'Com certeza, há subnotificação', alertam especialistas sobre variante ômicron na Bahia

'Com certeza, há subnotificação', alertam especialistas sobre variante ômicron na Bahia

Congestão nasal, corpo mole e febre leve. Esses foram os sintomas que o produtor Matheus de Morais, 26 anos, apresentou a partir do dia 4 de janeiro. Eles coincidem com os principais sintomas que a variante ômicron do novo coronavírus causa, mas Matheus não sabe com qual cepa foi infectado, só sabe que foi diagnosticado com a covid-19. Nem todos os amigos do produtor, que também apresentaram sintomas gripais, fizeram teste. E é por isso que especialistas alertam para uma subnotificação de casos da ômicron no estado. A variante pode estar mais presente aqui do que indicam os 12 casos identificados nesta segunda-feira, 10, pela Secretaria da Saúde da Bahia (Sesab).

“Com certeza, há subnotificação. Muito provavelmente a ômicron já é a variante dominante aqui em Salvador e na Bahia, como em outros locais. E isso se deve muito às festas de Réveillon. Mas nem todo mundo testa, nem mesmo os que têm sintomas. E nem todos os testes vão para a triagem para a detecção de variante. Então na verdade, no país todo, estamos no escuro e isso é preocupante porque precisamos de dados para entender o cenário real e tomar medidas”, diz o imunologista Celso Sant’anna.

Nesta segunda-feira (10), o Laboratório Central de Saúde Pública da Bahia (Lacen-BA) divulgou que detectou 12 amostras da variante ômicron na Bahia. Esse total representa 12,5% dos 96 sequenciamentos realizados em amostras coletadas no mês de dezembro.

Os casos foram identificados em residentes de Salvador, Guanambi, Seabra, Camaçari, Madre de Deus e São Francisco do Conde. São sete homens e cinco mulheres, sendo o mais novo de 14 anos e o mais velho com 41 anos. Foram sete casos registrados na capital baiana, mas apenas um era residente, sendo os demais tripulantes de navios. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS), no entanto, afirmou que todos os casos referentes a Salvador são de turistas, negando que haja um residente em meio aos infectados com a ômicron.

Com a divulgação dos 12 casos, a Secretária da Saúde do Estado, Tereza Paim, alertou que a atenção agora deve aumentar. ”Estamos vendo nos dados uma elevação do número de positivos covid. Nós vínhamos com uma média de 2 mil casos ativos. Passamos agora a 4.467”, afirmou.

Matheus de Morais diz que não sabe de quem pegou a doença porque, do seu ciclo de amigos, mais de uma pessoa foi infectada. “Um amigo meu fez o teste e deu positivo. Eu tive contato com ele, mas não sei se foi dele que peguei porque outros dois amigos também testaram positivo e outras pessoas do meu ciclo ficaram com esses sintomas de gripe mas não chegaram a fazer teste”, conta. Ele teve dificuldade de receber o diagnóstico porque, no primeiro dia de tentativa, os testes acabaram antes do horário de encerramento do atendimento devido à alta procura.

A variante ômicron foi detectada pela primeira vez na África do Sul, em novembro do ano passado. Todos os continentes já apresentam casos. No Brasil, os primeiros casos surgiram em São Paulo, ainda no final de novembro. O país já tem a primeira morte por ômicron confirmada. Trata-se de um idoso de 68 anos morador de um abrigo em Goiânia (GO). Ele tinha uma doença pulmonar e hipertensão arterial. A morte aconteceu no dia 27 de dezembro de 2021 e foi confirmada no dia 6 de janeiro deste ano.

Qual nível de preocupação a ômicron traz?

O imunologista destaca que a nova variante, apesar de menos letal, é extremamente transmissível. “É uma capacidade de transmissão impressionante, superior ao sarampo. A letalidade, no geral, é baixa. Mas isso não significa que não há preocupação. Pode haver desfecho grave com essa variante, inclusive, para quem tomou a vacina, mesmo que isso seja raro. Não há proteção de 100%. Mas o bom é que temos um contingente grande de pessoas vacinadas ou que estão pegando a doença e criando anticorpos, então vamos construindo uma imunidade coletiva”, acrescenta Sant’anna.

Washington Franca-Rocha, coordenador do portal Geocovid e professor da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), concorda que “certamente há subnotificação, devido aos sintomas menos intensos causados por essa variante" e faz o alerta. “O padrão apresentado na Europa e Estados Unidos, onde a ômicron encontra-se no auge, é de baixa letalidade, que vem sendo atribuída à proteção pelas vacinas. Entretanto, cabe salientar que no Brasil ao menos 30% não receberam duas doses de vacina e apenas 20% se encontram imunizados com a terceira dose”.

De acordo com a secretária Tereza Paim, cerca de 2,4 milhões de baianos ainda não retornaram para tomar as segunda ou terceira doses. Dados do Vacinômetro Bahia indicam que, se considerada uma população de 15 milhões de habitantes, pouco mais de 60% da população total está com 2ª dose e cerca de 10% com a dose de reforço.

Os estudos apontam que a variante ômicron é muito mais contagiosa do que as antecessoras, e por isso o mundo tem batido sucessivamente o recorde de casos diários de covid-19. A notícia boa é que os números de mortes não acompanharam a explosão de casos. O risco de hospitalização também é menor. De acordo com um estudo feito pela Agência de Segurança da Saúde do Reino Unido (UKHSA), as chances de um paciente com ômicron ser hospitalizado é igual a um terço das chances de um paciente com delta.

As vacinas protegem contra a ômicron?

A análise também concluiu que a proteção contra hospitalizações dada pelas vacinas é "boa" contra a ômicron. Uma dose da vacina foi associada a um risco 35% menor de hospitalização entre casos sintomáticos com esta cepa, enquanto duas doses reduzem em 67% esse risco, até 24 semanas após a segunda dose; com 25 semanas ou mais de aplicação da segunda dose, esse risco é reduzido em 51%. Uma terceira dose foi associada com risco 68% menor de hospitalização, na comparação com os não vacinados, diz o comunicado do Reino Unido.

Para a infectologista e pesquisadora da Fiocruz, Fernanda Grassi, diz que a cobertura vacinal que o Brasil tem hoje não é suficiente para conter a ômicron. “A cobertura vacinal da covid ainda não atingiu os níveis necessários para barrar a infecção, ainda mais agora com o surgimento da ômicron. Vários estudos têm mostrado que apenas duas doses de vacina não protegem completamente contra essa variante”, coloca.

Segundo o imunologista Celso Sant’anna, a cobertura vacinal suficiente para barrar a ômicron é relativa.

“A segunda dose, no geral, protege. Mas a proteção vai diminuindo ao longo do tempo, principalmente após seis meses, então a terceira dose é fundamental. Estudos apontam que todas as vacinas, na terceira dose, dão proteção de ao menos 80% contra a forma grave da doença. E o fato é que quanto mais avançado no esquema vacinal você estiver, melhores são as suas chances contra a doença, então não tem por que não vacinar!”, defende.

Sant’anna diz ainda que a ômicron pode ser “o começo do fim”, mas que ainda é cedo para cravar as cenas dos próximos capítulos. “O que parece é que estamos caminhando para um equilíbrio em relação à pandemia no sentido de que, talvez, essa seja a última variante de destaque, que terá alta transmissão, mas baixa letalidade. Aí passaríamos a conviver com esse vírus como convivemos com outros sob controle. Mas ainda é cedo para termos conclusões definitivas e, para chegar a isso, há uma transição ainda preocupante porque estamos tendo pressão no sistema de saúde”, finaliza.

Quais são os sintomas provocados pela ômicron?

A variante ômicron traz algumas novidades em relação ao que já se sabia sobre a covid-19. No início da pandemia, o período de incubação da doença, ou seja, o intervalo entre a data de contato com o vírus até o início dos sintomas, era estimado em até 14 dias. Agora, com a ômicron, os sintomas aparecem entre 3 a 5 dias após o contágio. Além disso, o paciente pode transmitir a doença antes mesmo dos sintomas se manifestarem. Mas quais são esses sintomas?

Febre e perda ou alteração do olfato e paladar foram reconhecidos como os principais sinais de infecção por coronavírus nos últimos dois anos. No entanto, a variante ômicron está provando causar diferentes efeitos, e seus sintomas podem ser confundidos com um resfriado comum, isso porque ela afeta mais as vias aéreas do que o pulmão. Veja quais são eles por ordem de frequência (levantamento do aplicativo ZOE Covid, que acompanha as manifestações clínicas da doença desde o início da pandemia):

Dor de cabeça
Coriza
Fadiga
Espirros
Dor de garganta
Tosse
Voz rouca
Calafrios
Febre
Tontura
Confusão mental
Olfato alterado
Dor nos olhos
Dores musculares incomuns
Perda de apetite
Perda de cheiro
Dor no peito
Glândulas inchadas
Desânimo

Quais cuidados devem ser tomados?

O advogado Guilherme Pitanga, de 25 anos, foi um dos contaminados com covid-19 na onda das festas de final de ano. Os sintomas começaram já no dia 1º de janeiro. “Começou com uma simples coriza. Depois disso, nos três dias seguintes, espirrei bastante, tossi bastante, tive febre, dor de cabeça e secreção. Daí, na última sexta-feira, fiz o teste, depois de rodar de Stella Maris até o Bonfim em busca de vaga, e deu positivo”, conta.

Guilherme passou a virada de ano em Morro de São Paulo com os amigos e admite que relaxou em relação aos cuidados que vinha mantendo desde o início da pandemia. “Eu, sinceramente, não esperava esse baque. Sei que a vacina não nos imune a ponto de não nos contaminarmos mais, mas não esperava esse ‘boom’. Mas, pelo menos, a vacina serviu muito para inibir os sintomas mais graves, tornando a maioria dos casos em uma ‘gripezinha’”, diz.

Para os especialistas, esse relaxamento de cuidados, que não está restrito a Guilherme, é preocupante. Como a ômicron é muito mais contagiosa que qualquer outra versão anterior do vírus, os cuidados precisam ser reforçados. Os infectologistas recomendam usar uma máscara de qualidade superior às de tecido e cirúrgicas. A PFF2, por exemplo, tem uma filtragem melhor, além de vedar bem as entradas e saídas de ar. Mesmo ao ar livre, a recomendação é não tirar a máscara e sempre que possível evitar aglomerações.

“A orientação é que, primeiro de tudo, quem não tomou a vacina, vá tomar. Seja a primeira, a segunda ou a terceira dose. É preciso que as pessoas completem o ciclo para que a gente possa ter uma população o mais imunizada possível. Quando o vírus está no processo de transmissão e se esbarra em pessoas protegidas, com imunidade, ele não vai encontrar um terreno para se propagar. Além disso, é preciso que a sociedade continue seguindo as orientações que existem desde o início da pandemia: utilização de máscara, uso do álcool em gel e adoção do distanciamento”, diz Ivan Paiva, coordenador médico de urgência e emergência de Salvador.

A partir do momento da suspeita de infecção, a recomendação é testar e procurar atendimento médico. “É preciso procurar o mais rápido possível um hospital porque alguns sintomas são diferentes dos tradicionais da covid inicial. Então as pessoas acham que estão com gripe ou resfriado, rinite, qualquer outra coisa. Então é preciso testar e receber orientação médica”, orienta o imunologista Celso Sant’anna. Ele acrescenta que a ômicron é mais difícil de ser detectada pelo teste rápido, então o ideal é o RT-PCR, mas, de todo modo, em caso de teste rápido, o ideal é fazer 5 dias após o contato com alguém infectado ou início de sintomas.

É recomendado isolamento de ao menos cinco dias a partir do aparecimento do primeiro sintoma ou a partir do teste positivo, para o caso de pessoas assintomáticas. Este é o período em que o risco de transmissão começa a cair, mas isso não significa que ele se anule. “O ideal são 14 dias ou ao menos 10, mas já estamos vendo o período de isolamento de 5 dias quando o paciente é assintomático ou tem sintomas leves. Mas eu não defendo esse período porque é uma variante muito transmissível. Claro que cada caso é um caso porque temos países como a França com falta de médicos porque estão todos contaminados, aí flexibilizaram esse tempo e os médicos que estavam bem voltaram a trabalhar. Nos Estados Unidos, por exemplo, está todo mundo se infectando e tem empresas sem funcionários”, explica Celso Sant’anna.

Saiba onde testar em Salvador:

Os testes rápidos de antígeno podem ser feitos das 8h às 16h, de segunda a sexta-feira. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), o resultado é liberado em cerca de 30 minutos.

Centro Histórico

UBS 19º CS Pelourinho
UBS Péricles Esteves Cardoso - Barbalho
UBS Santo Antônio
Itapagipe

USF São José de Baixo - Lobato
UBS Virgílio de Carvalho - Bonfim
UBS Ministro Alkimin - Massaranduba
São Caetano / Valéria

USF Nossa Senhora de Guadalupe – Alto do Peru
USF San Martim II - Fazenda Grande do Retiro
USF Boa Vista do Lobato
USF Lagoa da Paixão - Nova Brasília de Valéria
UBS Péricles Laranjeiras - Fazenda Grande do Retiro
Liberdade

USF IAPI - Pau Miúdo
Brotas

USF Candeal Pequeno
USF Mário Andréa (14º CS) - Sete Portas
UBS Major Cosme de Farias - Cosme de Farias
Barra / Rio Vermelho

USF Úrsula Catarino Garcia - Fazenda Garcia
USF Ivone Silveira – Calabar
USF Engenho Velho da Federação
Boca do Rio

UBS César de Araújo - Boca do Rio
USF de Pituaçu
Itapuã

USF Parque São Cristóvão
USF Vila Verde
USF CEASA I e II
USF São Cristóvão
USF KM 17 - Itapuã
Cabula / Beiru

UBS Calabetão
USF Deputado Cristóvão Ferreira Saramandaia - DETRAN
UBS Prof. Humberto C. Lima Pernambuezinho - Pernambués
USF Raimundo Agripino Sussuarana - Sussuarana
Pau da Lima

UBS Dra. Cecy Andrade - Largo da Feirinha
UBS Canabrava (Rua Bem-Te-Vi)
UBS Sete de Abril
UBS Castelo Branco
USF Gal Costa
UBS Vale dos Lagos
USF Canabrava (Rua Artêmio Valente)
Subúrbio Ferroviário

USF Ilha Amarela
USF Rio Sena
USF Bate Coração
USF Vila Fraternidade
USF Fazenda Coutos III
USF Beira Mangue - São Bartolomeu
USF São Tomé de Paripe
Cajazeiras

USF Palestina - Fazenda Grande I
USF Cajazeiras / Jaguaripe I - Fazenda Grande II
USF Fazenda Grande III
Quantas variantes existem?

As variantes mais comentadas são as chamadas variantes de preocupação, assim classificadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) porque há evidências de que são mais transmissíveis, podem escapar da imunidade adquirida (via vacina ou infecção natural) e/ou provocar versões mais graves da covid-19. Até o momento, além da ômicron, existem quatro variantes de preocupação.

Relembre quais são elas:

Alfa (antiga B.1.1.7) - detectada pela primeira vez no Reino Unido em setembro de 2020
Beta (antiga B.1.351) - detectada pela primeira vez na África do Sul em dezembro de 2020
Gama (antiga P.1) - detectada pela primeira vez no Brasil em novembro de 2020
Delta (antiga B.1.617.2) - detectada pela primeira vez na Índia em outubro de 2020
A Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab), a Secretaria Municipal de Saúde de Salvador (SMS) e o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde da Bahia (Cosems-Bahia) foram procurados para comentar sobre o espalhamento da variante ômicron na Bahia, mas não deram retorno.

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    A Bahia registra um aumento significativo de casos de Dengue, com 16.771 casos prováveis até 24 de fevereiro de 2024, quase o dobro em comparação ao mesmo período do ano anterior. Atualmente, 64 cidades estão em estado de epidemia, com a região Sudoeste sendo a mais afetada. Além disso, foram confirmados cinco óbitos decorrentes da doença nas localidades de Ibiassucê, Jacaraci, Piripá e Irecê.

    De acordo com a ministra da Saúde, Nísia Trindade, o cenário nacional é particularmente desafiador devido ao impacto das condições climáticas adversas e ao aumento exponencial dos casos de Dengue, incluindo a circulação de novos sorotipos (2 e 3), que exigem uma atenção mais integrada.

    Na avaliação da secretária da Saúde do Estado, Roberta Santana, o momento é de unir esforços para conter o aumento do número de casos e evitar mortes. "O Governo do Estado está aberto ao diálogo e pronto para apoiar todos os municípios, contudo, cada ente tem que fazer a sua parte. As prefeituras precisam intensificar as ações de atenção primária e limpeza urbana, a fim de eliminar os criadouros, e fortalecer a mobilização da sociedade, antes de recorrer ao fumacê. A dependência excessiva do fumacê, como último recurso, pode revelar uma gestão reativa em vez de proativa no combate à doença", afirma a secretária.

    A titular da pasta estadual da Saúde pontua ainda que o Governo do Estado fez a aquisição de novos veículos de fumacê e distribuirá 12 mil kits para os agentes de combate às endemias, além de apoiar os mutirões de limpeza urbana com o auxílio das forças de segurança e emergência. "Além disso, o Governo do Estado compartilhou com os municípios a possibilidade de adquirir bombas costais, medicamentos e insumos por meio de atas de registro de preço", ressalta Roberta Santana.

    Drones

    O combate à Dengue na Bahia ganhou mais uma aliada: a tecnologia. O Governo do Estado deu início ao uso de drones como nova estratégia para identificar em áreas de difícil acesso focos do mosquito Aedes aegypti, vetor de transmissão de Dengue, Zika e Chikungunya. As imagens capturadas pelos equipamentos são analisadas pelos agentes de endemias, que conseguem identificar locais com acúmulo de água parada e possíveis criadouros do mosquito, facilitando a ação das equipes e tornando o combate mais eficaz.

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