Debate sobre fake news: Comunicação deve ser prioridade na saúde pública, diz Fiocruz

Debate sobre fake news: Comunicação deve ser prioridade na saúde pública, diz Fiocruz

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) realiza, durante esta semana, um evento para discutir como notícias falsas afetam a saúde das pessoas. O "II Seminário Internacional Relações da Saúde Pública com a Imprensa: Fake News e Saúde" foi iniciado nesta terça-feira (19), em Brasília, com mesas redondas e rodas de conversa entre jornalistas, pesquisadores, profissionais de saúde, estudantes e interessados no tema.

“Precisamos refletir sobre o que está acontecendo hoje no Brasil em termos de proliferação e divulgação instantânea de informações por meio de dispositivos e redes sociais”, afirmou a diretora da Fiocruz Brasília, Fabiana Damásio, durante a cerimônia de abertura. Segundo a Agência Brasil, ela citou especificamente um áudio que circulou nas redes sociais no ano passado e que pedia às pessoas que não se imunizassem contra a febre amarela. “Precisamos abordar a questão de forma ética, crítica e vigilante”.

Para a coordenadora de Comunicação Social da Fiocruz Rio de Janeiro, Elisa Andries, a comunicação, no âmbito da saúde pública, deve ser vista como uma questão prioritária e fundamental para que instituições como a própria Fiocruz sejam tidas como uma espécie de agente de checagem de informação.

“As fake news na saúde são muito associadas ao medo. Elas se disseminam muito por conta do medo que as pessoas sentem em relação a doenças e patógenos”, disse. “A imprensa livre e forte também é importante para lutarmos contra as fake news. Vejo o jornalismo como um apoio importante pra trabalharmos juntos contra a disseminação de notícias falsas”, concluiu Elisa.

Itens relacionados (por tag)

  • Principais fake news veiculadas na Bahia em 2023 são sobre Bolsa Família e MST, aponta pesquisa

    As duas principais fake news vinculadas à Bahia neste primeiro semestre de 2023 estão relacionadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e ao Bolsa Família, aponta a pesquisa Check Up Fake News, da Agência Nova/SB. O estudo leva em consideração postagens de redes sociais feitas entre 15 de março e 22 de maio.

    As notícias falsas foram veiculadas em redes sociais de veículos jornalísticos, em perfis verificados e também em páginas de pessoas comuns. Muitas delas são "reposts", ou seja, quando alguém posta novamente algo que já foi divulgado em outro perfil.

    Grande parte das postagens associadas ao Bolsa Família tratava dos supostos cortes no benefício. Os cortes de fato aconteceram, mas foram registrados após identificação de inconsistências cadastrais.

    Já em relação ao MST, as publicações abordam as ocupações feitas pelo movimento no interior da Bahia e estão relacionadas à pressão pela instalação da "CPI do MST", instalada em maio na Câmara dos Deputados, em Brasília.

    Além disso, os termos "crise", "combustíveis" e "Rio São Francisco" foram associadas a notícias falsas no nordeste e, consequentemente, na Bahia.

    No total, a pesquisa identificou 6.400 posts fakes sobre a região Nordeste, sendo que 192 continham os nomes "Bahia" ou "Salvador" no texto - uma média de oito posts por dia. Pelos cálculos estimados, 3,6 milhões de perfis foram alcançados.

    Metodologia da pesquisa
    O Check Up Fake News da região Nordeste leva em consideração 119 mil postagens diárias feitas no Twitter, Facebook, Youtube e Instagram. Além disso, cerca de 1.050 menções foram manualmente analisadas por dia.

    As análises qualitativas dos materiais coletados foram feitas por analistas treinadas e tem como objetivo identificar posts caracterizados como informação falsa, descontextualizada ou parte de narrativa de ataque.

    O alcance e as impressões são estimados com base no número de seguidores dos publicadores.

  • É falso que governo Lula aumentou auxílio-reclusão para R$ 1,7 mil; entenda regras

    É falso uma informação que circula nas redes sociais de que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aumentou o valor do Auxílio-Reclusão, benefício pago a familiares de presos em regime fechado ou semiaberto e que tenham contribuído com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Os textos apontam que o benefício aumentou de R$1.212 (valor do salário-mínimo) para R$ 1.754,18. É dito, ainda, que o salário mínimo está sofrendo um ajuste muito menor.

    Entenda
    A desinformação começou a ser disseminada após o reajuste de 5,93% sobre os benefícios de aposentados e pensionistas do INSS, conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), publicado no Diário Oficial da União no último dia 11. A medida, no entanto, não aumenta o valor pago a beneficiários do Auxílio-Reclusão e, sim, o limite necessário para a concessão do benefício.

    As novas regras determinam que, desde o dia 1º de janeiro deste ano, o auxílio poderá ser pago aos dependentes do detento e que, no mês da prisão, tenha tido renda igual ou inferior ao teto de R$ 1.754,18.

    Logo, os beneficiários não recebem este valor, já que, segundo a legislação, o auxílio corresponde a um salário mínimo, atualmente calculado em R$ 1.302,00. Esse valor só é pago quando os responsáveis têm contribuições recentes no INSS.

    O valor de R$ 1.754 é, na verdade, uma atualização feita pelo INSS em 2022, ainda no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que se refere ao valor máximo que as famílias de presos devem ter como renda total para terem direito a receber o auxílio-reclusão de um salário mínimo.

    O auxílio-reclusão é pago aos dependentes do segurado de baixa renda recolhido à prisão em regime fechado que não recebe remuneração da empresa e nem estiver em gozo de auxílio por incapacidade temporária, pensão por morte, salário-maternidade, aposentadoria ou abono de permanência em serviço.

    O cálculo da renda mensal bruta para enquadramento do segurado como de baixa renda ocorrerá pela média dos salários de contribuição apurados no período dos doze meses anteriores ao mês de recolhimento à prisão, corrigidos pelos mesmos índices de reajuste aplicados aos benefícios do Regime Geral de Previdência Social (RGPS).

    Auxílio-Reclusão: regras para recebimento dos valores aos familiares e dependentes de presos baixa renda:
    - Precisa ter atividade reconhecida pelo INSS e contribuído com a previdência por no mínimo 24 meses;

    - Prisão em regime fechado ou semiaberto até 17/1/2019;

    - A média de contribuições nos 12 meses anteriores à prisão esteja dentro do limite de R$ 1.754,18;

    - O preso não pode receber salário ou outro benefício do INSS durante a prisão.

    Menos de 10% da população carcerária tem direito ao benefício
    O auxílio-reclusão é devido aos contribuintes do INSS (de baixa renda) - que são recolhidos à prisão em regime fechado. Diferentemente do que é divulgado com frequência, não são todas as famílias de presos que recebem o benefício. Atualmente, conforme dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), menos de 10% da população carcerária tem direito ao benefício e quem recebe o valor são os familiares (filhos ou cônjuge).

    O pagamento é feito exclusivamente aos dependentes de pessoas presas e que trabalhavam e contribuíam com o INSS, desde que, no mês da prisão, o trabalhador tivesse renda mensal de até R$ 1.754,18 (independentemente da quantidade de contratos e das atividades exercidas

    Fake news
    A desinformação tem sido publicada por diversos apoiadores de Bolsonaro nas redes sociais. O deputado Alexandre Freitas (Podemos), que atua na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), fez associação sobre o valor do salário mínimo praticado atualmente de R$ 1.212, valor, inclusive, publicado de forma errada.

    O valor de R$ 1.754 é, na verdade, uma atualização feita pelo INSS em 2022, ainda no governo Bolsonaro, que se refere ao valor máximo que as famílias de presos devem ter como renda total para terem direito a receber o auxílio-reclusão de um salário mínimo.

  • Milícia digital: STF determina prisão preventiva de Roberto Jefferson

    O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes determinou a prisão preventiva do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ). Pedido faz parte do inquérito que investiga milícias digitais.

    O STF também determinou o bloqueio de conteúdos postados por Jefferson em rede sociais e a apreensão de armas e acesso a mídias de armazenamento. Jefferson postou numa rede social que a PF chegou a fazer buscas na casa de parentes pela manhã.

    "A Polícia Federal foi à casa de minha ex-mulher, mãe de meus filhos, com ordem de prisão contra mim e busca e apreensão. Vamos ver de onde parte essa canalhice", escreveu o ex-deputado.

Deixe um comentário

Certifique-se de preencher os campos indicados com (*). Não é permitido código HTML.