Em um mês, startups baianas receberam investimentos de pelo menos R$ 79,1 milhões

Em um mês, startups baianas receberam investimentos de pelo menos R$ 79,1 milhões

O setor de inovação de Salvador não para de crescer e se fortalecer. Só no mês de setembro, seis startups baianas receberam investimentos de, pelo menos, R$ 79,6 milhões. A informação é da Associação Baiana de Startups (Abastartups). Apenas duas fintechs baianas, as empresas que utilizam tecnologia para atuar no mercado financeiro, tiveram um investimento de R$ 70 milhões no total. R$ 40 milhões para a ZigPay e R$ 30 milhões para a BomConsórcio.

Fundada em 2017, a primeira se denomina como a mais inovadora plataforma de gestão de consumo e pagamento para casas noturnas, bares, restaurantes e eventos. Já a segunda é especializada no mercado de cotas de consórcio.

Os outros investimentos são de R$ 4,5 milhões na escola de tecnologia baiana Cubos Academy, empresa que oferece educação na área da tecnologia; R$ 1,9 milhões na erural, especializado no comércio eletrônico da área da pecuária; R$ 1,5 milhões na QRPoint, desenvolvedora de soluções para RH; e R$ 1,2 milhões para a Infleet, que criou um hub integrador de gestão de frotas do Brasil.

Para Donjorge Almeida, diretor de Comunidades da Associação Baiana de Startups (Abastartups), esses números mostram o crescimento do setor. “Ao longo do ano, aconteceram outros investimentos em outras empresas. É fato que as startups baianas estão se consolidando cada vez mais no mercado nacional e até internacional”, diz.

Salvador é lider em startups no Norte-Nordeste
Atualmente, Salvador está na oitava colocação na lista das cidades com mais startups, sendo a primeira de todo Norte-Nordeste. “Nós conseguimos ter maturidade nas startups baianas e isso é muito importante. Elas estão faturando, tendo investimento e Salvador continua na frente, como referência”, argumenta Donjorge.

Esse cenário pode ser mais fortalecido graças a Prefeitura de Salvador, que pretende mapear e desenvolver o ecossistema de inovação e empreendedorismo na cidade. O primeiro passo já foi dado na manhã desta segunda-feira (27), quando o prefeito Bruno Reis (DEM) assinou um convênio de cooperação técnica com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

A iniciativa terá investimento de R$ 300 mil, sendo metade da Secretaria Municipal de Inovação e Tecnologia (Semit) e o resto do Sebrae. Segundo a prefeitura, ambas instituições coordenarão o mapeamento, a ser executado pela Fundação Certi em, aproximadamente, sete meses. “Iremos mapear e apoiar as startups com projeção local e nacional. Nosso desejo é produzir soluções. Queremos uma cidade inteligente e inovadora e não há outro caminho que não seja o investimento nesse setor, que pode gerar milhares de empregos”, diz Bruno Reis.

No levantamento, a prefeitura não vai apenas contar quantas startups têm na cidade, mas criar uma base para tomar medidas mais assertivas para criação de novas políticas públicas e para impulsionar as empresas de tecnologia. A iniciativa também permitirá conhecer quais matrizes econômicas do ecossistema soteropolitano de startups estão mais fortes, assim como aquelas que necessitem de mais apoio para crescimento.

“Eles vão usar toda uma metodologia para fazer uma radiografia clara do ecossistema de inovação e a gente precisa disso. Hoje, Salvador tem muitas startups de educação, mas será que esse é realmente o nosso forte? Alguns dizem que é a economia criativa, a indústria do entretenimento, mas a gente não sabe. Só com essa metodologia específica que vamos poder responder qual é a nossa força”, explica Donjorge.

Ele também apontou como pode ser prejudicial para o setor a ausência dos dados. “No Brasil, em geral, a pandemia favoreceu o surgimento de muitas startups voltadas para saúde, educação e financeiro. A gente não sabe como foi isso em Salvador. Não temos números disso”, reclama.

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  • Chuva: 41 municípios em situação de emergência, 380 desabrigados e 2.227 desalojados

    Com base em informações recebidas das prefeituras, a Superintendência de Proteção e Defesa Civil da Bahia (Sudec) atualizou, nesta quarta-feira (28), os números referentes à população atingida pelas enchentes que ocorrem em municípios baianos.

    Até a situação presente, são 380 desabrigados e 2.227 desalojados em decorrência dos efeitos diretos do desastre. Segundo a Sudec, foram contabilizados seis óbitos. Os números correspondem às ocorrências registradas em 76 municípios afetados. É importante destacar que, desse total, 41estão com decreto de Situação de Emergência.

    O Governo do Estado segue mobilizado para atender as demandas de emergência, a fim de socorrer a população atingida pelas fortes chuvas em diversas regiões da Bahia.

  • Empresa brasileira vira concorrente da BYD pela antiga fábrica da Ford em Camaçari

    A BYD ganhou um concorrente pelo complexo da Ford nos minutos finais do prazo para a manifestação de interessados em comprar a antiga fábrica da montadora americana em Camaçari, fechada em janeiro de 2021 e que hoje pertence ao governo da Bahia. O empresário brasileiro Flávio Figueiredo Assis entrou na disputa para erguer ali a fábrica da Lecar e construir o futuro hatch elétrico da marca, que, diz, deve ter preço abaixo de R$ 100 mil.

    Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, Assis já tem um projeto de carro elétrico em fase de desenvolvimento, mas ainda procura um local para produzir o veículo. Em visita às antigas instalações da Ford para comprar equipamentos usados, como robôs e esteiras desativadas deixadas ali pela empresa americana, descobriu que o processo que envolve o futuro uso da área ainda estava aberto, já que o chamamento público feito pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado da Bahia (SDE) só se encerraria nessa quarta (28).

    O documento da SDE, ainda segundo a Folha, diz que a BYD havia apontado interesse no complexo industrial de Camaçari, mas outros interessados também poderiam "manifestar interesse em relação ao imóvel indicado e/ou apresentar impedimentos legais à sua disponibilização, no prazo de 30 (trinta) dias, contado a partir desta publicação".

    A montadora chinesa anunciou em julho passado, em cerimônia com o governador Jerônimo Rodrigues no Farol da Barra, um investimento de R$ 3 bilhões para construir no antigo complexo da Ford três plantas com capacidade de produção de até 300 mil carros por ano.

    A reportagem da Folha afirma que a BYD já está ciente da proposta e prepara uma resposta oficial a Lecar. E que pessoas ligadas à montadora chinesa acreditam que nada irá mudar nas negociações com o governo baiano porque Assis estaria atrás apenas de uma jogada de marketing. O empresário, por sua vez, disse ver uma oportunidade de bom negócio, pois os valores envolvidos são atraentes.

    Procurada pelo CORREIO, a BYD afirmou que não vai se pronunciar sobre o assunto, e que o cronograma anunciado está mantido.

    Em nota, a SDE apenas confirmou que a Lecar encaminhou e-mail ontem afirmando ter interesse na área da antiga Ford. A secretaria, diz a nota, orientou a empresa sobre como proceder, de acordo com as regras do processo legal de concorrência pública em curso.

    Entre as perguntas não respondidas pela pasta na nota estão o prazo para a conclusão da definição sobre a área e o impacto que a concorrência entre BYD e Lecar traz para a implantação de uma nova fábrica de veículos no estado.

  • Bahia adere ao Dia D de mobilização nacional contra a Dengue

    Em um esforço para combater a crescente ameaça da Dengue, o estado da Bahia se junta ao Dia D de mobilização nacional, marcado para o próximo sábado (2). A informação é da secretária da Saúde do Estado, Roberta Santana, que está em Brasília nesta quarta-feira (28) para uma reunião do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). Esta iniciativa sublinha a necessidade de uma ação coletiva diária e destaca o papel vital que cada indivíduo desempenha na prevenção da doença. Com o apoio do Conselho Estadual dos Secretários Municipais de Saúde da Bahia (Cosems-BA), da União dos Municípios da Bahia (UPB) e do Conselho Estadual de Saúde (CES), os municípios farão mutirões de limpeza, visitas aos imóveis nas áreas de maior incidência e distribuição de materiais informativos.

    A Bahia registra um aumento significativo de casos de Dengue, com 16.771 casos prováveis até 24 de fevereiro de 2024, quase o dobro em comparação ao mesmo período do ano anterior. Atualmente, 64 cidades estão em estado de epidemia, com a região Sudoeste sendo a mais afetada. Além disso, foram confirmados cinco óbitos decorrentes da doença nas localidades de Ibiassucê, Jacaraci, Piripá e Irecê.

    De acordo com a ministra da Saúde, Nísia Trindade, o cenário nacional é particularmente desafiador devido ao impacto das condições climáticas adversas e ao aumento exponencial dos casos de Dengue, incluindo a circulação de novos sorotipos (2 e 3), que exigem uma atenção mais integrada.

    Na avaliação da secretária da Saúde do Estado, Roberta Santana, o momento é de unir esforços para conter o aumento do número de casos e evitar mortes. "O Governo do Estado está aberto ao diálogo e pronto para apoiar todos os municípios, contudo, cada ente tem que fazer a sua parte. As prefeituras precisam intensificar as ações de atenção primária e limpeza urbana, a fim de eliminar os criadouros, e fortalecer a mobilização da sociedade, antes de recorrer ao fumacê. A dependência excessiva do fumacê, como último recurso, pode revelar uma gestão reativa em vez de proativa no combate à doença", afirma a secretária.

    A titular da pasta estadual da Saúde pontua ainda que o Governo do Estado fez a aquisição de novos veículos de fumacê e distribuirá 12 mil kits para os agentes de combate às endemias, além de apoiar os mutirões de limpeza urbana com o auxílio das forças de segurança e emergência. "Além disso, o Governo do Estado compartilhou com os municípios a possibilidade de adquirir bombas costais, medicamentos e insumos por meio de atas de registro de preço", ressalta Roberta Santana.

    Drones

    O combate à Dengue na Bahia ganhou mais uma aliada: a tecnologia. O Governo do Estado deu início ao uso de drones como nova estratégia para identificar em áreas de difícil acesso focos do mosquito Aedes aegypti, vetor de transmissão de Dengue, Zika e Chikungunya. As imagens capturadas pelos equipamentos são analisadas pelos agentes de endemias, que conseguem identificar locais com acúmulo de água parada e possíveis criadouros do mosquito, facilitando a ação das equipes e tornando o combate mais eficaz.

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