A cidade de Jacobina, no norte do estado, decretou situação de emergência depois de uma forte chuva, na noite de segunda-feira (2), provocar estragos no município. A medida foi publicada nesta terça-feira (3) no Diário Oficial do Município e estipula uma validade de quatro meses para o decreto.

Segundo a prefeitura, houve deslizamento de encostas, obstrução de vias e o desabamento de residências, tanto na zona urbana quanto na zona rural. O volume de chuva também causou enchentes em alguns bairros e elevou o nível dos rios do Ouro e Itapicuru.

No bairro Serrinha, uma casa desabou parcialmente. Parte do telhado e algumas paredes caíram. Nenhum morador ficou ferido.

Segundo a Defesa Civil de Jacobina, a cidade registrou 120mm de chuva em 12h. Na zona rural a chuva foi ainda mais intensa e provocando transtornos para os moradores.

"Dentre os pontos, o decreto considera a previsão de novas chuvas que podem chegar na nossa cidade, e torna possível a realização de ações de assistência à população afetada pelas fortes chuvas bem como o cadastramento das famílias atingidas sob a direção da Coordenadoria Municipal de Defesa Civil", informou a prefeitura.

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Tiago Manoel Dias Ferreira, prefeito de Jacobina, cidade a 340 km de Salvador, decretou lockdown total no município. A medida, que começou a valer nesta terça-feira (2) e vale até às 5 da manhã de quarta (3), permite apenas o funcionamento de postos de combustíveis, hospitais e funerárias.

Além deles, o decreto também garante a atividades dos seguintes serviços: abastecimento de água, luz e telecomunizações; Defesa Civi; limpeza urbana; órgãos de segurança; e Samu.

Fármacias, restaurantes e supermercados poderão funcionar apenas na modalidade delivery.

A decisão do lockdown total de 24 horas foi tomada após uma reunião na sede da prefeitura da cidade nesta segunda-feira (1).

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O lavrador Manoel Ferreira da Silva, 51 anos, ainda custa a acreditar que estava com uma pedra de de 1,3 Kg e 18 cm na bexiga. Na segunda-feira (20), ele passou por uma cirurgia para a retirada da pedra, em um hospital de Jacobina, no norte da Bahia, e disse ter ficado surpreso já que, segundo conta, não tinha dimensão da gravidade do problema.

O médico responsável pela cirurgia afirma que o cálculo da bexiga do paciente é um dos maiores já encontrados em seres humanos no mundo e diz acreditar que tenha se desenvolvido por cerca de 20 anos no homem.

"Não passou pela minha cabeça isso. Doía e eu pensava que era menor", destacou Manoel.
Ele ainda segue internado nesta quarta-feira (22) na unidade de saúde, se recuperando do procedimento.

Após ter passado pela cirurgia para a retirada do cálculo da bexiga, e agora estar se sentido bem, Manoel afirma que não tem dúvidas de que houve um milagre.

"Um milagre de Deus. Primeiramente de Deus e, segundo, o doutor. Nunca me faltou fé, até hoje não, graças a Deus".
Ele diz que agora só pensa em se recuperar e voltar a plantar milho na zona rural do município de Miguel Calmon, onde mora.

O homem está no hospital acompanhado de uma das três filhas, Samara. "Deus botou o doutor na nossa frente e ele fez a cirurgia do meu pai. E graças a Deus, ele vai ficar bem já já", diz.

Cirurgia

O procedimento para a retirada da pedra da bexiga do lavrador ocorreu no Hospital Antônio Teixeira Sobrinho. O médico que realizou a cirurgia foi João Cleber Coutiunho, que disse ter ficado surpreso com a situação.

O procedimento cirúrgico para a retirada da pedra na bexiga, que costuma durar cerca de 20 minutos, durou cerca de 1h30 e, além do médico João Cleber, outros cinco especialistas participaram da operação.

"Realmente, foi uma surpresa muito grande. Os exames pré-operatórios mostravam uma pedra de 10 centímetros, tanto a ultrassonografia como a tomografia. E quando a gente iniciou a cirurgia, que estava para ocorrer em um curto espaço de tempo, a gente percebeu que era muito maior. Foi uma cirurgia muito difícil, trabalhosa, que a gente conseguiu tirar a pedra e, depois, quando foi medi-la, tinha 18 centímetros de cumprimento. Então, realmente, foi um fato inusitado. A gente não esperava", destacou João Cleber.

O médico afirmou que o paciente relatou que há 10 anos sentia ardência ao urinar e um peso no pé da barriga, mas somente em janeiro ele procurou saber as causas. Exames identificaram um cálculo de 10 cm na bexiga e o paciente, então, foi encaminhado para Salvador, onde foi alertado sobre a necessidade de realização da cirurgia. No momento do procedimento, no entanto, o homem descobriu que a pedra era bem maior.

O médico diz acreditar que essa é uma das maiores pedras em bexiga já registradas no mundo [veja mais casos ao final da reportagem].

"A gente já fez, inclusive, uma comparação com a literatura mundial. Temos visto aí pedras relatadas de 12 centímetros na Hungria, nos Estados Unidos, mas de, normalmente, 770 gramas. Essa pedra pesa 1,3 kg. Então, realmente, até que se prove o contrário, é a maior pedra que já foi retirada de dentro de uma bexiga de um ser humano. Há relatos de pedras maiores, mas não temos comprovação científica", afirmou.

As pedras na bexiga geralmente são causadas pela inflamação do órgão. Isso é mais comum em pessoas idosas e ocorre quando o corpo está desidratado ou a urina está muito concentrada em função de alguma obstrução, fazendo com que ela forme cristais na bexiga, que podem acumular ao longo do tempo e criar uma pedra cada vez maior.

"Isso é sempre causado por alguma obstrução, seja mecânica ou funcional. Pacientes mais idosos tem dificuldade de urinar, junta urina e isso acumula e vai fazer o substrato da pedra. Mas esse paciente tem 51 anos. Então, ele deve ter começado essa pedra, pelo tamanho, pelo volume dela, eu creio que, sem ter certeza de precisar, em mais de 20 anos. Então, ele provavelmente tem uma disfunção na bexiga. Essas pedras são formadas quase que exclusivamente de cálcio. Temos outros minerais que podem substanciar essa pedra, como o próprio sódio, mas basicamente o que forma pedra é o cálcio", destacou.

Outros casos
Em 2017, um americano de 64 anos teve uma pedra de 12 cm removida de sua bexiga. A pedra, de 770 gramas, foi comparada a um ovo de avestruz.

Em 2012, um paciente de 43 anos que vinha se queixando de dores urinárias teve uma pedra de 1,025 kg retirada da bexiga em Wuhan, na província de Hubei, na China.

A equipe médica ficou surpresa quando descobriu a massa em um raio-X realizado no paciente de 43 anos, que vinha se queixando de dores urinárias.

Três anos antes, em 2009, médicos retiraram uma pedra de 2,4 quilos de uma mulher de 40 anos também China.

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