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Dia dos Pais deve superar o das Mães em vendas

Dia dos Pais deve superar o das Mães em vendas

Pela primeira vez este ano os shoppings baianos estarão de portas abertas para uma das grandes datas de compras do calendário: o Dia dos Pais. E a mudança de cenário deve provocar uma outra situação inédita. A expectativa dos lojistas é que o movimento de vendas supere o que foi registrado em maio, quando as mães foram homenageadas. Apesar da expectativa positiva em relação a maio, na comparação com o segundo domingo de agosto do ano passado, espera-se uma queda de 8% no movimento, de acordo com a Federação do Comércio, Serviços e Turismo do Estado da Bahia (Fecomércio).

Em números absolutos, o órgão aponta que nos nove primeiros dias de agosto, o varejo deve perder R$ 103 milhões de reais em faturamento este ano, na comparação com os R$ 1,21 bilhão registrados em 2019. A queda no entanto é bem menor do que a do Dia das Mães. Em maio, a perda foi de 36%, com uma redução no faturamento de aproximadamente R$ 500 milhões. A melhora na comparação entre as datas deve acontecer justamente por conta da reabertura.

“O Dia dos Pais é historicamente a terceira data mais importante do ano, atras do Natal e do Dia das Mães. Como nos Dia das Mães os shoppings estavam fechados, esperamos que esse ano o nível de venda seja maior que no dia dos pais. De jeito nenhum consegue superar o ano anterior, mas já é uma melhora”, explica o presidente da a Associação Brasileira de Shopping Centers na Bahia (Abrasce - BA), Edson Piaggio.

Nova realidade

Com a reabetura, o movimento de compras cresceu em cerca de 10%, apesar de ainda estar longe da realidade dos lojistas antes da pandemia. “Hoje vendemos, no melhor dos cenários, 30% do que tínhamos antes. De portas fechadas, e usando só os canais alternativos de venda como delivery e drive-thru, tínhamos no máximo 20% do nosso total antigo”, detalha Leise Scabini, presidente da Associação dos Lojistas do Shopping da Bahia e Coordenadora da Câmara dos Lojistas de Shopping Center da Fecomércio

Ainda segundo Leise, a forma tradicional de compra com o cliente na loja ainda representa a grande maiora das vendas realizadas desde a reabertura, cerca de 70%. Apesar disso, as formas alternativas criadas na pandemia devem permanecer. “A loja ainda representa um pedaço muito grande das vendas, mas ainda continuamos com uma parte das pessoas que gostou desse novo estilo. Esse tipo de compra pode se concretizar e seguir acontecendo, como alternativa interessante para os lojistas”, diz ela.

Movimento bom
Quem está no shopping todo dia já vem notando a melhora no movimento desde que os centros comerciais foram reabertos há cerca de duas semanas. “O cliente já consegue se sentir seguro. O presente ainda dá a vantagem de não precisar experimentar, então aquela dificuldade da compra própria, do não poder experimentar, acaba não acontecendo. Acredito que é um ponta pé da retomada esse Dia dos Pais”, avalia Matheus Medeiros, responsável pelas lojas Track & Field nos shoppings da capital.

Sobre as formas alternativas de compra, criadas com a pandemia, e que permanecem em operação mesmo com as lojas abertas, os lojistas acreditam que também houve melhora. “O sistema de drive e delivery dos shoppings foi testado no Dia das Mães, foi o ínicio. No dia dos namorados, que é outra data importante, já foi uma evolução do sistema, muito mais consolidado e com as pessoas já entendendo mais como utilizar. Com tantas possibilidades e com cliente já acostumado, e entendendo como funciona essas novas alternativas, é esperado esse aumento de venda com relação aos eventos anteriores”, analisa Márcio Mendonça que é responsável pela marca Zip Nautica em shoppings como Bela Vista, Salvador Shopping e Shopping da Bahia.

O estudante Victor Aguiar, 24 anos, foi um dos que usou serviço misto na hora de comprar o presente do pai. “Comprei um eletrônico. Tinha pesquisado para comprar pela internet, mas a entrega ia demorar. Então resolvi ir no shopping mesmo. Entrei em contato com a loja antes, ví que o preço tava na mesma faixa e pedi para separarem. Na hora foi super rápido e tranquilo", diz ele que tomou todos os cuidados no rápido passeio, com o uso de máscara e face shield.

Movimentos como o de Victor é o que podem garantir o bom retorno esperado pelos lojistas. “O dia dos pais é uma das poucas datas grandes que nós não perdemos. Essa é a primeira data importante que a gente tem, porque perdemos todas as do primeiro semestre, em um ano de praticamente seis meses. Espero que a gente consiga estimular o cliente, inclusive através desses canais alternativos”, diz Leise.