 8 de abril.

O hábito de vestir branco neste dia da semana tem raízes religiosas e se dissipou na cultura baiana. A começar pelos malês, africanos muçulmanos que viveram em Salvador no início do século XIX e carregavam esse costume da religião islâmica. Mas o uso do branco às sextas-feiras seguiu intimamente ligado a duas religiões de forte penetração na capital baiana atualmente: é associado a Oxalá, orixá reverenciado especialmente neste dia, e no catolicismo, ao Senhor do Bonfim.

O Esquadrão está em 4º lugar, com 58 pontos, e precisa de um triunfo para conquistar o acesso sem depender de outros resultados. Caso empate, depende que o Sport não ganhe do Operário e que Londrina e Ituano empatem.

Esta é a penúltima rodada da Série B. A última será disputada no dia 6 de novembro, quando o Bahia enfrentará o CRB em Maceió.

A modelo brasileira Gisele Bündchen anunciou o divórcio com Tom Brady, jogador de futebol americano. Os dois estavam casados desde 2009 e têm dois filhos juntos: Benjamin, de 9 anos, e Vivian, de 9.

"Com gratidão por nosso tempo juntos, Tom e eu decidimos amigavelmente assinar o divórcio. Minha prioridade sempre foi e continuará sendo nossos filhos, os quais amo com todo meu coração. Vamos continuar criando juntos os dois e dando todo amor, cuidado e atenção que eles merecem tanto", diz nota publicada por Gisele nas redes sociais.

Ela continua dizendo que foi uma decisão difícil e pedindo para que a privacidade da família seja respeitada. "A decisão de terminar nosso casamento não é fácil, mas nos distanciamos e embora seja, é claro, difícil passar por algo assim, eu me sinto abençoada pelo tempo que ficamos juntos e desejo o melhor para Tom sempre. Peço gentilmente que nossa privacidade seja respeitada nessa fase difícil.

Tom Brady também publicou um comunicado em seu perfil, falando da finalização do divórcio. "Fomos abençoados com crianças lindas e maravilhosas que vão continuar a ser o centro de noso mundo", diz o atleta. "Vamos continuar a trabalhar juntos como pais para sempre garantir que eles vão receber o amor e atenção que merecem", acrescenta, dizendo que a decisão foi tomada depois de muita consideração.

Gisele, atualmente com 42 anos, é uma das modelos mais bem pagas do mundo. A mídia dos EUA diz que a crise no relacionamento dos dois começou com a decisão de Brady, que tem 45 anos, de suspender a aposentadoria do futebol americano. Ele anunciou que estava encerrando sua carreira de atleta em fevereiro, mas voltou atrás em março.

A Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) realizada, no próximo domingo (30), durante a segunda fase da ‘Operação Eleições'. Cerca de 34 mil policiais militares, civis, peritos e bombeiros militares estarão novamente alinhados ao uso de ferramentas tecnológicas para garantir mais segurança aos mais de 11 milhões de eleitores baianos no segundo turno das eleições 2022.

Para evitar crimes eleitorais, o Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), no Centro de Operações e Inteligência (COI), foi reativado na segunda-feira (24), onde integrantes da SSP, de órgãos federais e municipais atuam em conjunto, monitorando a capital, a Região Metropolitana de Salvador (RMS) e o interior. A célula permanecerá ativa até a madrugada da próxima segunda-feira (31).

As diretrizes da operação foram discutidas entre o secretário da pasta, Ricardo César Mandarino, e o presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), desembargador Roberto Maynard Frank, onde foram pontuados que o reforço do policiamento ostensivo para a garantia do livre direito de voto, a escolta de urnas eletrônicas, prevenção e repressão a crimes eleitorais, além do atendimento de eleitores ou candidatos, caso seja necessário, terão uma atenção maior no esquema montado pelas forças estaduais.

“Nosso trabalho será o de garantir que o direito do eleitor, de escolher livremente o seu candidato, seja respeitado. Que a democracia seja respeitada”, detalhou Mandarino.

Polícias Militar, Civil e Técnica

O trabalho dos mais de 29 mil PMs nesta segunda etapa vai garantir, não só a segurança da população antes e durante o pleito, mas também após a decisão eleitoral. As comemorações serão monitoradas em campo pelas equipes ostensivas – dos Comandos de Policiamentos Regionais (CPRs) da Capital e RMS e do Interior (CPRs Chapada, Oeste, Leste, Norte, Sul e Sudoeste), de profissionais do Comando de Policiamento Especializado (CPE), e unidades de ensino e administrativas, além do efetivo empregado no CICC.

Mais de dois mil delegados, escrivães e investigadores e servidores administrativos em Salvador, RMS e interior integrarão o trabalho da PC neste segundo turno. Eles estarão prontos para detectar e investigar crimes eleitorais e delitos praticados na rede.

O Departamento de Polícia Técnica (DPT), por sua vez reforçará as atividades em sua sede, na Avenida Centenário, e nas Coordenações Regionais de Polícia Técnica (CRPT) de Alagoinhas, Serrinha, Santo Amaro, Santo Antônio de Jesus, Paulo Afonso, Euclides da Cunha, Senhor do Bonfim, Itapetinga, Brumado, Valença, Porto Seguro, Bom Jesus da Lapa, Itaberaba e Camaçari.

Corpo de Bombeiros

Já os mais de 1,3 mil bombeiros militares estarão de prontidão na prevenção de sinistros, combate a incêndios e disposição de equipes de busca e salvamento com mais de 124 viaturas e caminhões. Vistorias técnicas na sede do TRE, centros de apoio e demais locais de armazenamento de urnas também serão realizadas.

Balanço do primeiro turno

Somente no primeiro turno a pasta registrou 67 crimes eleitorais entre as 7h da manhã às 19h. As estatísticas policiais do estado registraram 32 ocorrências relacionadas à boca de urna e 14 crimes onde houve a violação da lei que proíbe a divulgação de qualquer espécie de propaganda de partidos políticos ou de seus candidatos.

Ainda foram registrados sete por promover desordem que prejudique os trabalhos eleitorais e três crimes por recusar ordens ou instruções da Justiça Eleitoral ou opor embaraços à sua execução.

Outros 11 crimes de diferentes tipificações penais, a exemplo de dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber para si ou para outrem dinheiro, dádiva, ou qualquer outra vantagem para obter ou dar voto e para conseguir ou prometer abstenção, ainda que a oferta não seja aceita, também foram registrados.

Em Jequié, cidade onde viveu na adolescência, para estudar no Ensino Médio, o candidato a governador Jerônimo Rodrigues (PT) foi recebido por uma grande festa, na reta final da campanha do segundo turno. “Tenho muito a agradecer”, disse o candidato, emocionado, às milhares de pessoas que ocupavam as vias da cidade na noite desta quinta-feira (27) – e a dezenas de familiares, amigos de infância e pessoas importantes nos primeiros anos da vida de Jerônimo, que também marcaram presença no evento. “Estou aqui na minha terra, onde passei a minha adolescência. Agradeço a Deus por me dar a condição de encerrar esta caminhada vitoriosa nesta terra, depois de sete meses correndo a Bahia.”

A vice-prefeita de Jequié, Polliana Oliveira, foi uma a dar as boas-vindas ao candidato de Lula na Bahia ao município. “Que festa mais linda! Esta festa é a festa da democracia, da gratidão ao governador Rui (Costa) e por Jerônimo, que vai continuar a fazer Jequié crescer cada vez mais”, afirmou. “No domingo vamos digitar 13 duas vezes: É 13 para Jerônimo governador e 13 para Lula presidente.”

O candidato lembrou que Jequié e região têm destaque em seu programa de governo. “Vamos ter, em Jequié, uma agenda forte, intensa, de geração de emprego”, afirmou. “Jequié é um polo importante. Por aqui passará a Fiol (Ferrovia de Integração Oeste-Leste) e vamos fazer, aqui, uma central de logística e um centro industrial, com a captação de novas empresas, para gerar emprego e renda. Além disso, temos a possibilidade de, em parceria com o presidente Lula, de
duplicar a BR (116).”

Jerônimo ressaltou que os investimentos em infraestrutura estarão acompanhados por fortalecimento da rede de educação na região. “Vou garantir o fortalecimento da oferta de educação em tempo integral e da educação profissionalizante na região, que está bem servida em termos de infraestrutura de escolas”, destacou. “Além disso, vou reforçar a parceria com os municípios para a educação infantil e fundamental, bem como com as universidades estaduais.”

O candidato de Lula na Bahia também convocou a população a votar no próximo domingo. “Não podemos relaxar: não vamos tirar o chinelo do pé, não vamos baixar a bandeira, não vamos tirar o 13 do peito até domingo (dia da eleição)”, convocou. “Vamos nos juntar, virar votos, buscar os votos dos indecisos.”