'Feliz, cheia de sonhos. Não merecia isso', diz companheiro de jovem morta em Valéria

'Feliz, cheia de sonhos. Não merecia isso', diz companheiro de jovem morta em Valéria

Uma jovem de apenas 23 anos e cheia de sonhos, que foram interrompidos por um tiro na barriga. A operadora de caixa que morreu após um assalto no Mercado JN, no bairro de Valéria, tinha nome, sobrenome, família e uma filha de apenas 8 anos.

"Não tem como não falar dela sem lembrar como ela era feliz, uma menina cheia de sonhos, de planos e de uma alegria que me conquistou e conquistou a todos que conheceram ela enquanto esteve viva. Ela era do bem, nunca fez mal a ninguém, não merecia isso", disse o companheiro dela, Daniel MSilva, 35 anos.

Alicia Gonçalves dos Santos era casada com ele há seis meses. Ela estava em mais um dia normal de trabalho, quando ocorreu um assalto no mercadinho onde ela operava o caixa. O crime aconteceu na noite de quarta (3), por volta das 19h, na Rua da Matriz. Já era fim do expediente quando quatro assaltantes apareceram, invadiram o estabelecimento e anunciaram o roubo, que acabou em tiroteio após um dos clientes, que também estava armado, reagir à abordagem e disparar várias vezes contra os criminosos, que revidaram.

Na confusão, Alicia foi atingida de raspão, na barriga, por uma bala perdida. Ela chegou a ser socorrida para uma Unidade de Pronto Atendimento, onde passou por reanimação, mas não resistiu.

A morte de Alícia deixou a família da operadora desnorteada. "Eu estava em casa, pronto para buscar ela porque o bairro estava deserto. Tinha falado minutos antes com Alícia, que me disse que faltava pouco pra sair. Nesse meio tempo, ainda em casa, ouvi os tiros. Achei que fosse em outro lugar, outra rua, mas foi lá", disse Daniel, segurando o choro. Ele só soube que ela foi atingida quando um carro com colegas de trabalho da esposa foi até a sua casa avisar.

Para o marido, ainda era difícil assimilar a morte de sua companheira. "Foi muito doloroso, era a minha esposa. Ela mudou a minha vida, me ajudou e me fez uma pessoa melhor, fez tudo ficar melhor. Não sei nem descrever o que eu senti quando eu fiquei sabendo na UPA que não tinham conseguido reanimar ela. Fiquei sem chão, sem saber o que estava acontecendo", relatou.

Daniel relatou ainda que não sabe como ele e a enteada lidarão com a saudade de Alícia. "Deixou um buraco, vai fazer uma falta muito grande pra todo mundo que amava ela porque nos fazia muito bem. Eu estava com ela há seis meses, mas parecia quinze anos do tanto que ela é importante para mim", completou.

Segundo informações da Polícia Civil, a 3ª Delegacia Habitacional está investigando o ocorrido e já solicitou imagens de câmeras de segurança do estabelecimento para ajudar na identificação dos autores dos disparos.

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    A BYD ganhou um concorrente pelo complexo da Ford nos minutos finais do prazo para a manifestação de interessados em comprar a antiga fábrica da montadora americana em Camaçari, fechada em janeiro de 2021 e que hoje pertence ao governo da Bahia. O empresário brasileiro Flávio Figueiredo Assis entrou na disputa para erguer ali a fábrica da Lecar e construir o futuro hatch elétrico da marca, que, diz, deve ter preço abaixo de R$ 100 mil.

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    A montadora chinesa anunciou em julho passado, em cerimônia com o governador Jerônimo Rodrigues no Farol da Barra, um investimento de R$ 3 bilhões para construir no antigo complexo da Ford três plantas com capacidade de produção de até 300 mil carros por ano.

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    Procurada pelo CORREIO, a BYD afirmou que não vai se pronunciar sobre o assunto, e que o cronograma anunciado está mantido.

    Em nota, a SDE apenas confirmou que a Lecar encaminhou e-mail ontem afirmando ter interesse na área da antiga Ford. A secretaria, diz a nota, orientou a empresa sobre como proceder, de acordo com as regras do processo legal de concorrência pública em curso.

    Entre as perguntas não respondidas pela pasta na nota estão o prazo para a conclusão da definição sobre a área e o impacto que a concorrência entre BYD e Lecar traz para a implantação de uma nova fábrica de veículos no estado.

  • Bahia adere ao Dia D de mobilização nacional contra a Dengue

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    A Bahia registra um aumento significativo de casos de Dengue, com 16.771 casos prováveis até 24 de fevereiro de 2024, quase o dobro em comparação ao mesmo período do ano anterior. Atualmente, 64 cidades estão em estado de epidemia, com a região Sudoeste sendo a mais afetada. Além disso, foram confirmados cinco óbitos decorrentes da doença nas localidades de Ibiassucê, Jacaraci, Piripá e Irecê.

    De acordo com a ministra da Saúde, Nísia Trindade, o cenário nacional é particularmente desafiador devido ao impacto das condições climáticas adversas e ao aumento exponencial dos casos de Dengue, incluindo a circulação de novos sorotipos (2 e 3), que exigem uma atenção mais integrada.

    Na avaliação da secretária da Saúde do Estado, Roberta Santana, o momento é de unir esforços para conter o aumento do número de casos e evitar mortes. "O Governo do Estado está aberto ao diálogo e pronto para apoiar todos os municípios, contudo, cada ente tem que fazer a sua parte. As prefeituras precisam intensificar as ações de atenção primária e limpeza urbana, a fim de eliminar os criadouros, e fortalecer a mobilização da sociedade, antes de recorrer ao fumacê. A dependência excessiva do fumacê, como último recurso, pode revelar uma gestão reativa em vez de proativa no combate à doença", afirma a secretária.

    A titular da pasta estadual da Saúde pontua ainda que o Governo do Estado fez a aquisição de novos veículos de fumacê e distribuirá 12 mil kits para os agentes de combate às endemias, além de apoiar os mutirões de limpeza urbana com o auxílio das forças de segurança e emergência. "Além disso, o Governo do Estado compartilhou com os municípios a possibilidade de adquirir bombas costais, medicamentos e insumos por meio de atas de registro de preço", ressalta Roberta Santana.

    Drones

    O combate à Dengue na Bahia ganhou mais uma aliada: a tecnologia. O Governo do Estado deu início ao uso de drones como nova estratégia para identificar em áreas de difícil acesso focos do mosquito Aedes aegypti, vetor de transmissão de Dengue, Zika e Chikungunya. As imagens capturadas pelos equipamentos são analisadas pelos agentes de endemias, que conseguem identificar locais com acúmulo de água parada e possíveis criadouros do mosquito, facilitando a ação das equipes e tornando o combate mais eficaz.

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