Saiba como lidar com a ansiedade no ambiente de trabalho

Saiba como lidar com a ansiedade no ambiente de trabalho

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que o Brasil é o país mais ansioso da América Latina e essa realidade tem impactos muito significativos no ambiente de trabalho. Excesso de responsabilidades; as metas inatingíveis; prazos muito curtos para as entregas; comunicação agressiva; sobrecarga de horas de trabalho; instabilidades econômicas são alguns dos gatilhos para as crises de ansiedade, que atingem cerca de 33% da população mundial.

A psicóloga clínica Isabella Barreto diz que a ansiedade não necessariamente é patológica, ou seja, nem sempre é sinal de um transtorno. Na verdade, esse alerta do aparelho psíquico que coloca a todos vigilantes sobre algo percebido como ameaçador tem um função na vida dos humanos: prepara para lidar com algo a ser conquistado, superado, faz perceber a necessidade de uma preparação para algo a ser realizado.

“O que vai nos fazer compreender a ansiedade como patologia, é a exacerbação na intensidade, o comprometimento na vida como um todo”, explica. Para Isabella, é a compreensão da urgência nos resultados produtivos, cobranças, pressão, comparações, a exigência por ser a melhor versão de si mesmo, a cultura do imediatismo, a substituição de horas de lazer, de ócio, por maior produtividade, competitividade, um ritmo acelerado de vida como se tudo fosse para ontem, entre outros aspectos da contemporaneidade é que são fatores que potencializam a ansiedade e promovem a sua condição de transtorno, de adoecimento.

Ambiente doente
“À medida em que o ambiente de trabalho tem como cultura o assédio, desvalorização do profissional, situações de insegurança, sejam psicológicas ou no ambiente físico da instituição, exigências que desconsideram o bem estar e saúde do trabalhador, esse ambiente promove o desenvolvimento de adoecimento psíquico-emocional, onde a ansiedade será uma expressão no comportamento indicando que algo não está bom”, esclarece, salientando que o quadro pode desdobrar para situações mais graves, como a síndrome de Burnout e depressão, por exemplo.

A psicóloga, mestre em Administração, professora e líder de alta performance da UNIFACS, Priscila Carvalho explica que as pessoas estão cada vez mais ansiosas e vários estudos apontam que as pessoas mergulharam numa lógica adoecedora.

“O lema ‘trabalhe enquanto eles dormem’ é um estímulo a um estilo de vida muito intenso, incansável e até desumano, que gera auto cobrança desmedida e sensação de culpa por não dar conta de tudo que essa lógica exige”, afirma, destacando que, diante de tantos estímulos, informações, cobranças e necessidade de rapidez nas respostas, o senso de urgência virou um imperativo.

“Quando tudo é urgente, tendemos a viver acelerados, cansados e cada vez mais ansiosos, além de acompanhados da sensação de incapacidade de dar conta”, pontua.

Aliada
Para transformar a ansiedade numa aliada e não em fator de adoecimento, a sugestão de Priscila é buscar sempre viver o aqui e agora, realizando uma tarefa de cada vez, iniciando pelas atividades mais simples. “É necessário aprender a gerenciar melhor o tempo, priorizar o que é importante antes que se torne urgente, saber delegar tarefas e ter momentos de pausas e descanso é fundamental para desacelerar e conseguir produzir de maneira adequada”, ensina.

A professora destaca que as empresas precisam enxergar os benefícios provenientes do investimento em condições adequadas de trabalho, que promova um ambiente saudável, com relações harmônicas e prática de comunicação adequada, além da implantação de programas e ações de bem-estar. “A cultura e o clima organizacional, as condições de trabalho oferecidas, o volume de demandas, bem como o controle e cobrança para realização das tarefas e as relações estabelecidas no ambiente corporativo podem provocar ou atenuar sintomas ansiosos”, diz.

Priscila destaca que quando o cansaço excessivo, dificuldade de concentração, irritabilidade, medo exacerbado e desproporcional, insônia, alteração apetite aparecem com muita frequência e intensidade está na hora de buscar apoio profissional.

Isabella Barreto afirma que quando a situação sai do auto controle, é importante aliar a psicoterapia com o uso de medicamentos e mudanças no estilo de vida. “A psicoeducação, o entendimento sobre gatilhos e fatores ansiogênicos são importantes para que a pessoa possa lidar e prevenir a ansiedade num nível adoecedor”, reforça.

“Não se deve negociar tempo de descanso, além de te sempre em mente a prática do autocuidado, se conectando com o que faz sentido para você, realizando técnicas de respiração e relaxamento, praticando atividade físicas, mantendo uma alimentação saudável, e buscando um profissional especializado, visto que a escuta qualificada exige conhecimento e preparo”, finaliza Priscila.

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  • Bahia adere ao Dia D de mobilização nacional contra a Dengue

    Em um esforço para combater a crescente ameaça da Dengue, o estado da Bahia se junta ao Dia D de mobilização nacional, marcado para o próximo sábado (2). A informação é da secretária da Saúde do Estado, Roberta Santana, que está em Brasília nesta quarta-feira (28) para uma reunião do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). Esta iniciativa sublinha a necessidade de uma ação coletiva diária e destaca o papel vital que cada indivíduo desempenha na prevenção da doença. Com o apoio do Conselho Estadual dos Secretários Municipais de Saúde da Bahia (Cosems-BA), da União dos Municípios da Bahia (UPB) e do Conselho Estadual de Saúde (CES), os municípios farão mutirões de limpeza, visitas aos imóveis nas áreas de maior incidência e distribuição de materiais informativos.

    A Bahia registra um aumento significativo de casos de Dengue, com 16.771 casos prováveis até 24 de fevereiro de 2024, quase o dobro em comparação ao mesmo período do ano anterior. Atualmente, 64 cidades estão em estado de epidemia, com a região Sudoeste sendo a mais afetada. Além disso, foram confirmados cinco óbitos decorrentes da doença nas localidades de Ibiassucê, Jacaraci, Piripá e Irecê.

    De acordo com a ministra da Saúde, Nísia Trindade, o cenário nacional é particularmente desafiador devido ao impacto das condições climáticas adversas e ao aumento exponencial dos casos de Dengue, incluindo a circulação de novos sorotipos (2 e 3), que exigem uma atenção mais integrada.

    Na avaliação da secretária da Saúde do Estado, Roberta Santana, o momento é de unir esforços para conter o aumento do número de casos e evitar mortes. "O Governo do Estado está aberto ao diálogo e pronto para apoiar todos os municípios, contudo, cada ente tem que fazer a sua parte. As prefeituras precisam intensificar as ações de atenção primária e limpeza urbana, a fim de eliminar os criadouros, e fortalecer a mobilização da sociedade, antes de recorrer ao fumacê. A dependência excessiva do fumacê, como último recurso, pode revelar uma gestão reativa em vez de proativa no combate à doença", afirma a secretária.

    A titular da pasta estadual da Saúde pontua ainda que o Governo do Estado fez a aquisição de novos veículos de fumacê e distribuirá 12 mil kits para os agentes de combate às endemias, além de apoiar os mutirões de limpeza urbana com o auxílio das forças de segurança e emergência. "Além disso, o Governo do Estado compartilhou com os municípios a possibilidade de adquirir bombas costais, medicamentos e insumos por meio de atas de registro de preço", ressalta Roberta Santana.

    Drones

    O combate à Dengue na Bahia ganhou mais uma aliada: a tecnologia. O Governo do Estado deu início ao uso de drones como nova estratégia para identificar em áreas de difícil acesso focos do mosquito Aedes aegypti, vetor de transmissão de Dengue, Zika e Chikungunya. As imagens capturadas pelos equipamentos são analisadas pelos agentes de endemias, que conseguem identificar locais com acúmulo de água parada e possíveis criadouros do mosquito, facilitando a ação das equipes e tornando o combate mais eficaz.

  • Começa vacinação contra dengue em Salvador

    A cidade de Salvador vai iniciar a vacinação contra a dengue nesta quinta-feira (15). O primeiro lote do imunizante, com 56.493 doses chegou na capital baiana nesta manhã.

    Essa primeira fase na capital baiana contemplará com o esquema primário os pré-adolescentes entre 10 e 11 anos; com o recebimento de novos lotes o público será ampliado gradativamente. Nessa faixa etária, a cidade conta 87.307 pessoas. Em dezembro do ano passado, o Brasil incorporou a vacina no SUS, tornando-se o primeiro país do mundo a oferecer o imunizante no sistema público universal.

    O pontapé inicial da vacinação será às 14h na sede da OAF – Organização de Auxílio Fraterno, que fica na Rua do Queimado, na Liberdade. Já a partir de amanhã, sexta-feira (16), a vacinação acontecerá em 30 unidades de saúde de referência, distribuídas pelos 12 distritos da cidade, das 08 às 16h.

    “Salvador está na contramão do Brasil que entrou em alerta para o aumento de casos de dengue, graças a uma série de ações para o enfrentamento das arboviroses que promovemos ao longo dos últimos meses na nossa cidade. Intensificamos as atividades de monitoramento e prevenção, bem como reforçamos a conscientização sobre prevenção junto à população. A inclusão da vacina da dengue é mais ferramenta de extrema importância no SUS para se evitar casos graves da doença, principalmente óbitos. Com o avanço da imunização, esperamos que a dengue seja classificada como mais uma doença imunoprevenível, mas o enfrentamento contra o mosquito Aedes deverá continuar sendo prioridade de cada cidadão”.

    Para receber a dose, deve ser apresentado documento de identificação com foto, cartão SUS de Salvador e caderneta de vacinação. Vale destacar que a aplicação será feita somente na presença dos pais ou responsável legal, garantindo um acompanhamento adequado e a segurança das crianças e adolescentes. Para a vacinação nas escolas, as crianças deverão portar documento de autorização dos pais e ou responsáveis.



  • OMS: surto de dengue no Brasil faz parte de aumento em escala global

    Em visita ao Brasil, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse nesta quarta-feira (7) que o surto de dengue registrado no país faz parte de um grande aumento de casos da doença em escala global. Segundo ele, foram relatados, ao longo de 2023, 500 milhões de casos e mais de 5 mil mortes em cerca de 80 países de todas as regiões, exceto a Europa.

    Durante a cerimônia de lançamento do programa Brasil Saudável, Tedros lembrou que o fenômeno El Niño, associado ao aumento das temperaturas globais, vem contribuindo para o aumento de casos de dengue no Brasil e no mundo. O diretor-geral da OMS comentou ainda a vacinação contra a doença e disse que o país tem uma capacidade gigantesca de produção de insumos desse tipo.

    “O Brasil está fazendo seu melhor. Os esforços são em interromper a transmissão e em melhorar o controle da doença”, disse. “Temos a vacina e isso pode ser usado como uma das ferramentas de combate”, completou.

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