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Estudo aponta que água que abastece Camaçari está contaminada por 27 agrotóxicos

Estudo aponta que água que abastece Camaçari está contaminada por 27 agrotóxicos

Testes realizados pelas empresas de abastecimento de municípios brasileiros mostram que quatro cidades da Bahia consomem um perigoso coquetel com 27 agrotóxicos encontrados na água utilizada pela população. Apesar de a Embasa negar a contaminação, de acordo com o estudo, Mucugê, São Félix do Coribe, Itapetinga e Camaçari são as cidades em situação mais crítica.

Dos quatro, Camaçari é o único em que se detectaram agrotóxicos com concentrações acima do nível permitido no Brasil. Também apenas em Camaçari a Embasa (Empresa Baiana de Água e Saneamento) trata a água. As demais têm gestão própria do abastecimento.

Dos 27 agrotóxicos encontrados pela pesquisa, 16 são classificados pela Anvisa como extremamente ou altamente tóxicos e 11 estão associados ao desenvolvimento de doenças crônicas.

Obtidos em uma investigação conjunta pela ONG Repórter Brasil, da Agência Pública e da organização suíça Public Eye, os dados dizem respeito ao período entre 2014 e 2017. Dos 27 agrotóxicos encontrados pela pesquisa, 16 são classificados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) como extremamente ou altamente tóxicos e 11 estão associados ao desenvolvimento de doenças crônicas como câncer, malformação fetal, disfunções hormonais e reprodutivas. Importante ressaltar que as quatro cidades atingem o número máximo de agrotóxicos, mas há muitas outras com uma quantidade perigosa de químicos, como Macarani, também no Centro Sul, com 25 agrotóxicos, e até a própria Salvador, com 16 pesticidas.

A Embasa nega a contaminação.

Em nota, a Embasa informou que as análises realizadas semestralmente pela empresa no período entre 2014/2018 apresentaram valores que demonstram a inexistência de substâncias presentes em agrotóxicos. “Isso significa que os parâmetros de potabilidade da água distribuída pela empresa estão de acordo com as determinações da Portaria de Consolidação nº 05, anexo XX, de 2017, do Ministério da Saúde”, diz a nota.

A secretaria de Saúde de Camaçari ainda não se pronunciou sobre o assunto.

Fonte: Correio 24h

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