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Documentos revelam ligação de falso cônsul com desembargador investigado pela Faroeste

Documentos revelam ligação de falso cônsul com desembargador investigado pela Faroeste

Segundo informações da Coluna Satélite, de Jairo Costa Junior, publicada no Jornal Correio*, nesta terça-feira (27), documentos apreendidos pela Operação Immobilis revelam o grau de intimidade entre o falso cônsul da Guiné-Bissau Adailton Maturino, sua esposa, a empresária Geciane Maturino, e o desembargador afastado José Olegário Monção Caldas, todos investigados pela Faroeste. Em buscas feitas nos endereços do casal pela Immobilis, deflagrada em 2016 para apurar transações e transferências fraudulentas de imóveis em conluio com magistrados, foi encontrado uma mensagem escrita à mão por Olegário em cartão timbrado com o nome do desembargador, na qual ele parabeniza Geciane pelo aniversário. “Geci, parabéns. Saúde, paz e felicidades. Feliz Aniversário”, diz a mensagem, seguida pelos nomes de Olegário e de duas familiares dele.

Papel passado
A fotocópia do cartão foi anexado à denúncia da Immobilis contra o casal Maturino e mais quatro acusados de envolvimento no esquema, apresentada à Justiça na última sexta-feira pelo Ministério Público do Estado (MP).

Capital de giro
Na denúncia, ainda sob sigilo, a equipe do Gaeco, grupo do MP voltado a combater organizações criminosas na Bahia, destaca que as fraudes investigadas pela Immobilis permitiram que falso cônsul se capitalizasse financeiramente para, em seguida, ter acesso “a outros agentes públicos mais poderosos”. “Isto resultou na ocorrência da ampla gama de atos de corrupção que envolvem diversos membros do Poder Judiciário da Bahia”, ressaltou o Gaeco, ao justificar o pedido de prisão preventiva para Adailton e Geciane Maturino, que já se encontram detidos desde novembro de 2019 no âmbito da Faroeste.

Começo, meio e fim
As investigações do MP estadual reforçam a tese de que o esquema de grilagem e venda de sentenças liderado pelo falso cônsul na Bahia tem como origem as fraudes imobiliárias arquitetadas com a participação de servidores, advogados e juízes do Piauí. Integrantes da Faroeste já haviam apontado o elo entre as negociatas ilegais com dezenas de imóveis, baseadas em decisões suspeitas da Justiça piauiense, e a teia de corrupção no Judiciário baiano chefiada por Maturino. A grana obtida antes serviu para comprar o ingresso aos círculos de poder e sentenças favoráveis.

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