O Jornal da Cidade

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A Bahia registrou, nas últimas 24 horas, mais 3.380 casos de covid-19 e 55 mortes em decorrência da doença, de acordo com boletim divulgado, nesta quinta-feira (16), pela Secretaria da Saúde (Sesab). Com as novas confirmações, o estado alcançou os números de 116.373 infectados por coronavírus e 2.693 óbitos.

Entre os contaminados, 91.096 pacientes já estão recuperados da covid-19, o que representa 78,3% do total de diagnósticos. Destes, 4.388 foram considerados recuperados nestas 24h (5,1%). Outras 22.584 pessoas (19,4%) ainda apresentam sintomas. Os 2,3% restantes referem-se às fatalidades.

Os casos ocorreram em 402 municípios baianos, com maior proporção em Salvador (39,71%). As cidades com os maiores coeficientes de incidência por 100.000 habitantes foram Gandu (2.953,43), Itajuípe (2.488,90), Ipiaú (2.040,42), Lauro de Freitas (1.847,91) e Itabuna (1.788,74).

Na Bahia, 11.984 profissionais da saúde foram confirmados com a covid-19.

Dos 2.408 leitos ativos disponíveis do Sistema Único de Saúde (SUS) exclusivos para infectados com o novo coronavírus, 1.553 estão ocupados (64,5%). Entre os 943 leitos de UTI adulto destinados somente a pessoas com a doença, 750 possuem pacientes internados (80%).

Com relação aos 55 óbitos confirmados nestas 24h, 31 aconteceram em Salvador (56,4%). Os outros 24 ocorreram em Itamaraju (3), Itajuípe (2), Santo Antônio de Jesus (2), Alagoinhas (1), Alcobaça (1), Araci (1), Barreiras (1), Cachoeira (1), Camaçari (1), Candeias (1), Dias D'Ávila (1), Esplanada (1), Feira de Santana (1), Itabuna (1), Juazeiro (1), Marcionílio Souza (1), Medeiros Neto (1), Nova Viçosa (1), Teixeira de Freitas (1) e Vitória da Conquista (1).

O boletim epidemiológico contabiliza ainda 229.503 casos descartados e 98.602 em investigação. Estes dados representam notificações oficiais compiladas pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde da Bahia (Cievs-BA), em conjunto com os Cievs municipais e as bases de dados do Ministério da Saúde até as 17h desta quinta-feira (16).

Em meio a crise de todos os setores, inclusive do setor cultural, por conta da pandemia do novo coronavírus, o cantor Luan Santana demitiu sua banda, equipe técnica e de produção. Ele seguiu a tendência de outros músicos, já que não há previsão do retorno dos shows.

Os funcionários eram contratados via CLT e o cantor alega que o desligamento permitirá aos trabalhadores acesso ao seguro desemprego e outras medidas protetivas.

A expectativa é que, após o fim da pandemia e a normalização do mercado, os funcionários sejam recontratados. E

Em nota, a assessoria de imprensa do cantor confirmou a situação. “Os departamentos jurídico e administrativo de Luan Santana concluíram pela necessidade de encerrar os contratos com sua equipe de estrada, que envolve banda, técnicos e produção”, afirmaram.

Na nota, a assessoria de Luan ressaltou que o cantor, mesmo sem os shows, manteve os contratos por cerca de cinco meses e que a ideia é recontratar os 20 funcionários desligados: “Com a esperança e o desejo de que o mercado artístico-musical se normalize o mais rápido possível, informa o intuito de priorizar futura recontratação de pessoas que já integram sua equipe”.

Confira a nota na íntegra:

“Em razão da pandemia decorrente do novo coronavírus e da paralisação dos shows por tempo indeterminado, os departamentos jurídico e administrativo de Luan Santana concluíram pela necessidade de encerrar os contratos com sua equipe de estrada, que envolve banda, técnicos e produção.

Foram dispensados cerca de 20 colaboradores, que eram devidamente registrados e recebiam de acordo com a CLT. Foram garantidas todas as remunerações da equipe até 05 de agosto de 2020 e os acertos rescisórios compreendem todos os direitos previstos em lei, tais como férias, 13º salário, multa de 40% sobre o FGTS e entrega da documentação necessária para habilitação dos colaboradores no programa do seguro desemprego.

Vale ressaltar que Luan Santana manteve a equipe de estrada por cinco meses, apesar da total paralisação dos shows e da queda drástica de faturamento. E, com a esperança e o desejo de que o mercado artístico-musical se normalize o mais rápido possível, informa o intuito de priorizar futura recontratação de pessoas que já integram sua equipe.

Foram dispensados cerca de 20 colaboradores, que eram devidamente registrados e recebiam de acordo com a CLT. Foram garantidas todas as remunerações da equipe até 5 de agosto de 2020 e os acertos rescisórios compreendem todos os direitos previstos em lei, tais como férias, 13º salário, multa de 40% sobre o FGTS e entrega da documentação necessária para habilitação dos colaboradores no programa do seguro desemprego”.

O programa Domingão do Faustão, apresentado por Fausto Silva, deve retomar as gravações nos Estúdios da Globo ainda nesta semana. As informações são da colunista Patrícia Kogut, do jornal O Globo.

Porém, ainda de acordo com a jornalista carioca, o número de convidados será reduzido, assim como as bailarinas no palco, por conta da pandemia do novo coronavírus.

Além disso, a Globo está elaborando um protocolo de segurança para que o quadro Dança dos Famosos seja realizado em agosto.

Os efeitos econômicos da pandemia do novo coronavírus resultaram, nos meses de abril, maio e junho, em uma perda de R$ 1,5 bilhão em receitas brutas para o Estado da Bahia, em comparação com igual período de 2019. O cálculo, de acordo com a Secretaria da Fazenda do Estado (Sefaz-BA), considera o total arrecadado com os impostos e taxas estaduais e as transferências obrigatórias do Fundo de Participação dos Estados (FPE).

Considerando-se que as perdas tomam por base os números do ano passado e não refletem a realidade financeira de 2020, pressionada pela expansão nos gastos necessários ao enfrentamento da pandemia, o impacto nas contas públicas tende a se amplificar, avalia o secretário da Fazenda do Estado, Manoel Vitório. "O pacote de ajuda federal foi desidratado nas discussões entre o congresso e a equipe econômica, o que na prática reduziu seu alcance, prolongando a situação de dificuldade que os Estados já vinham enfrentando antes da pandemia", afirma Vitório.

Somente com o ICMS, o principal tributo do Estado, a perda foi de R$ 1,02 bilhão em comparação com os números de 2019. A segunda perda mais relevante ocorreu no FPE, cujos números registraram defasagem de R$ 395,8 milhões na comparação com o ano passado. As demais perdas dizem respeito a IPVA, ITD e taxas. Trata-se de valores brutos, ou seja, ainda sem considerar os repasses obrigatórios de 25% da receita com ICMS para os municípios e, no caso do FPE, de 20% para o Fundeb e de 1% para o Pasep.

Combate à pandemia

Do lado das despesas, a pressão sobre as contas é intensificada pelos dispêndios crescentes para o combate à pandemia. A Bahia já contabiliza um gasto de R$ 812,5 milhões, havendo mais despesas projetadas para as próximas semanas, totalizando R$ 877 milhões. Os gastos ocorrem não apenas na área de Saúde, como em Educação, Justiça e Direitos Humanos, Administração Penitenciária, Administração e Segurança Pública, incluindo as polícias Militar e Civil e o Corpo de Bombeiros.

O Estado, de acordo com Manoel Vitório, está aprofundando a agenda voltada de um lado para minimizar as perdas de arrecadação, com o redirecionamento das atividades do fisco em função das áreas que mantiveram a atividade econômica, e do outro para a redução de gasto com base principalmente na renegociação de contratos, inclusive os de operações de crédito. As medidas de contenção de gastos, explica o secretário, até agora preservam as despesas voltadas para o combate à pandemia.

"O governo, sob a liderança do governador Rui Costa, já vinha se preparando para este cenário e tem aprofundado medidas emergenciais para garantir o funcionamento da administração", destaca Vitório. "Mas será necessário um esforço muito grande de todos os órgãos do governo nos próximos meses para que o Estado consiga seguir honrando seus compromissos e atuando como garantidor da paz social sob a forma de políticas públicas essenciais de saúde, educação e segurança".

O secretário lembra que, diante do quadro de incertezas, desde que foram registrados os primeiros casos de contágio local, o governo baiano colocou em prática a agenda emergencial, editando já no dia 20 de março o decreto 19.551/20, que institui uma série de medidas de redução de despesas e promovendo o redirecionamento das ordens de serviço para os servidores do fisco.

Resultados preliminares de um estudo liderado pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, publicados nesta quarta-feira (15), associaram o uso da hidroxicloroquina à piora do quadro e morte pela covid-19 em 1,5 mil pacientes com a doença. As informações são do G1.

Os ensaios que testavam o remédio contra a doença fazem parte do conjunto de ensaios clínicos "Recovery", que analisa vários remédios para a covid-19 em 11 mil pacientes britânicos.

O braço com a hidroxicloroquina começou os testes no dia 25 de março, mas foi suspenso no início de junho, quando os cientistas anunciaram que não houve benefício no uso dele para a infecção.

Ainda de acordo com o estudo, que falta passar por revisão de outros cientistas (a chamada "revisão por pares"), a hidroxicloroquina “não reduziu a mortalidade” e foi “associada a períodos de internação mais longos” e “risco aumentado de morte” ou “necessidade de ventilação mecânica”.

“Embora preliminares, esses resultados indicam que a hidroxicloroquina não é um tratamento eficaz para pacientes hospitalizados com covid-19”, dizem os cientistas de Oxford.

Os especialistas destacam, ainda, que as estatísticas constatadas no estudo “descartam qualquer possibilidade razoável de benefício significativo de mortalidade” pelo uso do medicamento.

Ainda assim, os pesquisadores pontuaram que os resultados se aplicam a pacientes hospitalizados com a doença, e não ao uso do remédio para prevenção (profilaxia) ou em casos leves de covid-19.

Para avaliar a substância, foram comparados 1.561 pacientes que tomaram o medicamento com outros 3.155 que não tomaram (o grupo controle).

Risco cardíaco
A hidroxicloroquina é usada para tratar doenças autoimunes, como lúpus, e alguns tipos de malária.

O principal risco no uso do remédio, dizem os pesquisadores, é para o coração, podendo causar arritmias. Esse efeito pode ser agravado se o remédio for usado em associação com a azitromicina, um antibiótico.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) também chegou a testar o medicamento, mas suspendeu os ensaios de forma definitiva há cerca de um mês, depois de uma suspensão temporária e de retomar as tentativas.

Um estudo realizado nos Estados Unidos mostou que o canabidiol (CBD), um derivado da maconha, apresentou bons resultados em ratos infectados com uma doença semelhante à causada pelo novo coronavírus. Os cientistas apontam que isso pode ser um sinal de que a substância pode agir da mesma maneira com os humanos.

No estudo foram usados ratos com síndrome respiratória aguda grave (Sars), que é causada por um vírus muito parecido com o coronavírus causador da covid-19. O canabidiol conseguiu diminuir a chamada “tempestade de citocina”, um efeito colateral da defesa imunológica do corpo, que causa inflamação em vários órgãos, assim como problemas de oxigenação no sangue e consequências pulmonares.

“Os sintomas foram totalmente ou parcialmente revertidos, e retomaram os níveis normais após o tratamento com CBD”, escrevem os autores. Também foi observado um aumento no número de linfócitos, células que combatem infecções no corpo.

“As informações sustentam a noção de que o CBD pode reduzir a tempestade inflamatória e os efeitos de uma inflamação exagerada. Considerando todos os efeitos do CBD no corpo e como ele se distribui, é plausível que ele possa ser um candidato a tratar várias condições inflamatórias, entre elas a covid-19 e outros vírus que causam Sars”, garantem os responsáveis pela pesquisa.


Agora, o grupo da Augusta University, nos Estados Unidos, pretende testar a substância em humanos infectados com o coronavírus para descobrir se o canabidiol é, de fato, útil contra o micro-organismo.


Há dez anos, Geddel Vieira Lima (MDB) deixava o Ministério da Integração Nacional para disputar o governo da Bahia contra o petista Jaques Wagner, então ocupante do cargo e candidato à reeleição. O líder emedebista era naquele momento um dos políticos mais poderosos do Brasil. Ontem, Geddel deixou o Complexo Penitenciário da Mata Escura, em Salvador, no início da tarde, rumo ao seu apartamento no Chame-Chame.


Condenado em 2017 por lavagem de dinheiro e organização criminosa, passa a cumprir prisão domiciliar monitorado por uma tornozeleira eletrônica em sua casa, no edifício Condomínio Pedra do Valle. O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, concedeu o benefício ao político baiano após analisar um relatório sobre as condições de saúde de Geddel. O ex-ministro chegou à sua residência às 13h30.

Quando deixou a penitenciária, o clima do lado de fora da unidade era tranquilo. Sem movimento de familiares para visitar presos, havia poucos pedestres quando o político deixou a cadeia, apesar do entra e sai constante de veículos.

Às 13h05, o veículo com Geddel passou pelo portão do Complexo Penitenciário. Apesar dos vidros escuros, era possível ver o ex-ministro sentado na frente, no banco de passageiros. No Chame-Chame, os portões foram abertos antes mesmo de sua chegada, para evitar aglomeração dos repórteres. Com exceção dos jornalistas, a rua estava vazia.


Um primeiro carro entrou no condomínio, dirigido por um de seus advogados. Nenhum dos defensores quis comentar o caso. O líder da defesa, Gamil Foppel, ficou cerca de 15 minutos no local antes de ir embora.

Como o ex-ministro fez um checkup recente, ele não passou por exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal Nina Rodrigues. Antes de deixar a unidade, Geddel colocou uma tornozeleira eletrônica. Ele não quis conversar com a imprensa. O político foi condenado por corrupção depois que a Polícia Federal encontrou R$ 51 milhões em um apartamento usado por ele no bairro da Graça, em Salvador. Uma denúncia levou os investigadores até o local.

Expectativa
Desde as primeiras horas da manhã a porta do Complexo Penitenciário passou a ser vigiada por repórteres. A informação era de que o ex-ministro poderia sair a qualquer momento. Por volta das 11h a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) disse que estava aguardando autorização judicial especificando o endereço em que Geddel vai cumprir a prisão domiciliar para permitir a saída. A tornozeleira que está sendo usada por ele já estava pronta para ser instalada nesse momento.


Enquanto a imprensa aguardava a saída dele do lado de fora do Complexo Penitenciário, motoristas que sabiam o motivo da movimentação buzinavam ou gritavam palavras de ordem contra a corrupção. Cada vez que o portão da unidade era aberto havia uma correria para identificar quem entrava ou saia.

Geddel foi preso em julho de 2017. A mudança de regime veio após decisão de Dias Toffoli, emitida às 23h53 da última terça-feira. Desde o início da pandemia, segundo a Seap, 1.841 presos foram liberados para cumprir prisão domiciliar, enquanto outros 2.502 obtiveram alvarás de soltura e livramento condicional.

A tornozeleira usada por Geddel já estava reservada para ele no início da manhã, segundo o secretário Nestor Duarte da SEAP (Secretaria de Administração Penitenciária). Porém, mesmo que a decisão de Toffoli tenha tido força de alvará de soltura, não constava o endereço onde Geddel iria ficar. Por isso, foi preciso esperar mais algumas horas na penitenciária da Mata Escura até que a juíza Maria Angélica Carneiro, da 2ª Vara de Execuções Penais, expedisse a liberação do preso. A decisão chegou às 12h01 para o superintendente da unidade, o coronel Júlio César.


O superintendente explica que o mandato que pediu para soltar Geddel teve execução imediata, portanto, ele não precisou passar pelo exame de corpo de delito. Além disso, o político já tinha feito uma avaliação médica na terça-feira (14), através da qual foi enviado um relatório médico ao ministro Dias Toffoli, que o recebeu por volta de 15h da terça-feira.

Ainda não se sabe quanto tempo ele vai cumprir a pena de casa. Inicialmente, o período é de 90 dias conforme recomendação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), mas pode ser renovado. Procurado, o advogado Gamil Foppel disse por telefone que iria responder os questionamentos da reportagem por mensagem, mas não o fez até o fechamento desta edição.

Queda e prisão
Preso desde 2017, Geddel foi transferido para a Bahia em dezembro de 2019. Em outubro do ano passado, foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal a 14 anos e 10 meses de prisão em regime fechado por lavagem de dinheiro e associação criminosa.


O ex-ministro foi preso depois que policiais encontraram suas impressões digitais no apartamento em Salvador que escondia R$ 51 milhões em espécie, não declarados à Receita. Outras situações levaram a Justiça a determinar sua prisão, como o risco de fuga e um segundo testemunho corroborando o que já havia dito o dono do imóvel.

Antes disso, o político baiano teve que deixar o cargo de ministro no governo do ex-presidente Michel Temer, de quem era um dos grandes apoiadores.

O ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero, acusou Geddel, na época ministro da Secretaria de Governo, de tê-lo pressionado a produzir um parecer técnico para favorecer seus interesses pessoais.

Calero disse que o principal articulador político do governo Temer teria o procurado pelo menos cinco vezes —por telefone e pessoalmente— para que o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), órgão subordinado à Cultura, aprovasse o projeto imobiliário La Vue Ladeira da Barra, nos arredores de uma área tombada em Salvador, base política de Geddel.

Calero acusou Geddel de ter supostamente atuado para se beneficiar por possuir um apartamento no empreendimento que dependia de autorização federal para sair do papel. “Entendi que tinha contrariado de maneira muito contundente um interesse máximo de um dos homens fortes do governo”, contou em entrevistas na época.

O ex-ministro baiano foi preso pela primeira vez em julho de 2017, dentro da Operação Cui Bono. A prisão preventiva foi determinada pelo juiz Vallisney de Souza, titular da 10ª Vara Federal de Brasília. A decisão foi baseada nos depoimentos do operador Lucio Funaro e do empresário e delator Joesley Batista no âmbito da Cui Bono.

Três meses depois, o ex-ministro foi conduzido novamente à Penitenciária da Papuda, em Brasília. Ele estava em prisão domiciliar, no mesmo prédio está agora. A Polícia Federal prendeu o ex-ministro após a descoberta de um apartamento vinculado ao ex-ministro no qual foram encontrados R$ 51 milhões em malas e caixas.

Geddel ocupou a vice-presidência de Pessoa Jurídica da Caixa Econômica Federal e foi ministro da Secretaria de Governo de Temer, assim como ministro da Integração Nacional (2007-2010) no governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

Relatório médico indica suspeita de tumor

O relatório médico apresentado ao presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, indica que o ex-ministro Geddel Vieira Lima tem a suspeita de um tumor. Foi por conta dos problemas de saúde apresentados pelo político baiano, que também se enquadra na condição de idoso, que o magistrado autorizou a mudança do regime de Geddel para a prisão domiciliar.

Além de ter testado positivo para covid-19 em um teste rápido no dia 8 julho – o que foi negado pelo exame de contraprova três dias depois – o relatório médico fornecido pela penitenciária aponta a “urgência do acompanhamento médico especializado em virtude de risco de morte” para o ex-ministro. De acordo com o documento, Geddel é hipertenso e tem uma “lesão benigna que apresenta um potencial de malignização para displasia grave e, posteriormente, para adenocarcinoma invasivo”.

Uma fonte confirmou que Geddel já tinha a suspeita de um problema no intestino antes de vir para a Mata Escura. A suspeita surgiu após uma colonoscopia em agosto de 2019, exame que captura imagens em tempo real do intestino grosso e de parte do íleo terminal (a porção final do intestino delgado). Nos próximos dias, ele deve fazer novos exames para confirmar o tumor e identificar se é benigno ou maligno.

O parecer apresentado a Toffoli diz ainda que Geddel faz uso regular de medicações, mas apresentou picos hipertensivos em algumas ocasiões, com quadro de hematoquezia intermitente (hemorragia por via retal), associado a disquezia (dificuldade em evacuar) há aproximadamente 15 meses.

Na Mata Escura, Geddel ainda apresentou, segundo consta no parecer enviado à Toffoli, episódios de vômito após alimentação, náuseas e tontura. Em um dos dias, “apresentou piora da tontura com queda da própria altura, apresentando hematoma, escoriação e edema em região periorbitária direita, com intensa dor local”.

Ainda na Mata Escura, Geddel teria apresentado falta de ar progressiva há 10 dias, interrompendo, por vezes, atividades básicas diárias. Segundo o parecer, foi solicitado TC de Tórax para avaliar possível lesões secundárias e uma pneumonia viral, comum em pessoas que tiveram contato covid-19. O teste rápido teria indicado a doença, mas a contraprova, não.

Movimentação
A chegada de Geddel movimentou os arredores do prédio onde ele vai cumprir pena. Apesar do pouco movimento na rua, algumas poucas pessoas que passavam em frente ao prédio do ex-ministro não deixaram de emitir suas opiniões. “Viva o Brasil!”, gritou um senhor, enquanto dirigia. “Ladrão, cadê o dinheiro, ladrão?!”, berrou uma mulher, olhando para os andares de cima. “Isso é uma vergonha nacional, vai cumprir pena em sua varanda”, disse um homem ao filmar o condomínio.

“Isso mostra o quanto o rico move o país, não é novidade pra ninguém. Todos os políticos desonestos têm que morrer”, opinou Laureano Leal, 40, que é gerente de um posto de gasolina da região e favor da pena de morte no Brasil. Um morador de rua, que curtia a sombra da árvore diante do condomínio, comentou: “É, esse aí tem dinheiro, mas não quer nem aparecer na janela”.

No restaurante ao lado, o funcionário Antônio Tavares, 66, presenciou a prisão do político no mesmo apartamento, em 2017. “Tem que mudar as leis e condenar as pessoas no momento certo. O STF só faz leis para eles mesmos. A justiça está toda errada”, reclamou Tavares. “Do jeito que está, a gente fica desacreditado”, completa Tavares.

O estudante de medicina Ademir Batista, 48, que fazia retirada de seu almoço no restaurante, avalia a decisão como injusta. “A prisão está cheia de obesos, pessoas com problema cardíaco, com problema renal e hipertensão. Por que ele tem que ser privilegiado?”, indaga o estudante. “Se fosse justo, seria para todos. Mas só é justo pra quem tem dinheiro, para o pobre, não”, completa Ademir.

O motorista de uber Antoniel Araújo, 38, que se encontrava na rua do apartamento, é mais um que discorda da mudança de regime. “Acho que é um erro, porque foi comprovado que ele cometeu crimes e quem pega o dinheiro do outro merece pagar”, diz o motorista.


Cronologia do caso

3 de julho 2017
Geddel foi preso preventivamente na Bahia e levado para o presídio da Papuda, em Brasília. Ele foi acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) de atrapalhar investigações da Operação Cui Bono, que apura fraudes na liberação de crédito da Caixa Econômica Federal. O ex-ministro teria recebido mais de R$ 20 milhões do doleiro Lúcio Funaro em troca de liberar empréstimos a empresas do Grupo J&F.

14 de julho de 2017
Geddel foi encaminhado para prisão domiciliar porque o desembargador Ney Bello Filho, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, não viu motivos para a medida. A PF nem a SEAP possuíam tornozeleiras eletrônicas para monitorar o preso.

5 de setembro de 2017
A Polícia Federal encontrou malas com R$ 51 milhões de reais em um apartamento supostamente utilizado por Geddel. O proprietário, Sílvio Silveira, declarou que emprestou o imóvel ao ex-ministro, que teria pedido para guardar pertences do pai, morto em 2016.

8 de setembro de 2017
Geddel Vieira Lima (PMDB) foi preso preventivamente de novo no condomínio Pedra do Valle, em Salvador, onde ele cumpria prisão domiciliar. A nova prisão teve como base a apreensão dos R$ 51 milhões, onde foram encontradas as digitais de Geddel nos sacos que envolviam as cédulas. Ele voltou para o presídio da Papuda, em Brasília.

8 de maio de 2018
A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) negou o pedido de liberdade da defesa de Geddel e decidiu, por unanimidade, manter na cadeia o ex-ministro.

22 de outubro de 2019
STF condena Geddel a 14 anos e 10 meses pelos crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa, assim como seu irmão, o ex-deputado federal Lúcio Vieira Lima, a 10 anos e 6 meses de prisão, que responde em liberdade.

20 de dezembro de 2019
Geddel foi transferido para Centro de Observação Penal do Complexo Penitenciário da Mata Escura. A defesa alegou que a família dele mora na capital baiana.

26 de junho de 2020
O ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin negou o pedido da defesa de Geddel Vieira Lima para a progressão de pena para a prisão domiciliar.

8 de julho de 2020
Geddel testou positivo para covid-19 pelo teste rápido.

11 de julho de 2020
Geddel testa negativo para covid-19 pelo teste swab nasal. O resultado da contraprova foi divulgado pelo secretário Nestor Duarte, da Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização da Bahia (Seap).

15 de julho de 2020
Geddel é liberado novamente para cumprir pena em prisão domiciliar, alegando que tem doenças graves que o colocam em grupo de risco.

Fonte: Correio24horas

Representantes dos municípios da Região Metropolitana de Salvador participam, nesta quinta-feira (16), a partir das 14h, de uma reunião para apresentarem propostas de protocolos visando a reabertura do comércio de suas localidades. O encontro de gestores municipais será realizado no Centro Administrativo de Lauro de Freitas (CALF), local de onde será feita uma Coletiva à Imprensa online, no Facebook da Prefeitura de Lauro de Freitas, logo após o término da reunião, às 16h.

A fim de evitar aglomerações, os gestores ficarão em uma sala exclusiva, respeitando o distanciamento mínimo entre eles. Seus assessores e a imprensa presentes, ficarão em outras salas, também mantendo a distância e outras medidas preventivas recomendadas pela OMS, relacionadas ao enfrentamento da pandemia do novo coronavírus. Esta será a terceira reunião entre esses prefeitos.

A primeira foi em Camaçari e a segunda em Simões Filho. A previsão de abertura do comércio dos “não essenciais”, está associada, dentre outras questões, à oferta de mais de 25 % de leitos de UTI’s no Estado da Bahia ou mesmo na RMS. Ou seja, um percentual de ocupação menor que 75% dos leitos de UTI na Bahia e diminuição das taxas de contaminação e de óbitos. O Governo do Estado está apoiando a iniciativa e mantendo os gestores informados das medidas que estão sendo feitas pra garantir mais vagas de UTI’s.

Um suspeito de roubo foi morto e outros dois foram presos na noite da quarta-feira (15) depois de um assalto a uma pizzaria em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador (RMS). Quatro bandidos renderam os funcionários do estabelecimento, que fica no bairro PHOC, e levaram os celulares das vítimas e dinheiro do caixa.

Imagens mostram que eles chegaram de motos, usando capacetes, por volta das 18h30. Funcionários preparam as pizzas para delivery quando acontece a abordagem.

O 12º Batalhão da Polícia Militar foi chamado e usou o GPS de alguns dos aparelhos para ir atrás dos suspeitos, chegando à Rua do Bispo, no Parque Verde II. Uma casa foi identificada como o local de esconderijo dos bandidos. A polícia cercou o local. Dois dos suspeitos se entregaram, mas dois conseguiram fugir.

Os PMs perseguiram os fugitivos. A corporação diz que um dos criminosos atirou contra os policiais, dando início a uma troca de tiros. O suspeito foi baleado. Socorrido ao Hospital Geral de Camaçari, acabou morrendo. O outro envolvido conseguiu fugir.

Já os dois presos foram levados à 18ª Delegacia, em Camaçari, com todo material apreendido. Foram recuperados 13 smartphones e apreendidos um revólver calibre 38, 6 munições do mesmo calibre, R$ 147,75 em cédulas, três relógios de pulso, duas motos, mil pinos vazios para acondicionamento de drogas, uma porção de maconha e um pote com 300 gramas de cocaína.

O Banco Central Europeu (BCE) deixou inalterada a política monetária como era esperado nesta quinta-feira (16), dando uma pausa após uma série de medidas extraordinárias que testaram os limites e ajudaram a zona do euro a permanecer viva durante a recessão induzida pela pandemia do novo coronavírus.

Lidando com o maior colapso econômico na memória viva, o BCE já está comprando enormes volumes de dívida e pagando aos bancos para emprestarem seu dinheiro, na esperança de salvar a economia do bloco até que a Europa esteja pronta para reabrir após as paralisações sem precedentes por conta da covid-19.

Mas, muitas de suas decisões foram tomadas na pressa e, em geral, guiadas pelo estresse do mercado, levando alguns críticos a pedir uma pausa para examinar a efetividade e qualquer efeito colateral não intencional da política monetária.

O BCE ainda deixou claro que está pronto para fazer mais a qualquer momento, reafirmando sua antiga orientação de impulsionar a economia.

"O Conselho continua pronto para ajustar todos os seus instrumentos, conforme apropriado", disse o BCE em comunicado, acrescentando esperar que as taxas de juros permaneçam nos níveis atuais ou mais baixos.

Contração econômica
A pausa é sustentada por uma série de dados econômicos melhores do que o esperado após queda de dois dígitos no Produto Interno Bruto (PIB) nos três meses até junho, sugerindo que a contração econômica da zona do euro pode não ter sido tão forte quanto alguns temiam.

Mas uma segunda onda da pandemia está levantando dúvidas sobre a velocidade da recuperação, ponto destacado pelo economista-chefe do BCE, Philip Lane, que argumenta que a Europa enfrenta uma recuperação do tipo "dois passos à frente, um para trás". Isso pode significar que dados melhores agora dão pouca orientação sobre a trajetória à frente.

Com a decisão desta quinta-feira, o BCE continua a caminho de comprar até 1,35 trilhão de euros em dívida até junho próximo, segundo seu Programa Pandêmico de Compras de Emergência e até 1,8 trilhão de euros se outras compras também forem incluídas. Também manteve sua taxa de depósito na mínima recorde de -0,5%, quanto a principal taxa de refinanciamento permaneceu em zero.