O clima na Barra nesta quarta-feira (16) estava diferente de um dia comum. É que o esquenta para o Carnaval por lá começou em novembro mesmo. A região do Farol estava lotada, mas ao invés do trio elétrico, um palco grande e com as iniciais do cantor Thiago Aquino prometia uma festança no local. A gravação do primeiro DVD do artista foi iniciada no início da noite de hoje e, mesmo sem feriado e no meio da semana, o show atraiu uma multidão que cantou as músicas e dançou animada junto com Aquino.

O cantor, que virou febre entre os jovens e os amantes do arrocha, conseguiu colocar mais de 100 mil pessoas no Parque de Exposições em junho, durante os festejos do São João. O artista é natural de Feira de Santana, no centro-norte do estado, e ficou “estourado” com músicas como "Me Bloqueia, Vida", "Uma Ex", "Chip Novo" e "Casamento Cancelado".

A abertura do show em Salvador estava marcada para as 16h, mas o cantor só pisou no palco por volta das 17h30. Mesmo com o atraso, o público cantou em coro e começou a “meter dança” assim que Aquino começou a soltar a voz com os versos da música Chip Novo e a batida do arrocha ecoou pelas várias caixas de som espalhadas pela Barra. A festa estava com uma estrutura grande montada, com direito a fogos de artifício. Teve gente que saiu de bairros mais distantes e até de outras cidades para curtir o evento em frente ao Farol.

“Eu vim da Capelinha de São Caetano [em Salvador], sou louca por Thiago Aquino”, disse a estudante Ingrid Rocha, de 18 anos. Em meio à gritaria, ela ainda deixou elogios para outras atrações que também subiriam no palco: “cheguei 16h aqui e também estou ansiosa para ver os outros cantores. Sou muito fã de Léo Santana, aquele maravilhoso”.

Aquino chamou nomes de peso para participar do show, como Léo Santana, João Gomes, Mari Fernandez, Hungria, Paula Fernandes, Gustavo Mioto e Ivete Sangalo. Sobre a escolha do Farol da Barra para realizar a gravação do DVD, o cantor confessa: “é como se a essência do local, criado para iluminar e orientar as embarcações, emanasse o meu desejo de conquistar um público além do meus fiéis fãs baianos”.

Quem conhece Aquino de Feira de Santana e veio para Salvador só para curtir o show foi o produtor de eventos Michel Brasil, 24. “Conheço Thiago há muito tempo, acompanhei ele em barzinho. A realização dele é a minha também, o show está incrível, com uma estrutura linda. Ele veio da periferia de Feira de Santana e hoje tá fazendo um show desse tamanho, então é só felicidade por ele, pela família dele e por poder curtir esse momento”, destacou.

O auxiliar administrativo Italuan Reis, 26, admitiu que foi ao show só para garantir o esquenta de carnaval no meio de novembro. "Sou fã de Thiago Aquino, a estrutura está maravilhosa, dá para sentir o gostinho do carnaval, eu estou aqui principalmente para ter esse esquenta da maior festa de rua do mundo, que não acontece há dois anos e tem deixado uma saudade grande", contou.

Por conta da festa, alguns pontos da capital enfrentam congestionamento, como a Avenida Centenário, próximo ao Shopping Barra, grande parte da região da Graça e as vias do bairro da Barra.

Impasses antes do show
Alguns moradores da Barra reclamaram do evento, visto que iria alterar o trânsito, atrair muitas pessoas para o bairro e ter som alto até tarde da noite. Muitas pessoas que moram na região também apoiaram a mudança do circuito do carnaval para o bairro da Boca do Rio. O empresário Bernardo Felipe, 24, que mora há 14 anos no Oceania, que fica em frente ao Farol, ressaltou a importância do show para os ambulantes e para a população, que teria um momento de diversão gratuita, mas pontuou que a festa poderia ter sido melhor planejada.

"A gente que mora na Barra precisa mudar toda a nossa rotina por conta do show, principalmente porque está acontecendo no meio da semana, não é nem feriado. A gente trabalha, precisa sair e voltar para casa, sem contar que moram muitos idosos aqui, então o som incomoda muito", explicou o empresário. "O trânsito também incomoda muito, porque a gente pega um congestionamento de mais de 30 minutos na rua de casa", acrescentou.

A festa também foi notificada pelo Corpo de Bombeiros, na terça-feira (15), por conta de irregularidades na infraestrutura. Nesta quarta, no entanto, a corporação informou que já estava tudo regularizado. Procurada, a prefeitura de Salvador também informou que o evento aconteceu com o apoio e a documentação emitida pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Urbanismo (Sedur).

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A Polícia Militar ainda não sabe o que motivou o "surto psicótico" do soldado Weslei Soares, que bloqueou por quatro horas a frente do Farol da Barra e acabou sendo alvejado e morto por policiais do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope). Em entrevista coletiva na manhã desta segunda-feira (29), o comandante da PM, coronel Paulo Coutinho, afirmou que não há conhecimento de nenhuma situação que pudesse ter motivado a situação no Farol da Barra.

"Estamos todos surpresos e atônitos com o que aconteceu", disse o comandante.

Ainda de acordo com ele, Weslei morava com a irmã e tinha terminado um relacionamento amoroso há pouco tempo, mas de forma amigável.

O coronel disse ainda que está em contato com a família do policial desde o início das negociações e que os familiares chegaram a vir para Salvador, mas que não houve tempo para que eles chegassem até o Farol da Barra. "Reforço nosso cumprimento institucional à família. Estamos desde o primeiro momento em contato permanente e dando suporte total", afirmou.

Sobre a ação do Bope, o comandante explicou que não tinha como prever o que poderia acontecer caso os policiais não tivessem reagido aos disparos. "O policial quando tem uma ação dessa faz com o objetivo de defender a sociedade e tentar uma redução de danos, ninguém sabe o que poderia acontecer se ele continuasse com a sequência de disparos".

Weslei estava há 13 anos na corporação e nunca tinha acionado os serviços de psicologia da corporção, segundo o comandante.

Palavras desconexas
O comandante do Bope, major Cledson Conceição, afirmou que Weslei falava palavras desconexas durante todo o tempo. "Lamentamos imensamente o fato, usamos de todas as técnicas para resoler da melhor forma. Nós não conseguimos trazê-lo à realidade, o policial estava fora de si. A todo momento tentamos esse contato com o soldado Weslei, mas não tivemos sucesso", explicou.

Ele disse ainda que a última tentativa aconteceu antes de o soldado disparar contra os policiais. O major garantiu que todos os procedimentos foram usados antes que o policial fosse alvejado.

Morte confirmada
O policial militar Weslei Soares, que bloqueou a frente do Farol da Barra e efetuou disparos para a cima, na tarde deste domingo (28), teve a morte confirmada pela Secretaria da Segurança Pública (SSP-BA). Ele estava internado no Hospital Geral do Estado (HGE) após ser baleado por policiais do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) no início da noite. A morte foi confirmada às 22h41.

O PM foi atingido em pelo menos três regiões do corpo, incluído tórax e abdômen. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP), às 18h35, o soldado afirmou que “havia chegado o momento, fez uma contagem regressiva e iniciou disparos contra as equipes do Bope”. Os policiais, então, dispararam dez vezes contra Weslei. “No momento que caiu ao chão ele iniciou uma série de disparos contra os policiais, que novamente tiveram a necessidade de realizar disparos, e, quando ele cessou a agressão, os policiais chegaram perto para utilizar o resgate”, declarou Capitão Luiz Henrique, o negociador.

O comandante do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), major Clédson Conceição, afirmou que os policiais buscaram utilizar técnicas de negociação e impedir um confronto, mas que Weslei “atacou as equipes”. “Além de colocar em risco os militares, estávamos em uma área residencial, expondo também os moradores", justificou. Conceição disse que tentaram fazer com que Weslei se estregasse, mas que “essa negociação alternava em picos de lucidez com loucura. Ele não falava coisas com sentido, estava bastante transtornado”.

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O policial militar Weslei Soares, que bloqueou a frente do Farol da Barra e efetuou disparos para a cima, na tarde deste domingo (28), teve a morte confirmada pela Secretaria da Segurança Pública (SSP-BA). Ele estava internado no Hospital Geral do Estado (HGE) após ser baleado por policiais do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) no início da noite. A morte foi confirmada às 22h41.

O PM foi atingido em pelo menos três regiões do corpo, incluído tórax e abdômen. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP), às 18h35, o soldado afirmou que “havia chegado o momento, fez uma contagem regressiva e iniciou disparos contra as equipes do Bope”. Os policiais, então, dispararam dez vezes contra Weslei. “No momento que caiu ao chão ele iniciou uma série de disparos contra os policiais, que novamente tiveram a necessidade de realizar disparos, e, quando ele cessou a agressão, os policiais chegaram perto para utilizar o resgate”, declarou Capitão Luiz Henrique, o negociador.

O comandante do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), major Clédson Conceição, afirmou que os policiais buscaram utilizar técnicas de negociação e impedir um confronto, mas que Weslei “atacou as equipes”. “Além de colocar em risco os militares, estávamos em uma área residencial, expondo também os moradores", justificou. Conceição disse que tentaram fazer com que Weslei se estregasse, mas que “essa negociação alternava em picos de lucidez com loucura. Ele não falava coisas com sentido, estava bastante transtornado”.

Repórteres e cinegrafistas que estavam no local foram ameaçados por policiais, após Weslei ser baleado. Eles disparam para cima, para dispersar a imprensa - o momento foi capturado num vídeo. A PM não se manifestou a respeito até o fechamento da reportagem. Moradores do bairro acompanharam a ação e divulgaram vídeos da chegada do PM Weslei até ele ser baleado e socorrido pelo SAMU até o HGE.

O soldado Weslei é integrante da 72ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM), de Itacaré, no sul da Bahia, e chegou à capital baiana na manhã deste domingo. Os primeiros disparos de fuzil de Weslei aconteceram na Avenida Centenário, próximo ao 5º Centro de Saúde Clementino Fraga, relataram testemunhas. A perseguição policial teve início no local até chegar ao Farol da Barra, por volta das 14h. Lá, Wesley desceu do próprio carro com um fuzil à mão. Pouco depois, começou a efetuar os disparos. Não há registro de outros feridos. Segundo a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), ele teve um “surto psicológico”.

'Surto'
De acordo com a Polícia Militar (PM), o militar demonstrava "descontrole emocional". Um especialista em gerenciamento de crise do Bope também esteve no local, para tentar uma negociação.

Antes de invadir o gramado em frente ao Farol da Barra com uma Renault Duster marrom, o policial que deu tiros para o alto foi seguido por viaturas da Polícia Militar. A perseguição começou na Avenida Sete de Setembro e encerrou apenas no ponto turístico de Salvador.

Ao chegar ao Farol, ele pintou o rosto de verde, entoou palavras de ordem e disparou dezenas de vezes. No fim da tarde, ele chegou a empurrar viaturas da polícia para longe dele - uma delas quase bateu contra um muro.

O policial militar ainda jogou bicicletas e itens de vendedores ambulantes que trabalhavam no local no mar.

Diversas equipes foram mobilizadas para conter o suspeito e isolar as ruas que davam acesso ao Farol. Além do Batalhão de Operações Policiais Especiais, foram enviadas equipes do Batalhão de Choque, Esquadrão Águia, e da 11ª CIPM.

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