Caso Henry: babá diz que presenciou três agressões de Dr. Jairinho contra menino

Caso Henry: babá diz que presenciou três agressões de Dr. Jairinho contra menino

Em novo depoimento que prestou à polícia, a babá do menino Henry Borel, Thayná Oliveira Ferreira, relatou que soube de três agressões sofridas pela criança, e que Monique Medeiros pediu para que Thayná apagasse as mensagens de celular trocadas pelas duas e com Dr. Jairinho. Durante 7 horas, ela voltou atrás e afirmou que tinha mentido para a polícia, também a pedido de Monique.

De acordo com Thayná, no dia 2 de fevereiro Monique estava no futevôlei quando Henry começou a chamar pela mãe em seu quarto. Ela relatou que Jairinho saiu de seu quarto e foi até o encontro de Henry, chamando a criança de mimada. Eles ficaram 30 minutos dentro do quarto, de porta fechada.

Henry deixou o cômodo cabisbaixo, segundo a babá. No mesmo dia, já após a escola e na brinquedoteca, Henry não quis brincar com as outras crianças e disse que estava com dor no joelho. Thayná disse que relatou a situação para a mãe e que Monique disse que o filho podia estar inventando.

dia 12 de fevereiro, Thayná relatou que Jairinho ficou cerca de 10 minutos no quarto com Henry e assim que a porta se abriu, o menino foi em sua direção, “amuadinho” e reclamou de dor no joelho. Quando a empregada perguntou por que ele estava mancando, Henry disse que tinha sido por causa da “banda” (rasteira).

Depois que Jairinho saiu, Henry relatou as agressões e disse que isso sempre acontecia, mas que Jairinho mandou não contar se não "ia pegar ele".

Na terceira agressão, segundo a babá, Jairinho chegou inesperadamente e chamou Henry. Quando o menino saiu do quarto relutou a contar o que havia acontecido, parecendo intimidado, mas logo depois disse que havia caído da cama e estava com a cabeça doendo.

Pedidos
Thayná disse à polícia que encontrou com a mãe de Henry no escritório do advogado e que ela pediu que a babá mentisse em depoimento e dissesse que nunca havia visto nada, pediu que ela apagasse todas as mensagens, que não mencionasse as brigas do casal, nem sobre as agressões que Henry sofreu.

Ela realtou também que a avó materna de Henry sabia das agressões. Segundo ela, uma vez a mãe de Monique, Rosangela, veio lhe perguntar sobre o que havia acontecido com o neto, e Thayná diz que contou tudo à avó de Henry. Ela diz que contou a avó que Henry estava mancando, com dor na cabeça e com um roxo, porém não quis insistir muito no assunto, porque ficou com medo de Monique achar que ela estava fazendo "fofoca" para a mãe.

Ainda de acordo com a babá, Jarinho e Monique brigavam com frequência, quase toda semana, entretanto em portas fechadas ou por telefone.

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    O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou, nesta quarta-feira (5) a prisão da professora Monique Medeiros, acusada de participação na morte do próprio filho, o menino Henry Borel, de quatro anos.

    A decisão foi motivada por um recurso protocolado por Leniel Borel, pai do menino, para derrubar a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que determinou a soltura da acusada.

    Na decisão, Mendes acolheu parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR) e determinou que Monique deve voltar à prisão.

    "A decisão recorrida [do STJ] não apenas se divorcia da realidade dos autos, como também afronta jurisprudência pacífica deste tribunal, a justificar o acolhimento da pretensão recursal", argumentou o ministro.

    Gilmar Mendes também cobrou a realização do julgamento que pode condenar a professora.

    "Nada justifica que um delito dessa natureza permaneça, até hoje, sem solução definitiva no âmbito da Justiça Criminal, a projetar uma grave sensação de insegurança entre os membros da comunidade", concluiu.

    Monique Medeiros se entregou à polícia na manhã desta quinta-feira (6).

    Crime

    Monique é acusada, juntamente com o seu então namorado, ex-vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho, de ter participado da morte do filho, Henry Borel, de quatro anos, em 8 de março de 2021, no Rio de Janeiro.

    O menino chegou a ser levado para o hospital, mas já sem vida. A suspeita é que a criança tenha sido agredida por Jairinho. O ex-vereador e Monique negam que tenha havido qualquer agressão a Henry. Na versão de ambos, o menino se machucou ao cair da cama onde dormia. A data do julgamento pelo Tribunal do Júri ainda será marcada pela justiça

  • STF nega pedido de relaxamento da prisão de mãe de Henry Borel

    O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), indeferiu pedido liminar de relaxamento de prisão preventiva de Monique Medeiros da Costa e Silva, mãe do menino Henry Borel, de 4 anos, morto em 8 março deste ano. Os advogados de Monique ajuizaram reclamação no STF, alegando que o 2º Tribunal do Júri da Justiça do Estado do Rio de Janeiro descumpriu determinação da Suprema Corte em relação às audiências de custódia, ao não realizar nova audiência depois da conversão da prisão temporária em preventiva.

    Monique foi presa temporariamente junto com o ex-vereador Jairo Souza Santos Júnior, conhecido como Dr. Jairinho, em 8 de abril deste ano. Jairinho é acusado de homicídio triplamente qualificado. Além da morte de Henry, o ex-vereador foi denunciado pelo Ministério Público Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) em dois casos de torturas de filhos de ex-namoradas e por violência doméstica. No dia 30 de junho, Jairinho perdeu o mandato de vereador por quebra de decoro parlamentar, em decisão unânime dos vereadores da Câmara Municipal do Rio de Janeiro.

    A audiência de custódia do casal foi realizada no dia seguinte. Em 6 de maio, a medida foi convertida em prisão preventiva e, segundo a defesa, não houve nova audiência. Além de desrespeito à decisão do STF na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 347, quando foi firmada a exigência das audiências de custódia, os advogados sustentavam que o caso de Monique está em desconformidade com a jurisprudência da Corte Interamericana de Direitos Humanos, em relação ao prazo de cinco dias para a realização do ato e pediu a concessão da medida liminar para a revogação da prisão preventiva.

    Excepcionalidade
    Na decisão, o ministro Edson Fachin afirmou que o deferimento de liminar em reclamação é medida excepcional e somente se justifica quando a situação representar manifesto constrangimento ilegal, o que não se verificou no caso. Ele também não constatou ilegalidade evidente que permitisse a concessão da medida.

    O ministro destacou, entretanto, que essa decisão não prejudica a análise futura do pedido, no julgamento do mérito da reclamação, após a manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR).

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    Durante o inquérito policial, ela havia defendido Jairo de Souza Santos, mais conhecido como Dr. Jairinho. Agora, ela descreve o companheiro como um homem ciumento e agressivo, que chegou a mandar persegui-la e a enforcá-la enquanto dormia. "Lembro de ser acordada no meio da madrugada, sendo enforcada enquanto eu dormia na cama ao lado do meu filho", diz o texto. "No dia seguinte ele pediu desculpas, disse que me amava muito." A polícia, porém, já sinalizou antes não haver indícios de que ela era ameaçada.

    Na carta, de 29 páginas, ela também diz que Henry havia relatado agressão do padrasto, mas depois Jairinho alegou que havia sido um mal entendido. O motivo para manter o relacionamento, segundo o texto, era que o vereador conseguia proporcionar uma vida melhor à criança. Sobre o dia da morte, o relato é de que o namorado havia dado remédios para que ela dormisse. Mais tarde, diz ter sido acordada por Jairinho, que falou que o filho tinha dificuldade para respirar. Conforme Monique, a criança estava com a boca aberta, além dos pés e mãos gelados, o que ela atribuiu a um desmaio.

    Monique alega estar muito abalada com a perda de Henry, mas sinais de frieza dados por ela após a morte - como ida ao salão de beleza e publicações nas redes sociais - causaram surpresa. Em relação à versão anterior, Monique afirma que foi orientada a mentir no depoimento à polícia. Conforme a defesa da suspeita, ela escreveu esta carta entre quinta-feira, 22, e sexta-feira, 23, no hospital penitenciário onde foi internada após o diagnóstico de covid-19.

    Segundo levantamento da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), ao menos 2.083 crianças até quatro anos foram mortas por agressão no Brasil, de janeiro de 2010 a agosto do ano passado. Para cada caso de óbito registrado dessa forma, especialistas estimam haver outros 20 subnotificados. Outra preocupação é que esse cenário de violência se agrave na pandemia, com as políticas de isolamento social e o longo período de escolas fechadas.

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