Governadores do Nordeste querem programa regional nos moldes do Mais Médicos

Governadores do Nordeste querem programa regional nos moldes do Mais Médicos

Agora que já foram concluídas as etapas formais para a criação do Consórcio do Nordeste, que visa representar os governos da região no âmbito jurídico, os membros começaram a debater os primeiros projetos. Um deles é firmar contrato com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), que exporta profissionais da área, a fim de retomar um programa nos moldes do “Mais Médicos”.

Segundo informações do blog Painel, da Folha de S. Paulo, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), disse que eles já consultaram a identidade para fazer um contrato regional.

A organização rescindiu o acordo com o Brasil, logo após a eleição do presidente Jair Bolsonaro (PSL), no ano passado. O capitão fazia duras críticas ao programa, que tinha, em sua maioria, médicos cubanos atuando no Brasil. O problema é que o governo federal não deu conta de repor os profissionais nas unidades antes assistidas pelos estrangeiros. De acordo com a publicação, o New York Times estima que 28 milhões de brasileiros ficaram sem atendimento médico.

Fonte: Bahia Notícias

Itens relacionados (por tag)

  • Falsos médicos que usavam diplomas fraudados da Uneb integraram o Mais Médicos

    Falsos médicos que pagaram até R$ 400 mil para conseguir diplomas fraudados, sendo a maior parte deles da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), integraram o Programa Mais Médicos do governo federal. A segunda fase da Operação Catarse, deflagrada pela Polícia Federal (PF), descobriu que a quadrilha obteve ao menos 65 registros junto ao Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj), usando documentos falsos. Três homens apontados como integrantes do esquema foram presos. Uma mulher, supostamente líder da quadrilha, está foragida.

    Para enganar o Cremerj, os criminosos produziam diplomas falsos com papéis de boa qualidade e reproduziam os logotipos de instituições de ensino do país. Segundo a Polícia Federal, a maior parte das comprovações de formação acadêmica fingiam ser da Universidade do Estado da Bahia (Uneb). A quadrilha cobrava valores entre R$ 45 mil e R$ 400 mil para conseguir o registro junto ao Cremerj. Até histórico escolar e monografia podiam ser fraudados.

    As universidades são as responsáveis por enviar a primeira documentação formal dos recém-formados e, para dificultar a checagem, os criminosos falsificavam diplomas de instituições de outros estados. A quadrilha chegou a criar um e-mail falso em nome da Uneb, de endereço “O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.”. O esquema funcionava como uma espécie de organização ‘empresarial’, de acordo com a PF.

    Entre os investigados por comprarem os diplomas falsos estão profissionais de saúde, como enfermeiros. Em depoimento, os falsos médicos alegaram que foram vítimas de golpe da quadrilha, mesmo tendo desembolsado valores para conseguir documentos falsos e exercer a medicina. A reportagem encontrou registros dos falsos profissionais no Mais Médicos, programa do governo federal que tem o objetivo de suprir a carência de médicos nos municípios do interior e nas periferias de grandes cidades.

    Com o diploma falsificado da Uneb, Alexandre Antonio Caldeira Ramos conseguiu, em julho de 2019, a prorrogação da adesão ao Programa Mais Médicos, pelo Ministério da Saúde. O falso médico atuava no município de São Francisco, em Minas Gerais. Já Sayonara Duraes Viriato teve a adesão prorrogada por mais um ano em 20 de junho de 2022. Ela atuou como médica da família na Unidade Básica de Saúde (UBS) Novo Horizonte, em Jequitaí (MG).

    Procurado pela reportagem, o Ministério da Saúde informou que ainda não havia sido oficialmente notificado pelo PF, “mas desde já esclarece que é vítima de fraude e que irá colaborar com as investigações da Polícia Federal. O programa Mais Médicos (MM) verifica os documentos dos candidatos formados no país com base no cadastro do Conselho Federal de Medicina”, acrescenta a pasta, em nota.

    A pasta federal ainda revelou que “um dos supostos falsos médicos foi incorporado ao programa em 2016, tendo obtido prorrogação de adesão por três anos, em 2019. Já a suposta falsa profissional ingressou no MM em 2019, tendo prorrogado o vínculo por um ano, em 2022”, continua o texto da nota.

    O MS ainda declarou que assim que receber o comunicado da PF, fornecerá todas as informações disponíveis e, “se comprovadas as irregularidades, serão aplicadas as sanções devidas aos envolvidos”.

    Outra falsa médica, segundo a Polícia Federal, é Ana Gladys Diniz Pacheco Castrillon. A reportagem não conseguiu identificar onde a investigada trabalha, mas ela é casada com Fernando Castrillon Lara Veiga. Ele, que aparece no registro do Programa Mais Médicos, já trabalhou na UBS Osvaldo de Mello Filho, em Eunápolis, no sul da Bahia.

    Até Anderson Augusto Pedrão, secretário de Saúde de Juti, município de 6 mil habitantes do Mato Grosso do Sul, é investigado no esquema. A reportagem tentou contato com ele e com a prefeitura, mas não obteve sucesso. Outra investigada por atuar como médica sem ter feito faculdade, é a enfermeira Cassia Santos de Lima Menezes, que admitiu ter comprado os diplomas por R$400 mil. Em 2015, ela foi presa por ser dona de uma clínica de estética clandestina, que funcionava na zona oeste do Rio de Janeiro.

    Facilidade

    A delegada da PF Xênia Ribeiro Soares disse, em entrevista ao Fantástico, que a quadrilha conseguia obter os registros porque o esquema de checagem das documentações é frágil. “O que a operação logrou identificar é que existe uma fragilidade nesse sistema de conferência por parte dos conselhos regionais de medicina”, afirmou no programa que foi ao ar no domingo (2). A Polícia Federal foi procurada, mas não respondeu.

    Todos os 65 registros concebidos a partir de documentação fraudada foram anulados pelo Cremerj. Mandados de prisão preventiva foram expedidos para Valdelírio Barroso Lima, Reinaldo Santos Ramos e Francisco Gomes Inocêncio Júnior, que é enfermeiro de formação. Já Ana Maria Monteiro Neta, que atuava como médica com documentos falsos e é apontada como chefe da quadrilha, está foragida. Outros sete mandados de busca e apreensão foram cumpridos no Rio de Janeiro (RJ) e em Minas Gerais.

    O Conselho Regional de Medicina do RJ, que forneceu registros a partir de documentos falsos, foi procurado, mas não retornou aos questionamentos da reportagem. Em nota publicada no dia 20 de junho, o Cremerj manifestou apoio à operação da Polícia Federal e lembrou que, em abril do ano passado, denunciou que duas pessoas tentavam conseguir registros fraudando documentos.

    Walter Palis Ventura, conselheiro do Cremerj, disse que após a revelação dos registros dos falsos médicos, o Conselho mudou a forma de checagem. “A gente checa com o CRM local, que é quem recebe em primeira mão os formandos daquele estado e o segundo cheque é feito com a própria universidade”, afirmou em entrevista ao programa Rede Globo.

    O que diz o Cremeb e a Uneb

    Em nota, o Conselho Regional de Medicina da Bahia (Cremeb), informou que nenhum dos falsos médicos investigados foram inscritos na autarquia. O Cremeb diz ainda que cumpre, rigorosamente, os critérios de checagem dos documentos necessários para o registro de novos profissionais. Entre os métodos, está a validação de todas as atas de colação de grau diretamente com as instituições de ensino.

    Para evitar novas fraudes, o Conselho da Bahia trabalha para viabilizar a entrega da Carteira Profissional Médico (COM) e da Cédula de Identidade Médica (CIM) no dia da solenidade de formatura dos novos médicos. “Somente este ano, o Cremeb já esteve presente em quatro formaturas, entregando presencialmente aos novos médicos os seus documentos de identificação profissional”, pontua. No ano passado, o Cremeb impediu que três pessoas com diplomas falsos de uma universidade no RJ conseguissem atuar na Bahia.

    Já a Uneb, disse que recebeu, em janeiro do ano passado, um ofício em que o Cremerj requeria a comprovação de veracidade de documentos de supostos graduandos de Medicina. “Após consulta às bases de dados acadêmicas, constatou-se que os nomes apresentados não pertenciam a discentes ou egressos da UNEB. Confirmamos que as referidas atas, diplomas e/ou históricos escolares recebidos pelo Cremerj não foram emitidos ou assinados por esta universidade, portanto, são ilegítimos”, garante.

  • Nordeste cresce mais que Sul e Sudeste entre 2002 e 2022

    A imagem de terra seca tomada por ossadas de animais que o Nordeste ainda hoje carrega contrasta com a realidade econômica da região, que tem um setor agropecuário pujante e que responde a 7,2% do valor adicionado total, entre 2002 e 2020. Outra disparidade entre estereótipos e os dados é que, ao contrário do que muitos ainda pensam, o Nordeste não é um peso carregado pelo Sudeste. Na verdade, entre 2002 e 2022, o crescimento dessa região, na média, foi de 2,2% ao ano, contra 1,7% do Sul e do Sudeste. Apesar desse crescimento, todos os estados da região estão entre os dez menores níveis de PIB per capita do país. Para melhor entender esses números e contradições sobre a economia nordestina, o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE), irá implantar ainda neste primeiro semestre o Centro de Desenvolvimento do Nordeste, com sede em Fortaleza, no Ceará.

    O anúncio da iniciativa foi marcada pela apresentação, ontem, de um estudo sobre a região que indica, entre outras coisas, que passado o choque inicial provocado pela pandemia de covid-19, em 2020, a economia nordestina mostrou crescimento nos anos seguintes, embora ainda aquém da média nacional. O Produto Interno Bruto (PIB) do Nordeste teria passado de um tombo de 4,1% em 2020, para crescimentos de 3,5% em 2021 e de 3,4% em 2022. Já o PIB brasileiro saiu de queda de 3,3% em 2020 para uma alta de 5,0% em 2021 e avanço de 2,9% em 2022. Enquanto o Brasil cresceu, em média, 8,0% no biênio 2021-2022, a Região Nordeste avançou 7,0%, resultado superior apenas ao do Norte, que expandiu 6,1%, calculou o Ibre/FGV. Os demais avanços no biênio foram de 8,4% para o Sudeste; 8,2% para o Sul; e 8,6% para o Centro-Oeste.

    "Com o objetivo de reduzir as enormes desigualdades socioeconômicas entre as regiões, é importante que se mude esse cenário, com o crescimento mais robusto da região. É necessário que sejam adotadas políticas públicas que potencializem a economia regional e consiga fazer com que a redução das disparidades com relação às demais regiões do país sejam minimizadas de forma mais rápida", defendeu o levantamento feito por Juliana Trece e Claudio Considera, pesquisadores do Ibre/FGV.

  • Salvador mantém a posição de maior PIB da Bahia e 2º maior do Nordeste

    O ano de 2020 foi desafiador para quem trabalha com serviços. O fechamento de estabelecimentos por conta da pandemia atingiu em cheio a economia e fez o Produto Interno Bruno (PIB) de Salvador encolher 7,8% na comparação com 2019, mas ainda assim a cidade conseguiu produzir R$ 58,9 bilhões em riquezas e manteve a posição de maior economia da Bahia e 2ª do Nordeste.

    Os dados sobre o PIB dos municípios em 2020 foram divulgados, nesta sexta-feira (16), pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI) e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os números apontam que o setor de serviços foi o mais impactado durante o primeiro ano da pandemia. A atividade que, em 2019, representava 71,3% da economia no estado, recuou para 67,4%, no ano seguinte.

    Salvador produziu R$ 63,9 bilhões em riquezas em 2019, o que representava 21,7% de todo o PIB baiano. No ano da pandemia, o percentual caiu para 19,3%. Outras cidades que registraram perda de participação no PIB foram Simões Filhos, Porto Seguro, Cairu, Vitória da Conquista, Feira de Santana, Lauro de Freitas e Itabuna.

    O coordenador de Contas Regionais da SEI, João Paulo Caetano, explicou que a queda já era esperada por conta da interrupção das atividades e até encerramento de negócios em segmentos como hotéis, bares, restaurantes e espaços ligados à cultura.

    “O setor de serviços foi o mais afetado pela pandemia, foi o que mais sentiu efetivamente os impactos. Salvador perdeu 2,4% de participação no PIB; Simões Filhos, Vitória da Conquista e Feira de Santana, entre outros, todos tiveram perda. A expectativa é de que, em 2021, esses municípios tenham recuperado o que foi perdido em 2020, mas a gente ainda não sabe os resultados”, afirmou.

    Crescimento
    Os outros dois setores observados na pesquisa tiveram avanço. A indústria apresentou um pequeno crescimento, passando de 21,8% para 22,2%, enquanto o agronegócio registrou o resultado positivo mais expressivo, saindo de 6,8% para 10,4% de participação no Produto Interno Bruto da Bahia. Essa mudança de cenário provocou uma troca de lugares entre as cidades com maior PIB do estado.

    O município de Luiz Eduardo Magalhães, com forte atuação na agropecuária, ultrapassou a cidade de Lauro de Freitas, que tem uma economia mais voltada para serviços. Mais do que isso, os dez maiores municípios do agronegócio, que antes da pandemia eram responsáveis por 39% do setor, em 2020, passaram a comandar quase a metade (49%) de tudo o que essa parcela da economia produz na Bahia.

    Quando a análise do PIB leva em consideração a distribuição per capita, por exemplo, sete das dez maiores economias são cidades ligadas a agropecuária. A supervisora de disseminação de informações do IBGE, Mariana Viveiros, fez uma ressalva.

    “O agronegócio é muito importante inclusive por conta do dinamismo que ele cria no setor de serviços. Temos um grupo de atividades no IBGE que chamados ‘outros serviços’ que tem um peso importante nos auxílios a agropecuária. Normalmente, quando esse setor vai bem é por conta desses serviços, e não apenas pela produção de commodities”, explicou.

    A queda de 7,8% em Salvador foi a 3ª mais intensa entre as capitais, menor apenas do que as verificadas em Curitiba/PR (-8,1%) e Recife/PE (-8,0%). Foi também o primeiro resultado negativo para a Economia soteropolitana nos 18 anos da série histórica do PIB dos municípios (iniciada em 2002). Na Bahia, o recuo foi de 4,4% e no Brasil de 3,3%.

    A pesquisa mostrou que as maiores economias continuam sendo Salvador (19,3%), Camaçari (9,4%), Feira de Santana (4,9%), São Francisco do Conde (3,9%) e Vitória da Conquista (2,3%). Os dez municípios mais fortes economicamente são responsáveis por 48,7% de todo o PIB da Bahia. A participação encolheu, porque em 2019 era de 50,8%.

    As maiores mudanças no ranking ficaram com Itagibá, que saiu da 197ª posição para o 55º lugar, Tabocas do Brejo Velho (de 296º para 194º) e Adustina (199º para 126º). Já as cidades que cresceram em participação no PIB foram São Desidério (0,69%), Formosa do Rio Preto (0,61%) e Luís Eduardo Magalhães (0,32%).

    Ranking nacional
    Apesar dos efeitos da pandemia, Salvador manteve a 12ª posição entre as cidades mais fortes economicamente do Brasil (a 9ª capital). São Paulo (SP) lidera a lista, sendo seguida por Rio de Janeiro (RJ), Brasília (DF) e Belo Horizonte (BH). No Nordeste, os baianos ficaram atrás apenas de Fortaleza (CE).

    O coordenador de Contas Regionais da SEI, João Paulo Caetano, explicou que a cidade de Fortaleza desenvolveu uma série de investimentos a partir do porto, que serve para escoamento da produção do estado, e implementou indústrias no entorno do equipamento, o que impulsionou a produção para além dos ganhos com o setor de serviços.

    “Essa construção industrial alicerçada em volta do porto fez com que Fortaleza ganhasse participação no PIB e ultrapasse Salvador. Nós também temos um porto, mas ele serve basicamente para escoar a produção, não temos um adensamento produtivo ao redor do porto de Salvador, e esse é um grande diferencial”, explicou.

    A lista dos dez maiores PIBs do Nordeste inclui a cidade de Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador, que produziu R$ 25,7 bilhões, em 2020, e ficou à frente de cinco capitais, como Maceió, Natal e Terezina. Em nível nacional, três municípios que não são capitais entraram no top 10: Osasco, Guarulhos e Campinas, todos em São Paulo.

    Confira os dez maiores PIBs da Bahia:

    Salvador (19,3%) – R$ 58,9 bilhões
    Camaçari (9,4%) – R$ 25,6 bilhões
    Feira de Santana (4,9%) – R$ 16,1 bilhões
    São Francisco do Conde (3,9%) – R$ 11,9 bilhões
    Vitória da Conquista (2,3%) – R$ 7,1 bilhões
    Luís Eduardo Magalhães (2,3%) – R$ 7 bilhões
    Lauro de Freitas (2,1%) – R$ 6,4 bilhões
    Barreiras (2%) – R$ 6,1 bilhões
    Simões Filho (1,6%) – R$ 4,9 bilhões
    Candeias (1,6%) – R$ 4,9 bilhões

    Confira os dez maiores PIBs do Nordeste:

    Fortaleza (CE) – R$ 65,2 bilhões
    Salvador (BA) – R$ 58,9 bilhões
    Recife (PE) – R$ 50,3 bilhões
    São Luís (MA) – R$ 33,1 bilhões
    Camaçari (BA) – R$ 25,7 bilhões
    Maceió (AL) – R$ 22,8 bilhões
    Natal (RN) – R$ 22,7 bilhões
    Terezina (PI) – R$ 21,6 bilhões
    João Pessoa (PB) – R$ 20,8 bilhões
    Aracaju (SE) – R$ 16,4 bilhões

    Confira os maiores PIBs do Brasil:

    São Paulo (SP)
    Rio de Janeiro (RJ)
    Brasília (DF)
    Belo Horizonte (BH)
    Manaus (AM)
    Curitiba (PR)
    Osasco (SP)
    Porto Alegre (RS)
    Guarulhos (SP)
    Campinas (SP)
    Fortaleza (CE)
    Salvador (BA)

Deixe um comentário

Certifique-se de preencher os campos indicados com (*). Não é permitido código HTML.