Professores de três universidades estaduais da Bahia iniciam greve por tempo indeterminado

Professores de três universidades estaduais da Bahia iniciam greve por tempo indeterminado

Os professores da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) e Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb) iniciaram na manhã desta terça-feira (9) uma greve por tempo indeterminado. Diante da suspensão das atividades, os estudantes estão sem aula nos campi das três instituições estaduais.

De acordo com as associações dos docentes das universidades, a paralisação foi aprovada em assembleia, realizada na última semana.

Os professores da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc) não participa do ato, mas estão em estado de greve e podem deflagrar a paralisação ainda nesta semana. O G1 entrou em contato com o governo do estado e aguarda posicionamento.

Os professores pedem aumento de investimento nas instituições de ensino, reposição salarial, promoções, entre outros. [Confira abaixo as reivindicações detalhadas]

Após anúncio da greve dos professores, o governo do estado informou que o governador Rui Costa determinou a liberação de R$ 36 milhões para investimento nas quatro universidades estaduais baianas. O anúncio foi feito durante reunião na segunda-feira (8), em Salvador, com os reitores das instituições de ensino.

GREVE-UNEB

                                                                                          Professores da Uneb entram em greve por tempo indeterminado — Foto: Divulgação/Aduneb 

O governo informou ainda que Rui Costa apresentou um levantamento feito pela Secretaria da Administração do Estado (Saeb), que mostra um aumento de 19,35%, nos últimos quatro anos, na folha de pagamento dos servidores dessas instituições e que o estado está no limite da capacidade financeira para remuneração de pessoal, não podendo desrespeitar a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

Na reunião com os reitores, Rui também anunciou que publicará projeto de lei redistribuindo 68 vagas do quadro do magistério da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), o que pode resultar na promoção de até 151 professores. Entretanto, não há informações sobre possíveis promoções nas demais universidades.

Apesar da greve dos professores, 30% dos serviços estão mantidos nas três universidades, como núcleos de pesquisa, por exemplo. De acordo com a Associação dos Docentes da Uneb (Aduneb), só a Uneb possui cerca 25 mil estudantes presenciais e mais de cinco mil no sistema de ensino à distância. Ainda de acordo com a Aduneb, são 24 campi da Uneb em toda a Bahia que contam com 2.400 professores e 1.500 técnicos.

O campus da Uefs fica em Feira de Santana e a Uesb possui campi nas cidades de Jequié, Itapetinga e Vitória da Conquista.

Confira as reivindicações dos professores:
- Destinação de, no mínimo, 7% da Receita Líquida de Impostos (RLI) do Estado da Bahia para o orçamento anual das universidades estaduais. Atualmente, esse índice é de aproximadamente 5%, segundo categoria;

- Reposição integral da inflação do período de 2015 a 2017, em uma única parcela, com índice igual ou superior ao IPCA;
Reajuste de 5,5% ao ano no salário base dos docentes para garantir a política de recuperação salarial, referente aos anos de 2015, 2016 e 2017;

- Cumprimento dos direitos trabalhistas, a exemplo das promoções na carreira, progressões e mudança de regime de trabalho. Atualmente, conforme categoria, só na Uneb, mais de 400 professores possuem seus direitos à promoção negados pelo Estado;

- Ampliação e desvinculação de vaga/classe do quadro de cargos de provimento permanente do Magistério Público das Universidades do Estado da Bahia.

Fonte: G1/Bahia

Itens relacionados (por tag)

  • Falsos médicos que usavam diplomas fraudados da Uneb integraram o Mais Médicos

    Falsos médicos que pagaram até R$ 400 mil para conseguir diplomas fraudados, sendo a maior parte deles da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), integraram o Programa Mais Médicos do governo federal. A segunda fase da Operação Catarse, deflagrada pela Polícia Federal (PF), descobriu que a quadrilha obteve ao menos 65 registros junto ao Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj), usando documentos falsos. Três homens apontados como integrantes do esquema foram presos. Uma mulher, supostamente líder da quadrilha, está foragida.

    Para enganar o Cremerj, os criminosos produziam diplomas falsos com papéis de boa qualidade e reproduziam os logotipos de instituições de ensino do país. Segundo a Polícia Federal, a maior parte das comprovações de formação acadêmica fingiam ser da Universidade do Estado da Bahia (Uneb). A quadrilha cobrava valores entre R$ 45 mil e R$ 400 mil para conseguir o registro junto ao Cremerj. Até histórico escolar e monografia podiam ser fraudados.

    As universidades são as responsáveis por enviar a primeira documentação formal dos recém-formados e, para dificultar a checagem, os criminosos falsificavam diplomas de instituições de outros estados. A quadrilha chegou a criar um e-mail falso em nome da Uneb, de endereço “O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.”. O esquema funcionava como uma espécie de organização ‘empresarial’, de acordo com a PF.

    Entre os investigados por comprarem os diplomas falsos estão profissionais de saúde, como enfermeiros. Em depoimento, os falsos médicos alegaram que foram vítimas de golpe da quadrilha, mesmo tendo desembolsado valores para conseguir documentos falsos e exercer a medicina. A reportagem encontrou registros dos falsos profissionais no Mais Médicos, programa do governo federal que tem o objetivo de suprir a carência de médicos nos municípios do interior e nas periferias de grandes cidades.

    Com o diploma falsificado da Uneb, Alexandre Antonio Caldeira Ramos conseguiu, em julho de 2019, a prorrogação da adesão ao Programa Mais Médicos, pelo Ministério da Saúde. O falso médico atuava no município de São Francisco, em Minas Gerais. Já Sayonara Duraes Viriato teve a adesão prorrogada por mais um ano em 20 de junho de 2022. Ela atuou como médica da família na Unidade Básica de Saúde (UBS) Novo Horizonte, em Jequitaí (MG).

    Procurado pela reportagem, o Ministério da Saúde informou que ainda não havia sido oficialmente notificado pelo PF, “mas desde já esclarece que é vítima de fraude e que irá colaborar com as investigações da Polícia Federal. O programa Mais Médicos (MM) verifica os documentos dos candidatos formados no país com base no cadastro do Conselho Federal de Medicina”, acrescenta a pasta, em nota.

    A pasta federal ainda revelou que “um dos supostos falsos médicos foi incorporado ao programa em 2016, tendo obtido prorrogação de adesão por três anos, em 2019. Já a suposta falsa profissional ingressou no MM em 2019, tendo prorrogado o vínculo por um ano, em 2022”, continua o texto da nota.

    O MS ainda declarou que assim que receber o comunicado da PF, fornecerá todas as informações disponíveis e, “se comprovadas as irregularidades, serão aplicadas as sanções devidas aos envolvidos”.

    Outra falsa médica, segundo a Polícia Federal, é Ana Gladys Diniz Pacheco Castrillon. A reportagem não conseguiu identificar onde a investigada trabalha, mas ela é casada com Fernando Castrillon Lara Veiga. Ele, que aparece no registro do Programa Mais Médicos, já trabalhou na UBS Osvaldo de Mello Filho, em Eunápolis, no sul da Bahia.

    Até Anderson Augusto Pedrão, secretário de Saúde de Juti, município de 6 mil habitantes do Mato Grosso do Sul, é investigado no esquema. A reportagem tentou contato com ele e com a prefeitura, mas não obteve sucesso. Outra investigada por atuar como médica sem ter feito faculdade, é a enfermeira Cassia Santos de Lima Menezes, que admitiu ter comprado os diplomas por R$400 mil. Em 2015, ela foi presa por ser dona de uma clínica de estética clandestina, que funcionava na zona oeste do Rio de Janeiro.

    Facilidade

    A delegada da PF Xênia Ribeiro Soares disse, em entrevista ao Fantástico, que a quadrilha conseguia obter os registros porque o esquema de checagem das documentações é frágil. “O que a operação logrou identificar é que existe uma fragilidade nesse sistema de conferência por parte dos conselhos regionais de medicina”, afirmou no programa que foi ao ar no domingo (2). A Polícia Federal foi procurada, mas não respondeu.

    Todos os 65 registros concebidos a partir de documentação fraudada foram anulados pelo Cremerj. Mandados de prisão preventiva foram expedidos para Valdelírio Barroso Lima, Reinaldo Santos Ramos e Francisco Gomes Inocêncio Júnior, que é enfermeiro de formação. Já Ana Maria Monteiro Neta, que atuava como médica com documentos falsos e é apontada como chefe da quadrilha, está foragida. Outros sete mandados de busca e apreensão foram cumpridos no Rio de Janeiro (RJ) e em Minas Gerais.

    O Conselho Regional de Medicina do RJ, que forneceu registros a partir de documentos falsos, foi procurado, mas não retornou aos questionamentos da reportagem. Em nota publicada no dia 20 de junho, o Cremerj manifestou apoio à operação da Polícia Federal e lembrou que, em abril do ano passado, denunciou que duas pessoas tentavam conseguir registros fraudando documentos.

    Walter Palis Ventura, conselheiro do Cremerj, disse que após a revelação dos registros dos falsos médicos, o Conselho mudou a forma de checagem. “A gente checa com o CRM local, que é quem recebe em primeira mão os formandos daquele estado e o segundo cheque é feito com a própria universidade”, afirmou em entrevista ao programa Rede Globo.

    O que diz o Cremeb e a Uneb

    Em nota, o Conselho Regional de Medicina da Bahia (Cremeb), informou que nenhum dos falsos médicos investigados foram inscritos na autarquia. O Cremeb diz ainda que cumpre, rigorosamente, os critérios de checagem dos documentos necessários para o registro de novos profissionais. Entre os métodos, está a validação de todas as atas de colação de grau diretamente com as instituições de ensino.

    Para evitar novas fraudes, o Conselho da Bahia trabalha para viabilizar a entrega da Carteira Profissional Médico (COM) e da Cédula de Identidade Médica (CIM) no dia da solenidade de formatura dos novos médicos. “Somente este ano, o Cremeb já esteve presente em quatro formaturas, entregando presencialmente aos novos médicos os seus documentos de identificação profissional”, pontua. No ano passado, o Cremeb impediu que três pessoas com diplomas falsos de uma universidade no RJ conseguissem atuar na Bahia.

    Já a Uneb, disse que recebeu, em janeiro do ano passado, um ofício em que o Cremerj requeria a comprovação de veracidade de documentos de supostos graduandos de Medicina. “Após consulta às bases de dados acadêmicas, constatou-se que os nomes apresentados não pertenciam a discentes ou egressos da UNEB. Confirmamos que as referidas atas, diplomas e/ou históricos escolares recebidos pelo Cremerj não foram emitidos ou assinados por esta universidade, portanto, são ilegítimos”, garante.

  • Quadrilha no Rio usava diplomas falsos da Uneb para conseguir registros de médicos

    A Universidade do Estado da Bahia (Uneb) informou nesta segunda-feira (3) que notificou a polícia em relação um esquema de falsificação de diplomas para obtenção de registro para falsos médicos no Rio de Janeiro assim que percebeu que havia algo errado, em janeiro do ano passado. O esquema é investigado pela Polícia Federal.

    Pelo menos 65 pessoas usaram os documentos forjados para obter o registro profissional, a maioria deles apresentando diploma da Uneb. Segundo nota da universidade, nenhuma das pessoas que usou os diplomas falsos estudou de fato na universidade. O esquema foi divulgado em reportagem do Fantástico, da TV Globo, no domingo.

    Na nota, a Uneb diz que recebeu um ofício do Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj) em 18 de janeiro de 2022 pedindo comprovação de veracidade de atas de colação de grau, diplomas e históricos escolares de supostos formados em medicina na universidade.

    A universidade fez consulta às suas bases e notou que os nomes apresentados nunca foram foram alunos da Uneb. "Assim sendo, confirmamos que as referidas atas, diplomas e/ou históricos escolares recebidos pelo Cremerj não foram emitidos ou assinados por esta universidade, portanto, são ilegítimos", diz o texto.

    Todos os documentos enviados pelo Cremerj foram repassados para as autoridades competentes da Bahia para a investigação, diz a Uneb.

    O e-mail usado pelos criminosos para enviar diplomas e outros documentos falsos (validaçãO endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.) não é da Uneb, destaca a universidade.

    "A Uneb externa sua indignação com o ocorrido, ao tempo em que reforça que se trata de uma ação criminosa da qual esta universidade é vítima, assim como toda a sociedade brasileira", diz a nota.

    Presos

    Em junho, a PF cumpriu quatro mandados de prisão e três pessoas foram presas: Valdelírio Barroso Lima, Reinaldo Santos Ramos e Francisco Gomes Inocêncio Junior, que é médico. A quarta pessoa, Ana Maria Monteiro Neta, apontada como chefe da quadrilha, está foragida.

    Segundo o delegado da Polícia Federal Francisco Guarani disse ao Fantástico, “a investigação conseguiu apontar que de fato existia uma estrutura empresarial nessa venda de diplomas falsos e históricos escolares falsos.”

  • Rodoviários decretam estado de greve em Salvador

    A assembleia do Sindicato dos Rodoviários da Bahia, que ocorreu na manhã desta quinta-feira (11), deliberou estado de greve em Salvador. A decisão ocorre após a classe demandar um aumento de 10% no salário e no ticket de alimentação e não receber contra-proposta dos empresários que administram as empresas de ônibus em circulação na capital.

    Fábio Primo, presidente do sindicato, afirma que não houve qualquer proposta por parte dos empresários, o que revolta a classe. "A gente precisa fazer a proposta até o fim de março, o que fizemos. Estamos em maio e nenhuma proposta foi feita por eles, não recebemos nenhum retorno. Um desrespeito com o trabalhador essencial", diz o presidente do sindicato.

    O estado de greve não tira os ônibus de circulação de imediato e nem faz a classe parar. Após deliberação, é publicado um edital que viabiliza a entrada em uma greve geral após 72 horas, o que possibilitaria a paralisação do serviço já no próximo domingo (14). Porém, os trabalhadores não devem parar antes da próxima terça-feira (16).

    "Temos uma reunião de conciliação com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e os empresários. Esperamos ter lá um avanço nas negociações e, enfim, ouvir uma proposta por parte dos empresários porque o aumento anual é um direito nosso. Ou tem acordo ou vai ter greve", fala Fábio Primo.

    Procurada pela reportagem para responder sobre os questionamentos da classe, a Integra afirmou que já se reuniu com os trabalhadores e que uma porcentagem das demandas já foram garantidas. "Realizamos 4 reuniões, fechamos mais 40% das reivindicações, temos alguns impasses econômicos e financeiros e haverá reunião de mediação no MTE no dia 16 às 10:00h. Esperamos que se resolva", escreve.

    Apesar disso, o sindicato segue sustentando que as conversas não fizeram surgir nenhuma proposta de aumento salarial ou ticket. O MTE confirmou a reunião das próxima terça-feira e explicou melhor para que serve a negociação. De acordo com o órgão, se trata de um processo onde se escuta as demandas dos dois lados e se considera as necessidades dos envolvidos para a construção de um acordo possível.

    "O serviço de mediação da Superintendência Regional do Trabalho da Bahia integra o processo de negociação coletiva de trabalho, onde o negociado se sobrepõe ao legislado. Visa oferecer às partes informações sobre os efeitos e consequências do conflito, formular propostas, ou recomendações, facilitar o entendimento dos envolvidos e estimulá-los à solução consensual", explica em nota.

    A Secretaria de Mobilidade de Salvador (Semob) foi procurada para responder se acompanha o caso e tenta auxiliar de alguma forma. No entanto, não respondeu até o fechamento da reportagem.

    Valores defasados
    Wesley de Carvalho, 40 anos, trabalha como cobrador há oito anos em Salvador. Por conta do aumento dos custos com alimentação, ele afirma que há uma defasagem dos valores que são pagos para os rodoviários no momento.

    "Aumentou tudo e a gente não consegue viver mais. Trabalhamos todo dia, somos uma classe essencial para que as pessoas se desloquem e não tem valorização. O rodoviário precisa de aumento", responde o cobrador.

    Além de 10% no salário e no ticket alimentação, a classe pleiteia o fim da compensação de horas. Hoje, quando um rodoviário faz hora extra, os empresários têm seis meses para pagar ou compensar com folga. O sindicato pede que as horas sejam pagas na folha do mês seguinte.

    Motorista há 14 anos em Salvador, Adriano Argolo, 41, diz que é fundamental que a compensação deixe de existir e haja um pagamento automático. Isso porque ele afirma que as horas não são compensadas como deveriam pelas empresas.

    "Tem esses seis meses, mas eles não pagam. Passa esse tempo todo e a gente não tira as folgas devidas pelo tempo que trabalhamos. E todo dia é hora extra, final semana passando mais de duas horas para poder voltar para casa. Ninguém pode trabalhar de graça", reclama.

    Os rodoviários ainda solicitam também a desapropriação de terrenos da empresa CSN para arcar com rescisões de trabalhadores da classe. Na última segunda-feira, inclusive, o sindicato se reuniu com o prefeito Bruno Reis (União Brasil).

Deixe um comentário

Certifique-se de preencher os campos indicados com (*). Não é permitido código HTML.