Richarlison foi o grande nome da estreia do Brasil na Copa do Mundo do Catar. O atacante anotou os dois gols na vitória por 2x0 sobre a Sérvia, com direito a uma pintura, de voleio, no segundo. Para comemorar, o jogador do Tottenham, da Inglaterra, fez a famosa comemoração de 'pombo' no estádio de Lusail. Mas, afinal, como surgiu isso?

O apelido surgiu em setembro de 2018. Na época, a música Dança do Pombo, de MC Faísca e os Perseguidores, viralizou. Richarlison gravou um vídeo fazendo a coreografia, postou nas redes sociais e as visualizações e curtidas explodiram.

Assim, o atacante aproveitou o sucesso e passou a comemorar seus gols pelo Everton, da Inglaterra - seu clube à época - fazendo a dança. Não teve volta. A celebração se tornou a marca registrada do jogador, que inclusive solta um "pruuu". Em suas redes sociais, Richarlison usa sempre um emoj de pombo.

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O caminho para o hexa começou da melhor forma possível. No estádio de Lusail, palco que abrigará a final da Copa do Mundo, o Brasil estreou diante da Sérvia e mandou a zebra trotar longe daquele gramado. Ao contrário das rivais Argentina e Alemanha, a Seleção Brasileira venceu por 2x0, nesta quinta-feira (24), e mantém firme os planos de passar sem sustos da fase de grupos no Catar.

E para quem nunca havia disputado uma partida de Copa do Mundo, Richarlison fez da vitória sobre a Sérvia um belo cartão de visitas. O atacante do Tottenham, da Inglaterra, balançou as redes duas vezes, uma no oportunismo e outra no puro talento, e mostrou por que Tite não abriu mão de sua escalação no time titular.

O treinador foi a campo com uma escalação ofensiva. Colocou Vinícius Jr. em campo, sacando Fred, volante, e recuando Lucas Paquetá para a posição. Com isso, o ponta do Real Madrid atuou pelo lado esquerdo do ataque, enquanto Neymar ficou na posição clássica de um camisa 10.

Essa escalação pode ser considerada inédita porque, apesar da formação do meio-campo já ter sido testada, a linha de defesa estava diferente. Em setembro, no amistoso contra Gana, o penúltimo antes do Mundial, as laterais foram ocupadas por Éder Militão e Alex Telles, enquanto hoje Alex Sandro e Danilo preencheram suas posições habituais.

E a escolha por Vini Jr. tinha um principal objetivo: apostar na boa fase do jovem jogador, que estreou em Copas do Mundo, e, taticamente, abrir espaços na defesa sérvia. Como era esperado, o adversário impôs à Seleção algumas dificuldades. A começar pela estatura da equipe europeia, que tem média de 1,88m e dificulta na movimentação de bola aérea tanto ofensiva quanto defensiva. A saída era, de fato, buscar jogadas em velocidade para quebrar a linha de marcação armada pelo técnico Dragan Stojkovic, com cinco homens.

Nos dez primeiros minutos, o jogo foi muito disputado no meio-campo, sem chances para qualquer um dos lados. Dali em diante a Seleção cresceu, minou as investidas da Sérvia e passou a ter a bola, chegando a bater mais 60% de posse em quase toda a primeira etapa.

Com a bola, a equipe tinha dificuldades para passar da linha de marcação, tanto que a primeira finalização próxima do gol saiu apenas aos 34 minutos e foi fácil para o goleiro Vanja Milinkovic-Savic encaixar.

Antes disso, outra oportunidade de dentro da área saiu com uma infiltração de Vini Jr. nas costas da defesa sérvia, mas Vanja saiu do gol para tirar a bola rasteira e levou a melhor mais uma vez. De fora da área, as chances saíram dos pés de Neymar, que tentou gol olímpico, e Casemiro, ambos sem levar perigo à meta adversária.

Na defesa, Alisson pouco tocou na bola e a cobertura pelas laterais também funcionou. A Sérvia não finalizou nenhuma bola na meta brasileira

O segundo tempo voltou com o Brasil em cima, buscando sempre o gol. Raphinha perdeu de cara com o goleiro logo no primeiro minuto. Em outro lance, Neymar recebeu cruzamento da esquerda e finalizou para fora. Alex Sandro arriscou de fora da área e carimbou a trave.

Tudo isso antes de finalmente furar o bloqueio sérvio. Vinícius Júnior a todo momento chamava jogadas individuais pelo lado esquerdo, e foi de lá que saíram os gols.

No primeiro, Neymar carregou pela meia-lua e tocou na área para Vini Jr, que bateu de chapa, Vanja deu rebote e Richarlison, que não tinha finalizado no jogo até então, fez valer a máxima do centroavante: no lugar certo e na hora certa. O camisa 9 só precisou deixar a perna, a bola bateu e entrou na rede. Brasil 1x0 aos 16 minutos.

Daí em diante a Seleção passou a encontrar muito mais facilidade de chegar ao ataque, ao passo em que a Sérvia fez duas substituições imediatas decorrentes da necessidade de abrir o time para buscar o ataque. E então só deu Brasil.

Vini Jr. teve a chance de fazer o segundo, mas escorregou na hora de chute e bateu para fora. Depois fez tabelinha com Neymar, só que a defesa estava atenta. Na jogada seguinte dele, saiu o gol. Aliás, o golaço.

O atacante do Real Madrid adentrou a área pela esquerda, cruzou para o centro e Richarlison fez o gol mais bonito da primeira rodada da Copa do Mundo, encerrada hoje.

Foi um gol para apresentar Richarlison àquele torcedor que só vê futebol de quatro em quatro anos. O camisa 9 aparou a bola, girou e acertou o voleio no canto: 2x0 no placar e caminho aberto para a vitória.

Tite aproveitou a vantagem para mexer no time e colocou em campo outros atacantes, como Gabriel Jesus, Rodrygo, Antony e Martinelli. Além de Fred, que entrou no meio-campo no lugar de Paquetá.

Àquela altura, a Sérvia estava entregue - o pouco que assustou foi enquanto o jogo esteve 1x0. Casemiro, com categoria, acertou o travessão e quase fez um golaço. Fred teve sua oportunidade e parou no goleiro.

A partida mostrou a força coletiva do Brasil, muito equilibrado entre defesa e ataque e com individualidades que podem desequilibrar um jogo. O próximo é contra a Suíça, na segunda-feira (28), às 13h (de Brasília).

Preocupação com Neymar

Apesar da vitória, nem tudo terminou bem para o Brasil no Estádio Lusail. Neymar saiu machucado no tornozelo. Em um dos lances de ataque no segundo tempo, ele recebeu um carrinho em uma dividida que acabou tirando o atacante do campo nos minutos finais.

Na saída para os vestiários, o jogador passou mancando, sem a chuteira do pé direito e com o tornozelo inchado. Ainda não há informações sobre a gravidade da lesão, que deve afastá-lo do jogo contra a Suíça.

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