Veja dicas do que fazer às vésperas do Enem

Veja dicas do que fazer às vésperas do Enem

O momento mais esperado pelos estudantes que querem ingressar no ensino superior está chegando. O primeiro dia da versão impressa e digital do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é nesse domingo (21). Mas a quatro dias da prova, será que ainda dá para absorver conteúdos? O ideal é revisar ou fazer exercícios? Apesar do prazo curto para a prova, não é hora para desespero e nem exagero nos estudos. É para desacelerar!

Manuela Daidone, 18 anos, é aluna do Colégio Oficina e vai fazer o Enem este ano buscando o curso de Medicina. Ela optou por diminuir o ritmo de estudo nesta semana para driblar o nervosismo e a ansiedade. “Confesso que estou nervosa, então, agora eu diminuí o meu ritmo. Vou resolver questões porque acho que parar não é o ideal, mas minha rotina vai ser mais tranquila. Vou também assistir a filmes que eu possa usar para repertório na redação porque é uma maneira mais leve de estudar e nada de ficar até de madrugada.

Segundo Kátia Vasconcelos, pedagoga e diretora do Colégio Bernoulli, unidade Pituba, Manuela fez uma boa escolha. Ela diz que controlar a ansiedade agora é muito importante e que, para isso, é preciso saber equilibrar as coisas. Ficar estudando até de madrugada não vai ajudar. Os alunos podem revisar assuntos que acreditem ser necessários, mas não é ideal aprender algo do zero porque não vão conseguir uma resposta tão positiva”, orienta.

O diretor executivo das Unidades Escolares do Bernoulli Educação, Marcos Raggazzi, completa que é hora de resolver questões, fazer simulados e provas de edições passadas. Para a revisão dos conteúdos, a dica é priorizar. “Se o aluno ainda tem muito conteúdo para estudar, é importante que ele faça um planejamento e revise os conteúdos que são os mais recorrentes na prova do Enem”.

Bernardo Queiroz, 18 anos, está focado na resolução de questões. Ele é estudante do Colégio São Paulo e vai fazer o Enem este ano para cursar Engenharia Civil. ““Durante o ano, eu não deixei o assunto acumular, então, nessa reta final, estou assistindo às aulas e resolvendo exercícios. O que era para ser aprendido já foi”. Ele também conta que não quer exagerar nos estudos e revela preocupação com as horas de sono. “Eu busco administrar o meu tempo, não fico até tarde porque não quero ficar fissurado nos estudos para não acabar mais nervoso. Durmo por volta das 10h e acordo às 6h, tentando sempre completar as 8h de sono”, diz.

O professor de História do Colégio Antonio Vieira Carlos Nazaré também defende a realização de simulados e provas de edições anteriores nessa reta final. “O foco agora deve ser na parte prática, ou seja, resolução de exercícios, porque o tempo é muito curto para a parte teórica, é muito difícil que o aluno absorva o que não aprendeu ao longo do ano. Quanto mais exercícios, melhor, e sempre com foco no que mais cai na prova”, aconselha.

Para a preparação da redação, o professor do Montessoriano Josimar Mota afirma que o importante é revisar regras e buscar dicas importantes. “O momento é de rever a estrutura do texto, buscar repertórios coringas, revisar as situações que levem à nota zero e revisar as cinco competências específicas que o Enem usa para corrigir a redação. A estrutura é aquilo de introdução, desenvolvimento e conclusão, mas é importante relembrar o que precisa estar em cada uma dessas partes e em cada um dos parágrafos”, opina.

Preparo psicológico
Maria Fernanda Aras, 18 anos, é aluna do Colégio Anchieta e vai fazer o Enem para cursar Direito. Ela já fez uma redação esta semana e agora vai focar na busca por repertórios coringas. Além disso, ela criou estratégias para equilibrar revisão de conteúdo e preparação emocional. “Estou focando na parte emocional, tentando relaxar mais, fazer uma preparação leve, acreditando em tudo que já fiz durante o ano. Estou essa semana olhando os resumos que fiz ao longo do ano, revisando os assuntos que eu costumo errar e também os assuntos que mais caem nas provas”, conta.

A psicóloga Priscila Pardo, membro da Federação Brasileira de Terapias Cognitivas (FBTC), ressalta que o fator psicológico pode ser determinante para indicar quem vai ter um bom desempenho e quem não vai. A mente afeta o corpo, gerando ansiedade e sintomas físicos que podem atrapalhar bastante na hora da prova. “Para esta semana, é momento de buscar estratégias para relaxar, se desligar, porque o conteúdo que tinha que ser absorvido já foi. Pode ser ir para a praia, meditar, estar com a família ou com os amigos”, recomenda Priscila.

O psicólogo social e clínico Ricardo Moura completa que a ansiedade desestrutura o candidato e dá algumas dicas para driblá-la. “Uma coisa que pode aliviar isso na véspera da prova é já deixar tudo preparado, como a roupa, a sacola, e também visitar o local de prova para já saber o caminho, identificar onde é. Quando a ansiedade bater, é importante trabalhar a respiração, existem diversos exercícios na internet e também vídeos e áudios de meditação guiada que vão trazer o aluno para o presente e prepará-lo para aquele acontecimento intenso”, orienta.

Moura também destaca a importância da atividade física, do cuidado com o sono e dos momentos de lazer para o dia que antecede a prova. “A atividade física é fundamental para liberar endorfina e melhorar o foco e concentração. É fundamental cuidar do sono, não ficar acordado até tarde para poder ter disposição para o dia seguinte. Pegue leve e priorize o lazer”, finaliza o psicólogo.

Manuela Daidone já sabe o que vai fazer no sábado. Os livros vão ficar de lado. “Não vou estudar para não despertar a ansiedade. Vou ficar mais tranquila, distrair a cabeça. Se precisar, tanto para o sábado quanto para o domingo, aprendi algumas técnicas de respiração, sei que é bom fechar os olhos e respirar fundo. Também funciona para mim os óleos essenciais e escutar música”.

Maria Fernanda Aras também vai parar os estudos na sexta. “No sábado eu vou sair com a minha família, com o meu namorado e descansar, dormir cedo”, conta. Bernardo Queiroz também tem programação com a família. “Eu pretendo ficar com a minha família, fazer uma programação leve, comer algo que eu goste e descansar”, diz.

Orientações para os dias de prova

Primeiro dia

Prova: 90 questões objetivas, sendo 45 questões das disciplinas de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias e outras 45 questões das disciplinas de Ciências Humanas e suas Tecnologias, além da redação dissertativa-argumentativa.
Abertura dos portões: 12 horas (horário de Brasília)
Fechamento dos portões: 13h (horário de Brasília)
Duração da prova: 5 horas e 30 minutos - das 13 horas e 30 minutos às 19 horas. (Quem quiser levar o caderno de questões para casa deve sair da sala a partir das 18h30)

Segundo dia

Prova: 90 questões de Ciências da Natureza e suas Tecnologias e Matemática e suas Tecnologias, tendo cada uma das áreas 45 questões objetivas.
Abertura dos portões: 12 horas (horário de Brasília)
Fechamento dos portões: 13h (horário de Brasília)
Duração da prova: 5 horas - das 13 horas e 30 minutos às 18 horas e 30 minutos.(Quem quiser levar o caderno de questões para casa deve sair da sala a partir das 18h)

Além do documento oficial de identificação com foto e da caneta esferográfica de tinta preta, fabricada em material transparente, a máscara de proteção facial é item obrigatório.

10 dicas para a hora da prova:

-Chegue com antecedência para que possa encontrar sua sala de prova, encher a garrafinha, ir ao banheiro, enfim, se preparar melhor para começar a realizar a prova do Enem.
-Lembre de não levar objetos metálicos no bolso pois você deverá passar por detectores de metal ao ir ao banheiro
-Não esqueça de desligar o celular antes de colocar na embalagem que será entregue pelo aplicador da prova
-É importante saber quais áreas da prova terão mais peso na composição da nota para o curso que você deseja. Na hora da prova, dê mais atenção a elas
-Lembre-se que é importante dedicar cerca de 1h para elaborar o rascunho e passar a limpo a redação. Ela geralmente tem bastante peso na nota, então pode ser melhor fazê-la primeiro, com a cabeça mais ‘fresca’
-Fique atento a todos os detalhes das questões, principalmente a fonte e a data dos textos, que podem dar dicas ou até mesmo as respostas
-Resolva as questões mais fáceis primeiro, com textos mais objetivos o mais rápido possível, e deixe o tempo que sobrar para as questões mais difíceis, mais trabalhosas
-As questões se dividem entre texto, comando e alternativas. Comece a leitura pelo comando, identificando o que a questão quer do candidato, porque só com isso pode ser possível responder a questão e evitar uma leitura desnecessária de texto
-Ao resolver a questão, vá eliminando as alternativas aos poucos. As questões costumam ter uma ou duas alternativas sem muito sentido e também alternativas verdadeiras, mas que não respondem ao que o enunciado pergunta. Lembre-se de estar respondendo ao que a prova está te perguntando
-Não deixe questões em branco e tente, ao máximo, não fazer chutes
-Na editoria Revisão Enem do CORREIO, no link https://www.correio24horas.com.br/revisao/, você encontra matérias especiais, informações sobre o Enem e dicas de preparação, de realização da prova e de aplicação para o Sisu.

Confira os aulões gratuitos que acontecem antes do Enem

A Secretaria da Educação do Estado da Bahia (SEC) realiza, até o dia 26 de novembro, a maratona de aulões do Enem 2021, na página do YouTube do EMITec, no canal TV Educa Bahia e na página da Rede Enem. A ação, realizada em parceria com a Rede Enem, integra aulões das disciplinas das quatro áreas de conhecimento e de Redação.

As aulas acontecem às segundas, quartas e sextas, às 17h. Para acompanhar os aulões, ao vivo, é preciso realizar a inscrição por meio do link: https://bityli.com/rlYcGB. Os links para baixar e-Books e fazer simulados estão no endereço https://cursoenemgratuito.com.br/bahia/. O conteúdo também fica salvo no canal do YouTube.

O projeto IngreSSAr, promovido pela Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Políticas para Mulheres, Infância e Juventude (SPMJ), vai promover um aulão de revisão na sexta-feira (19), das 9h às 17h, no Espaço Moriah Hall (ao lado da FTC), na Paralela. A atividade é gratuita e, para participar, basta fazer a inscrição no site ingressar.salvador.ba.gov.br. Até a quinta-feira (18), as aulas de preparação para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e o vestibular têm transmissão às 7h30 e reprise às 13h, na Band Bahia, canal 7.2 da TV aberta, ou no próprio site do programa.
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No próximo sábado (20) a Unijorge vai promover a 4ª edição do Missão Enem, um mega aulão gratuito de revisão com uma equipe de professores das principais escolas do ensino médio de Salvador, que vão tirar dúvidas e dar dicas para a prova. O evento será realizado das 8h às 13h30, no auditório Zélia Gattai, na Unijorge campus Paralela, nos formatos presencial e on-line. Ainda estão disponíveis as inscrições para assistir a transmissão on-line, que ocorrerá de forma simultânea, ao vivo. Os interessados podem realizar a inscrição no site: https://transformauj.com.br/circuitoenem.

Para ajudar os estudantes na reta final de preparação, o Diretor Executivo Pedagógico das Unidades Escolares do Bernoulli Educação, o professor Marcos Raggazzi, vai compartilhar informações e dicas importantes para os estudantes se darem bem no exame em duas lives. O encontro virtual terá a participação do Coordenador do Pré-vestibular Edmundo Castilho Filho. A live é gratuita e vai acontecer nesta quinta-feira (18), às 19h50. A live vai ser transmitida pelo canal do Youtube do Bernoulli e vai abordar estratégias de prova, técnicas de relaxamento e de atitude mental, além de dicas sobre o que revisar na semana entre as provas.

Itens relacionados (por tag)

  • Inscrições para o Prouni do 1º semestre terminam nesta sexta-feira

    Os interessados em participar do processo seletivo do primeiro semestre de 2024 do Programa Universidade para Todos (Prouni) poderão se inscrever até as 23h59 (horário de Brasília) desta sexta-feira (2).

    O Prouni oferta bolsas de estudo (integrais e parciais) em cursos de graduação e sequenciais de formação específica, em instituições de educação superior privadas.

    Nesta edição do primeiro semestre, o Ministério da Educação (MEC) oferecerá 406.428 bolsas de estudo, sendo 308.977 integrais (100% do valor da mensalidade) e 97.451 parciais (50%), distribuídas em 15.482 cursos, de 1.028 instituições de educação superior privadas.

    O prazo final de inscrições foi ampliado em um dia, após anúncio do MEC na quinta-feira (1º).

    Anualmente, o Prouni tem duas edições, com oferta de bolsas no primeiro e no segundo semestres, para ingresso no ensino superior.

    Inscrições
    As inscrições para concorrer às bolsas de estudo devem ser feitas exclusivamente pela internet, no Portal Único de Acesso ao Ensino Superior do ProUni, no ícone “Inscreva-se”. Para acessá-lo, é preciso entrar com login e senha, na conta no site Gov.br , de serviços digitais do governo federal.  As inscrições são gratuitas.

    A inscrição no processo seletivo do Prouni é condicionada ao cumprimento dos requisitos de renda, exceto para o candidato que é professor da rede pública de ensino.

    O candidato que atender a todos os requisitos exigidos para concessão da bolsa de estudo deverá preencher seus dados pessoais e o questionário socioeconômico disponibilizado.

    Em seguida, deve escolher até duas opções de cursos de graduação, na ordem de preferência, com a indicação do nome da instituição de ensino pretendida, a localidade (município e unidade federativa) e o turno.

    O MEC disponibilizou um vídeo com o passo a passo para fazer a inscrição e para esclarecer dúvidas.

    Requisitos
    Criado em 2004, o ProUni tem como público-alvo o estudante sem diploma de nível superior.

    De acordo com a legislação (Lei 1.096/2005) que determina os requisitos de renda para quem quer concorrer ao ProUni, a bolsa integral da mensalidade da universidade privada é destinada ao estudante com renda familiar bruta mensal, por pessoa, de até um salário mínimo e meio.

    Para a bolsa parcial (50% do valor), o candidato precisa comprovar renda familiar bruta mensal, por pessoa, de até três salários mínimos.

    Além disso, o candidato deverá obrigatoriamente ter feito o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2023 ou o Enem 2022 e alcançado, pelo menos, 450 pontos de média e nota diferente de zero na redação.

    Os treineiros — candidatos que não concluíram o ensino médio e participam do exame para se autoavaliar — não podem utilizar a nota obtida no exame para ingressar em universidades públicas ou privadas.

    Também é preciso atender a pelo menos uma das seguintes condições:  ser pessoa com deficiência (PcD); ser professor da rede pública de ensino, exclusivamente para os cursos de licenciatura e pedagogia, destinados à formação do magistério da educação básica; cursado o ensino médio integralmente em escola da rede pública ou ser egresso da rede privada de ensino, mesmo que não tenham estudado com bolsas integrais.

    Resultado
    Até o fim desta sexta-feira, último dia de inscrição, o candidato pode acompanhar a classificação parcial no site. A nota de corte do ProUni será a média do Enem do último candidato pré-selecionado para a bolsa de estudo em determinado curso.

    O processo seletivo do primeiro semestre do Prouni 2024 terá duas chamadas. A divulgação da lista da primeira chamada dos candidatos pré-selecionados está prevista para 6 de fevereiro, também no Portal Único de Acesso ao Ensino Superior do ProUni. O resultado da segunda chamada será conhecido em 27 de fevereiro.

    De acordo com o cronograma do Prouni 2024/1, a próxima etapa do processo será a comprovação dos dados informados pelos pré-selecionados nas instituições de ensino, no período de 6 a 20 de fevereiro.

  • Inscrições e escolha de curso para o Sisu terminam nesta quinta

    Estudantes têm até esta quinta-feira (25), às 23h59 (horário de Brasília), para fazer a inscrição no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) 2024. Eles devem conferir a classificação no Portal Único de Acesso ao Ensino Superior, e escolher duas opções de curso.

    Todos os candidatos que participaram, fora da condição de treineiro, do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e não zeraram a prova de redação podem se inscrever no Sisu e optar por concorrer às vagas em dois cursos. Automaticamente são classificados de acordo com a média da nota do Enem, nas vagas disponibilizadas pelas universidades e os institutos federais.

    O Ministério da Educação (MEC) disponibiliza a nota de corte parcial, por escolha de curso, que é a pontuação do último classificado no total das vagas ofertadas. Essa nota e a classificação dos candidatos oscilam conforme os inscritos e as novas inscrições.

    A classificação também obedece à reserva de vagas, prevista na nova Lei de Cotas e pelas políticas de ações afirmativas das instituições de ensino, aos candidatos elegíveis que não se classificarem nas vagas de ampla concorrência.

    Até a noite de ontem, 1.156.941 pessoas já estavam inscritas, ocupando 2.196.597 classificações. Este ano, 2.208.932 estudantes estão aptos a participar do Sisu, que oferece 264.181 vagas, em 6.827 cursos de graduação, em 127 instituições públicas de ensino superior de todo o Brasil.

    O resultado final do Sisu deverá ser divulgado no dia 30 de janeiro e servirá para vagas em cursos com início das aulas previsto para o primeiro e o segundo semestres deste ano. Nessa data também terá início o período de manifestação de interesse pela lista de espera, por candidatos não classificados, até o dia 7 de fevereiro. As vagas remanescentes poderão ser preenchidas ao longo de todo o ano.

  • Após 50 anos, IBGE volta a usar o termo favela no Censo

    O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou nesta terça-feira (23) que voltará a usar o termo "favelas e comunidades urbanas brasileiras" para se referir a esses locais no Censo.

    A mudança acontece após 50 anos em que o IBGE usou as expressões "aglomerados urbanos excepcionais" e "setores especiais de aglomerados urbanos" e "aglomerados subnormais" como o termo principal para se referir a esses locais.

    A alteração decorre, entre outros fatores, da demanda dos moradores de favelas e comunidades urbanas. Segundo o IBGE, o termo favela está vinculado à reivindicação histórica por reconhecimento e identidade de movimentos populares .

    Segundo o IBGE, o complemento "comunidades urbanas" foi acrescentado pois, em muitos locais, o termo "favela" não é o mais utilizado – há, por exemplo, áreas chamadas de comunidades, quebradas, grotas, baixadas, alagados, vilas, ressacas, mocambos, palafitas, loteamentos informais e vilas de malocas.

    O Brasil tem mais de 10 mil favelas e comunidades urbanas, em que vivem 16,6 milhões de pessoas (8% da população brasileira), segundo a prévia do Censo de 2022.

    “O reconhecimento das favelas pelo IBGE é um marco histórico para a população brasileira. É um reconhecimento da existência das favelas, da nossa força, da nossa potência", completa Kalyne Lima, presidente da Central Única das Favelas (CUFA Brasil).

    Como favelas foram descritas pelo IBGE no Censo

    Edição do Censo Termo para descrever território
    1950 Favelas
    1960 Favelas
    1970 Aglomerados urbanos excepcionais
    1980 Setores especiais de aglomerado urbano
    1991 Aglomerados subnormais (favelas e similares)
    2000 Aglomerados subnormais (favelas e similares)
    2010 Aglomerados subnormais
    Fonte: IBGE

    O que são favelas e comunidades urbanas?
    Para o IBGE, favelas e comunidades urbanas são regiões em que há

    Domicílios com graus diferenciados de insegurança jurídica da posse;
    Ausência ou oferta incompleta e/ou precária de serviços públicos, como iluminação, água, esgoto, drenagem e coleta de lixo por parte de quem deveria fornecer esses serviços;
    Predomínio de edificações, arruamento e infraestrutura geralmente feitos pela própria comunidade e seguem parâmetros diferentes dos definidos pelos órgãos públicos;
    Localização em áreas com restrição à ocupação, como áreas de rodovias e ferrovias, linhas de transmissão de energia e áreas protegidas, entre outras; ou de risco.
    De 'ocupação irregular' para 'insegurança jurídica

    As definições acima também são diferentes das que eram utilizadas anteriormente para definir favelas e comunidades urbanas.

    Por exemplo, antes, em vez de dizer que as favelas e comunidades urbanas são caracterizadas por locais em que a população não tem segurança jurídica da posse de seus imóveis, o instituto dizia que eram locais em que "ocupação irregular de terra em propriedades alheias (pública ou privada)".

    O IBGE destaca que há diversos níveis de insegurança jurídica, e que cabe ao Estado proteger contra despejos arbitrários.

    Outro que mudou é o que trata da falta de serviços públicos. Antes, o IBGE a descrevia como "precariedade de serviços públicos essenciais". Agora, a descrição descata o papel das instituições competentes na oferta desse serviços de forma adequada.

    "[Isso] Evita rotular favelas como intrinsecamente carentes, alertando para a necessidade de focar na oferta precária de serviços públicos essenciais, em vez de qualificar as comunidades como deficientes por si mesmas", diz o IBGE.
    Também foi alterada a forma de se referir aos padrões de construção do que existe nas favelas. Antes, por exemplo, dizia-se que as comunidades eram caracterizadas por calçadas de "largura irregular" por construções não regularizadas pelo poder público. Agora, fala-se na existência majoritária de imóveis, ruas e infraestrutura construídos pela própria população com parâmetros distintos dos estabelecidos pelos órgãos públicos.

    "Buscou-se evitar a estigmatização das favelas e comunidades urbanas com essa mudança (...) Essas populações desenvolveram lógicas próprias de organização espacial, que exigem reconhecimento de suas especificidades", informa o IBGE.

    A maior favela do Brasil é a Sol Nascente, que fica no Distrito Federal, segundo dados da prévia do Censo 2022. A região ultrapassou a Rocinha, no Rio de Janeiro, em número de domicílios (32 mil ante 31 mil).

    Veja, abaixo, a lista das maiores favelas e comunidades urbanas do Brasil, segundo a prévia do Censo do IBGE

    Sol Nascente, Brasília: 32.081
    Rocinha, Rio de Janeiro: 30.955
    Rio das Pedras, Rio de Janeiro: 27.573
    Beiru, Tancredo Neves: Salvador: 20.210
    Heliópolis, São Paulo: 20.016
    Paraisópolis, São Paulo: 18.912
    Pernambués, Salvador: 18.662
    Coroadinhoa, São Luís: 18.331
    Cidade de Deus/Alfredo Nascimento, Manaus: 17.721
    Comunidade São Lucas, Manaus: 17.666
    Baixada da Estrada Nova Jurunas, Belém: 15.601
    Alto Santa Teresina - Morro de Hemeterio - Skylab-Alto Zé Bon, Recife: 13.040
    Assentamento Sideral, Belém: 12.177
    Jacarezinho, Rio de Janeiro: 12.136
    Valéria, Salvador: 12.072
    Baixadas da Condor, Belém: 11.462
    Bacia do Una-Pereira, Belém: 11.453
    Zumbi dos Palmares/Nova Luz, Manaus: 11.326
    Santa Etelvina, Manaus: 10.460
    Cidade Olímpica, São Luís: 10.378
    Colônia Terra Nova, Manaus: 10.036

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