As aulas da rede municipal de ensino de Salvador começam na próxima segunda-feira (06). Ontem, ocorreu a Jornada Pedagógica, evento que reúne professores e os gestores escolares e é considerado o início oficial do ano letivo de 2023 na capital. Ao todo, 135 mil estudantes estão matriculados nas 421 unidades de ensino público sob a gestão da prefeitura, sendo 2,5 mil absorvidos da rede privada. Os dados foram contabilizados até o dia 31 de janeiro.

Esse número, que ainda é parcial, é menor em relação ao ano passado, quando, em março, as escolas municipais tinham cerca de 160 mil estudantes com as matrículas oficializadas. Até a semana que vem, mais alunos serão cadastrados no sistema.

Segundo o prefeito Bruno Reis, que participou da Jornada Pedagógica, o número de alunos este ano deverá ser parecido com o de 2022. No ano passado, a rede municipal de ensino teve quase 100% da capacidade de matrículas preenchidas, que é de 161 mil estudantes. Na educação infantil (de 2 a 6 anos), a capacidade é de 26,7 mil matrículas.

"Ainda estamos concluindo a matrícula deste ano. Eu não tenho os números finais, mas creio que vai ficar no mesmo patamar. Não terá uma elevação porque, no ano passado, já foi expressivo”, disse.

Em 2022, Salvador recebeu 30 mil novos alunos, sendo parte deles absorvidos na própria rede e também através dos programas como o Pé na Escola e Primeiro Passo, além do convênio com creches comunitárias. A manutenção do número de matriculados, para Thiago Dantas, titular da Secretaria Municipal de Educação (Smed), reforça a importância da Jornada Pedagógica.

"É o pontapé inicial de uma jornada longa e um ano super desafiador. Temos a expectativa de que a normalidade se reestabeleça plenamente e, junto com esse desafio, trazemos o grande compromisso de fazer o necessário para recuperar esse tempo que a pandemia nos tirou".

A recuperação também passa pela garantia de uma infraestrutura de qualidade nas escolas. Na atual gestão da prefeitura, até o momento, já foram reformadas 131 unidades. Além disso, o município mantém um investimento de R$ 360 milhões em obras em andamento e licitações para novas intervenções na educação.

Gargalo digital
Ao falar dos anos de pandemia, o secretário afirmou que 'a educação ficou prejudicada' pelas circunstâncias e precisou se desenvolver sem as aulas presenciais. Por isso, de acordo com ele, o foco é empenhar atividades para compensar o que foi perdido no período.

"A palavra de ordem é recuperar. Vamos colocar o tênis, ir para a rua e ouvir as demandas de quem está mais próximo dos problemas. As melhores ideias e soluções surgem a partir daí. Juntos, vamos construir uma grande jornada este ano", garantiu Dantas.

Ele pontuou ainda o foco na correção de distorções idade-série, quando estudantes estão em etapas não correspondentes à sua idade. Além de uma atenção especial para os alunos que, na pandemia, foram aprovados de forma automática.

"Houve a decisão para que alunos avançassem com a aprovação automática na pandemia, o que foi justo. Porém, precisamos de um plano de recomposição bem estruturado para que eles possam acompanhar todo conteúdo que vai ser exigido deles na vida acadêmica", completou.

O prefeito Bruno Reis reconhece que existe um déficit gerado pela pandemia e que isso é um fato constatado nas avaliações internas da gestão municipal. Ele garantiu, no entanto, que estratégias direcionada a estes gargalos serão desenvolvidas.

"Durante a pandemia, a aprovação foi automática e houve uma redução na proficiência. Por conta das limitações do ensino digital, houve dificuldade das crianças de idade menor de assimilar o conteúdo. Vamos adotar uma série de metodologias para corrigir e recuperar", falou.

Gestores se preparam para os desafios do ano

O professor Jorge Antônio de Oliveira é gestor da Escola Municipal Clériston Andrade, que está sendo construída em São Marcos e deve ser entregue em setembro. Por enquanto, ele vai realizar as atividades no Espaço Axé, no mesmo bairro, e afirma que o período deve ser de reestabelecimento do aprendizado.

"Esse ano é um reconstruir após dois anos de promoção automática. Além da retomada do aprendizado, precisamos fomentar as séries finais de cada ciclo para avançar no IDEB. Não só pensando nisso, claro, estamos fazendo uma reconstrução para todos"
Ida Guimarães, gestora da Escola Municipal Hildete Lomanto, no Garcia, afirma que os desafios são muitos, mas que está preparada para desenvolver novas práticas que otimizem o aprendizado do estudantes na sua escola.

"Posso falar pela minha escola que tem, entre os seus projetos, programas de produção textual, sala de robótica, sala temática de matemática. Além também de uma escola climatizada para receber os alunos com ainda mais conforto", diz.

Os projetos citados pelos gestores são de caráter individual das escolas. Questionada sobre os novos projetos de forma geral, bem como o investimento e a contratação de professores, a Smed não deu retorno para a reportagem até o fechamento desta matéria.

Com o fim dos festejos juninos na Bahia, as redes pública e privada de educação estão de volta. Na segunda-feira (4), os colégios estaduais já tiveram seu primeiro dia de aula do segundo semestre. Na rede particular, a maioria das escolas retorna nesta terça-feira (5). No entanto, em meio a alta do número de casos ativos de covid-19, que chegaram a 13 mil em todo estado no último domingo, as aulas não retornaram da forma que estavam antes do São João chegar. Uso obrigatório de máscaras, ampliação de ações e ferramentas para higiene pessoal e pesquisas diárias em saúde são algumas medidas já conhecidas por estudantes que voltam a vigorar nos ambientes escolares.

No interior, ao invés das medidas para ampliar a proteção, houve até o adiamento do retorno às salas. O início das aulas na rede municipal na cidade de Guanambi, no sudoeste da Bahia, foi adiado para a próxima segunda-feira (11). O motivo é o aumento no número de casos de covid-19 no município. Atualmente, a cidade tem 655 casos ativos da doença. Na capital baiana, porém, nada foi adiado e as escolas municipais voltaram a funcionar normalmente na segunda-feira com os protocolos que estavam em vigor antes das festas de junho.

No âmbito estadual, a estratégia é a mesma e os estudantes continuam em sala sob as mesmas medidas de proteção vigentes anteriormente. "As aulas da rede estadual de ensino retornaram, nesta segunda, após recesso junino, observando os decretos governamentais e os protocolos de biossegurança. [...] Vale lembrar, que as escolas estão estruturadas e seguindo os protocolos de biossegurança desde que as aulas voltaram ao formato presencial, em 2021", informa a Secretaria de Educação do Estado da Bahia (Sec).

Algumas instituições fizeram diferente e apertaram os cintos das medidas de proteção, assim como faziam em 2021. O Colégio Villa Global, de Salvador, trouxe de volta iniciativas como a recomendação do uso de máscara e o monitoramento diário do estado de saúde dos alunos. "Já tínhamos abandonado a exigência e até o uso da máscara. Ainda antes do recesso, pedimos o retorno. Uma outra coisa foi a ampliação do número de dispensers de álcool. Além disso, voltamos com a pesquisa diária de saúde que os familiares têm de preencher sobre o estudante para que ele possa ir para a escola", explica Selma Brito, diretora da unidade Paralela do Villa, que voltou às aulas nesta terça-feira.

Depois de já encaminhar às famílias dos alunos um informativo com algumas orientações que precisam ser seguidas, quem também retorna hoje é o Colégio Montessoriano. Na instituição, mais do que recomendada, a máscara é item obrigatório. "Retornaremos às nossas aulas com os cuidados preventivos de saúde. [...] Reforçamos o uso obrigatório das máscaras nas dependências da escola, pelo menos nas duas primeiras semanas de aula do segundo semestre. Continuaremos com nossas aulas na modalidade presencial, mas atentos ao cenário em que vivenciamos para decisões assertivas", informa o Montessoriano por meio de assessoria.

Outros colégios como IFBA, Pan Americano, São Paulo, Antônio Vieira e Nossa Senhora do Resgate não falaram em mudanças, mas garantiram a manutenção de medidas como a recomendação do uso de máscaras e o reforço da necessidade de higiene das mãos. Essa é justamente a orientação do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado da Bahia (Sinepe), segundo Wilson Abdon, diretor do sindicato. "Mantemos a orientação das escolas sugerirem e orientarem as famílias e estudantes a usarem máscaras, manterem os cuidados de afastamento e a higienização das mãos e a se vacinarem. O ensino híbrido não é autorizado pelos conselhos estaduais e nacionais de educação, então não tem possibilidade de retornar", fala.

O que é recomendado?

O Instituto Federal Baiano (IF Baiano) afirma analisar os panoramas e tomar as decisões necessárias adaptadas a cada um dos seus campi. Em alguns deles, a instituição chegou a preferir não ficar só na orientação e suspender as aulas. Alunos dos IF's Bom Jesus da Lapa e Teixeira de Freitas ficaram sem aulas presenciais em momentos de alta. Atualmente, o campi de Valença tem aulas suspensas de 29 de junho a 10 julho pelo mesmo motivo. Novas suspensões não são descartadas. Pró-reitora de Ensino, Katia de Fátima Vilela afirma manter diálogo frequente com todas unidades do IF. “Neste contexto, orienta-se que o cenário epidemiológico local e a incidência de casos em cada unidade sejam monitorados diariamente”, fala.

Para o infectologista Fábio Amorim, suspender as aulas temporariamente para evitar o amplo contágio com a crescente de casos é uma possibilidade. Ele defende que adiar o retorno seria a medida ideal para evitar a exposição dos estudantes. "Do ponto de vista da infectologia, um atraso do retorno seria a medida mais acertada que a gente deveria tomar. Mas esse atraso não poderia ser feito como medida isolada. As pessoas [como um todo] deveriam manter ao máximo um isolamento de uma semana a dez dias porque a gente já esperava que isso [a alta de casos] acontecesse agora, duas semanas após o início do São João", indica.

Amorim diz que o retorno, já que vai ocorrer, precisa acontecer com o reforço de todas as medidas de cuidado e de controle para evitar a disseminação da covid-19 em ambiente escolar. A prevenção, de acordo com ele, se faz mais necessário pela baixa taxa de imunização entre as crianças. "Vamos ter uma crescente de casos de covid-19 nos próximos dias e o aumento do número de mortes vem depois de duas semanas. [...] Sou contra o impedimento do retorno, acho que as aulas precisam voltar, mas é com máscara para todo mundo e muito cuidado. Principalmente porque tem crianças abaixo de cinco anos sem acesso à vacina e pequenos de outras faixas etárias com esquema vacinal incompleto", destaca.

Pais se preocupam

Na Bahia, entre o público com 12 anos oi mais, apenas 49,92% dos aptos tomaram a dose de reforço contra a covid-19, de acordo com dados da Secretaria de Saúde do Estado (Sesab). Entre o público de 5 a 11 anos, o dado é ainda pior. Apenas 37,82% dos aptos receberam a segunda dose da vacina. É justamente a baixa cobertura vacinal entre os menores que facilita a circulação de vírus, o acontecimento de casos graves e preocupa pais e responsáveis.

Rogenaldo Chagas diz que, junto com a esposa, já se preocupava com o retorno às aulas antes mesmo do São João. "Eu e minha esposa já estávamos preocupados antes dos festejos. Nunca abandonamos o uso da máscara e não fomos em aglomerações mesmo no interior porque sabíamos do risco. Para nossa surpresa, a escola até mandou um comunicado dizendo que o uso da máscara, que até então era voluntário, virou obrigatório por medida de segurança", conta ele, que é professor.

A medida, no entanto, não foi capaz de deixar Rogenaldo totalmente tranquilo. Ele vai permitir que os dois filhos que tem voltem às aulas, mas a decisão não foi simples. "Já nos questionamos se eles voltariam, mas como meus filhos estão vacinados e nós [ele e a esposa] também, vão retornar. Isso nos preocupa e já imaginamos que casos vão aparecer na escola, mas vamos torcer para que sejam leves", afirma ele.

A servidora pública Jamile Anjos vai mandar a filha, de 12 anos, para as aulas. Ela se diz mais tranquila e confia no poder da vacina para proteger a pequena de maiores problemas. "Preocupada nós sempre ficamos, mas acho que já atravessamos momentos piores, quando não tínhamos vacinas. Agora, é o momento da população entender como lidar com a doença e ainda continuar com os métodos de prevenção. Principalmente, o uso da máscara", fala.

Um número que pode tranquilizar os pais é a baixa positividade registrada nas instituições estaduais de educação até aqui. A Sesab aponta que, dos 43.043 exames de covid-19 realizados em escolas e universidades da Bahia entre março e junho deste ano, 502 tiveram resultado positivo. Ou seja, 1,17% do total.

Nas universidades

As medidas para conter o avanço do vírus não serão colocadas em prática apenas nos ensinos fundamental e médio. Universidades já anunciaram mudanças para este período em que os casos estão subindo. A Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) informou que vai seguir com as aulas presenciais, mas passou a obrigar o uso de máscaras nos ambientes da instituição, definiu que todos os locais de ensino precisam ter janelas e portas abertas e que todo e qualquer aluno, professor ou servidor deve se afastar das atividades presenciais ao apresentar sintomas gripais, voltando só após isolamento e testagem.

Na Universidade do Estado da Bahia (Uneb), os diretores dos Departamentos de Educação (DEDC), de Ciências Exatas e da Terra (DCET) e de Linguística, Literatura e Artes (DLLARTES) do campus de Alagoinhas, suspenderam as atividades presenciais, acadêmicas e administrativas de 1° a 0 de julho por conta de vários casos testados e confirmados de covid-19 no campus. No período, deveres acadêmicos ou administrativos devem ser cumpridos de maneira remota. A Universidade Federal da Bahia (Ufba) e Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc) também foram procuradas para informar se devem ampliar medidas protetivas para o próximo semestre, mas não responderam até o fechamento desta reportagem.

Estudante da Uesc, Kyara Souza, 24, afirma temer a contaminação por covid-19, já que viu os casos se multiplicarem ao seu redor após as festas de São João. "Sobre ter medo de pegar o vírus, todo mundo tem. Ainda mais porque é um momento de festas e todo mundo está pegando. No meu ciclo, várias pessoas estão e eu, inclusive, pretendo fazer o teste para saber porque estou gripada há vários dias", conta. Sobre a comunicação da Uesc quanto a medidas protetivas neste período, ela afirma não ter recebido qualquer informativo ou orientação.

A Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb) informou que mantém o retorno presencial das atividades acadêmicas no dia 11 de julho, seguindo os protocolos de biossegurança adotados até o momento. Marcos Paulo Ramos, 24, vê com preocupação a volta presencial neste momento. "A Uesb ainda está seguindo aquele modelo de máscara na sala, mas alguns alunos não fazem uso. [...] Não temos comunicado nenhum para melhorar a proteção, apenas falou no uso de máscara e distanciamento. Porém, pela situação, a gente se preocupa que a contaminação aconteça", fala Marcos, que não cogita deixar de ir às aulas por conta da situação.

Publicado em Bahia

Para que alunos e professores pudessem retornar às aulas presenciais, uma série de cuidados foram implementados e são seguidos à risca diariamente. Aos poucos, a nova rotina é assimilada por todos. Com base no Protocolo de Biossegurança nas escolas (revisado e atualizado por meio do decreto n° 35.110 de 31 de janeiro de 2022), seguindo as melhores práticas utilizadas com sucesso no Brasil e no mundo para evitar o contágio de alunos, funcionários e professores no ambiente escolar, existe um passo a passo diário realizado em todas as unidades de ensino.

Nara Lúcia Souza Coelho, diretora da Escola Municipal Professora Alita Ribeiro de Araújo Soares - que está localizada em São Marcos e atende em turno integral crianças de 2 aos 6 anos -, explica que logo na entrada os alunos são recebidos com álcool em gel nas mãozinhas, limpam os pés no tapete higiênico e vão para as salas, onde as professoras organizam as mochilas e cada um ocupa seu lugar. Vale lembrar que essa faixa etária não tem obrigatoriedade de usar máscara, mas “ficou combinado entre a escola e os pais que aquelas crianças já adaptadas ao uso da máscara, permanecem assim dentro da escola e levam sempre uma outra para trocarem durante o dia, já que ficam o turno integral”, salienta a diretora.

As refeições têm sido servidas nas salas de aula para evitar misturar as turmas. Também em cada ambiente tem álcool em gel disponível, bem como material de higiene das mãos - sabão e papel toalha - ao alcance das crianças. “Alguns já estão aprendendo a lavar as mãos antes mesmo de entrarem nas salas”, comenta Nara.

Além de a equipe escolar seguir o Protocolo de Biossegurança, antes das aulas, foram feitas reuniões com os pais, por divisão por turmas, para orientação e esclarecimento sobre as regras. Professores e ASGs (Auxiliares de Serviços Gerais) também estudaram o protocolo nos detalhes para garantir o cumprimento de todas as medidas. “A gente usa luvas o tempo todo e logo na abertura da escola varremos as salas e higienizamos tudo com álcool em gel. Isso é feito três vezes por turno, nos intervalos e, antes de entrarmos em cada sala, lavamos as mãos”, afirma a ASG Kacilda Jesus Mota, que atua em escolas da rede municipal há três meses.

Experiência infantil - Mesmo com todo esse aparato de limpeza e cuidados para o enfrentamento do coronavírus, nada chama mais a atenção dos pequenos estudantes do que a possibilidade de desfrutar das alegrias que é estar na escola. A experiência infantil consegue fixar sempre a melhor parte de tudo. As gêmeas Thalia e Chiara, de apenas 4 anos, alunas da Escola Alita Ribeiro, estão indo para a escola pela primeira vez.

Elas seguem todas as orientações, são participativas nas aulas, interagem com as outras crianças e já têm suas preferências entre as atividades: uma gosta da Dança Po Po Po no parquinho e a outra curte as brincadeiras com massinha. “Elas estão super felizes e eu estou muito satisfeita. A estrutura da escola está muito boa e a parte lúdica ajuda muito a criança a querer vir para a escola, que é bonita, nova e toda enfeitadinha especialmente para eles”, destaca Najara Gramacho, mãe das gêmeas.

Aprendizado construído com acolhimento e memórias afetivas
Lidia Maria Gomes da Costa Ribeiro, diretora do Centro Municipal de Educação Infantil (Cmei) Luiz Eduardo Magalhães, na Avenida Bonocô, que atende crianças de 2 a 5 anos, ressalta que os pequenos se adaptam bem às situações. Muitas vezes, é na brincadeira livre ou um momento de recreação e interação com outros da mesma idade que o processo cognitivo começa a florescer, gerando valores, organização do pensamento criativo, assimilação de disciplina e da convivência social. Por isso a importância de as crianças estarem na escola, onde estão também professores e auxiliares preparados para conduzir o aprendizado infantil.

“Nós temos uma equipe de profissionais muito boa. Todos pedagogos com especialização. E tem que ter a questão da emoção, de chegar na criança através da alegria e do amor. Na Jornada Pedagógica, discutimos muito sobre isso. Para que as próximas ações do ano sejam proveitosas, esse período inicial tem que ser consolidado. O que a gente pediu - como gestores - é que eles (os professores) tivessem bastante cuidado ao escolher as atividades, ao falar e como se dirigir às elas. Aguçar os sentidos da criança é o que vai construir a memória afetiva. Tudo o que a gente faz na educação infantil tem o olhar direcionado para o melhor da criança” ressalta.

De olho no mural - No dia a dia das unidades escolares, as coordenações escolares seguem as orientações protocolares e traduzem tudo de maneira direta e clara para os alunos, através de conversas, atividades, brincadeiras, monitoramento das crianças e vale até mesmo o bom e velho mural de avisos, que atualmente traz lembretes como:

• Utilize o antebraço na frente do nariz ao tossir ou espirrar
• Nunca troque de máscara com o colega
• Não trocar de lugar com o colega
• Usar sempre o álcool em gel
• Não abraçar os colegas
• Não compartilhar brinquedos
• Lavar bem as mãos com água e sabão
• Não tirar a máscara
• Respeitar a distância na fila
• Não ficar colocamos as mãos na máscara
• Se for cumprimentar, utilize o cotovelo

O início aulas na rede municipal de ensino não deve ser alterado devido ao avanço da pandemia. De acordo com o prefeito Bruno Reis, por enquanto, a data permanece a mesma: 3 de fevereiro.

Segundo ele, os profissionais da educação já terão tomado as três doses da vacina e as crianças de 5 a 11 anos também já devem ter recebido a primeira dose do imunizante. Não será exigida a comprovação da vacina para ter acesso às escolas.

"Quando as aulas retornarem, estaremos com todos os trabalhadores da educação tendo tomado três doses, só não terá 3 doses que tomou com atraso ou quem decdiu não tomar. E vamos ter todas as crianças acima de 5 anos com primeira dose. Nesse momento não cogito ter que adiar o retorno às aulas", afirmou o prefeito.

Coronavac
Bruno Reis defendeu que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprove a aplicação da vacina CoronaVac em crianças acima de 3 anos, em reunião que acontecerá logo mais, às 10h.

O prefeito afirmou ainda que a cidade só aguarda a chegada de mais vacinas para avançar ainda mais na imunização infantil, garantindo também a proteção dos pequenos contra a Covid-19. “Eu espero que, nesta manhã, a Anvisa aprove a CoronaVac para vocês verem, amanhã, o ‘carnaval’ que nós vamos fazer nesta cidade para vacinar as crianças”, disse Bruno Reis.

O ano letivo ainda não começou, mas já tem muito pai e mãe preparando o bolso para a lista de material escolar. E este ano o preço está mais salgado, especialmente para artigos de papelaria. Esses itens tiveram um aumento de pouco mais de 18% em Salvador e Região Metropolitana nos últimos 12 meses, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados são de dezembro de 2021 e foram divulgados nesta terça-feira (11), pelo Instituto.

Esse crescimento de 18% nos itens de papelaria é quase 40,2% mais alto que o índice geral da inflação, que fechou em 10,78%, em Salvador. Ou seja, eles aumentaram mais do que a média geral de produtos. Os preços nas papelarias soteropolitanas também aumentaram acima da média do Brasil, que teve alta de 8,74%. Em segundo lugar no ranking, estão os cadernos: eles encareceram 3,05% desde o último ano letivo. Já os livros didáticos tiveram aumento menor, de 0,91%.

De acordo com o superintendente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado da Bahia (Sinepe-BA), a variação de preço dos materiais entre as lojas pode ser até quatro vezes maior. "Não dá para dizer que é mais barato neste ou naquele lugar. Na livraria, na papelaria, ou pela internet, a ordem é pesquisar tudo", aconselha o superintendente do Sinepe-BA, Jaime Davi Cardoso. "Temos relatos de diferença de preço superiores a 400% para um mesmo produto", alerta.

A dica do sindicato para economizar é reaproveitar o que foi usado nos outros anos, como canetas, mochilas, lápis e borrachas. “É bom comprar só o material do primeiro semestre, para diminuir os custos, além de comprar em conjunto com outros pais, fazendo pesquisa em atacadões, para negociar preços”, orienta o diretor do Sinepe, Jorge Tadeu Coelho.

Itens mais caros
As mães Brenda Santana e Jaqueline Flores, amigas e que têm uma criança cada, de dois anos de idade, foram, nesta segunda-feira (10), à Joana Angélica, na Avenida Sete, em busca dos materiais. É a primeira vez que elas têm essa experiência e já acham os preços salgados.

“Em uma outra loja, achei mochilas de R$ 100, agora, elas já estão por R$ 180. Tem muita relação com o período, pois já virou o ano e a volta às aulas está mais perto", conta Jaqueline. Para pagar menos, elas pesquisam mais antes de comprar. “Estamos pesquisando o máximo possível para conseguir economizar. Não queremos comprar algo ruim, mas materiais bons, com preços razoáveis, que caibam no nosso bolso também”, explica Brenda.

Daiane Oliveira, 35, foi em busca dos livros, lápis de cor, hidrocor e outros itens de papelaria para a filha, que está na alfabetização. Ela diz ter conseguido balancear o orçamento, por ter antecipado a compra de alguns produtos. "Quando vi os preços, antecedi a compra, com medo de pagar ainda mais caro. O jeito para economizar é esperar as promoções ou então comprar o kit de materiais oferecido pela própria escola. Onde a minha filha estuda, ele custa R$150,00, o que acaba saindo um pouco mais barato", diz Daiane.

Já Ithalanny Diniz, que se mudou de Recife para Salvador com os dois filhos, Yasmim e Ryan, no ano passado, não precisou comprar tanta coisa pois trouxe os materiais das crianças na mala. "Os preços estão absurdos. Só compramos os livros, que, para nós, já estava mais caro. Salvador é uma cidade bem mais cara que Recife em vários aspectos, inclusive no valor dos materiais”, conta Ithalanny.

A dica que ela dá é pechinchar o preço dos produtos no caixa. “Vi um caderno com uma manchinha na última página e já fui pedir um desconto”, indica a mãe. Ela também faz estoque dos itens mais usados pelas crianças ao longo do ano. "Lápis, caderno, cola e mochila estão sendo os materiais mais caros. Antes de vir pra cá, não gastava nem R$600 de papelaria, agora, só R$1.650 é de livros. Mas tenho meus truques, sempre tenho alguns materiais que vou comprando e estocando, tipo caneta, borracha e lápis, que eles vão perdendo ao longo do ano", completa Ithalanny.

Itens pela internet saem mais em conta
Ao contrário do que pensa Daiane, a doutoranda da Universidade Federal da Bahia (Ufba) Andreia Macêdo**, 31, preferiu não comprar o kit de material escolar vendido na escola, porque achou mais caro. Ela dividiu as compras na Avenida Sete, Lapa e na Shoppe e fez uma economia de quase 50%. É o primeiro ano que o filho vai à escola – uma particular, em Brotas - e ele tem três anos.

“Cheguei a ver numa loja, um kit com mochila, lancheira e estojo, de R$ 200 e, o mesmo kit, de R$150, na Shopee, com frete grátis. O preço mais divergente, foi uma sacola transparente de 30x40, que a escola pediu. Nas lojas, o mais barato que achei foi R$ 15. Comprei na Shopee por R$ 2 e pouco. Parece pouco, mas, pagando menos em todos os itens, a economia foi grande”, detalha a mãe.

O item mais caro que ela comprou foi o kit mochila e lancheira, por R$ 280. “Paguei porque meu filho pediu um tema específico, Pocoyo, e queria dar para incentivar na escola", explica Andreia. Já os livros paradidáticos ela comprou na Amazon, mais barato que pelo representante que a escola indicou. “Acho que o que fez diferença pra mim foi a Shopee, porque já tinha olhado tudo antes, para poder comparar os preços, e já conhecer as lojas, na rua, para saber onde encontrar”, conclui.

Queda de 65% nas vendas
Apesar de ser comum o aumento das vendas durante o começo do ano, ao circular pelas papelarias da Joana Angélica, na Avenida Sete, é fácil perceber que muitas dessas lojas estão vazias. De acordo com vendedores de lojas ouvidas pelo CORREIO, as vendas caíram até 65% este ano, comparado aos anos anteriores.

"Esse ano, as vendas estão mais fracas que nos outros. Por conta da pandemia, muita gente fica com medo de vir comprar, de levar o produto e não ter aula. Quem está em casa não compra mochila", explica a vendedora Judite Machado. Ela ainda afirma que os itens mais vendidos são os mais básicos - caderno, lápis, borracha e caneta.

Já a vendedora Marlucia Teixeira acredita que a queda no movimento seja fruto da nova política de venda de kits de materiais escolares nas escolas de Salvador. "Elas estão tomando os clientes da gente, fazendo parceria com livrarias e vendendo kits de materiais de papelaria, aí não fica justo. As vendas estão 65% mais baixas”, completa Marlucia.

Já em outra loja da Joana Angélica, o administrador Davi Martins conta que não só os itens de papelaria estão em baixa, mas também os livros. "Infelizmente, as escolas estão vendendo materiais, os livros saem sem nota fiscal e isso acaba tirando uma grande fatia das livrarias. Deixamos de vender muitos livros por causa disso, as editoras estão fazendo parceria com as escolas para vender só lá", esclarece Davi.

Sobre essa prática de as escolas venderem kits de material escolar, o vice-presidente do Sinepe Bahia, o professor e advogado Nelson Souza, informa que "a escola é uma prestadora de serviços, portando, não pode vender material ou fardamento escolar a não ser que tenha constituído uma Pessoa Jurídica para isso”. As escolas tampouco podem exigir que a aquisição do material seja feita no próprio estabelecimento. A única indicação de lojas permitida é para os uniformes.

Procon orienta para itens proibidos na lista
Alguns itens são proibidos de estarem na lista de material escolar das escolas. O diretor de fiscalização da Superintendência de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-BA), Iratan Vilas Boas, alerta que os produtos de uso coletivo, de limpeza e os de uso administrativo da escola não podem estar na lista.

Essa proibição está expressa na Lei Estadual nº 6586/1994. Segundo o texto, estão vetados da lista: papel-ofício, papel higiênico, fita adesiva, cartolina, estêncil e tinta para mimeógrafo, verniz corretor, álcool, algodão, artigos de limpeza e higiene, dentre outros.

Vilas Boas ainda diz que as instituições devem apresentar o plano de execução didático pedagógico, detalhando como será a utilização dos materiais exigidos. “As escolas estão obrigadas a apresentar ao consumidor, previamente, um plano didático pedagógico. Isso facilitará, para o consumidor, conhecer a destinação do produto e identificar, se há ou não, uma solicitação inadequada”, explica o diretor de fiscalização.

O Procon-BA ainda alerta que as instituições não podem especificar marcas, determinar locais específicos para compra, ou ainda determinar, ou forçar, compra de livros e cadernos nas próprias escolas. Em caso de suspeita de cobrança indevida, os consumidores podem denunciar através do aplicativo Procon BA Mobile, para que o órgão busque providências cabíveis.

Como economizar?
O educador financeiro e professor da UniRuy Ângelo Guerreiro dá conselhos para os familiares economizarem na compra de material escolar. “Janeiro junta uma série de despesas não recorrentes que demanda um desembolso muito concentrado, como IPTU, IPVA, matrícula e material escolar. A alternativa é montar grupos de desapego, com pais na mesma escola, do ano anterior, que podem estar vendendo fardas e livros usados”, orienta Guerreiro.

Uma segunda opção é comprar em conjunto com esse grupo de responsáveis em papelarias e livrarias. "Negociar de forma coletiva normalmente tem um desconto. Se alguma dessas pessoas tiver um CNPJ, melhor ainda. Porque alguns desses negócios vendem pra pessoa jurídica e têm incentivos fiscais que permitem gerar um preço ainda menor. Uma coisa é comprar sozinho, outra coisa é ir com mais dez pessoas ao meu lado, tem um poder de barganha melhor”, esclarece o professor.

Ele também pontua que não se deve deixar para comprar os materiais de última hora. Sobre os itens de papelaria estarem mais caros que o próprio índice geral do IPCA, Ângelo Guerreiro diz que é por conta desses produtos serem derivados do petróleo, commodity que tem aumentado de preço durante a pandemia. “O papel vem da celulose, que é commodity. A madeira e demais itens que têm plásticos e tintas, tudo isso é derivado de produtos químicos que, no final, derivam do petróleo, que é commodity. Então com certeza esses itens subiram mais do que do que o IPCA”, conclui.

Ranking de vendas
Quem vai às compras, tem buscado, principalmente, os materiais básicos. Segundo a Le Biscuit, os cadernos de uma matéria, os cadernos universitários de dez matérias e os kits de mochilas infantis, com lancheira e estojo, lideram as vendas na rede. Eles têm exemplares de uma matéria a partir de R$ 5,99 e com dez matérias a partir de R$ 9,99. Aqueles que vem com os personagens do momento, como o Homem Aranha e o Patrulha Canina, estão entre os mais vendidos.

Ainda segundo informações fornecidas pela loja, as pessoas pesquisam mais antes de levarem os itens de papelaria para casa. A assessoria da rede Kalunga não conseguiu responder dentro do prazo de fechamento do texto. Já a Papel e Cia foi procurados pela reportagem, mas não respondeu à solicitação.

Veja os preços de alguns materiais:

Caderno com uma matéria:
Le Biscuit: R$ 5,99
Kalunga: R$ 8,50
Papel e Cia: R$ 6,49
Lojas Americanas: R$ 7,99

Caderno dez matérias:
Le Biscuit: R$ 9,99
Kalunga: R$ 18,50
Papel e Cia: R$ 10,90
Lojas Americanas: R$ 12,99

Kit de mochila infantil:
Le Biscuit: R$ 149,99
Kalunga: R$ 85,20 (apenas mochila)
Papel e Cia: R$ 59,90 (apenas mochila)
Lojas Americanas: R$ 74,80

kit de Lápis:
Le Biscuit: R$ 3,99
Kalunga: R$ 3,30
Papel e Cia: R$ 0,90 (unidade)
Lojas Americanas: R$ 4,90

Borracha:
Le Biscuit: R$ 1,50
Kalunga: R$ 1,90
Papel e Cia: R$ 0,35
Lojas Americanas: R$ 0,90

Caneta azul:
Le Biscuit: R$1,99
Kalunga: R$1,20
Papel e Cia: R$0,97
Lojas Americanas: R$1,45

Lápis de cor:
Le Biscuit: R$ 3,99
Kalunga: R$ 2,30
Papel e Cia: R$ 3,99
Lojas Americanas: R$ 5,96

Hidrocor:
Le Biscuit: R$ 4,99
Kalunga: R$ 9,90
Papel e Cia: R$ 4,84
Lojas Americanas: R$ 7,99

Publicado em Bahia

Os estudantes do Colégio Estadual Governador Roberto Santos, no Cabula, receberam as visitas do governador em exercício e presidente da Assembleia Legislativa, Adolfo Menezes, e do secretário de Educação, Jerônimo Rodrigues, nesta quarta-feira (20). As autoridades foram até o local para conferir o andamento das obras de ampliação da unidade. Durante o evento o governador interino comentou sobre a volta às aulas.

“Depois de um ano e sete meses sem aula o percentual na capital está, em média, de 70% dos alunos. Começou anteontem [o retorno 100% presencial] e nesse período muitos foram para outras cidades ou conseguiram algum emprego em outros lugares, mas acreditamos que depois dessa semana as coisas voltam ao normal para que a gente tenha a capacidade total dos alunos em sala de aula”, disse.

O governador e o secretário percorreram a escola, vistoriaram as obras e assistiram a uma apresentação preparada pelos estudantes. As intervenções e melhorias na unidade escolar incluem a construção de uma quadra poliesportiva coberta, um campo de futebol society e a reforma da parte interna da escola. Os serviços estão previstos para serem concluídos no início de dezembro deste ano e o investimento supera os R$ 6 milhões.

"Estou muito contente de visitar esse grande colégio localizado em um bairro populoso aqui de Salvador, como é o Cabula, e que está recebendo um investimento dessa importância para tantas requalificações. São diversas escolas sendo ampliadas e modernizadas pelo Governo do Estado, tanto na capital como no interior. Uma iniciativa que nunca foi feita por nenhum outro governo”, afirmou Menezes.

Na terça-feira (19), em publicação no Diário Oficial do Estado (DOE), o Governo da Bahia destinou mais de R$ 32 milhões para a ampliação com modernização de unidades escolares localizadas em Salvador. As obras fazem parte da requalificação que está sendo realizada na rede física escolar em todo o estado, e que superam R$ 2 bilhões em investimentos.

A melhoria da rede também envolve a implantação dos Complexos Poliesportivos Educacionais com quadras poliesportivas cobertas, academia de ginástica, quadra de vôlei de areia, pista de atletismo e piscina. O secretário de Educação, Jerônimo Rodrigues, contou que existe cerca de 200 escolas estaduais de Salvador e que algumas delas terão que ser adaptadas.

“Onde não houver espaço para ampliação das unidades teremos que desapropriar terrenos e fazer essas mudanças. Não tem como termos uma escola sem quadra, sem auditório e sem refeitório. É por isso que estamos fazendo uma mobilização em Salvador para garantir que a gente desaproprie um terreno ao lado. Todas as escolas da Bahia terão condições de ter auditório, refeitório, laboratório, quadra coberta e campo, podemos abrir mão do campo, mas quadra coberta e arena teremos em todas”, contou.

Ele disse também que o objetivo do governo é ampliar a oferta de educação em tempo integral. A meta é alcançar 100% das unidades em quatro anos. "Todo esse investimento tem como objetivo garantir qualidade efetiva na educação em tempo integral na Bahia, oferecendo toda a infraestrutura necessária para que as atividades de professores e estudantes sejam realizadas de forma mais qualificada", afirmou.

Publicado em Bahia

Após quase três meses em modelo semipresencial, as aulas da rede estadual de ensino passam a ser 100% presenciais, na Bahia, a partir desta segunda-feira (18). Os protocolos sanitários permanecem os mesmos – uso de máscara, distanciamento, recreio intercalado e muito álcool em gel. O que muda é que, agora, os estudantes passam a frequentar o colégio todos os dias da semana, e não em dias alternados. São, ao todo, 900 mil alunos na rede, distribuídos em 1.089 instituições de ensino.

A determinação da mudança de regime foi anunciada pelo governador, Rui Costa (PT), no dia 8 de outubro, após analisar a queda dos índices epidemiológicos da pandemia da covid-19. Entre julho e outubro de 2021, houve uma queda de 88% no número de mortes pelo novo coronavírus e 76% de redução no número de casos ativos, que são as pessoas infectadas pela doença. A taxa de ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) adulto estava em 27%, na tarde deste domingo (17).

O mestre de obras Uellinton Ferreira, 47, não vê a hora do filho, Enzo, 13, voltar à escola todos os dias. “Já era para ter voltado dessa forma, porque as crianças ficam em casa, sem ter o que fazer e, pela pandemia, não pode ficar na rua também. Nossa educação já não é de qualidade, imagine nessa situação”, comenta Ferreira.

O filho, que está no sexto ano e estuda na escola estadual Almirante Barroso, em Paripe, conseguiu acompanhar as aulas presenciais e virtuais, até então. “Ele acompanhou direitinho as aulas on-line, mas eram muito fracas. O professor passava uma atividade e pronto. Sem falar que a presencial, quando ele ia, 7h30, saía 10h, ou seja, não estavam dando o conteúdo todo”, reclama o pai. Segundo ele, Enzo está animado para o retorno nesta segunda.

Relembre aqui as regras do protocolo sanitário

Na escola estadual Francisco Conceição Menezes, no Cabula, por conta de uma reforma que irá ampliar o número de banheiros, a volta do ensino 100% presencial deve ficar para 25 de outubro. “Estão construindo novos lavabos para atender a demanda e a obra deve seguir essa semana. Até lá, permaneceremos no remoto”, relata o professor Moisés Amado.

Ele diz que a maioria das famílias está ansiosa para o retorno do ensino in loco. “Os estudantes querem voltar e os pais afirmaram, em reunião, que não conseguem manter os filhos distantes dos paredões. Então, preferem os filhos na escola do que na rua”, conta Amado.

O ano letivo, em 2021, abarca também a carga horária não concluída de 2020. As aulas iniciaram dia 15 de março, de forma virtual. Em 26 de julho, o modelo passou a ser híbrido. O calendário irá até 28 de dezembro. Nos dias 29 e 30 de dezembro, será a recuperação final e entrega dos resultados.

Segundo a Secretaria Estadual de Educação (SEC), somente os casos excepcionais não precisam comparecer presencialmente. “Casos excepcionais, como pessoas com comorbidades, deverão ser reportados à direção da escola, que viabilizará, junto à SEC, a continuidade do acesso às aulas remotas para os estudantes com necessidades especiais”, explica a pasta.

Investimento
Para adaptar as escolas às aulas presenciais aos protocolos sanitárias, o governo estadual gastou cerca R$ 250 milhões do Tesouro Estadual, por meio do Programa Retorno Escolar Seguro (PRES). A SEC também investiu R$ 6,1 milhões para a compra de novos uniformes e distribuiu 2 milhões de máscaras nas escolas.

Protocolos:
- Distanciamento mínimo de 1,5 metro, disponibilização de álcool em gel ou álcool 70% e higienização diária das áreas comuns
- Elevadores usados com 30% de capacidade e exclusivo para deslocamento de materiais e produtos, e para alunos e funcionários com dificuldades de locomoção
- Entrada de trabalhadores, prestadores de serviço e estudantes devem higienizar as mãos com água e sabão ou álcool em gel 70%; todos terão a temperatura aferida e aqueles com resultado igual ou superior a 37,5°C devem ser direcionados para acompanhamento de saúde adequado
- Funcionários e alunos do grupo de risco da covid-19 devem avaliar outras formas de retorno enquanto durar a pandemia
- O uso de máscara é obrigatório para todos, exceto para alunos da Educação Infantil, de 0 a cinco anos, e os portadores do Transtorno do Espectro Autista (TEA)
- O fluxo de entrada, saída e intervalos de forma escalonada para manter o distanciamento mínimo
- O transporte escolar deve manter as janelas abertas, higienização no princípio e ao final do dia, distanciamento e as máscaras obrigatórios; capacidade até 70%
- O número máximo de pessoas que poderão acessar o banheiro ao mesmo tempo deverá levar em consideração o distanciamento mínimo de 1,5 metros. Os basculantes e janelas devem ficar abertos.
- Proibido o uso coletivo dos bebedouros; Cada aluno deve levar sua garrafa de água ou copo descartável
- Cada estudante deve usar talheres, pratos e copos individuais e próprios
- As bibliotecas devem ser sejam utilizadas por turnos e em horários diferenciados por cada turma, preservando-se sempre o distanciamento mínimo de 1,5 metro

 

Publicado em Bahia

A volta às aulas na rede estadual entrou em contagem regressiva na Bahia. Na próxima segunda-feira (18), o ensino 100% presencial será retomado pela primeira vez desde que foi interrompido, em março do ano passado, mas cerca de 50% dos estudantes estão frequentando as aulas híbridas iniciadas em julho. Professores entraram com representações judiciais para impedir o retorno presencial, e o governo teme que a pandemia provoque uma evasão de 30% nas escolas.

O secretário estadual de Educação, Jerônimo Rodrigues, comentou sobre a volta às aulas durante a assinatura de uma ordem de serviço para reformar escolas, em Mussurunga I, na quarta-feira (13). Desde julho, os 840 mil estudantes do estado estão no modelo híbrido, ou seja, com parte das aulas em casa e outra parte nos colégios. Segundo o secretário, cerca de metade dos matriculados aderiram a esse modelo semipresencial.

“Estamos fazendo esse balanço porque como tem muita gente que não vai à escola, mas pega o material, tem muita gente que está no remoto pela comodidade, estamos levantando esses dados, mas a gente está com número acima de 50% de presença. Tem escolas no interior que conseguimos ver 80% a 90% de frequência. Então, esse retorno vai acontecer aos poucos”, afirmou.

O secretário comentou também sobre as críticas de pais e professores sobre a retomada presencial de todos os alunos da rede em um momento em que a quantidade de casos da variante delta está em crescimento no estado. Ele afirmou que é preciso cumprir os protocolos e o cuidado com a saúde, mas que a aprendizagem não pode ser deixada de lado e disse estar preocupado com os efeitos da pandemia na evasão escolar.

“Se em 1 ano e 7 meses estamos com prejuízo por conta da pandemia, esse custo será muito alto nos próximos cinco e dez anos. Em uma época normal, de recesso do natal e do ano novo, o retorno às aulas é sempre um prejuízo, com evasão de 10% a 12%. Em uma situação como essa, com certeza, ultrapassará 20% a 30%, e em alguns lugares essa evasão será ainda mais forte”, disse.

Para atender aos protocolos de segurança o governo instalou pias nas escolas, marcou o distanciamento entre as cadeiras, e instalou dispersores de álcool em gel e ventiladores nas salas de aulas. O uso da máscara e a aferição da temperatura são obrigatórios e o uso dos bebedouros é restrito a copos individuais ou descartáveis e garrafas.

Ainda assim, alguns pais disseram que estão inseguros em mandar os filhos. Já os estudantes estão indecisos. Maria Eduarda Santos, 16 anos, disse que conseguiu se adaptar bem ao modelo remoto, mas que alguns amigos dela não renderam tão bem.

“Tem gente dizendo que vai deixar para voltar no ano que vem. Eu nem sei o que é melhor, porque com muito aluno sem ainda ter sido vacinado, casos aumentando e o recesso de fim de ano chegando, talvez fosse melhor deixar para começar no ano que vem mesmo, mas por outro lado quanto antes começar melhor”, disse.

O ano letivo na rede estadual começou em 15 de março de forma apenas virtual. Em 26 de julho, estudantes do ensino médio, profissionalizante e de jovens e adultos (EJA) migraram para o semipresencial, e em 9 de agosto foi a vez dos alunos do fundamental. A partir de segunda-feira todos estarão na fase totalmente presencial, de segunda à sábado. A data de encerramento do ano letivo será em 28 de dezembro.

O evento em Mussurunga I contou com a presença do governador Rui Costa que assinou uma ordem de serviço no valor de R$ 100 milhões para obras de infraestrutura em 24 escolas da Rede Estadual de Educação em Salvador. Ele disse que R$ 100 milhões já estão em execução e que outros R$ 100 milhões serão autorizados até o final do ano, e pediu para os estudantes seguirem os protocolos no retorno definitivo às aulas presenciais.

“O uso da máscara continua obrigatório e eu peço a todos que usem a máscara, principalmente dentro da escola e em qualquer outro ambiente fechado. Os números da pandemia caíram, mas os vírus ainda não foi embora, ele continua circulando e enquanto a gente não derrotar esse vírus e reduzir a contaminação, e se surgirem variantes que a vacina não dê jeito, o número de mortos pode ser novamente muito alto”, afirmou.

Ao todo, foram seis ordens de serviço assinadas para a construção de duas novas unidades escolares; modernização de 14 escolas; ampliação de outros seis colégios estaduais; além da construção de um complexo poliesportivo e uma quadra coberta.

Professores
O Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB) acionou o Ministério Público da Bahia (MP) e o Ministério Público do Trabalho (MPT) na tentativa de que as duas entidades ajudem na intermediação da classe junto ao governo do estado. Segundo o coordenador geral do Sindicato, Rui Oliveira, a categoria não se sente segura e quer manter o modelo híbrido de ensino.

“Fizemos as representações essa semana e teremos uma reunião com o governo nesta quinta-feira (14). Quando o governo anunciou o retorno das aulas fez isso sem conversar com o sindicato. O que nós queremos é que os protocolos de biossegurança sejam respeitados, incluindo o que trata do distanciamento, e nós sabemos que é impossível em uma sala com 40 alunos haver distanciamento de 1,5 metro”, disse.

O sindicalista afirmou que a adesão dos estudantes ao modelo semipresencial está sendo menor do que o divulgado pelo governo. O estudante do ensino médio Matheus Barbosa, 16 anos, voltou para a sala de aula em agosto e disse que está tranquilo.

“Como estamos no modelo semipresencial eu não vejo metade da turma, e como muita gente não está indo para a escola o número de alunos é pequeno, mas estou feliz com o retorno. Eu queria muito voltar a ter aula presencial, estava cansado do on-line e estudar na escola é muito diferente de fazer isso de casa”, disse.

Publicado em Bahia

O retorno às aulas 100% presenciais, que já era planejado pelo Governo do Estado para o início do mês de outubro, vai ter que esperar. Foi isso que o governador Rui Costa disse em coletiva à imprensa na manhã desta quarta-feira (29), quando mostrou preocupação com o crescimento recente do indicador da covid-19 e o efeito que isso poderia tomar num retorno imediato.

"A volta 100% presencial era nossa intenção e já tínhamos acionado a Secretaria de Educação para o retorno pleno no início de outubro. Só que, em dez dias, subiu de 2.000 pra 2.800 casos ativos. Isso fez que a gente desse um freio no planejamento", explicou Rui.

O governador reiterou ainda o compromisso de retomar atividades essenciais em sua plenitude, mas ressaltou que isso deve ser feito respeitando os indicadores da pandemia. "Nós vamos liberar assim que as condições sanitárias permitirem. Nossa programação, inclusive, era poder ter feito o anúncio na semana passada da liberação de jogos (com público), assim como o retorno presencial 100% às aulas. Era nosso planejamento porque os números vinham caindo. Mas, infelizmente, pra nossa surpresa os números subiram bastante", disse.

Rui declarou, no entanto, que esse cenário de recuo pode mudar já na próxima semana se os casos voltarem ao patamar anterior. "Vamos aguardar o que deve acontecer nos próximos dias. Ontem, já deu uma queda. Então, se na próxima semana os números voltarem ao patamar de dez dias atrás, aí voltamos pro planejamento das voltas às aulas presenciais e mais flexibilizações e podemos, em 10, 20 ou 30 dias, ter boas notícias", falou.

O aumento dos casos da variante delta no estado também é motivo para atenção. "Sim, nós estamos preocupados porque, em todo lugar que ela chega, a variante delta domina. O termo é esse mesmo: dominação. Ela entra e vai tomando tudo, o que acontece não só no Brasil como em todo lugar do mundo", avaliou. No último sábado (25), a Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) divulgou mais 58 casos da delta na Bahia, chegando a 72.

Encosta na Calçada
As declarações de Rui foram dadas na manhã desta quarta-feira, quando o governador foi até a Calçada, em Salvador, para entregar uma obra de contenção de encosta realizada na Primeira Travessa Barão da Vila da Barra, que se localiza entre a Avenida Jequitaia e a Estrada da Liberdade.

Sobre a entrega, Rui destacou o comprometimento do governo com a prevenção contra deslizamentos na capital baiana e o volume de investimento que está colocado nisso. "Toda essa encosta daqui até o Lobato era um sofrimento, tudo desabando e a imprensa vindo contar os cadáveres. E, só nesse trecho, temos R$ 64 milhões aplicados apenas em encostas. Isso nunca aconteceu e eu fico feliz", concluiu

A entrega é uma ação do Programa de Contenção de Encostas e Prevenção de Acidentes Naturais do Governo do Estado, que é direcionado para localidades distribuídas em 47 bairros de Salvador e outros três de Candeias. O programa conta com um investimento superior a R$ 200 milhões.

Publicado em Bahia

Após terem retornado às salas de aula no modelo semipresencial no dia 23 de agosto, os alunos da rede municipal de ensino de Salvador vão, nesta segunda-feira (27), passar a adotar o modelo 100% presencial. Essa será a primeira vez em que isso acontecerá desde março de 2020, quando as escolas foram fechadas por conta da pandemia. A decisão do retorno se aplica para o ensino infantil e o fundamental, afetando os 150 mil alunos e 8 mil professores das 412 escolas municipais. Entenda como será a mudança.

A decisão foi anunciada pelo prefeito Bruno Reis no último dia 23. Pais e estudantes ainda estão divididos. A doceira Vanessa Pereira, 40 anos, tem dois filhos que estudam na rede municipal. As crianças estão frequentando as aulas semipresenciais, com uma semana em sala de aula e uma semana em casa, mas a mãe tem dúvidas se esse é o momento de voltar 100% ao presencial.

“Crianças são inquietas e buscam o tempo todo interagir. Acredito que é mais fácil para os professores controlarem metade da turma do que a turma toda. Aqui em casa estamos todos vacinados, mas mesmo assim a gente fica com medo”, disse.

Já a dona de casa Maria Inês Lima, 42, pensa diferente e disse que aposta no retorno presencial. “Mandei minha filha com receio [para o semipresencial], mas depois de um mês não houve problemas, então, estou me sentindo mais segura. Ela estava sentindo falta dos colegas e está mais alegre depois que voltou a rever os amigos. Então, vamos voltar e vamos monitorando”, afirmou.

Apesar das iniciativas e dos apelos da prefeitura, a adesão dos estudantes ao ensino semipresencial foi baixa. Segundo o secretário de educação municipal, Marcelo Oliveira, apenas 42% dos alunos estavam comparecendo. A expectativa da secretaria é que esta porcentagem aumente a partir da adoção do novo modelo.

O secretário defende que as escolas são ambientes seguros e apela para que os pais e responsáveis levem seus filhos. “Estamos seguindo os protocolos e todos os profissionais já estão vacinados. Os alunos tiveram um atraso no ensino muito grande, precisamos recuperar isso. E é importante dizer que a escola não é só para transmitir conhecimento, é um espaço de convivência e desenvolvimento psico-social”, diz.

Como as aulas estavam funcionando antes?

As escolas passaram a adotar, no dia 23 de agosto, o modelo semipresencial de ensino. Isso significa que as aulas eram divididas entre presencial e online. As crianças iam para as escolas em dias alternados. Metade da turma ia nas segundas, quartas e sextas e a outra metade nas terças e quintas. Na semana seguinte, quem frequentou durante três dias, frequentaria durante dois e vice-versa. Desse modo, só metade da quantidade total de alunos estava na sala de aula ao mesmo tempo. Isso garantia o distanciamento de 1,5m entre eles.

Por que o retorno acontece agora?

No início de setembro, o Ministério da Educação emitiu uma recomendação para estabelecer o afastamento de 1m entre as mesas dos alunos. Essa recomendação foi validada pelo Ministério da Saúde e, com isso, o prefeito Bruno Reis emitiu um decreto estabelecendo essa nova distância para todos os estabelecimentos de Salvador, incluindo as escolas. Com a redução para 1m, é possível que todos os alunos da turma frequentem a sala de aula ao mesmo tempo, porque essa é a distância padrão entre as mesas estabelecida antes da pandemia.

Como as aulas vão funcionar agora?

O novo esquema começa a valer a partir desta segunda (27), já para todas as séries. Com o ensino 100% presencial, todos os alunos vão frequentar as salas de aula de segunda a sexta, em horário regular. Os pais ou responsáveis que ainda não se sentirem seguros para levar os filhos até a escola poderão manter a adoção do ensino 100% remoto.

Nas creches, a quantidade máxima de alunos por sala é de 20. Até o 1º ano, é 25. Até o 3º ano, é 30. A partir do 3º ano, são 35, que é o número máximo estabelecido mesmo antes da pandemia.

O secretário de educação, Marcelo Oliveira, reforça que o modelo agora será o totalmente presencial, mas o ensino híbrido continua. Ou seja, os alunos vão para as salas de aula todos os dias da semana, mas continuarão com o apoio do online. Os cadernos de atividade, estudos dirigidos e as aulas pela TV aberta e pelo canal da Seduc no YouTube continuam. O objetivo é oferecer um reforço aos alunos para recuperar o tempo em que eles estiveram sem aulas.

Qual é a posição do sindicato sobre a mudança?

O coordenador geral do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB), Rui Oliveira, disse que a categoria vai se reunir na segunda-feira (27) para discutir a decisão da prefeitura. Às 9h, acontece uma reunião virtual através dos canais da APLB no YouTube e Facebook para definir o posicionamento dos professores. Segundo o coordenador geral, as aulas presenciais nesta segunda estão mantidas.

Segundo Rui Oliveira, o sindicato defende o distanciamento de 1,5m. “Queremos que o protocolo de biossegurança, que determina afastamento em 1,5 metro, seja respeitado. Para manter esse distanciamento as salas não comportam mais de 20 alunos, então, não vamos permitir mais de 20 alunos por sala. Vamos discutir o retorno presencial e depois solicitar uma audiência com o prefeito”, contou Rui Oliveira.

Sobre o argumento, o secretário de educação disse que “não há razão para o sindicato negar o retorno 100% presencial”. “Essa nova distância está sendo praticada em todos os estabelecimentos da cidade”, colocou.

Há casos de contaminação nas escolas municipais?

Segundo o secretário de educação, Marcelo Oliveira, não houve registro de contágio nas escolas. Foram identificados 18 casos nas escolas de toda a Bahia, mas não há evidências de que a contaminação aconteceu no ambiente escolar.

“Não há evidência de que a contaminação foi na escola porque as pessoas circulam por outros lugares além das salas de aula. Além disso, não tivemos nenhum caso de contágio cruzado, ou seja, nenhum desses 18 contaminados passou a doença para outra pessoa da escola”, coloca o secretário.

Como fica a rede estadual e as escolas particulares?

A rede estadual retomou o ensino híbrido primeiro que a rede municipal. No final de julho, as escolas adotaram o modelo semipresencial para 780 mil estudantes do ensino médio, profissionalizante e Ensino Jovens e Adultos (EJA). Duas semanas depois foi a vez de 120 mil alunos do ensino fundamental II voltarem para a sala de aula.

Apesar dos esforços, também houve pouca adesão por parte de professores e estudantes. Por enquanto, o modelo usado ainda é o semipresencial e a previsão, segundo o governador Rui Costa, é de que, a partir de outubro, a rede também adote o 100% presencial. Na rede privada, as escolas já estão se preparando para o retorno totalmente presencial, fazendo um levantamento de quantos alunos vão aderir ao modelo.

Qual é o cenário da covid-19 em Salvador?

Cerca de 1,2 milhão de soteropolitanos estão completamente imunizados e outros 2 milhões receberam a primeira dose da vacina contra a covid-19. Atualmente a cidade está protegendo pessoas com 12 anos ou mais e aplicando doses de reforço em idosos a partir dos 60 anos.

A cidade contabiliza um total de 236.016 casos de covid-19 e 7.619 óbitos. Os bairros com mais quantidade de casos são Pituba (7.739), Pernambués (6.749) e Brotas (6.478). A faixa etária mais atingida é entre 30 e 49 anos. O gráfico de casos na cidade não indica crescimento desde o início do mês de agosto.

A variante Delta é uma preocupação das autoridades. A Bahia tem ao todo 72 casos da variante, com dois óbitos. Salvador é uma das cidades com registros. Ainda não se sabe quantos desses casos foram detectados na capital.

De acordo com o boletim epidemiológico divulgado neste domingo (26) pela Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab), Salvador tem taxa geral de ocupação de leitos para covid-19 de 28%. São 18% de ocupação para as enfermarias de adultos e 28% para as UTIs de adultos. Em relação aos leitos pediátricos, a taxa de ocupação das enfermarias é de 60% e das UTIs é de 55%.

Quais são os protocolos sanitários adotados nas escolas?

- Todos os alunos devem usar máscara, exceto os da Educação Infantil (0 a 5 anos) e os que têm autismo
- Todos terão a temperatura aferida, e aqueles com resultado igual ou superior a 37,5°C devem ser direcionados para acompanhamento de saúde adequado
- Todos os colaboradores devem higienizar as mãos com água potável e sabão ou devem realizar o uso de álcool 70%
- Qualquer suspeita de covid-19 devem ser encaminhados para um posto de saúde
- Os estudantes, professores e outros funcionários que estiverem com suspeita de doença não devem ir à escola
- As mesas, cadeiras, pisos e portas devem ser higienizadas a cada turno
- Carteiras em sala de aula espaçadas em 1 m
- As janelas das salas de aula devem, preferencialmente, permanecer abertas
- Em caso de utilização de ar condicionado, ele não deve ser mantido no modo recirculação do ar
- Deve-se higienizar as mãos antes de entrar na sala de aula
- Os brinquedos e materiais de uso comum, em salas de aula, deverão ser higienizados a cada uso
- Evitar levar brinquedos pessoais, dando ênfase nas atividades recreativas ao ar livre
- Corredores, elevadores, corrimões, portas, pisos, maçanetas, etc devem ser higienizados diariamente, a cada três ou quatro horas
- As portas devem permanecer abertas ou encostadas para reduzir o contato com as maçanetas
- Proibido o uso de bebedouros com esguichos. Alunos e funcionários devem levar copo individual e/ou descartável para pegar água do bebedouro
- A higienização dos refeitórios deve ocorrer a cada 3h ou 4h
- As quadras deverão ser utilizadas por turnos e em horários diferenciados por cada turma
- As escolas deverão suspender atividades coletivas que exija maior proximidade
- O acesso de todos que tenham contato com casos suspeitos ou confirmados de covid-19 só será permitido após 10 dias de isolamento e após 24h sem sintomas ou mediante a apresentação de teste negativo (RT-PCR)
- As escolas que possuem área para recreação devem realizar o recreio monitorados, organizando as turmas em horários intercalados, de modo a evitar aglomeração
- Proibido o compartilhamento de comida, utensílios e brinquedos entre os grupos
- Eventos escolares como viagens, atuação em campo externo ou teatros deverão ser suspensos
- A ocorrência de mais de um caso suspeito ou confirmado na mesma escola em um período de 15 dias, a direção deve informar ao Distrito Sanitário de abrangência da unidade escolar.

Pagina 1 de 5