Sob a gestão do Grupo City, o Bahia deve firmar parceria com a prefeitura de Salvador para administrar campos de futebol pela capital baiana. Na manhã desta segunda-feira (8), o prefeito Bruno Reis explicou os planos do tricolor e contou como foi a reunião que teve com Ferran Soriano, CEO do City, na última semana.

De acordo com Bruno Reis, a ideia é a de que a prefeitura reforme campos de futebol na cidade e o Bahia fique responsável por instalar escolinhas de futebol nos locais.

"Recebemos na prefeitura o CEO do Grupo City, e também o CEO que vai ficar à frente do Bahia [Raul Aguirre], o diretor de futebol [Carlos Santoro] e o presidente do clube [Guilherme Bellintani]. Conversamos sobre diversos assuntos e parcerias que eles têm interesse e desenvolver com a cidade. Em especial na gestão de alguns campos espalhados pela cidade", iniciou Bruno Reis.

"Combinamos de levantar 30 campos de futebol localizados nas dez regiões administrativas onde eles poderão optar por pelo menos um por região administrativa para a gente iniciar um projeto no qual a prefeitura requalifica o campo e depois eles assumem as escolinhas de futebol e práticas esportivas, tentando estimular a prática de futebol nos bairros e também sendo uma forma de identificar novos talentos que possam orgulhar a nossa terra no Brasil e no mundo", completou.

Durante a cerimônia de oficialização da venda da SAF do Bahia para o Grupo City, Ferran Soriano falou sobre os planos de captar atletas na capital baiana. Ele, inclusive, visitou o Campo do Marisco, na Cidade Baixa, durante uma peneira realizada pelo Esquadrão.

Soriano afirmou ainda que o Bahia vai construir em Salvador as chamadas City Football Academy, com as mesmas estruturas de equipamentos presentes em países como Inglaterra, Estados Unidos e Austrália.

“O Grupo City tem o que chamamos de City Football Academy em Manchester, Nova York, Melbourne, estamos construindo uma em Palermo, e acabamos de comprar terrenos para construir uma em Girona. Esses centros de treinamentos vão estar ligados, vão compartilhar tecnologia, conhecimento e experiência. Vamos ter uma, ou várias, City Football Academy em Salvador, mas ainda não sei onde e como”, explicou.

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Com o contrato para a compra de 90% da SAF do Bahia oficialmente assinado e a conclusão do processo jurídico, o Grupo City detalhou os planos que tem para o tricolor nos próximos anos. Nesta quinta-feira (4), o CEO do fundo de investimentos, Ferran Soriano, participou de evento na Fonte Nova no qual explicou os caminhos que o clube vai seguir.

O diretor do City colocou o Bahia como o segundo maior clube do Grupo, atrás apenas do inglês Manchester, e exaltou a força do Esquadrão. Entre os temas abordados, Soriano falou sobre a captação e desenvolvimento de atletas. De acordo com ele, a entrada no futebol brasileiro foi estratégica pelo potencial de formação de jogadores. A ideia é a de que os talentos se desenvolvam e ganhem títulos com o Esquadrão.

“O grupo vê no Bahia e no futebol brasileiro a maior oportunidade de crescimento do mundo. Vai depender de nós e de outros clubes brasileiros fazer crescer a liga como merece. Do outro lado, na procura de talento. Nossa aspiração é encontrar talento na Bahia, que vai se desenvolver conosco, com a melhor tecnologia de treinamento do mundo para chegar até o top. Qual o top? Primeiro, chegar no Bahia e ganhar campeonatos com o Bahia. Mas também chegar na Europa”, iniciou.

"Mas, para ser claro, o objetivo não é encontrar talento e mandar para a Europa. O talento tem que jogar aqui, tem que ser campeão e, talvez, alguns deles irem para a Europa depois", completou.

Ferran Soriano deixou claro que no médio prazo a ideia é estreitar as relações do Bahia com o povo baiano da capital e do interior. Ele acredita que o clube possui um mercado de 15 milhões de pessoas que pode ser explorado de diferentes formas.

Entre elas está a captação de jogadores. O diretor disse que ainda não decidiu qual será o futuro do Fazendão, antigo centro de treinamentos que chegou a ser colocado à venda, mas deixou claro que o Bahia vai fincar bases em Salvador, e anunciou que serão criadas academias de futebol do City na capital baiana.

“Temos estudado as opções do Fazendão, do Centro de Treinamentos, as opções de campos que temos alugados na cidade, e queremos estudar mais. Não temos uma resposta ainda. É uma decisão importante e merece um tempo. Com certeza o que queremos é ter uma infraestrutura na Bahia, em Salvador, do mesmo nível que temos em outros lugares do mundo”, disse.

“O Grupo City tem o que chamamos de City Football Academy em Manchester, Nova York, Melbourne, estamos construindo uma em Palermo, e acabamos de comprar terrenos para construir uma em Girona. Esses centros de treinamentos vão estar ligados, vão compartilhar tecnologia, conhecimento e experiência. Vamos ter uma, ou várias, City Football Academy em Salvador, mas ainda não sei onde e como. Por enquanto o que temos no centro de treinamentos [em Dias D’Ávila] está muito bom. Investimos em outros clubes em que a situação era muito pior. Não temos urgência, por enquanto funciona, mas queremos revisar toda a situação e desenvolver uma estratégia para que em Salvador possamos ter umas dessas City Football Academy conectada com todas as outras do mundo”, completou.

Durante a passagem por Salvador, Soriano se reuniu com o prefeito Bruno Reis para discutir projetos envolvendo campos em bairros populares da cidade. A comitiva do City visitou uma escolinha de futebol no bairro do Uruguai. O grupo também se reunirá com o governador Jerônimo Rodrigues.

Já sobre a Fonte Nova, Ferran Soriano elogiou o estádio e afirmou que o Bahia está satisfeito com o atual mando de campo. Ele deixou aberta a possibilidade do tricolor assumir a gestão do equipamento em um futuro próximo. O atual contrato do consórcio que gere a Arena se encerra em 2028.

“Pensamos em tudo. As possibilidades estão abertas. Precisamos entender mais, falar com as pessoas envolvidas. Temos trabalhado juntos com Guilherme [Bellintani] e seu time. Só hoje que eu tenho a legitimidade de falar com as pessoas certas. O que posso dizer é que esse estádio é fantástico. Tem coisas a melhorar, mas é muito bom e estamos felizes de estar aqui”, se limitou.

Autossuficiência financeira
O contrato estabelecido entre Bahia e Grupo City prevê o aporte de R$ 1 bilhão no prazo de 15 anos. O dinheiro será usado no pagamento de dívidas, investimento em estrutura e compra de atletas. No entanto, Soriano afirma que o Bahia será autossuficiente na criação de receitas.

Ele conta que o clube terá à disposição toda tecnologia e conhecimento global do City. O processo de integração da equipe baiana com outras marcas do fundo será feito pelo peruano Raul Aguirre, novo CEO do Esquadrão.

“O clube tem que ser sustentável, tem que gerar receita para ser autossuficiente. Para fazer isso acontecer, o City vai trazer os recursos necessários. Tecnologia, pessoal , know-how e experiência. O grupo tem esse compromisso de trazer os recursos para ajudar o Bahia e temos aqui duas pessoas que vão ajudar a fazer isso. Carlos Santoro [diretor de futebol] tem nove anos trabalhando no Grupo City. Raul Aguirre é hoje o nosso CEO, vem com experiência e o objetivo inicial é integrar o Bahia ao Grupo na área comercial, financeira, marketing e tudo mais. Tenho total confiança nessas pessoas”, afirmou ele, completando que a expectativa é por um rápido crescimento:

“Queremos ritmo rápido de crescimento. Nossa prioridade é crescer esportivamente e economicamente. Se não crescermos a receita, não poderemos investir em jogadores".

Disputa por títulos
Ferran Soriano foi questionado sobre quando o Bahia estará pronto para brigar por grandes títulos no futebol brasileiro e sul-americano, ele disse que não tem a resposta e pediu paciência com o processo que está sendo implantado.

“Não tenho resposta para isso. Não sei. Sei qual é o caminho. O caminho é ter um time competitivo para a Série A. Assisti aos últimos três jogos, e o time foi competitivo. Temos que ter um time consolidado na Primeira Divisão. Depois disso, vamos construindo passo a passo. Eu vejo o momento em que o time vai estar consolidado e participando das competições regionais [continentais]. Em quanto tempo, não sei”.

“O time vai precisar de mais tempo. Sei da impaciência do torcedor, sou torcedor também. Mas aprendi que a paciência é muito importante. Depois do jogo, pode estar contente ou não. Eu sei que, às vezes, passamos momentos difíceis. Eu sei que, no fundo, a torcida ama o clube. E se você ama o clube, tem que ser capaz de resistir. É pior do que já passou com rebaixamento e pandemia. Mas o clube sobreviveu”.

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O Bahia vive um novo momento na sua história. Nesta terça-feira (3), o tricolor completa um mês desde que os sócios aprovaram a constituição de uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF) e consequentemente a venda para o Grupo City. A assembleia foi realizada na Fonte Nova.

Oficialmente, a SAF tricolor ainda está em processo de constituição. É a parte burocrática do acordo. Enquanto isso, o clube está sendo gerido em uma espécie de co-participação entre o investidor e o Bahia associação. Mas na prática, todas as decisões são tomadas pelo Grupo City.

No primeiro mês sob o comando do fundo investidor, já é possível notar muitas mudanças no Esquadrão. As primeiras medidas foram tomadas no setor que mais atrai a atenção dos tricolores: o departamento de futebol.

Então diretor de futebol, Eduardo Freeland foi substituído por Cadu Santoro, que era líder de scouting do Grupo City na América Latina. Cadu comandou os trabalhos de transição do City e agora tem a missão de gerir o futebol tricolor. Com passagens por Fluminense e Athletico-PR, Marcelo Teixeira foi contratado para a direção da base.

Na mesma tomada, deixaram o clube o coordenador de futebol Renê Marques, o preparador de goleiros Rogério Lima e o auxiliar técnico fixo Bruno Lopes. A comunidade portuguesa, no entanto, segue representada no Esquadrão. O Grupo City escolheu o técnico Renato Paiva como treinador para 2023.

NOVA COMISSÃO
Renato Paiva trabalhou por quase 20 anos nas categorias de base e no time B do Benfica. Ele era responsável por lapidar os talentos no clube português. No futebol profissional, o novo treinador do Bahia acumula passagens pelo Independiente del Valle. Na equipe, ele conquistou o Campeonato Equatoriano. O último trabalho foi no León, do México.

A comissão técnica é toda composta por estrangeiros. São quatro portugueses: os auxiliares Nuno Presume e Ricardo Dionísio, o treinador de goleiros Rui Tavares, e o analista de vídeo David Pereira. O espanhol Antonio Bores, preparador físico, completa o grupo.

REFORMULAÇÃO DO ELENCO
Como era esperado, o Bahia está passando por uma reformulação no seu elenco. Do grupo que conseguiu o acesso para a primeira divisão, 18 jogadores deixaram a equipe. Destes, 16 não tiveram os contratos renovados e dois foram emprestados para outras agremiações. O goleiro Dênis foi repassado ao Vila Nova, e o atacante Copete defenderá o CRB.

O Esquadrão também está se mexendo em busca dos reforços. Sete jogadores já foram anunciados pelo clube: o goleiro Marcos Felipe, os zagueiros Kanu, David Duarte e Marcos Victor, o volante Nicolás Acevedo, e os atacantes Biel e Everaldo.

Outros três jogadores estão acertados e treinando no CT Evaristo de Macedo. Eles dependem apenas da parte burocrática para serem oficializados. São eles o zagueiro Raul Gustavo, o volante Diego Rosa e o atacante Kayky.

O Esquadrão ainda busca outros reforços e nos próximos dias pode anunciar mais contratações.

INVESTIMENTOS
O Bahia também deu um salto de patamar quando o assunto é a compra de atletas. Com apenas um mês de Grupo City, o tricolor bateu recorde. O atacante Biel se tornou a maior aquisição do clube. O Esquadrão desembolsou R$ 10,5 milhões para tirar o jogador de 21 anos do Fluminense.

O clube baiano, aliás, já desembolsou cerca de R$ 14,5 milhões na compra de direitos econômicos. O zagueiro Marcos Victor foi comprado do Ceará por aproximadamente R$ 4 milhões. A conta só não é maior porque outras duas negociações não avançaram.

O volante Christian, do Athletico-PR, chegou a realizar exames em Salvador e tinha um acordo para ser adquirido em definitivo por 3 milhões de dólares (cerca de R$ 15,4 milhões). Um problema nos exames, no entanto, travou a contratação.

Outro cobiçado pelo Bahia foi o centroavante Alejo Veliz, de 19 anos, do Rosario Central. O Esquadrão também ofereceu 3 milhões de dólares por 85% dos direitos. Mas a proposta não foi aceita pelo clube argentino. Se todas as negociações fossem concretizadas, totalizariam um investimento de aproximadamente R$ 45 milhões.

É importante lembrar que no acordo firmado entre Bahia e Grupo City, o fundo árabe se compromete a investir, pelo menos, R$ 500 milhões, em compra de jogadores. O prazo para que o valor seja desembolsado é de 15 anos, mas nada impede um investimento maior em um espaço de tempo menor.

O contrato total prevê a injeção de R$ 1 bilhão no Esquadrão. R$ 300 milhões serão destinados para o pagamento de dívidas, enquanto R$ 200 milhões para uso nas categorias de base, infraestrutura, capital de giro, entre outros.

TECNOLOGIA
Por falar em infraestrutura, alguns setores do Bahia estão passando por modernização. Recentemente, o clube publicou nas redes sociais a aquisição de um novo equipamento de biomecânica para a academia do clube.

Ao fazer parte do Grupo City, o Esquadrão é beneficiado com a tecnologia disponível para todos os clubes da franquia, o que vai desde recursos para o mapeamento e captação de atletas, passando pelos treinos e desenvolvimento de atletas.

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