O Estado da Bahia publica, no Diário Oficial do Estado (DOE) desta sexta-feira (15), a convocação dos inscritos no concurso da Polícia Civil, Edital SAEB Nº 02/2022, para realização de provas objetivas e discursivas, no dia 24 deste mês. O certame visa preenchimento de mil vagas, sendo 150 para o cargo de delegado, 150 para escrivão e 700 para investigador.

O local, a sala e os horários para a realização das provas serão disponibilizados no cartão de convocação, publicado no endereço eletrônico da realizadora do concurso (www.ibfc.org.br), na aba denominada Local de Prova, a partir do dia 18 deste mês.

As provas serão realizadas em dois turnos. Pela manhã, as provas objetivas acontecerão a partir das 8h, com portões fechados às 7h45. À tarde, as discursivas vão ser a partir das 14h, com portões fechados às 13h45.

Os candidatos deverão comparecer aos locais de provas 60 minutos antes do fechamento dos portões, munidos de documento de identidade com foto, cartão de convocação e comprovante de vacinação, conforme regras do Edital SAEB 02/2022. Devem portar também caneta esferográfica de tinta azul ou preta.

Vale destacar, que aquele candidato que não apresentar documento de identificação original como foto e comprovante de vacinação não poderá fazer as provas e será eliminado deste Concurso Público. É recomendado que o candidato a utilize máscara de proteção individual, ao ingressar no local de realização das provas.

Os candidatos devem conhecer e observar todas as instruções do Edital 02/2022. No Edital estão disponíveis informações como período das provas, tempo de permanência exigida no local, retirada do caderno de questões, dentre outras.

As inscrições para o concurso foram abertas em maio. Do total de vagas ofertadas, 5% serão reservadas a pessoas com deficiência e 30% para candidatos que se autodeclararem negros, de acordo com a legislação vigente. O certame tem validade de um ano, prorrogável por igual período.

Para ingresso na carreira de Delegado, é exigido diploma de bacharel em Direito. Para os candidatos aos cargos de Escrivão e Investigador, é necessário possuir diploma de conclusão de curso superior em qualquer área de conhecimento, além da Carteira Nacional de Habilitação (CNH), categoria B, no mínimo, para os investigadores. Em todos os casos, o diploma do candidato deve ter reconhecimento do Ministério da Educação (MEC) e a carga horária de trabalho semanal é de 40 horas.

O Instituto Brasileiro de Formação e Capacitação (IBFC) foi contratado para organizar o concurso, realizado pela Secretaria da Administração (Saeb) e Polícia Civil. O resultado final do certame, bem como de todas as suas etapas e informações complementares, serão divulgados no site oficial do IBFC e no Portal do Servidor. Após a homologação, a Polícia Civil irá convocar os candidatos aprovados para realização de exames pré-admissionais e da investigação social, como indicado em edital. Aqueles que estiverem aptos serão convocados para o curso de formação, promovido pela Polícia Civil.

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Sacrilégio, mais um recado afrontoso ou os dois? O fato é que a inscrição da facção Bonde do Maluco (BDM) estava a 30 passos do prédio-sede da Polícia Civil, na Piedade. Há cerca de seis meses, as paredes da Igreja e Convento Nossa Senhora da Piedade exibiam as iniciais do maior grupo criminoso do estado e vinham deixando todos preocupados, principalmente quem está diariamente no tempo religioso.

“Vandalismo já aconteceu bastante, mas pichação como essa de agora, referente à uma facção, não. Estamos todos assustados. Qual o objetivo deles expressando isso em nossa parede? Faz medo porque a gente não sabe o que está por trás disso. Pode ser recado à polícia, pode sim, como também pode ser uma direta a outros grupos que também atuam aqui no centro. Quais as consequências disso para todos nós? ”, declarou o reitor do Santuário de Nossa Senhora da Piedade, padre Albervan Pinheiro.

As inicias “BDM” estavam até a última sexta-feira (10) nas paredes frontais da Igreja e Convento Nossa Senhora da Piedade, onde o portão de entrada está defronte à Praça da Piedade. “Já tinha visto as pichações, mas não sabia que as letras indicavam uma facção”, disse o padre Albervan. Ao tomar conhecimento do significado das três letras através do CORREIO, o religioso aproveitou que o templo passa por uma reforma e determinou que a pichação fosse apagada. “Viajei no último sábado (18), mas antes disso ordenei para o pessoal da obrar cobrisse aquilo lá. Quando retornei na segunda (13), não havia mais nada”, contou.

A reportagem repercutir o caso com alguns fiéis. De acordo com um deles, o BDM quis mandar um recado para a à Secretaria de Segurança Pública (SSP). “Com certeza foi para chamar a atenção da polícia, para dizer: ‘estamos aqui e não temos medo’. Esta é a minha leitura. Como é possível fazerem isso sem que a polícia percebesse, bem debaixo do nariz dela? Aqui tem câmera para todos os lados, inclusive na praça. E o pior: isso está aí há uns seis meses e ninguém apaga”, declarou o economista João Paulo de Freitas, 54, morador do bairro e um dos frequentadores assíduos da igreja Nossa Senhora da Piedade.

As iniciais teriam sido colocadas por moradores de rua da região. “Certamente. Eles são usuários ao mesmo que tempo que também trabalham para a facção, levando e trazendo informações e pichando as iniciais do grupo a pedido dos gerentes do tráfico”, contou João Paulo.

Questionada sobre o acontecido, a SSP informou que " combater o tráfico de drogas é prioridade das polícias Militar e Civil". "Informa ainda que de janeiro a agosto, em 2021, cerca de 15 toneladas de entorpecentes foram apreendidos e 1,2 milhão de pés de maconha foi destruído", disse a SSP em nota.

Já a Polícia Civil disse que " a ação de quadrilhas " é investigada pelo Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco). A nota enviada pontua que a PC "vem atuando por meio de atividades de inteligência, diligências, operações e outras ações de Polícia Judiciária em todo território baiano".

A Polícia Militar, por sua vez, informou que "o policiamento ostensivo na região da Praça da Piedade conta com duplas de policiais militares a pé ao longo dos seus subsetores, reforçado por guarnições ordinárias embarcadas em viaturas duas e quatro rodas e pela Companhia de Emprego Tático Operacional (CETO) do 18º BPM". A PM também informou que conta com uma base móvel de segurança e com o reforço operacional de policiais atuando 24h. Ainda segundo o órgão, no mês de setembro, "o policiamento foi reforçado com mais uma viatura de rádio patrulhamento acrescida, durante o dia, ao efetivo já existente, tendo em vista a aproximação da alta estação e dos meses de final de ano".

Esta não foi a primeira vez que siglas de facções são ostentadas próximas a unidades policiais. Em setembro do ano passado, o CORREIO registou também as iniciais do Comando da Paz (CP) e o Comando Vermelho (CV) em frente à Base Comunitária e a menos de 500 metros da 40ª Companhia Independente da Polícia Militar (Nordeste de Amaralina). No seguida à publicação, as inscrições foram apagadas pela polícia.

Missas
Antes das inscrições, os assaltos já faziam parte da rotina dos fiéis. Por conta do aumento da criminalidade no entorno Igreja e Convento Nossa Senhora da Piedade e também na Paróquia de São Pedro que, apesar de não ter sido pichada com as iniciais do BDM, vem sofrendo as consequências por estar situada na Praça da Piedade, as tradicionais missas nas tardes de domingo foram suspensas desde o início da pandemia.

“Quando encerrávamos as celebrações das 17h, os fiéis eram assaltos nos pontos de ônibus ou quando andavam para casa, pois muitos moravam no entorno. Isso aqui aos domingos é muito deserto e as pessoas estavam vulneráveis. Bandidos levavam bolsas, correntes, o que podia carregar. Então, por uma questão de segurança, tanto aqui, como na Paróquia de São Pedro, ficou decido pelo encerramento das missas nas tardes de domingo”, declarou o reitor do Santuário de Nossa Senhora da Piedade, padre Albervan Pinheiro.

A reportegem perguntou à Polícia Civil sobre o que tem a dizer sobre o cancelamento das missas às 17h e também em relação aos constantes assaltos. Até o fechamento desta edição não houve um posicionamento. Os mesmos questionamentos foram realizados à Polícia Militar (PM), que por sua vez também não respondeu.

Barra
As marcas das facções são encontradas cada vez mais no centro de Salvador. Ou seja, os criminosos estão saindo da periferia, deixando os locais escondidos, para ostentar o poder em bairros turísticos, como a Barra.

Na Rua Barão de Sergy iniciais de grupos rivais foram deixadas em pontos distintos ao logo da via, a cerca de 250 metros da 14ª Delegacia (Barra). Na parede de uma farmácia que dá no início rua no sentido Porto da Barra, a letras “C” e “P”, postas lado a lado, fazem referência de que o comando do tráfico no local é do Comando da Paz. “Eu não sabia do que se tratava, mas está aí há quase um ano. Mas não é novidade pra ninguém que a Barra hoje virou o point da malandragem, principalmente nos finais de semana, pois o tráfico rola solto”, disse um morador de um dos edifícios no local.

Uma gaúcha, que mora há poucos mais de cinco meses em um dos prédios da rua, disse que assim que chegou, foi orientada pelos vizinhos sobre a situação do tráfico na Barra. “A gente percebe através de comentários, que aqui já foi um lugar mais tranquilo. Agora, vem muita gente de outros lugares atrás de drogas. Isso acontece com mais frequência no sábado e no domingo, quando tem o maior fluxo de pessoas, consequentemente um número maior de consumidores”, disse ela.

Já no final da Barão de Sergy, no muro do Edifício Rosário, é possível perceber, ainda que apagadas, uma das simbologias do Bonde do Maluco, "TD 3", que siginfica "Tudo 3", a mesma coisa que "BDM" , além da sigla CP, que, ao que tudo indica, sobrepõe a marca rivcal. Algumas pessoas disseram que foram os próprios moradores do prédio que trataram de retirar as pichações. Nenhum deles quis falar soibre o assunto.

Um porteiro que trabalho há mais de 20 anos em um edifício disse que a Barra está igual ao bairro que ele mora, o Tororó. “ Não tem muito tempo que acordamos com tudo pichado do BDM. A cada dia eles (traficantes) estão mais ousados, querendo ficar em evidência e dão testa onde for. Foi o que a aconteceu no domingo. Alguém deu o canal que o rapaz estava no local e foram lá para apagar ele”, disse o porteiro, se referindo ao episódio do último domingo, quando dois homens e uma mulher foram baleados durante tiroteio no Porto da Barra.

Tiroteio
O Departamento de Homicídios a Proteção à Pessoa (DHPP) investiga a autoria e a motivação dos tiros que mataram o acusado de tráfico Rodrigo Cerqueira de Jesus, o Tosca no domingo (05), no Porto da Barra. No dia, a mãe dele e outro homem também foram baleados.

As vítimas foram socorridas para o Hospital Geral do Estado (HGE), onde Rodrigo chegou sem sinais vitais. O estado de saúde das outras duas vítimas não foi divulgado. Moradores da região contam que foram, ao menos, cinco disparos efetuados na esquina da Rua Cézar Zama com a Barão de Sergy.

De acordo com a assessoria da Polícia Civil, informações preliminares dão conta de que Rodrigo seria integrante de um grupo criminoso com atuação no bairro de Cosme de Farias e um dos alvos de investigações do DHPP.
Ainda segundo informações preliminares, ele seria o principal alvo dos criminosos. A disputa pelo tráfico de drogas é a principal linha de investigação para o crime.

A Barra vem sofrendo com uma onda de violência. Para minimizar a situação, a 11ª Companhia Independente (Barra) conta atualmente com um novo comandante quer assumiu o cargo nesta quinta-feira (16).

Pavilhão
Um dos cinco grupos criminosos mais atuantes na Bahia, e considerado o mais violento, o Bonde do Maluco (BDM) surgiu em 2015 no pavilhão V do Presídio Salvador, no Complexo Penitenciário da Mata Escura. Liderado pelo assaltante de banco José Francisco Lumes, o Zé de Lessa, morto em dezembro de 2019, o grupo nasceu como uma ramificação da extinta facção Caveira, comandada por Genilson Lima da Silva, o Perna, custodiado em presídio federal.

Seguindo modelo semelhante às maiores organizações criminosas do país - Primeiro Comando da Capital (PCC), de São Paulo, e Comando Vermelho, do Rio de Janeiro -, o BDM foi criado para ampliar a área de atuação da facção Caveira, nesse caso, na Bahia, em alguns pontos estratégicos do tráfico da capital, como Subúrbio e Cajazeiras, e principalmente na Região Metropolitana de Salvador.

No entanto, houve um racha e uma parte do grupo mais agressiva ficou sob o comando de Zé de Lessa, que tinha como fornecedor de armas e drogas o PCC. Atualmente, em Salvador, o BDM tem atuação em Cajazeiras, Brotas, parte do Subúrbio e orla (entre a Boca do Rio e Itapuã), Cabula, Garcia, Pau da Lima, Federação e parte da Ilha de Itaparica. A expansão começou por Cajazeiras X.

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Um homem de 58 anos, acusado de estuprar a sobrinha, de 11 anos, foi preso durante uma operação de combate ao tráfico de drogas realizada pelo Departamento de Polícia Metropolitana (Depom), em Vila de Abrantes, na última terça-feira (22). Integrando as ações, equipes da 26ª Delegacia Territorial (DT) do distrito do município de Camaçari cumpriram o mandado de prisão preventiva.

Segundo a titular da unidade, delegada Danielle Monteiro, o crime estava sendo apurado desde janeiro. “Assim que houve o registro, iniciamos todas as providências investigativas. Em seguida, solicitamos sua prisão ao Poder Judiciário. Apesar de a operação ter como foco o combate ao tráfico, não hesitamos em prendê-lo ao localizá-lo”, detalhou.

O acusado passou por exames de corpo de delito e será encaminhado para o sistema prisional. A vítima foi encaminhada para atendimentos especializados, à época do crime, e segue sob os cuidados de familiares.

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Cerca de mil vagas deverão ser oferecidas na Secretaria de Segurança Pública no próximo ano. Embora não haja uma previsão concreta de lançamento de edital, o Projeto de Lei Orçamentária do Estado da Bahia (PLOA) para o ano de 2021 explicita que pelo menos 1.109 vagas deverão ser oferecidas para os cargos de delegado, investigador, escrivão de Polícia Civil, embora exista a possibilidade de que outras áreas da segurança também sejam contempladas.

Vale salientar que os cargos de delegado, investigador e escrivão exigem nível superior completo, sendo que os dois últimos podem ter graduação reconhecida em qualquer área. Os que disputarão vagas para delegado, no entanto, precisam ser formados em direito. Há uma recomendação também para que os candidatos tenham Carteira Nacional de Habilitação, mas a exigência legal para possuir esse documento é apenas para o cargo de Investigador de Polícia.

De acordo com o advogado e professor Jerônimo Bezerra, o serviço público será sempre uma excelente opção dentro da realidade econômica-social do país. “No que tange a carreira policial, contudo, há um detalhe que reputo essencial para aqueles que desejam segui-la, que é a vocação. Não se pode esquecer que estamos falando uma atuação extremamente sensível, o que deve ser objeto de reflexão por quem deseja estudar com foco nos editais das Policiais”, completa.

O professor Jerônimo Bezerra faz questão de salientar a importância da preparação física como uma das disciplinas para esse tipo de seleção (Foto: Gilmar Cruz/Divulgação)
Vale salientar que o último concurso público da Polícia Civil foi realizado em 2018 com validade de um ano, prorrogável por mais um. Na época, foram disponibilizadas 1.000 vagas, sendo 82 vagas para o cargo de Delegado de Polícia;880 vagas para o cargo de Investigador de Polícia; e 38 vagas para o cargo de Escrivão de Polícia. Nesse certame houve um recorde de participações com mais de 48 mil participações confirmadas.

Como o novo edital ainda não saiu, a dica do professor para quem não deseja perder tempo é basear a estratégia de estudo à partir do último edital, lembrando que a seleção está embasada no Direito Penal, Direito Processual Penal, Direito Constitucional, Direito Administrativo, Português, Informática e Raciocínio Lógico. Além disso, o Teste de Aptidão Física(TAF), que exigirá dos candidatos igual atenção aos conteúdos das matérias, pois tem caráter eliminatório. “Se o estudante analisar o edital do último concurso, realizado em 2018, terá uma boa referência para o estudo preparatório. A partir daí, é só criar um planejamento de estudos compatível com a realidade de cada um”, esclarece.

O professor faz questão de reforçar a importância de manter a disponibilidade de tempo para dedicar-se aos estudos. “Não dá para fazer um cronograma de estudos que seja impossível de cumprir, em razão de outras responsabilidades que a pessoa tenha ao longo do dia”, explica. O professor também sugere que os estudantes sejam criteriosos com a escolha do material de estudos (vídeo aula, resumos, pdfs) e a divisão da rotina com ciclos de matérias, além da resolução de questões de provas passadas e as revisões periódicas.

Bezerra também salienta a importância da preparação física para as carreiras policiais. “Deve ser tratada como uma verdadeira matéria, fazendo parte do cronograma acima mencionado. Aqui, o ideal é que haja um treinamento direcionado, feito por um profissional da área de educação física”, completa.

Na última seleção para a polícia civil, o cargo de maior concorrência foi o de Delegado, com 10.625 candidatos participantes e uma média de 129 intenções para cada vaga. Escrivão teve cerca de 63 candidatos disputando cada uma das vagas, totalizando 2.422 inscrições. Investigador teve quase 40 mil inscrições registradas e uma concorrência de quase 40 candidatos por vaga. Todos os documentos desse certame, do edital inicial até a última convocação, estão publicados no site da Fundação Vunesp.

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