A Reitoria da Universidade Federal da Bahia recomendou a suspensão das aulas e atividades administrativas nesta segunda-feira (4), nos campi de Ondina, Canela, São Lázaro e Federação, "para garantir uma maior tranquilidade à comunidade". A decisão é por conta da insegurança nas regiões do Alto das Pombas e no Calabar, que registram tiroteios desde a madrugada.

No campus de Ondina, alguns professores também já estavam optando por liberar os alunos, segundo informações dos próprios estudantes, antes mesmo da orientação.

"Já entramos em contato com a Secretaria de Segurança Publica solicitando reforço de policiamento no entorno de todos os campi da Universidade", diz nota da reitoria.

Ameaça de um toque de recolher imposto nas duas regiões a partir da tarde de hoje circulam entre os moradores e também nas redes sociais. "Quem trabalha chegue cedo porque não vai entrar nem sair ninguém", diz uma das ameaças.

No Alto das Pombas, tiroteios foram registrados durante a madrugada e na manhã de hoje houve novo confronto em frente ao Cemitério Campo Santo entre suspeitos armados e policiais militares. Além disso, um homem armado faz uma família refém no bairro.

No Calabar, houve tiroteios na noite de ontem e na madrugada de hoje. Uma bala perdida atingiu um apartamento no 13º andar de um prédio na Graça.

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A Universidade Federal da Bahia (Ufba) reajustou os valores das bolsas de pesquisa, monitoria e extensão que são custeadas com recursos do orçamento da instituição. Atualmente, este é o caso de 1.434 bolsas, informou a Ufba nesta segunda-feira (17).

O reajuste equipara os valores das modalidades de bolsas custeadas pela Ufba aos novos valores anunciados recentemente pelo Ministério da Educação e já adotados pelas agências de fomento federais - CNPq e Capes - e estadual - Fapesb. 

Assim, passa de R$ 400 para R$ 700 o valor das bolsas pagas no Pibic, Pibiex 2022-2023, Pibiex 2023-2024, Pibiartes 2022-2023, Pibiartes 2024-2023, ACCS 2023.1, ACCS 2023.1, núcleo de extensão e monitoria 1º semestre e 2º semestre. Já as bolsas Pibic Jr vão de R$ 100 para R$ 300 por mês.

O investimento será de aproximadamente R$ 4,2 milhões. A Ufba informou que aguarda a suplementação orçamentária prevista na Lei de Diretrizes Orçamentárias e já reconhecida pelo Ministério da Educação.

Em nota, a instituição diz ainda que aguarda a sinalização do governo em relação a uma possível suplementação dos recursos do Plano Nacional de Assistência Estudantil (Pnaes) - o que possibilitará reajustar também as bolsas de assistência estudantil.

 

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Os estudantes que ingressam na Universidade Federal da Bahia (Ufba) através da primeira chamada do Sisu 2023.1, deverão iniciar as aulas na próxima segunda-feira (3) - cinco dias após a data anteriormente estabelecida, 29 de março. De acordo com a instituição de ensino, o adiamento foi provocado pela demora na divulgação do resultado do Sisu pelo Ministério da Educação em 2023, o que impactou na necessidade de estender o tempo para a realização de todas as etapas dos processos seletivos. "Por este motivo, diversas instituições federais de ensino superior optaram por somente matricular os aprovados no Sisu 2023 no segundo semestre letivo", informa a Ufba.

Ainda de acordo com a universidade, a mudança não vai impactar nas datas de início e término dos dois semestres letivos de 2023 previstas pelo calendário acadêmico. A data de encerramento do semestre 2023.1 permanece em 15 julho e o semestre letivo 2023.2 acontecerá de 14 de agosto a 16 de dezembro. Os ingressantes das chamadas seguintes do Sisu 2023.1 iniciarão seus cursos no segundo semestre de 2023.

A Ufba disponibilizou 4.695 vagas de acesso via SISU, além de possuir processos seletivos próprios. A instituição informa que as etapas fundamentais destes processos envolvem grande complexidade e equipes dedicadas, em procedimentos indispensáveis à matrícula dos estudantes aprovados. "Esse último ajuste na data de ingresso, portanto, visa a assegurar o correto preenchimento das vagas, seja pela política de cotas ou pela ampla concorrência", informa.

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Para a maioria dos estudantes, ingressar no ensino superior é tarefa que demanda esforço. Mas, o que nem sempre é dito para os calouros é que permanecer na universidade, seja pública ou privada, pode ser tão difícil quanto entrar. Prova disso é que o Censo da Educação Superior de 2021 aponta que o número de alunos da Bahia que desistem da graduação é duas vezes maior do que aqueles que concluem os cursos.

Na pesquisa, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) levou em consideração dados sobre o ensino superior do país entre 2016 e 2021. Dos 565.950 estudantes baianos que ingressaram no ensino superior ao longo desses anos, 54.167 (9,5%) largaram a graduação antes de se formar; apenas 28.006 concluíram e 268.974 ainda estão matriculados.

Nas universidades públicas, 131,2 mil alunos ingressaram entre 2016 e 2021, mas apenas 4,8 mil se formaram. Os desistentes somam 8,7 mil. Nas faculdades particulares, dos 434.676 calouros,  45.401 desistiram da graduação ao longo dos cinco anos pesquisados e apenas 23.159 receberam o diploma. Nas duas modalidades de ensino, público e privado, desistentes são quase o dobro dos alunos  concluintes.

Enquanto estava no ensino médio, Ana Júlia Sobral, de 21 anos, estudou para alcançar as expectativas de entrar em uma universidade pública de Salvador. Isso de fato aconteceu em 2019, mas sua nota no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) não foi suficiente para que ela ingressasse no curso que queria, Direito. Sem querer desperdiçar os anos de estudo, Ana se matriculou no Bacharelado Interdisciplinar em Humanidades, na Universidade Federal da Bahia (Ufba) com a esperança de realizar transferência interna.

Logo no primeiro semestre, a jovem percebeu que esse seria um longo caminho e decidiu cursar Direito em uma faculdade particular da capital. Esse foi só o começo da empreitada. Um ano depois de entrar na Ufba, ela conseguiu se matricular no curso desejado, dessa vez na Universidade do Estado da Bahia (Uneb). Quando Ana achou que as coisas finalmente entrariam no eixo, a necessidade de trabalhar falou mais alto e ela trancou a terceira graduação em quatro anos. Hoje, faz um curso tecnólogo à distância: “Foi o que consegui encaixar na minha rotina”. O troca-troca protagonizado por Ana Júlia não é incomum no meio universitário, especialmente em momentos de crise econômica e sanitária, como foi a pandemia.

Raquel Nery é professora da Faculdade de Educação da Ufba e afirma que uma série de fatores explicam os motivos pelos quais a universidade se torna um ambiente hostil. Segundo ela, nas últimas décadas o número de vagas cresceu, mas as instituições ainda precisam criar mais maneiras de fortalecer a permanência estudantil. “A universidade passou por um processo de expansão de vagas que visava a uma demanda histórica de inclusão. O estudante que entrou na Ufba é negro, pobre e que muitas vezes vem do interior e que não teve uma educação básica de qualidade”, explica. Assim, o ritmo de estudo e a competitividade acabam sendo obstáculos para esses alunos.

A Pró-Reitora de Ensino de Graduação da Ufba, Nancy Ferreira, analisa que para além da ampliação do acesso, as universidades públicas devem realizar um papel ativo para que os alunos não desistam da graduação. “Nós precisamos associar o ingresso dos estudantes na Ufba, através das diversas cotas, à manutenção desses alunos na universidade. Não basta apenas o estudante ingressar na sociedade. Nós precisamos garantir, como sociedade, a presença até o final do curso de graduação”, defende.

Nas particulares a situação é semelhante. O estudante de engenharia de software, Lucas Souza, precisou trancar o curso em uma faculdade privada da capital quando a instituição anunciou aumento da mensalidade e retorno do regime presencial - antes estava remoto devido à pandemia. “Quando me matriculei, eu pagava uns R$ 600 reais, aí aumentaram para R$ 700 e anunciaram que seria presencial. Eu moro em Feira, ainda teria que me mudar para Salvador. Não tinha como arcar com os gastos”, afirma. Felizmente, o jovem pôde voltar para o curso dois meses depois, mas em outra faculdade. Agora Lucas está em uma instituição de Ensino à Distância (EaD).

Para a professora Raquel Nery, a falta de políticas de permanência estudantil e o tratamento da educação como mercadoria e não como direito civil explicam a evasão em particulares. Ela cita a criação de programas de assistência e incentivo à graduação, como o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), que perdeu forças nos últimos anos. Só de 2021 para 2022, os recursos destinados tiveram queda de 35%. Enquanto que há dois anos o investimento foi de R$ 8,48 bilhões, ano passado o valor foi reduzido para R$ 5,53 bilhões. 

A estudante Ana Beatriz Martinez, 24, também começou um curso em uma faculdade privada e desistiu antes de se formar, mas por um motivo diferente. Ela conta que começou a estudar Relações Internacionais quando tinha 19 anos, na Unijorge, em Salvador, com o objetivo de trabalhar com ONG's ou até mesmo entrar na Organização das Nações Unidas (ONU) e ser uma diplomata, mas que se decepcionou quando precisou lidar com outras áreas do curso que não a interessavam. "Me desestimulou muito quando tive que lidar com matemática na parte de economia do curso, estava lendo uns textos que não faziam sentido para mim, então eu andava triste com a faculdade", conta a estudante.

Beatriz detalha ainda que percebeu que poderia encontrar em outros cursos o que a interessava em Relações Internacionais, foi quando decidiu estudar Jornalismo na Unifacs. Apesar de ser uma decisão difícil, mudar de faculdade, a jovem destaca que para ela foi uma transição fácil. "Eu pensava em fazer algo novo, começar do zero, então não sofri com a mudança. O impacto na minha vida foi super positivo, porque voltei a ter ânimo de viver e as coisas voltaram a fazer sentido para mim. Hoje eu vou para a faculdade feliz da vida", confessou. Desistência em particulares é ainda maior.

A pesquisa ainda mostra que, enquanto a taxa de alunos que desistem do curso ao longo da formação é de 6,7% nas universidades públicas, nas particulares chega a 10,4%. Mais de 131 mil estudantes passaram em universidades públicas da Bahia e, destes, 8.766, desistiram. Nas privadas, 430 mil estudantes entraram, sendo que 45 mil deles desistiram entre 2016 e 2021. A taxa de desistência é calculada com base nas taxas de alunos ingressantes e desistentes, sem considerar formados.

Para Ihanmarck Damasceno, vice-presidente de Acadêmico e Relações Institucionais da Rede FTC, três fatores principais explicam a evasão. Segundo ele, que possui experiência como docente e executivo, arrependimento de escolha do curso, hábitos de estudos não consolidados e dificuldades financeiras são os grandes responsáveis pela desistência. Ihanmarck analisa que alunos em geral se matriculam em faculdades privadas alguns anos após a finalização do ensino médio, o que causa lacunas de aprendizagem e pressão para priorizar o trabalho. “A faixa etária esperada para que o jovem inicie no ensino superior é a partir dos 17 anos, assim que concluir o ensino médio. Mas isso não é a realidade para boa parte dos que ingressam no ensino superior brasileiro”, afirma. Apesar de Ihanmarck considerar fatores econômicos como secundários, histórias de alunos demonstram que eles impactam e muito.

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Dores de barriga, vômitos e mal-estar. Esses foram os principais sintomas que estudantes e funcionários da Universidade Federal da Bahia (Ufba) sentiram nesta quinta-feira (29) após comerem no Restaurante Universitário (RU) de Ondina, em Salvador, durante os horários de almoço e jantar.

Poucas horas depois, após a digestão, alguns alunos começaram a passar mal, juntamente com os trabalhadores. Há relatos de estudantes que, como ficam o dia inteiro na universidade, comeram a mesma comida no horário do almoço e no jantar, à noite.

Esse foi o caso de um aluno de BI em Saúde, que tem 25 anos e fez duas refeições. Segundo ele, o almoço foi uma proteína que os alunos chamam de "roupa velha", que leva carne desfiada com tomate, pimentão e, às vezes, colocam ovos.

"Algumas horas depois, notei muito desconforto, gases excessivos e enjoo. como eu estudo o dia inteiro na Ufba, precisei comer no jantar também e, após tudo isso, comecei a vomitar muito, dores na barriga, tontura e calafrios", contou o estudante que, durante conversa com a reportagem, se deslocava para a UPA.

A estudante do curso de Farmácia, que também não quer se identificar, relatou dores duas horas depois após almoçar no RU. A aluna, de 28 anos, passou tão mal que teve diarreia e vômito a madrugada inteira.

"Tenho costume de almoçar e jantar todos os dias no RU. Eu só tive uma pequena melhora agora pela manhã quando fui ao hospital com meus pais. No momento em que comi, não senti o gosto de nada estragado, o pior veio pouco mais de duas horas após o almoço de ontem. E detalhe que muitos funcionários vomitaram e passaram muito mal nos entornos da universidade, viu?. Na Ufba você tem que andar preparado porque, ou você é assaltado dentro do campus ou passa mal com a comida do campus", desabafou.

Mas os problemas não aconteceram só essa semana, dizem os alunos. O estudante Ofalowo, do curso de Bacharelado Interdisciplinar em Artes, relatou à reportagem que na semana anterior um ovo estragado foi entregue aos estudantes no mesmo restaurante. "Colocaram um ovo com molho de tomate. E eles [funcionários], pegam vários ovos, colocam em uma bandeja, assam e dão para a gente comer. Mas na minha bandeja veio um pedaço de ovo estragado que eu coloquei na boca e, na mesma hora, cuspir logo. Se tivesse colocado pimenta ou arroz e feijão, eu tinha passado mal. Eu não registrei a ocorrência nas entidades responsáveis porque a sala que a gente faz isso, estava fechada".

A reportagem entrou em contato com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) para colher informações sobre o Samu que deu assistência aos estudantes e funcionários que passaram mal. Em nota, uma das pessoas que passaram mal, teve gastroenterite. "Houve 4 chamados abertos para atendimento desta ocorrência. Um dos indivíduos que estava com quadro de gastroenterite foi encaminhado, através da unidade CN13, para a UPA dos Barris. Outras pessoas que estavam com sintomas leves foram orientados a procurar unidade de saúde, pois não havia necessidade de atendimento de emergência".

Já a Ufba informou, através de um comunicado, que os alunos que passaram mal, fizessem o registro da ocorrência por meio de um e-mail interno. Além disso, o RU de Ondina foi fechado para que a situação fosse investigada, deixando aberto os restaurantes do São Lázaro e da Vitória. Outra informação é que, após a apuração, há a possibilidade de uma nova empresa terceirizada fornecer a comida.

"Iniciamos imediatamente a apuração do ocorrido e enviamos amostra da refeição servida para análise laboratorial na Faculdade de Farmácia da Ufba. Como medida de segurança o funcionamento do RU será suspenso a partir de 30.09. Enquanto o serviço estiver suspenso, a Pró-Reitoria de Ações Afirmativas e Assistência Estudantil fornecerá auxílio-alimentação para os estudantes em situação de maior vulnerabilidade socioeconômica".

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Se você está de olho em concursos federais chegou a hora de anotar mais uma possibilidade. A Universidade Federal da Bahia (Ufba) abrirá 97 vagas para técnico-administrativos, nos níveis médio, técnico e superior. A instituição publicou o processo de dispensa de licitação para contratação da empresa que aplicará o certame, embora não esteja definida a data para publicação do edital, inscrições e provas.

Procurada pelo CORREIO, Ufba informou que o processo está em tramitação interna e que somente após sua conclusão e publicação do edital no diário oficial que falará oficialmente.

Segundo o site da Folha Dirigida, o Idecan será o organizador do concurso e a estimativa é que o certame atraia mais 50 mil inscritos, sendo 35 mil para carreiras dos níveis médio/técnico e 15 mil para nível superior. A previsão é que o concurso aconteça em 2023.

Os salários, de acordo com a dispensa de licitação publicado pela Ufba, para os cargos de nível médio e técnico estão estimados em R$2.904,96, enquanto os de nível superior giram em torno de R$4.638,66. Os valores já incluem o auxílio-alimentação de R$458.

A seleção deverá contemplar provas objetivas(exceto para músico), práticas e de títulos. As questões de Informática Básica serão substituídas por Raciocínio Lógico para os técnicos em Tecnologia da Informação e analista em Tecnologia da Informação.Para técnico de Laboratório e médico veterinário serão exigidas provas oral/prática. Os músicos terão uma etapa única: prova prática.

A seleção terá também avaliação de títulos e/ou experiência profissional para os cargos de engenheiro. O último concurso da Ufba para técnico-administrativo foi aberto em 2016, com mais de 100 vagas. A seleção foi composta por provas escritas (para todos os cargos, exceto Músico), prova oral e prática (para o cargo de Engenheiro Agrônomo, Médico Veterinário, Tradutor, entre outros).

Confira as vagas que estão previstas no pedido de dispensa de licitação

Nível médio

Assistente em administração: 41 vagas.

Nível técnico

Técnico de Laboratório - Área: Análises Clínicas: 2 vagas;

Técnico de Laboratório - Área: Eletrônica: 1 vaga;

Técnico de Laboratório - Área: Eletromecânica: 1 vaga;

Técnico de Laboratório - Área: Física: 1 vaga;

Técnico de Laboratório - Área: Gastronomia: 1 vaga;

Técnico de Laboratório - Área: Mecânica: 1 vaga;

Técnico de Laboratório - Área: Química: 1 vaga;

Técnico em Agropecuária: 1 vaga;

Técnico em Radiologia: 1 vaga;

Técnico de Tecnologia da Informação: 5 vagas;

Técnico em Contabilidade: 5 vagas;

Técnico em Enfermagem: 2 vagas.

Nível superior

Analista de Tecnologia da Informação / Infraestrutura: 4 vagas;

Analista de Tecnologia da Informação / Desenvolvimento: 5 vagas;

Assistente Social: 1 vaga;

Engenheiro Civil: 1 vaga;

Engenheiro Civil / Estruturalista: 1 vaga;

Engenheiro Civil / Hidráulico, Hidrossanitário e combate a Incêndio: 1 vaga;

Engenheiro Eletricista: 1 vaga;

Engenheiro Sanitarista Ambiental: 1 vaga;

Farmacêutico Bioquímico: 1 vaga;

Médico/Clínica Médica: 2 vagas;

Médico/Clínica Cirúrgica: 1 vaga;

Médico/Ginecologia e Obstetrícia: 1 vaga;

Médico/Psiquiatria: 1 vaga;

Médico Veterinário/Reprodução Animal e Obstetrícia Veterinária: 1 vaga;

Músico/Trompete: 1 vaga;

Músico/Oboé: 1 vaga;

Músico/Harpa: 1 vaga;

Músico/Percussão: 1 vaga;

Músico/Voz-Baixo: 1 vaga;

Músico/ Voz-Tenor: 1 vaga;

Músico/ Voz-Soprano: 1 vaga;

Pedagogo: 1 vaga;

Técnico em Assuntos Educacionais: 3 vagas.

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Desde a formação em física na Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), Mariana** se interessou em investigar o papel das mulheres nas diversas atividades científicas. Para aprimorar o conhecimento sobre gênero e ciência, se inscreveu no processo seletivo da Pós-Graduação em Ensino, Filosofia e História das Ciências da Universidade Federal da Bahia (Ufba). No entanto, onde buscou progresso, a potencial mestranda conta que sofreu, junto a ao menos duas candidatas ao doutorado, uma série de ofensas e tentativas de descredibilização por parte de um docente durante entrevista avaliativa em maio.

“O primeiro parecerista [profissional com respaldo para análise] fez perguntas técnicas sobre meu projeto. O segundo fez avaliação tentando descredibilizar, anular meu conhecimento. Chegou em um ponto que ele começou a falar que eu não gostava de homem. Começou a falar ‘você odeia homens’. Falou de uma forma tão ruim ao ponto do outro parecerista intervir. Ele falou que eu era nova para entender essas coisas, foram muitos comentários ruins”, denuncia.

Por o processo ter sido online, a entrevista está gravada. A Associação de Pós-Graduandos/as das Universidade Federal da Bahia (APG/Ufba) solicitou a gravação e apuração das provas orais por parte do Programa da pós-graduação (PPGEFHC). Mariana lembra que o vídeo também é prova para dar seguimento à denúncia. O advogado, que pediu para não ser identificado, e tem orientado a candidata afirma que seguirá a linha de assédio moral e discriminação com base no gênero.

Conforme consta na cartilha de assédio moral, sexual e discriminação da Defensoria Pública da Bahia, a vítima pode desenvolver estresse, esgotamento profissional e fadiga crônica.

"Depois fiquei mal, sem dormir direito. Desenvolvi refluxo. Fiquei com enxaqueca. Muito angustiada em saber o quanto nós mulheres somos barradas de ocupar esses espaços em pleno 2022 e dentro da universidade”, conta.

Segundo a física, uma das colegas que passou pela mesma situação “ficou chorando, tremendo sem conseguir levantar da cama”.

A fim de preservar as identidades, Mariana e outras duas candidatas levaram a situação até a APG para representação no caso. A entidade de base enviou a carta com posicionamento e cobrança de averiguação para o PPGEFHC. O texto ainda questiona a capacidade avaliativa do docente acusado, uma vez que as estudantes optaram pela linha da História das Mulheres nas Ciências, enquanto o posicionamento do avaliador vai de encontro com as teses defendidas.

“Estamos tomando providências quanto ao ocorrido. Vamos formar uma comissão para averiguar o problema e entrar em contato com o presidente da associação de pós-graduandos para indicar um representante discente para fazer parte da comissão”, afirmou o programa em nota. Coordenadora do PPGEFHC, Fabiana Hussein afirmou que teve acesso à carta apenas na última sexta-feira (03), portanto, ainda está averiguando o caso. Com relação ao compartilhamento do áudio, Fabiana diz que ainda está avaliando as possibilidades, pois a divulgação poderia invalidar toda a seleção.

A APG tem atuado no acolhimento e orientação de procedimentos de assédio, como o de Mariana. Para evitar mais casos, está cobrando da Ufba a criação de comissão com representantes de estudantis, técnicos administrativos e professores. O grupo teria como objetivo implementar protocolos específico de casos de assédio moral e sexual e propor medidas normativas educativas coibir o assédio na universidade.

Em apoio à carta, assinaram a APG, Movimento Sociais da Associação Nacional de Pós-graduandos/as (ANPG), Sindicato Dos trabalhadores do Poder Judiciário Federal da Bahia (SINDJUFE-BA), Movimento Nacional Quilombo Raça & Classe, Associação do Quilombo Quingoma, Movimento Aquilombar, Movimento de Mulheres em Luta Nacional, CSP Conlutas Nacional, setor de mulheres, Laboratório de Estudos e Pesquisas Marxistas (LeMarx) e representações estudantis da Ufba.

Assédio moral

Mestre em direito e advogada trabalhista, Cinzia Carvalho define o assédio moral como constrangimento, violência psicológica que atinge a dignidade da pessoa. A violência não se dá por um ato isolado, mas repetitivo e prolongado, como uma “jornada de humilhação” até a vítima duvidar de sua competência. O assédio se faz comum em, sobretudo, estruturas de hierarquia, nas quais quem está em posição superior consegue projetar articulações sobre pessoas em cargos inferiores.

Segundo o advogado consultado por Mariana, a definição se enquadra no que ocorreu durante o processo seletivo. A estudante ainda lembra que, durante apresentação das colegas, o professor questionou até mesmo as referências utilizadas para a tese apresentada.

“Em um processo seletivo, seja acadêmico, seja de trabalho, a pessoa que se candidata normalmente expõe suas ideias e intenções futuras naquele ambiente. A pessoa responsável pela seleção está ocupando um espaço de poder, ao menos durante o processo seletivo, e pode tecer comentários jocosos e desqualificadores do trabalho ou mesmo da pessoa da vítima”, explica a juíza do trabalho e pesquisadora em direito antidiscriminatório com foco em gênero e sexualidade Adriana Manta.

Machismo

A violência se torna ainda mais comum quando se fala do gênero feminino. Os alvos mais frequentes nas condutas de assédio são mulheres, servidoras, terceirizadas e estagiárias, aponta a cartilha da Defensoria. Dentro da universidade e no mercado de trabalho, o preconceito também é fruto do sexismo histórico que gera estranheza a ver mulheres ocupando espaços acadêmicos, explicam especialistas.

Mariana acredita que a discriminação aconteceu como consequência do machismo e intolerância do professor em questões de igualdade de gênero. “Ele falou que eu estava querendo criar um conflito de mulheres contra homens. Mas o que a gente quer é igualdade. Homens e mulheres ocupando os mesmos espaços”, esclarece.

“Não por acaso, as mulheres são as maiores vítimas de assédio moral no ambiente de trabalho. Uma pesquisa do Instituto Patrícia Galvão, aponta que, para 92% das pessoas que trabalham, as mulheres sofrem mais constrangimento e assédio no mercado de trabalho”, salienta Adriana.

A juíza do trabalho orienta que a denúncia seja feita às ouvidorias das instituições e também às instâncias superiores. É possível buscar canais de denúncia internos, a depender do local do ocorrido. Além disso, havendo provas do assédio, existe a possibilidade de ajuizar ação buscando indenização por danos morais e reparação material com eventuais tratamentos psiquiátricos ou psicológicos.

Quatro universidades federais da Bahia exigem ou vão exigir o comprovante de vacinação contra a Covid-19 para atividades presenciais ou acesso ao campus em 2022, segundo levantamento feito pelo g1.

Em dezembro, o Ministério da Educação (MEC) publicou um despacho informando que as instituições federais de ensino não poderiam cobrar a vacina para restabelecer a volta das aulas presenciais.

No entanto, o Supremo Tribunal Federal (STF), ao julgar uma ação sobre o tema, decidiu que as universidades têm autonomia para decidir sobre a exigência.

Algumas universidades federais decidiram por aulas presenciais e outras em regime híbrido. Veja a situação de cada uma:

Universidade Federal da Bahia (UFBA)

Início das aulas: 7 de março
Campus: Salvador
Formato: Presencial. Alunos que pertencem a grupos de risco podem cursar disciplinas on-line.
Vacina contra a Covid-19: É exigido o comprovante de vacinação.

Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB)

Início das aulas: 11 de abril
Campus: Itabuna
Formato: Presencial
Vacina contra a Covid-19: Será exigido o comprovante de vacinação.

Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB)

Início das aulas: quadrimestre letivo 2022/1 em andamento.
Campus: Cruz das Almas
Formato: Híbrido (com aulas remotas e retorno gradual das aulas presenciais).
Vacina contra a Covid-19: É exigido o comprovante de vacinação.

Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB)

Início das aulas: 7 de março
Campus: Barreiras
Formato: Híbrido ou presencial, dependendo do campus.
Vacina contra a Covid-19: É exigido o comprovante de vacinação.

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Os estudantes da Universidade Federal da Bahia (Ufba) matriculados em disciplinas na modalidade presencial que não estiverem com o esquema vacinal contra a covid-19 completo terão a inscrição do componente curricular cancelada. Ao menos, caso não regularizem a sua situação até que sejam decorridos 25% do semestre letivo.

Isso significa que, caso o estudante não tenha recebido as doses necessárias para que o esquema de vacinação esteja completo até a metade de abril, a inscrição na disciplina presencial será cancelada. O esquema vacinal é considerado completo com duas doses para Pfizer, Oxford e Coronavac e uma aplicação para Janssen. Não é necessária a terceira dose, ou segunda, no caso da Janssen, para assistir às aulas.

A resolução é do Conselho Universitário da Universidade Federal da Bahia, de reunião realizada no último dia 23 de fevereiro. A assessoria da Ufba informa, entretanto, que a grande maioria da comunidade já comprovou a vacinação completa.

Um formulário foi enviado por e-mail a cada membro da comunidade universitária. De acordo com a Universidade, foram registradas mais de 41 mil respostas, das quais 98,5% confirmavam o ciclo vacinal completo.

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Laís, Milena, Duda, Raquel. Esses são alguns dos nomes fictícios utilizados para aplicar um golpe em estudantes da Universidade Federal da Bahia. Tudo se baseia no anúncio de um quarto em um apartamento no bairro da Graça, somente para mulheres, através da plataforma OLX. A pessoa que aplica o golpe leva a conversa para o aplicativo WhatsApp, cobra o valor do aluguel adiantado para garantir a vaga, recebe o dinheiro e some. Ao menos seis alunas da Ufba já foram vítimas do golpe e perderam valores entre R$ 250 e R$ 1.500.

A foto de mulher que aparece no perfil do WhatsApp é sempre a mesma, mas as poses variam e os nomes são diferentes, assim como as histórias contadas. Para algumas, a pessoa por trás do golpe diz que é uma enfermeira e, para outras, estudante de Medicina na Ufba. Os nomes e informações das próprias vítimas são usadas para enganar os próximos alvos, envolvendo-as em uma rede de compartilhamento de Pix sem que as jovens enganadas suspeitem.

A reportagem optou por não exibir a foto do Whatsapp no print que ilustra essa reportagem (mais abaixo) porque a imagem pode ter sido clonada da rede social de alguém que sequer suspeita que teve sua imagem associada a um golpe.

A estudante de Fisioterapia da Ufba, Márjorie Gomes, de 27 anos, perdeu R$1.500 para a golpista, que se apresentou para ela através da plataforma OLX inicialmente como Duda, uma enfermeira, e passou um número de WhatsApp. No aplicativo, o nome que aparecia era Rai e, depois, ao se apresentar de novo, provavelmente não associando que seria a mesma pessoa que já tinha entrado em contato, deu o nome de Jessi. O apartamento anunciado ficaria na Rua Euclides da Cunha, na Graça, com aluguel mensal de R$500.

Márjorie é de Vitória da Conquista, onde está desde que a pandemia começou. Em dezembro, começou a procurar apartamento para voltar para Salvador, a partir do anúncio de que as atividades presenciais na Ufba irão retornar no primeiro semestre de 2022. “Eu estava empolgada, queria muito o apartamento e acabei deixando essa questão dos nomes diferentes para lá. Estava querendo saber sobre o local, se eu precisava levar alguma coisa e isso acabou passando batido”, diz a estudante.

A técnica de conquista é clássica. A golpista vai logo dizendo que tem outra pessoa interessada no quarto, mas que, se a vítima pagar logo, a vaga é dela. “Ela mencionou uma outra menina que estaria interessada, mas disse que a energia dela tinha batido mais com a minha, que ela tinha gostado mais da conversa comigo do que com a outra e que isso era importante para dividir um apartamento”, conta. A golpista se mostrava também muito amigável, conforme conta Márjorie. “Ela ia me ganhando, sempre chamando de amiga, tendo um contato muito íntimo”.

Para Márjorie, a golpista disse que precisava pagar o condomínio, no valor de R$1.500, mas que o aplicativo do banco estava fora do ar e então pediu ajuda. A estudante pagaria R$750 referente aos R$500 do aluguel de março e R$250 de metade de fevereiro, e os outros R$750 a golpista devolveria assim que o aplicativo voltasse a funcionar. E assim o depósito foi feito, uma parte em Pix para um homem chamado Fabrício, que seria o dono do apartamento, segundo a golpista, e outra parte para uma conta bancária com CNPJ, uma empresa de Fabrício. “No meu desespero, eu aceitei. Eu queria muito voltar para Salvador, encontrar um bom lugar, achei o apartamento excelente, um preço excelente”.

A golpista até disse, depois, que tinha voltado atrás e devolveria os R$250 de fevereiro. Mas esses R$250 chegariam através de uma outra vítima, somente como estratégia para ganhar a confiança de Márjorie. “A outra interessada no quarto entrou em contato comigo perguntando se eu era a dona do apartamento porque a golpista passou meu Pix, que é meu número de celular, para ela fazer o pagamento de 250 reais para mim. Aí eu não entendi nada e já fiquei preocupada. Ela então disse que tinha sido bloqueada pela golpista e logo depois eu vi que eu tinha sido também”, explica Márjorie.

“Eu já estava arrumando minhas coisas, estava tão feliz. Quando eu descobri que era um golpe, foi um baque, fiquei muito nervosa. Foram mais de dois meses do meu salário”, lamenta. A estudante já tinha passado seu nome completo, e-mail e RG para a golpista. Quando pesquisou o CNPJ da empresa para a qual tinha feito o depósito, descobriu que se tratava de uma locadora de veículos e que o tal Fabrício tinha quitado uma dívida lá utilizando o nome de Márjorie e o comprovante de depósito que ela enviou para a golpista.

Márjorie registrou ocorrência na delegacia de furtos e roubos e tentou conseguir seu dinheiro de volta com a locadora, mas sem sucesso. “Eu fiz um relato e enviei para páginas de redes sociais na Ufba para alertar as pessoas e aí começaram a aparecer mais vítimas. Já somos ao menos seis e todas registraram ocorrência. Quero alertar todo mundo porque eu fiquei com medo, tirei meu sobrenome e minha foto do WhatsApp, não aceito ninguém mais em rede social, cancelei minha chave Pix, cancelei minha aproximação do cartão; foi um trauma”, diz a estudante.

A golpista não teve compaixão nem de Erica Maria Silva, de 30 anos. Ela é de Pernambuco e estuda Medicina na Ufba. As atividades presenciais para Medicina retornaram no semestre passado, mas Erica não teve condições de voltar, está fazendo uma rifa para conseguir se manter em Salvador e dividiu isso com a golpista, que não se importou. Nesse caso, quem aplicou o golpe se identificou como Duda, uma enfermeira, que disse que o apartamento também ficava no Edifício Duque, na Rua Euclides da Cunha, na Graça.

“Eu fiquei realmente muito mal porque tem amigos meus, professores, me ajudando. Senti muita vergonha de ter caído no golpe e perdido R$500. Eu sempre alugo quarto porque aquela região perto do Canela, que é o campus de Medicina, é muito cara, não tenho como pegar um apartamento sozinha. E das outras vezes eu paguei esse adiantamento e não tive problema. Eu me surpreendo por não ter percebido. Eu estava tão desesperada para alugar um quarto que não reparei que o valor estava muito barato porque o prédio era muito bom e o condomínio seria caro”, diz.

“Ela falou que tinha uma outra menina interessada, mas que podia cancelar com ela porque tinha gostado muito de mim. Eu fiz o Pix no nome de Maria Eduarda, que seria ela mesma, Duda. Falei para ela que uma amiga minha de Salvador iria lá ver o apartamento e aí ela parou de me responder. Aí fiquei desconfiada. Pedi para uma amiga se passar por interessada lá na OLX e ela disse a mesma coisa que disse para mim. Aí eu vi que tinha caído em um golpe e que ela tinha me bloqueado no WhatsApp”, conta Erica.

Já com Talita Guerra, de 33 anos, a golpista se apresentou como Milena, uma estudante de Medicina da Ufba, e o apartamento seria o 204, no Edifício Duque, na Rua da Paz, também na Graça. Talita é de São Paulo e estuda Engenharia Civil na Ufba. “É muito difícil procurar apartamento à distância. E esse me chamou atenção porque é complicado achar algo bom num valor acessível. O apartamento era muito bonito, com dois quartos, um dela e um meu. Adorei o prédio, o apartamento, a localização. Ela foi muito amigável, muito bacana”, relata Talita.

A estratégia de dizer que já tinha outra pessoa interessada se manteve. Talita, com receio de perder a vaga, pagou R$750 através de Pix para Quezia Juane Batista dos Santos, que seria a proprietária do apartamento. Após o pagamento, a golpista sumiu. “Eu pedi pra um conhecido meu em Salvador ir até o edifício e aí ele foi e soube que não tinha ali o apartamento 204, não tinha nenhuma moradora com nome de Milena e nem de Quezia, e que outras pessoas já tinham ido lá com a mesma história”, conta Talita.

A estudante registrou ocorrência em uma delegacia de São Paulo e também uma denúncia na Defensoria Pública de lá. “Fiquei desesperada, chorando, sem saber o que fazer. A gente nunca achava que vai acontecer com a gente, até hoje eu fico sem acreditar que eu caí num golpe desse, mas realmente qualquer um pode cair”, finaliza.

OLX remove anúncio de golpista da plataforma

A OLX informou que retirou o anúncio mais recente utilizado pela golpista, bloqueou o usuário identificado e reforçou que está à disposição das autoridades para colaborar na apuração dos fatos. "Segurança é uma prioridade para a OLX e a plataforma investe constantemente em tecnologia e serviços de orientação ao usuário, com indicação das melhores práticas de negociação, incluindo a recomendação de visitar o imóvel antes de fechar o negócio, formalizar um contrato de locação e só realizar o pagamento após confirmar a veracidade da existência do imóvel", diz a nota.

A empresa ainda destacou que as negociações são feitas diretamente entre anunciante e interessados, sem intermediação da OLX, e pediu para que usuários, ao perceberem políticas sendo infringidas, realizem a denúncia através da plataforma para que os anúncios sejam investigados e removidos.

A Ufba disse que não irá se manifestar sobre o assunto. A Polícia Civil informou, em nota, que apura todos os dias casos de golpes envolvendo pagamentos online em todas as suas delegacias territoriais e toda denúncia e informação a mais é bem-vinda. "Devido às características inerentes à internet, falsários podem estar em qualquer lugar do Brasil e/ou agindo em rede – motivo pelo qual as investigações não costumam ser simples ou rápidas", diz a resposta.

Fica o alerta

Bernardo Chezzi, advogado especialista em direito imobiliário e professor da Faculdade Baiana de Direito, alerta para qual deve ser o procedimento na hora de alugar um quarto ou apartamento.

"A pessoa nunca deve dar qualquer valor sem um contrato assinado. Então a primeira coisa é fazer o contrato. Para isso, o interessado deve buscar evidências de que aquela pessoa é proprietária do imóvel ou locatária que está sublocando quartos. Isso pode ser feito através de conta de luz ou de água, matrícula do imóvel, contrato de locação. E nisso é importante verificar, no caso de uma pessoa que aluga o imóvel e quer alugar um quarto dele, se isso é permitido na configuração que essa pessoa tem com o proprietário porque o padrão é que não seja", coloca o advogado.

Chezzi fala ainda da importância de visitar o imóvel para ver se o anunciante tem vínculo com o imóvel e se as fotos e informações do anúncio correspondem à realidade. "No caso de quem está na cidade em que o imóvel fica localizado, isso fica mais fácil. Mas, se não houver essa possibilidade, a pessoa pode pedir para que quem está alugando faça uma chamada de vídeo e mostre o local", acrescenta. A partir das comprovações e da assinatura de contrato, é comum que seja exigido caução ou pagamento adiantado do aluguel para garantia da locação.

Segundo a advogada especialista em Direito Digital Ana Paula de Moraes, a plataforma OLX também tem responsabilidade perante o crime. "Mesmo que a plataforma, em seus termos de uso e políticas de uso, pautem a sua exclusão de responsabilidade perante o consumidor em relação a todas as transações ali realizadas, o Código de Defesa do Consumidor e os julgamentos proferidos pelos magistrados em diversas ações já movidas contra a plataforma já se posicionaram a entender juridicamente que a OLX responde de forma solidária por ser aquele ambiente uma relação de consumo", coloca.

Confira dicas:

Mantenha a negociação dentro da plataforma/site em que foi encontrado o anúncio
Desconfie de valores muito abaixo do padrão de mercado
Busque extrair o máximo de informações sobre o anunciante e o imóvel
Procure sempre manter contato por ligações ao invés de troca de mensagens
Se certifique de que aquela pessoa é mesmo a proprietária ou locatária do imóvel
Sempre que possível, visite o imóvel ou realize uma chamada de vídeo no local com o anunciante
Exija um contrato
Se cair no golpe, faça a denúncia em uma delegacia de polícia, presencialmente ou por via digital. Guarde ou salve comprovantes, imagens de telas, fotos, e-mails, mensagens suspeitas e quaisquer outros dados que possam ajudar a comprovar a fraude e, também, a encontrar os suspeitos
Entre em contato com imediatamente com o banco para o qual o dinheiro foi enviado e passe todas as informações sobre o golpe, após isso informe que você tem o Boletim de Ocorrência e peça para que o banco faça o bloqueio da conta dos fraudadores
Se necessário, entre com ação perante o Juizado Especial Cível contra o golpista e a plataforma

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