O Ministério da Saúde informou que 521 municípios brasileiros foram selecionados para iniciar a vacinação contra a dengue via Sistema Único de Saúde (SUS) a partir de fevereiro. As cidades compõem um total de 37 regiões de saúde que, segundo a pasta, são consideradas endêmicas para a doença.

Acesse a lista completa - Regiões de Saúde Atendidas em 2024 — Ministério da Saúde (www.gov.br)

As regiões selecionadas atendem a três critérios: são formadas por municípios de grande porte, com mais de 100 mil habitantes; registram alta transmissão de dengue no período 2023-2024; e têm maior predominância do sorotipo DENV-2. Conforme a lista, 16 estados e o Distrito Federal têm cidades que preenchem os requisitos.

A pasta confirmou ainda que serão vacinadas crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, faixa etária que concentra maior número de hospitalizações por dengue. Os números mostram que, de janeiro de 2019 a novembro de 2023, o grupo respondeu por 16,4 mil hospitalizações, atrás apenas dos idosos, grupo para o qual a vacina não foi autorizada.

“A definição de um público-alvo e regiões prioritárias para a imunização foi necessária em razão da capacidade limitada de fornecimento de doses pelo laboratório fabricante da vacina. A primeira remessa com cerca de 757 mil doses chegou ao Brasil no último sábado. O lote faz parte de um total de 1,32 milhão de doses fornecidas pela farmacêutica.”

“Outra remessa, com mais de 568 mil doses, está com entrega prevista para fevereiro. Além dessas, o Ministério da Saúde adquiriu o quantitativo total disponível pelo fabricante para 2024: 5,2 milhões de doses. De acordo com a empresa, a previsão é que sejam entregues ao longo do ano, até dezembro. Para 2025, a pasta já contratou 9 milhões de doses.”

O esquema vacinal será composto por duas doses, com intervalo de três meses entre elas. O Brasil é o primeiro país do mundo a oferecer o imunizante no sistema público. A Qdenga, produzida pelo laboratório Takeda, foi incorporada ao SUS em dezembro do ano passado, após análise da Comissão Nacional de Incorporações de Tecnologias no SUS (Conitec).

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Dados do Ministério da Saúde referentes ao período de março a maio revelam que somente 55% dos idosos foram vacinados neste ano na Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza, em comparação com o mesmo período de 2022 ano passado.

“Os números estão abaixo do estimado como nunca estiveram”, disse nesta sexta-feira (30) à Agência Brasil a médica Rosana Richtmann, do Instituto de Infectologia Emílio Ribas. “Este é o recorde de baixa cobertura desde que começaram as campanhas de vacinação contra a gripe”, afirmou a infectologista. A vacinação contra a influenza foi incorporada no Programa Nacional de Imunizações (PNI) em 1999.

“Hoje, os números apontam que 56% da população idosa, acima de 60 anos de idade, estão com vacinação contra influenza. Este também é um recorde histórico para baixo”, destacou Rosana. Tradicionalmente, crianças e gestantes sempre tiveram mais dificuldade de alcançar as metas, o que não ocorria com a população idosa e profissionais de saúde. “Desta vez, 56% são algo muito longe do que se tem na nossa história.”

Uma questão preocupante é que, pelos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), está diminuindo a população abaixo de 30 anos, não só no Brasil, mas no mundo inteiro, enquanto aumenta significativamente a parcela dos que têm mais de 60 anos. A Pnad Contínua foi divulgada neste mês pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“Estamos totalmente na contramão, do ponto de vista que estamos envelhecendo. Isso significa que há no Brasil uma população muito mais suscetível a ter gripe, e tudo que essa doença traz, contra o que havia no passado, quando se alcançava 95% de cobertura vacinal na campanha de imunização. Existe esse paradoxo do ponto de vista da cobertura e de aumento da população de risco”, afirmou a infectologista.

Síndrome respiratória

Segundo o Ministério da Saúde, os registros de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por Influenza em idosos aumentaram 4,5 vezes em 2023, na comparação com o mesmo período de 2022, e 96,1% desses casos necessitaram de hospitalização até o mês de maio deste ano. Os idosos permanecem com maior risco de acidente vascular cerebral (AVC) até dois meses após uma infecção pelo vírus Influenza.

Rosana Richtmann destacou que observa-se, cada vez mais , a relação de doenças virais – “e a Influenza é uma delas” -- com complicações cardiovasculares. “Você teve um quadro de Influenza e tem risco maior de infarto, de arritmia cardíaca nas semanas seguintes. Você teve Zoster, tem maior risco de ter um AVC, um derrame nas próximas semanas”. Está se estabelecendo uma relação direta de um fenômeno infeccioso viral como um gatilho para ter uma complicação cardiovascular, explicou a médica. “Quando você fala em prevenção de gripe, você passa a não ter infecção aguda pelo vírus Influenza e, por outro lado, tem a prevenção indireta para outras condições, como as respiratórias.”

A médica ressaltou que, com a idade, as pessoas não percebem que é muito maior a chance de ter outras complicações decorrentes da gripe. Problemas como diabetes, hipertensão, e situações respiratórias, entre as quais asma e bronquite crônica, podem acelerar o processo.

O Ministério da Saúde destaca que cerca de 70% dos idosos têm alguma doença crônica e maior risco de agravamento de infecções. Isso ocorre porque o avanço da idade faz com que o sistema de defesa do corpo humano comece a apresentar diminuição de suas funções; processo é chamado de imunossenescência. Como resultado desse declínio progressivo do sistema imunológico, a pessoa fica mais suscetível a algumas doenças e infecções.

Os idosos que se vacinam contra Influenza, porém, têm menos possibilidade de ter a doença, com percentual em torno de 60% a 65%, ou de ter uma doença menos grave. Existem objetivos específicos para vacinar esta população”. Rosana alertou que o vírus da Influenza ainda está circulando no país, trazendo complicações respiratórias, daí, a necessidade de vacinação desse grupo.

Fiocruz

O coordenador do boletim InfoGripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Marcelo Gomes, confirmou a queda na adesão de idosos à campanha de vacinação e disse que isso acaba tendo impacto negativo sobre esse grupo. Segundo o pesquisador, as ações empreendidas desde 2020 para diminuir o impacto da covid-19 tiveram efeito positivo com a queda dos demais vírus respiratórios, inclusive com impacto muito maior para a própria covid. “Foi uma redução muito significativa mas, agora, à medida se foi retomando a normalidade, os vírus estão, de certa forma, aproveitando esse momento”, disse Gomes à Agência Brasil.

Ele destacou que caiu a percepção de risco associado aos vírus da gripe, o que pode ter ajudado na diminuição da busca pela vacina contra influenza. Assim como a infectologista Rosana Richmann, Gomes alertou que o vírus Influenza continua circulando, “aproveitando o momento” em que se relaxou, em todos os sentidos. “Tanto no comportamento quanto na vacinação.”

O resultado é que as pessoas não estão com a imunidade adequada, e o comportamento favorece a transmissão. “Aí, o vírus Influenza voltou com força.”.

Outro fator relevante neste ano é a volta do vírus H1N1, diferentemente do que ocorreu em 2022, quando teve maior presença o H2N2. Embora também cause internações, o H2N2 não tem o mesmo impacto em termos de internações que o H1N1, que tem maior risco de agravamento. Neste ano, o H1N1 reapareceu, com presença mais significativa em um cenário em que não se tem adotado quase nenhum cuidado. “Mesmo pessoas que têm algum sinal de gripe, que estão espirrando, tossindo, têm relaxado”, destacou Marcelo Gomes.

Máscara

O pesquisador da Fiocruz alertou que pessoas com sinais de gripe que não possam fazer repouso e precisem sair devem usar máscaras de proteção, especialmente se pegam transporte público. Para ele, os brasileiros estão perdendo uma oportunidade muito grande de criar uma conscientização populacional de que a máscara é uma ferramenta extremamente valiosa para situações específicas.

Com o arrefecimento da covid-19, a sensação é de que a máscara já não é mais necessária. Gomes ressaltou que não se trata de usar sempre máscara, mas sim em situações específicas, como outros países fizeram no passado e construíram esse costume como defesa contra a gripe. “A gente está perdendo uma oportunidade de ouro de fazer essa mudança comportamental que pode, sim, nos trazer uma proteção, combinada com a vacina.”

Óbitos

De 2021 para 2022, o número de óbitos causados pela Influenza no Brasil subiu 135%. Neste cenário, as pessoas com mais de 60 anos são as que adoecem com maior gravidade, indica o Ministério da Saúde.

Atualmente, as infecções respiratórias são a quarta maior causa de mortalidade de idosos no país.

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Um mutirão de vacinação contra os vírus da influenza (gripe) e covid-19, será realizado neste sábado (15) em Salvador. A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Salvador montará uma megaestrutura com 120 pontos para o Dia D de vacinação.

A mobilização acontecerá entre 8h e 16h, em mais de 100 postos de saúde; dois drive-thrus; dez supermercados; seis shoppings centers; uma igreja e uma estação de transbordo.

Serão oferecidas doses do imunizante contra o coronavírus adulto, pediátrico e bivalente, além da influenza para os grupos prioritários. A relação completa dos postos pode ser consultada no site www.saude.salvador.ba.gov.br.

Influenza
Para ter acesso ao imunobiológico é preciso, além de levar a carteira de vacinação ou Cartão SUS e um documento com foto, além de apresentar documento que comprove a elegibilidade enquanto grupo prioritário, por exemplo, relatório médico será exigido para o portador de doença crônica. A lista completa de documentação está disponível no site da SMS.

Os grupos habilitados a tomar a vacina são: Gestantes; Puérperas; Idosos; Povos indígenas; Trabalhadores da saúde; Pessoas com deficiência permanente; Funcionários do sistema prisional; Adolescentes e jovens de 12 a 21 anos sob medidas socioeducativas; População privada de liberdade e funcionários dessas unidades; Crianças de seis meses a menores de seis anos; Professores; Pessoas com comorbidades; Forças de segurança e salvamento; Forças armadas; Caminhoneiros e trabalhadores de transporte coletivo rodoviário de passageiros urbano e de longo curso; Trabalhadores portuários.

As crianças de seis meses a menores de 6 anos de idade (5 anos, 11 meses e 29 dias) que forem ser vacinadas pela primeira vez contra influenza vão ter o esquema com duas doses. O intervalo é de 30 dias.

Já pequenos que receberam ao menos uma aplicação da vacina contra a gripe em anos anteriores vão receber apenas uma dose.

Covid-19

BIVALENTE – A vacinação bivalente acontece para os idosos a partir de 60 anos, imunocomprometidos, quilombolas, pessoas assistidas em instituições de longa permanência com 12 anos ou mais e os respectivos trabalhadores destes Centros de Acolhimento, trabalhadores da saúde, gestantes e puérperas, além de pessoas com deficiência permanente, bem como Trabalhadores do sistema prisional, população privada de liberdades e adolescentes sob medidas socioeducativas.

A dose também está disponível para pessoas 12 anos ou mais com comorbidades. A comprovação para esse grupo realizada, por determinação do Ministério da Saúde, de forma autodeclarada (o indivíduo deve informar qual patologia apresenta no ato da vacinação). A lista de comorbidades habilitadas está no site da SMS.

As pessoas imunocomprometidas que não iniciaram ou não completaram o esquema primário com as três doses indicadas, estão aptas a receber a bivalente desde que respeitando o intervalo mínimo de dois meses a partir da última dose recebida de qualquer um dos imunizantes (CoronaVac, Oxford, Pfizer ou Janssen). Ainda dentro deste público, quem já foi vacinado com três doses poderá receber a bivalente, neste caso, respeitando o intervalo de quatro meses a partir da 3ª dose.

Documentação – Para ter acesso a bivalente, é necessário residir em Salvador e possuir o Cartão SUS habilitado para a capital baiana. A consulta pode ser feita no site www. saude. salvador. ba. gov. br/ servicos/ servicos-online/ reimpressao-de-cartao-sus/.

A validação do nome pode ser conferida através do nome na lista da SMS pelo site www. saude. salvador. ba. gov. br/ servicos/ servicos-online/ vacina-reforco-bivalente/ ou, caso a circunstância tenha se estabelecido de forma recente, a pessoa deve se dirigir ao posto de saúde.

Gestantes: Segundo o informe técnico para a gestante não haverá exigência quanto à comprovação da situação gestacional, sendo suficiente que a mulher afirme seu estado de gravidez.

Puérperas: Deverão apresentar documento que comprove o puerpério (certidão de nascimento, cartão da gestante, documento do hospital onde ocorreu o parto)

Trabalhador da saúde: Deverá ser apresentado documento que comprove a vinculação ativa do trabalhador com o serviço de saúde, seja através de crachá, contracheque ou a carteira do conselho ou declaração emitida pelo serviço de saúde de atuação do profissional.

PCD: O indivíduo ou responsável deverá informar ao profissional do ponto de vacinação qual o tipo da deficiência possui.

Demais públicos

A estratégia de vacinação contempla ainda 1ª e 2ª dose para as crianças de 6 meses a 4 anos, 11 meses e 29 dias com ou sem comorbidades. O reforço da Pfizer Pediátrica para menores de 5 a 11 anos com/sem comorbidades também estará disponível para quem tiver nome na lista da SMS. A imunização do público infantil será realizada mediante apresentação do documento de identificação da criança e dos pais e/ou responsáveis, carteira de vacinação, cartão SUS e confirmação do nome na lista no site da SMS.

Além disso, a estratégia segue com a aplicação da 1ª, 2ª, 3ª e 4ª dose para pessoas com 18 anos ou mais, em esquema “Liberou Geral”, para quem não é residente de Salvador ou não tenha iniciado o esquema primário na capital. O único requisito é ter o cartão SUS vinculado a algum município do estado da Bahia.

O interessado deve apresentar obrigatoriamente originais e cópias do cartão de vacina ou carteira nacional de vacinação digital (ConectSUS atualizado), documento de identificação com foto e comprovante de residência do município do Estado da Bahia. Os demais grupos que não estão incluídos na estratégia “Liberou Geral” devem residir em Salvador e ter o nome na lista do site da SMS.

A imunização também segue para os indivíduos com 18 anos ou mais vacinados com a Janssen no esquema primário. Nota Técnica nº 177/2022-CGPNI/DEIDT/SVS/MS estabelece que todos os indivíduos que receberam como esquema primário a vacina Janssen (Dose Única), entre 18 e 39 anos, estão orientados a receber um segundo reforço; e todos os indivíduos de 40 anos ou mais, estão orientados a receber um terceiro reforço.

APRAZAMENTOS DO DIA D NESTE SÁBADO (15):

2ª DOSE - PFIZER BABY: CRIANÇAS DE SEIS MESES A 4 ANOS COM OU SEM COMORBIDADES) QUE TOMARAM A 1ª DOSE ATÉ O DIA 17/3/2023

2ª DOSE – JANSSEN: PARA QUEM TOMOU A 1ª DOSE/DOSE ÚNICA DA JANSSEN ATÉ A DATA DE 14/2/2023

2ª DOSe – OXFORD: APRAZADOS ATÉ 12/5/2023

2ª DOSE – PFIZER: PESSOAS COM 12 ANOS OU MAIS APRAZADAS ATÉ 12/5/2023

2ª DOSE: GESTANTES E PUÉRPERAS APRAZADAS ATÉ 12/5/2023

REFORÇO DA PFIZER PEDIÁTRICA - CRIANÇAS DE 5 A 11 ANOS COM OU SEM COMORBIDADES QUE TOMARAM A 2ª DOSE ATÉ O DIA 15/11/2022

3ª DOSE - PFIZER BABY: CRIANÇAS DE SEIS MESES A 4 ANOS COM OU SEM COMORBIDADES QUE TOMARAM A 2ª DOSE ATÉ O DIA 14/2/2023

3ª DOSE: CRIANÇAS DE 3 E 4 ANOS COM OU SEM COMORBIDADES QUE INICIARAM O ESQUEMA VACINAL COM CORONAVAC E TOMARAM A 2ª DOSE ATÉ 16/12/22

3ª DOSE: ADOLESCENTES DE 12 A 17 ANOS QUE TOMARAM A 2ª DOSE ATÉ O DIA 16/11/2022

3ª DOSE: PESSOAS COM 18 ANOS OU MAIS QUE TOMARAM A 2ª DOSE ATÉ O DIA 17/12/2022 – LIBEROU GERAL

3ª DOSE – PFIZER BIVALENTE: IMUNOSSUPRIMIDOS COM 12 ANOS OU MAIS QUE TOMARAM A 2ª DOSE ATÉ O DIA 17/2/2023

3ª DOSE: GESTANTES E PUÉRPERAS QUE TOMARAM A 2ª DOSE ATÉ O DIA 16/11/2022

3ª DOSE (2º REFORÇO) – PESSOAS ENTRE 18 E 39 ANOS QUE FIZERAM ESQUEMA PRIMÁRIO COM JANSSEN ATÉ 16/12/2022

4ª DOSE (3º REFORÇO) – PESSOAS COM 40 ANOS OU MAIS QUE FIZERAM O ESQUEMA PRIMÁRIO COM JANSSEN ATÉ 16/12/2022

4ª DOSE: PESSOAS COM 18 ANOS OU MAIS QUE TOMARAM A 3ª DOSE ATÉ O DIA 16/12/2022 – LIBEROU GERAL.

VACINA BIVALENTE – PARA AQUELES QUE TENHAM TOMADO, PELO MENOS, DUAS DOSES MONOVALENTES ATÉ O DIA 15/12/2022.

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A vacinação contra a mpox começará ainda neste mês de março. O Ministério da Saúde informou que vai distribuir 47 mil doses da vacina contra a doença aos estados e ao Distrito Federal.

Segundo a pasta, os imunizantes serão enviados de acordo com o andamento da vacinação e com as demandas de cada unidade federativa. A data do início da imunização ainda não foi definida.

Nessa primeira fase, terão prioridade pessoas com maior risco de evolução para as formas graves como, por exemplo, portadores do vírus da Aids e profissionais de laboratórios. De acordo com o Ministério da Saúde, esse público-alvo inicial representa cerca de 16 mil pessoas.

Além desses, também está prevista a vacinação para pessoas que tiveram contato direto com os fluidos e secreções corporais de casos suspeitos ou confirmados para a mpox.

O ministério também informou que a estratégia e o público prioritário para a vacinação foram acordados com os estados, municípios e o DF. Os casos da doença estão em queda em todo o mundo e no Brasil.

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Pelo menos uma em cada cinco cidades brasileiras relata falta de doses para vacinar crianças de 3 a 11 anos contra a covid-19, de acordo com uma pesquisa feita pela Confederação Nacional de Municípios (CNM) entre o dia 22 e a segunda-feira, dia 28. O levantamento também aponta que a maioria teve aumento de casos da doença e de procura por testes e volta da recomendação de máscaras.

"É fato que até o momento temos a vacinação como a maior arma contra a covid-19, seguida das medidas de distanciamento social e proteção individual, como a máscara, por exemplo. E notamos pela pesquisa que essas medidas já começaram a ser adotadas por grande parte dos municípios que enfrentam alta na disseminação da doença", explica Paulo Ziulkoski, presidente da CNM.

A pesquisa ouviu 1.970 municípios na última semana de novembro. Dentre os 416 que apontaram falta de vacinas para o público infantil dos 3 aos 11 anos, a maioria está no Nordeste (31,5%), seguida por Centro-Oeste (26,9%), Sudeste (19,4%), Sul (17,5%) e Norte (10,8%). A maioria (85,1%) diz não ter estoque suficiente da Coronavac, o único produto autorizado para crianças de 3 e 4 anos. Uma parcela de 152 cidades (36,5%) também relata falta da Pfizer infantil, destinada ao público de 5 a 11 anos. Na última quarta-feira, o Ministério da Saúde enviou um lote de doses da Coronavac para serem distribuídas aos Estados e municípios, mas as secretarias alegam que a quantidade foi baixa para a demanda

No Recife, a vacinação em crianças de 3 e 4 anos foi suspensa na própria quarta e, segundo a prefeitura da capital pernambucana, dois ofícios foram enviados ao governo federal, cobrando remessas prometidas, mas nenhum deles foi respondido. Esta foi a segunda vez em um mês que a Secretaria de Saúde do Recife (Sesau) precisou suspender a imunização. Após a primeira interrupção, no início de novembro, o governo federal enviou 1,3 mil doses, que já se esgotaram. Apenas 27,27% das crianças de 3 e 4 anos moradoras da cidade conseguiram a imunização até o momento.

Sem dose
O Rio de Janeiro também suspendeu a primeira aplicação da vacina em crianças de 3 e 4 anos, por causa "da pequena quantidade de doses recebidas na última remessa enviada pelo Ministério da Saúde", segundo nota da Secretaria de Saúde. Na capital fluminense, o estoque enviado foi redirecionado para completar o esquema vacinal com a segunda aplicação, em unidades específicas.

A Secretaria de Saúde do Distrito Federal informou que a vacinação segue normalmente, mas que tem aplicado a Coronavac apenas em crianças de 3 e 4 anos, enquanto as demais até os 11 anos têm recebido a dose pediátrica da Pfizer. A pasta afirma aguardar o envio de novos lotes pelo governo federal, mas ainda não há data prevista de quando isso deve acontecer.

Autorização
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a vacina Comirnaty, produzida pela Pfizer, para crianças dos 6 meses aos 4 anos de idade. No entanto, a Coronavac continua a ser o único imunizante incorporado pelo Ministério da Saúde para crianças de 3 e 4 anos. A Pfizer afirmou que foram entregues 24 milhões de doses da sua vacina pediátrica contra a covid para serem aplicadas em crianças de 5 a 11 anos. O último lote, enviado em agosto com 2,06 milhões de doses, tem validade até janeiro. A empresa reforça ainda que "tem capacidade de produção para fornecer mais vacinas" e "atender às necessidades do país".

O Instituto Butantan informou ter repassado um total de 12 milhões de unidades da Coronavac ao Ministério da Saúde neste ano. Desde o dia 10, quando fez a entrega do último lote adicional de 1 milhão de doses solicitadas pelo Ministério da Saúde, o instituto não foi mais procurado pelo governo federal. Pelo menos 2,6 milhões de doses já foram produzidas neste trimestre e estão prontas para a entrega, com validade de um ano, diz o Butantan.

O infectologista Júlio Croda, da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, destaca que essa falta de vacinas pode apresentar um risco aumentado de hospitalização e óbito para as crianças, visto que elas compõem o segundo grupo de maior risco de internações em UTI. "O covid é a doença imunoprevenível que mais matou crianças nessa faixa etária, mais do que qualquer doença que é prevenível por vacina" diz o médico, que ressalta que as mortes estão associadas à falta de esquema vacinal completo. Para mitigar o problema, destaca a importância de se adquirir e distribuir mais imunizantes.

Procurado pela reportagem, o ministério negou que haja desabastecimento de vacinas e afirmou que elas "são enviadas de maneira proporcional e igualitária". Não foi enviada uma previsão de quando novas remessas devem ser enviadas via Programa Nacional de Imunizações (PNI). Segundo o presidente da CNM, a entidade vai remeter um ofício ao governo federal "para apresentar os dados da pesquisa e buscar soluções".

Transição
Como o Estadão mostrou, a equipe responsável pela transição de governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apontou na última semana que a administração de Jair Bolsonaro ainda não havia comprado as doses necessárias para manter a imunização contra a covid no País em 2023.

Anteriormente, a precariedade dos dados disponíveis fez com que o Tribunal de Contas da União (TCU) informasse ao grupo de transição que não era possível nem avaliar o cumprimento de metas de imunização no País. Um documento aponta que faltam dados de morbidade (doenças adquiridas) e mortalidade relacionados à síndrome pós-covid 19. A falta de informações "pode afetar o planejamento das políticas de saúde, em razão do número elevado de possíveis casos", diz. (Colaborou Stéphanie Araújo, Especial Para o Estadão)

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Já está no Brasil o primeiro lote importado de vacinas contra a Monkeypox, doença que é mais conhecida como varíola dos macacos. Segundo o Ministério da Saúde, a remessa de 9,8 mil doses desembarcou nesta terça-feira (4) no Aeroporto de Guarulhos (SP).

Cerca de 50 mil doses já foram compradas via fundo rotatório da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). Os próximos lotes estão previstos para serem entregues até o fim de 2022.

De acordo com o ministério, os imunizantes serão utilizados para a realização de estudos, conforme recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS). “É importante ressaltar que as vacinas são seguras e atualmente são utilizadas contra a varíola humana ou varíola comum. Por isso, o estudo pretende gerar evidências sobre efetividade, imunogenicidade e segurança da vacina contra a varíola dos macacos e, assim, orientar a decisão dos gestores”, informou a pasta.

A coordenação da pesquisa ficará a cargo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) com o apoio da OMS e financiamento do ministério. O estudo foi discutido pela pasta, em conjunto com a Opas, pesquisadores e especialistas da área.

“O objetivo é avaliar a efetividade da vacina Jynneos/MVA-BN contra a varíola dos macacos na população brasileira, ou seja, se a vacina reduz a incidência da doença e a progressão à doença grave. A população-alvo do estudo será formada por pessoas mais afetadas e com maior risco para a doença”, detalhou o ministério ao informar que inicialmente os grupos a serem vacinados serão de pessoas que tiveram contato prolongado com doentes diagnosticados ou em tratamento com antirretroviral para HIV.

Ainda segundo o ministério, em breve serão divulgados quais centros de pesquisa serão incluídos “considerando as cidades com elevados números de casos confirmados da doença e a infraestrutura disponível para a condução do estudo”.

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O Congresso Nacional autorizou o governo a doar imunizantes contra a covid-19 a outros países afetados pela pandemia, em caráter de cooperação humanitária. Essa possibilidade está prevista na Lei 14.343, publicada no Diário Oficial da União de hoje (20).

De acordo com a nova lei, caberá ao Ministério da Saúde intermediar as doações, bem como definir quantitativos e destinatários dos imunizantes doados, desde que “ouvido o Ministério das Relações Exteriores”.

As despesas que decorrerem do transporte dos imunizantes doados ficarão a cargo do país destinatário da doação ou à conta de dotações orçamentárias do governo federal ou de outros colaboradores.

Ainda segundo a nova legislação, a doação dependerá da manifestação de interesse e da anuência de recebimento do imunizante pelo país beneficiado.

 

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Juntamente com os demais países da Região das Américas, o Brasil foi certificado, pela Organização Mundial da Saúde, como livre da poliomielite no ano de 1994. Contudo, a doença, também chamada de pólio ou paralisia infantil, corre grande risco de ser reintroduzida no país. A avaliação é do pesquisador Fernando Verani, epidemiologista da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP/Fiocruz).

Os motivos para o alerta são vários. O principal deles é a baixa cobertura vacinal. Apesar da gravidade das sequelas provocadas pela pólio, o Brasil não cumpre, desde 2015, a meta de 95% do público-alvo vacinado, patamar necessário para que a população seja considerada protegida contra a doença.

A poliomielite é uma doença infecto-contagiosa aguda causada pelo poliovírus selvagem responsável por diversas epidemias no Brasil e no mundo. Ela pode provocar desde sintomas como os de um resfriado comum a problemas graves no sistema nervoso, como paralisia irreversível, principalmente em crianças com menos de cinco anos de idade.

No país, duas vacinas diferentes são oferecidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para a imunização da pólio: a inativada e a atenuada. A vacina inativada deve ser aplicada nos bebês aos 2, 4 e 6 meses de idade. Já o reforço da proteção contra a doença é feito com a vacina atenuada, aquela administrada em gotas por via oral entre os 15 e 18 meses e depois, mais uma vez, entre os 4 e 5 anos de idade.

Segundo o Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI), a cobertura vacinal com as três doses iniciais da vacina está muito baixa: 67% em 2021. A cobertura das doses de reforço (a de gotinha) é ainda menor, e apenas 52% das crianças foram imunizadas. Nas regiões Nordeste e Norte, a situação é ainda pior, com percentuais de 42% e 44%, respectivamente, para a imunização completa com as cinco doses.

Risco de reintrodução

Uma cobertura vacinal baixa aumenta em muito as chances do retorno do vírus ao país. Por exemplo, em fevereiro de 2022, as autoridades do Malawi, na África, declararam um surto de poliovírus selvagem tipo 1, após a doença infecto-contagiosa ser detectada em uma criança de 3 anos. A menina sofreu paralisia flácida aguda, uma das sequelas mais graves da enfermidade, a qual, muitas vezes, não pode ser revertida.

O último caso de poliomielite no país africano havia sido notificado em 1992, e a África toda declarada livre da doença em 2020. A cepa do vírus responsável por esse caso está geneticamente relacionada à cepa circulante no Paquistão, um dos dois países do mundo, junto com o Afeganistão, onde a pólio continua endêmica.

“Enquanto a poliomielite existir em qualquer lugar do planeta, há o risco de importação da doença. É um vírus perigoso e de alta transmissibilidade, mais transmissível do que o Sars-CoV-2, por exemplo. Estamos com sinal vermelho no Brasil por conta da baixa cobertura vacinal, e é urgente se fazer algo. Não podemos esperar acontecer a tragédia da reintrodução do vírus para tomar providências”, afirmou Fernando Verani.

A opinião é compartilhada pela pesquisadora Dilene Raimundo do Nascimento, da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz). “A pandemia veio acentuar ainda mais a vulnerabilidade das populações em relação às doenças infecciosas. Hoje, o deslocamento de pessoas é muito mais fácil e rápido, logo, a possibilidade de circulação do vírus aumenta. Há uma grave possibilidade de a pólio ressurgir no Brasil, como foi com o sarampo, em 2018. Por isso, precisamos chamar a atenção para o risco e para a necessidade de vacinação”.

O virologista Edson Elias, chefe do Laboratório de Enterovírus do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), explicou que a vacinação adequada evita, ainda, o perigo de mutação do vírus atenuado da pólio. “Quando a população está com baixa cobertura vacinal, há o risco de mutação do vírus, ao ser transmitido de pessoa para pessoa, tornando-se uma cepa agressiva”, ressaltou.

Sistema de vigilância também é fundamental

De acordo com Fernando Verani, também é motivo de preocupação a pouca eficiência nas estratégias de vigilância da doença para a contenção de possíveis surtos, como foi feito no Malawi. No país africano, o caso da menina infectada foi rapidamente identificado e a população local foi revacinada contra a poliomielite, impedindo uma epidemia viral.

“Há cerca de três anos, os protocolos de vigilância epidemiológica ficaram enfraquecidos no Brasil. Eles têm a finalidade de detectar e prevenir as doenças transmissíveis. As amostras de esgoto das cidades não têm sido recolhidas com a frequência esperada, e não há a notificação e investigação constante de possíveis casos de paralisia flácida aguda. O país possui os recursos e a expertise para manter a polio erradicada, mas não está tomando as ações necessárias”, disse o pesquisador da ENSP/Fiocruz.

O especialista teme que, caso haja uma importação da doença, o sistema de saúde talvez não consiga agir com a rapidez necessária para reprimir sua disseminação. “Se o vírus for reintroduzido e não houver uma notificação rápida do caso, podemos ter uma epidemia. Com as baixas coberturas vacinais que temos hoje, as crianças estão desprotegidas. Podemos ter centenas ou milhares de crianças paralíticas como consequência”, advertiu o pesquisador da ENSP/Fiocruz.

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A terceira dose de vacinação com a Pfizer produz uma resposta imunológica semelhante à que se verifica pouco tempo após a segunda etapa da imunização com Coronavac e AstraZeneca, é o que aponta o resultado de um estudo realizado por pesquisadores do Centro das Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Federal do Oeste da Bahia (CCBS-UFOB). Os resultados reforçam o papel das vacinas para ajudar o organismo a manter um bom nível de proteção contra a covid-19 – o que é mantido, restaurado ou até melhorado com a administração da terceira dose.

A mesma pesquisa mostrou também que as vacinas Coronavac e AstraZeneca protegem bem contra a covid, entretanto, indicam que há uma tendência de redução a quase zero dos níveis de anticorpos anti-covid-19 no sangue em um período entre quatro e seis meses após a administração da segunda dose vacinal.

“O estudo contribui para confirmar a necessidade da terceira dose. Caso contrário, o status imunológico diminui bastante e pode abrir uma janela muito maior de oportunidades para o vírus. Cientificamente, demonstra a baixa longevidade de resposta imune baseada em anticorpos, algo comum para as plataformas vacinais utilizadas contra vírus respiratórios”, explica a biomédica doutoranda e autora do estudo Jéssica Pires Farias.

Reforços frequentes
Outra constatação é de que a curta duração da resposta requer reforços mais frequentes, como no caso da vacina contra o influenza vírus, causador da gripe. O estudo discute a necessidade de reforços a cada quatro ou seis meses, como pontua o doutor e coordenador do trabalho biomédico virologista do CCBS-UFOB, Jaime Henrique Amorim.

Ao contrário do que pensa muita gente, a magnitude da resposta de anticorpos é muito melhor nas pessoas vacinadas em comparação com aquelas que foram infectadas pelo coronavírus, aponta o estudo. Ou seja, mesmo quem teve covid deve respeitar o ciclo vacinal a fim de manter uma boa resposta imunológica ao coronavírus.

“Fizemos essa pesquisa antes do aparecimento da variante Omicron. Tais estudos irão ajudar na melhor formulação de políticas públicas de imunização, com base científica”.

Relevância

A universidade baiana teve trabalho aceito para publicação na renomada revista cientifica Journal of Virology, da Sociedade Americana de Microbiologia. O estudo foi realizado a partir de amostras de soro coletadas de 210 indivíduos. Desses 63 (30%) eram do sexo masculino e 147 (70%), do sexo feminino, com idades entre 13 e 66 anos.

Os participantes tinham diferentes históricos de vacinação e de contato com o vírus causador da covid-19. Todas as amostras foram analisadas no Laboratório de Agentes Infecciosos e Vetores (LAIVE), do CCBS-UFOB. As amostras foram coletadas de indivíduos residentes na cidade de Barreiras, no Oeste do estado, no período de setembro a novembro de 2021, em parceria com a Vigilância Epidemiológica municipal.

“Para chegar a esse resultado, medimos os níveis de anticorpos contra a covid-19 presentes no sangue de voluntários com diferentes perfis de imunização ou contato com a doença. O Journal of Virology é o mais prestigiado periódico científico da área de Virologia, dedicada ao estudo dos vírus. A publicação atesta a qualidade e a relevância do estudo”, acrescenta o coordenador, Jaime Henrique Amorim.

Até ontem, a Bahia registrou 11.502.835 pessoas vacinadas com a primeira dose, 10.523.584 com a segunda dose ou dose única e 4.887.976 com a dose de reforço. Do público de 5 a 11 anos, 810.700 crianças já foram imunizadas com a primeira dose e 170.120 já tomaram também a segunda dose. O boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), registra ainda 1.328 casos ativos de covid-19, além de mais três óbitos. Nas últimas 24 horas foram registrados 67 novos casos. Dos 1.534.051 casos confirmados desde o início da pandemia, 1.502.997 já são considerados recuperados e 29.726 tiveram óbito confirmado.

Os próximos passos da pesquisa já estão em andamento, como destaca a autora do estudo Jéssica Pires Farias.

“Estamos acompanhando a duração de resposta da terceira dose e o efeito da quarta dose. Além disto, estamos trabalhando para entender porque a variante Omicron causou epidemias num cenário de ampla cobertura vacinal”.

O estudo é financiado majoritariamente pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), por meio da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP). Também apoiam a pesquisa o Instituto Serrapilheira e o Consórcio Multifinalitario do Oeste da Bahia.

Publicado em Saúde

As vacinas ainda não chegaram, mas o esquema já está todo armado. Nesta segunda-feira (10), a Prefeitura de Salvador divulgou o planejamento para a vacinação das crianças de 5 a 11 anos, autorizada pelo Ministério da Saúde em 5 de janeiro. Serão 65 pontos de imunização e os postos vão funcionar das 8h às 18h.

Em toda a Bahia, são 1.447.163 crianças nessa faixa etária registradas no Sistema Único de Saúde (SUS), sendo 149.214 delas em Salvador. É possível consultar o nome da criança ou fazer o recadastramento através do portal da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) ou presencialmente, em uma das 155 unidades básicas da rede municipal, de segunda a sexta, a partir das 8h.

No caso das crianças que não têm cartão SUS de Salvador ou estão com cadastro em outra cidade, os pais ou responsáveis devem procurar uma unidade da prefeitura-bairro para conseguir o documento ou fazer a transferência de domicílio. Para esse serviço, é preciso fazer agendamento pelo site do Hora Marcada.

No momento da vacina, além dos originais e cópias dos documentos do adulto e da criança e do cartão de vacina, será necessário apresentar uma declaração de um dos pais autorizando a proteção. A declaração pode ser preenchida e assinada no ato da vacina ou impressa no site da SMS, para quem preferir levar pronta.

Na casa da recepcionista Ana Virgínia Lima, 42 anos, todos já estão imunizados, com exceção do pequeno Lucas, 9 anos. A mãe contou que o garoto está ansioso para receber a vacina, mas está mais empolgado pela novidade do que propriamente pela proteção.

“Meu esposo o levou no dia que foi tomar a vacina, eu também levei na minha vez, e ele foi também com o irmão mais velho. Ele está vendo os primos tomando e postando foto e comentando, então, está empolgado. A gente já explicou porque é importante ele tomar a vacina e ele entendeu, mas tem esse outro lado que a criança adora”, contou.

A vacinação de crianças foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 16 de dezembro, mas o Ministério da Saúde só autorizou a aplicação das doses no dia 5 de janeiro.

O prefeito Bruno Reis (DEM) contou que fará ações para tornar o dia lúdico e que uma campanha será lançada com o tema ‘Dia das Crianças é Dia da Vacina’ para incentivar os pais. Estão previstas participações do Le Cirque, atrações do Programa Ruas de Lazer e Anderson Martins DJ. Além disso, os profissionais de saúde estão sendo capacitados para realizar os atendimentos aos pequenos.

"Nossa expectativa é que até o final da semana possam chegar a Salvador [as doses] e vamos iniciar de imediato a vacina para as crianças para todos aqueles pais que quiserem vacinar seus filhos de 5 a 11 anos", afirmou o prefeito.

Objetivo
A meta é proteger 60 mil pessoas no Dia das Crianças, Dia da Vacina. Será usado o imunizante da Pfizer, em uma dose com 0,2 ml e composição específica para esse grupo etário. A vacina da covid não será administrada junto com outros imunizantes do calendário infantil. A recomendação, por precaução, é fazer intervalo de 15 dias.

A pediatra e presidente da Sociedade Baiana de Pediatria (Sobape), Dolores Fernandez, disse que as vacinas permitiram o controle de doenças que assolavam a população no passado e que todos os imunizantes do calendário vacinal precisam ser defendidos e aplicados.

“Graças às vacinas conseguimos erradicar a poliomielite, a varíola e o sarampo. Os conhecimentos sobre as vacinas são de muito tempo e a da covid virá para o calendário vacinal, assim como aconteceu com as outras. Ela é segura, já foi aplicada em vários países e, o mais importante, com bons resultados”, disse.

Ela destacou a imunização dos adultos como um exemplo da segurança da vacina, onde a gravidade dos casos diminuiu e os efeitos colaterais foram ínfimos, e lembrou que a alta na ocupação de leitos pediátricos – Salvador está com 95% de ocupação – se deve a saída das crianças do isolamento.

“Por isso, é importante mais do que nunca a vacinação. Uma criança não vacinada tem quatro vezes mais chances de desenvolver formas graves da doença. É preciso conversar com os filhos e lembrar que vacinação é caso de saúde pública. Eu me vacino e você se vacina, não por mim ou por você, mas para que toda a comunidade seja protegida”, disse.

A taxa de ocupação dos leitos pediátricos no estado é de 83%. O doutor em microbiologia e professor da UniFTC, Hebert Pina, contou que a desinformação é tão letal quanto o vírus. Ele pediu que os pais busquem fontes confiáveis antes de tomar decisões e que vacinem os filhos.

“As crianças sempre se vacinaram contra várias doenças e as vacinas também tinham efeitos colaterais em suas composições, como acontece com todo tipo de medicamento. O que temos visto é uma distorção, interpretações equivocadas dos estudos científicos que são apresentadas como sendo estudos”, disse.

O biomédico citou como exemplo a afirmação de que a miocardite (inflamação da camada média da parede do coração), apontada como um efeito colateral da vacina, será desenvolvida na criança que for imunizada, deixando de ser uma exceção para se tornar uma regra. “Foram feitos teste, no Brasil e fora do Brasil, que garantem a segurança dos imunizantes. É precioso tranquilizar os pais e que eles entendam que precisam proteger os filhos”, disse.

Prazo
Procurado, o Ministério da Saúde disse que encomendou mais de 20 milhões de vacinas pediátricas da Pfizer. Os imunizantes serão aplicados em duas doses, com intervalo de oito semanas da primeira para a segunda aplicação.

“A previsão é que essas unidades sejam entregues no primeiro trimestre deste ano. Até o fim de janeiro, a estimativa é que 4,3 milhões de doses cheguem ao país. A primeira remessa desembarcará no Brasil em 13 de janeiro, com novas entregas programadas para os dias 20 e 27 deste mês”, diz a nota.

Desde que a pandemia começou até dezembro do ano passado, foram registradas 311 mortes de crianças de 5 a 11 anos por Covid-19 no país. Foram 162 óbitos em 2020, e 149 em 2021.

Vacinação em Salvador:

Antes de se dirigir ao posto de imunização confira se seu filho está registrado no SUS de Salvador, através do portal da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) ou presencialmente nas unidades.
Caso não esteja registrado ou o registro seja de outra cidade, faça esse cadastro nas prefeituras-bairro. É necessário levar documentação dos pais e da criança, e comprovante de residência.
No dia da vacina não esqueça: máscara, documentos dos pais, da criança, originais e cópias do cartão de vacina e uma declaração de um dos pais autorizando a proteção. A declaração pode ser assinada no ato da vacina ou impressa no site da SMS e preenchida em casa.
A documentação exigida dos pais é a carteira de identidade, CPF, comprovante de residência e Cartão SUS. Para as crianças, é necessário apresentar certidão de nascimento e cartão SUS (se houver).
Depois da imunização contra a covid, a criança deve esperar 15 dias para receber qualquer outro tipo de vacina. A segunda dose será aplicada oito semanas após a primeira.

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