Comunidade sofre em travessia entre Ilha de Maré e São Tomé Comunidade sofre em travessia entre Ilha de Maré e São Tomé

Comunidade sofre em travessia entre Ilha de Maré e São Tomé

A travessia entre a Ilha de Maré e São Tomé de Paripe, bairros de Salvador separados pelo mar, impõe dificuldades à comunidade em diversas áreas, do ensino ao atendimento médico.
Na educação, alunos com idade a partir dos 11 anos, que cursam o ensino fundamental II (6º ao 9º ano), sofrem para chegar às escolas quando chove e a circulação de embarcações na Baía de Todos-os-Santos é suspensa pela Capitania dos Portos.
Como o povoado só possui escolas até o 5º ano, a travessia para São Tomé, Periperi, Paripe e demais bairros do subúrbio ferroviário é a única opção dos jovens estudantes para ter acesso à educação.
Na própria ilha, o ensino do fundamental I (do 1º ao 4º ano) também é feito com sacrifícios. Na Escola Municipal Claudemira dos Santos Lima, por exemplo, alunos com dificuldade de aprendizagem assistem à aula de reforço no quintal da unidade, por falta de lugar nas salas.
A demanda é maior do que o espaço disponível. Às vezes, três turmas ocupam o mesmo local. "Há mais alunos do que salas. A escola não possui o tamanho adequado", reclama a auxiliar de classe Nivaldina Souza, há 10 anos na ilha.
Questionada sobre uma solução para o problema, a Secretaria Municipal de Educação (Smed) informou que uma escola de grande porte está sendo construída em Ilha de Maré. A unidade, que atenderá os alunos da educação infantil ao ensino fundamental II, tem inauguração prevista para fevereiro de 2015.
Sobre as aulas no quintal do colégio atual, a Smed afirmou que "as atividades que acontecem na área externa são do programa Mais Educação".
Já a Secretaria da Educação da Bahia (SEC) afirma que um projeto para a construção de uma escola estadual na ilha está em andamento. Segundo o órgão, a viabilidade da obra depende apenas da compra de um terreno adequado.
Primeiros socorros
O atendimento médico aos moradores da ilha também é prejudicado pela interrupção na travessia. Profissionais que compõem o quadro de funcionários da unidade de saúde local não conseguem atravessar para trabalhar em dias de chuva.
A falta de um pronto-socorro em funcionamento adequado é apontada por comerciantes ligados à atividade turística como um dos fatores responsáveis por afugentar os visitantes (leia mais na página A6).
A Secretaria Municipal de Saúde afirma que a população de Ilha de Maré também conta com profissionais residentes no local, que asseguram assistência imediata em caso de emergência, com o apoio de lancha do Samu.

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