Robson Luxúria: traficante foi solto na Bahia por causa da covid-19 e fugiu para o Ceará

Robson Luxúria: traficante foi solto na Bahia por causa da covid-19 e fugiu para o Ceará

Uma vida de luxo e ostentação. Era assim que vivia há três meses o traficante, líder de facção e suspeito de envolvimento em 200 assassinatos Robson de Jesus, de 36 anos, e sua companheira, Rafaele Morgana da Silva de Jesus, 30 anos. O casal foi preso na tarde de terça-feira (12), no município de Iguatu, no Ceará.

Segundo a polícia de Barreiras, ele já foi preso por tráfico de drogas e falsidade ideológica na Bahia, mas foi solto duas vezes. A última delas, há cerca de seis meses, foi motivada pela pandemia do novo coronavírus. Robson faz parte do grupo de risco, pois é diabético e, assim, conseguiu ter a prisão reavaliada, segundo recomendações do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) emitidas em março de 2020.

De acordo com o delegado Marcos Sandro, titular da Delegacia Regional de Iguatu e responsável pelas investigações, a dupla fugiu para o Ceará há três meses e tentava se estabelecer por lá. Eles tinham um plano ambicioso: montar uma clínica de estética em nome de Rafaele Morgana. Por lá, eles lavariam o dinheiro oriundo do tráfico de drogas.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP), o criminoso, mais conhecido como Robson Luxúria, era o maior traficante de Barreiras e de toda a região Oeste da Bahia e fazia jus ao apelido. A prisão foi uma operação integrada das Polícias Civil (PCCE) e Militar do Ceará (PMCE).

As forças policiais baianas tinham Robson como alvo prioritário e uma ação já vinha sendo conduzida há cerca de três meses em conjunto com a Delegacia Regional de Iguatu. A captura colocou um ponto final na vida de luxo que esbanjava um dos homens mais procurados da Bahia por tráfico de drogas, roubo e homicídios.

De acordo com o delegado Rivaldo Luz, coordenador da 11ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin/Barreiras), Robson atuava com tráfico de drogas principalmente em Barreiras e Luís Eduardo Magalhães, onde residia anteriormente. Mas o tráfico também passava por Goiás, Tocantins e Piauí.

O delegado acrescenta que Robson Luxúria era líder da facção criminosa Comando Bala Voa (CBV). “Eles eram muito violentos, sempre matavam com muitos tiros e toda vez que eles matavam costumavam marcar o local onde acontecia o crime com a sigla CBV”, conta. Contra ele, existiam quatro mandados de prisão em aberto, todos do Poder Judiciário da Bahia, onde as investigações apontam que ele tem envolvimento em cerca de 200 homicídios. Os detalhes dos assassinatos não foram divulgados.

Prisão
O líder da facção foi preso em casa, uma mansão de luxo localizada em Planalto, bairro nobre da região. O aluguel, segundo a polícia, custava cerca de R$ 4 mil por mês.

As equipes chegaram ao esconderijo do foragido da Justiça após os policiais localizarem o carro utilizado por ele e por Rafaele Morgana para se deslocarem pelas ruas de Iguatu sem serem notados. O veículo, uma Hilux cinza, foi comprado há cerca de 20 dias, e o pagamento de R$ 210 mil foi feito à vista.

O carro foi perseguido e interceptado pelos policiais. Nele estava a companheira do suspeito, que, após a perseguição, acabou se rendendo e levando os policiais até a residência do casal. No local, Robson, que se apresentava no Ceará com um nome falso, foi rendido e preso.

Na casa onde o baiano residia no Ceará, que tinha piscina, ampla área de lazer e diversos cômodos, os policiais apreenderam dezenas de joias, 47 relógios importados de alto padrão, sete aparelhos celulares de última geração, 29 chips telefônicos, dinheiro e um documento falso. Também foi apreendida uma adaga, que representa poder no grupo criminoso que ele chefiava. O homem foi conduzido à sede da Delegacia Regional e aguarda transferência para a Bahia.

A Polícia Civil do Ceará afirmou que o criminoso já foi transferido na noite de anteontem (12) do município de Iguatu, mas não informou para qual local, por questão de segurança.

A operação contou com forte aparato policial e uma aeronave da Coordenadoria de Integrada de Operações Aéreas (Ciopaer) da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS). Robson permanecerá preso no novo local até a transferência para a Bahia.

 

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