Com alta de casos de covid nas escolas, adolescentes tomam 3ª dose da vacina

Com alta de casos de covid nas escolas, adolescentes tomam 3ª dose da vacina

As filas para vacinação contra a covid-19 em postos como o Ramiro de Azevedo, em Nazaré, e unidades de saúde de Pernambués e Sete de Abril, voltaram a ter grande movimento na segunda-feira (6). É que, além da primeira dose para os atrasados e a quarta para os idosos, começou a aplicação da terceira dose da vacina para adolescentes com idade entre 12 e 17 anos. A disponibilização da dose de reforço para esse público pela prefeitura começa em um momento de alta de casos nas escolas. Colégios, professores e sindicatos, por exemplo, sugeriram a volta do uso de máscara em ambiente escolar.

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), em Salvador, 98.979 pessoas desse público estão habilitadas para a dose de reforço. Até o fim da tarde de ontem, mais de 2,2 mil soteropolitanos nessa faixa etária tinham recebido a terceira dose do imunizante. Um deles era o estudante Gabriel Alcântara, 15 anos, que chegou por volta das 9h no Ramiro de Azevedo na companhia da avó. Na pressa para ficar logo protegido, ele faltou aula para encarar a fila.

“Cheguei aqui às 10h, já estava me planejando para tomar a vacina no primeiro dia que pudesse. A fila estava bem cheia e tô aqui há duas horas esperando, pois o sistema do posto caiu. Porém, vale a pena ficar com a vacinação completa. Até faltei aula para isso, porque sei que é bem importante para minha saúde”, explicou.

De primeira

Não faltou adolescente ‘apressado’ como Gabriel nas filas espalhadas pelos postos da cidade. Na Unidade de Saúde da Família (USF) de San Martin, Kailane Souza, 16, também não quis deixar para depois. “A vacina é importante e é um alerta que devemos passar para todos os adolescentes. Em tempo de pandemia, tem que se cuidar e preservar quem a gente ama. Quando soube que tinha a terceira disponível, quis chegar logo aqui para tomar. Vou chegar na escola falando pra todo mundo vir. Medo de agulha a gente até tem, mas supera”.

Mãe de Kailane, a operadora de caixa Joisse Souza, 40, acompanhou a filha como todos os responsáveis de adolescentes precisam fazer para autorizar a vacinação. Na casa dela, não tem ninguém sem vacina no braço. “Eu apoio tudo que ela disse. Por isso, viemos logo reforçar a proteção. Se ela se cuidar e tomar vacina, está cuidando também de mim, do pai, dos avós e de todos. E lá todo mundo está imunizado, devidamente vacinado e sem atrasos”, contou Joisse.

Ana Paula Lacerda, 46, também não perdeu tempo e levou logo seu filho Davi Ryan Silva, 13, para a sala de vacinação. “Quem ama, cuida! Se precisar tomar mais de três, ele vem também. A vacina traz benefícios porque as festas estão aí e a covid-19 não acabou. Então, é importante ter ele vacinado, protegido”, falou ela. Mesmo tímido, Davi concordou. “É a melhor maneira de me proteger e também todo mundo que está ao meu redor”.

De acordo com a médica infectologista Clarissa Cerqueira, os adolescentes precisam completar o esquema de vacinação. “A gente está em momento de alta e conseguimos ver que os casos subiram, mas a gravidade da doença não acompanhou essa elevação. Isso tudo por conta da vacina. Temos provas científicas e práticas da eficiência da vacina. Então, é fundamental que o esquema vacinal seja completo”, explicou Clarissa.

Também infectologista, Matheus Todt corrobora com a fala da colega. O médico ressalta ainda que o reforço é importante por conta da redução natural dos anticorpos da covid-19 no organismo com o passar do tempo “A dose de reforço é fundamental para a manutenção da proteção imunológica. Hoje, sabemos que a proteção contra o vírus cai significativamente com o tempo, mais especificamente após 6 meses. [...] O reforço vacinal mantém o sistema imune mais preparado, o que reduz a possibilidade de infecção e, principalmente, o desenvolvimento de formas graves ou mesmo fatais da covid-19”.

 

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    Drones

    O combate à Dengue na Bahia ganhou mais uma aliada: a tecnologia. O Governo do Estado deu início ao uso de drones como nova estratégia para identificar em áreas de difícil acesso focos do mosquito Aedes aegypti, vetor de transmissão de Dengue, Zika e Chikungunya. As imagens capturadas pelos equipamentos são analisadas pelos agentes de endemias, que conseguem identificar locais com acúmulo de água parada e possíveis criadouros do mosquito, facilitando a ação das equipes e tornando o combate mais eficaz.

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    O pontapé inicial da vacinação será às 14h na sede da OAF – Organização de Auxílio Fraterno, que fica na Rua do Queimado, na Liberdade. Já a partir de amanhã, sexta-feira (16), a vacinação acontecerá em 30 unidades de saúde de referência, distribuídas pelos 12 distritos da cidade, das 08 às 16h.

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    Para receber a dose, deve ser apresentado documento de identificação com foto, cartão SUS de Salvador e caderneta de vacinação. Vale destacar que a aplicação será feita somente na presença dos pais ou responsável legal, garantindo um acompanhamento adequado e a segurança das crianças e adolescentes. Para a vacinação nas escolas, as crianças deverão portar documento de autorização dos pais e ou responsáveis.



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    “O Brasil está fazendo seu melhor. Os esforços são em interromper a transmissão e em melhorar o controle da doença”, disse. “Temos a vacina e isso pode ser usado como uma das ferramentas de combate”, completou.

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