A Fiocruz assina nesta terça-feira (1º) o contrato de transferência tecnológica para a produção do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) da vacina da AstraZeneca no Brasil. Este passo é essencial para a autonomia do País na fabricação de vacinas contra a covid-19. Atualmente, o IFA necessário à produção do imunizante é importado da China, o que tem causado atrasos na produção.

A assinatura do acordo com a AstraZeneca estava prevista originalmente para acontecer no ano passado, mas sofreu sucessivos atrasos. A última previsão, feita pelo diretor de Biomanguinhos, Maurício Zuma, em março, estimava que a assinatura ocorreria até o fim de abril. Em entrevista ao Valor Econômico, Zuma afirmou que, se passasse desta data, haveria atraso nas entregas prometidas.

Até o fechamento desta matéria, a Fiocruz não tinha se manifestado sobre um eventual novo cronograma. O cronograma original previa a produção de 110 milhões de doses já com IFA nacional até o fim de 2021.

A adaptação de uma planta em Biomanguinhos especialmente para a produção do IFA já tinha sido concluída, independentemente da assinatura do contrato.

A presidente da Fiocruz, Nísia Trindade, e o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, vão participar da cerimônia de assinatura do contrato, em Brasília. De acordo com o site da presidência da República, o evento acontecerá às 17h e contará também com a presença do presidente Jair Bolsonaro.

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O Ministério da Saúde divulgou uma nova recomendação de vacinação para gestantes e puérperas - incluindo as sem fatores de risco adicionais - que tomaram a primeira dose da vacina da AstraZeneca/Oxford/Fiocruz. De acordo com o comunicado divulgado pela pasta nesta quarta (19), as grávidas devem aguardar o fim da gestação e do período puerpério (até 45 dias pós-parto) para receber a segunda dose e completar o esquema vacinal com o mesmo imunizante.

Além disso, a recomendação da pasta é de que apenas gestantes e puérperas com comorbidades sejam vacinadas contra a Covid-19. E somente com a Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan, ou a vacina da Pfizer/BioNTech.
Mesmo que não tenham doenças pré-existentes, grávidas e puérperas que já tenham recebido a primeira dose da vacina do Butantan ou da Pfizer, devem completar o esquema com o mesmo imunizante, no intervalo recomendado de quatro e 12 semanas, respectivamente.

A orientação é do Programa Nacional de Imunizações (PNI), após a suspensão temporária do uso do imunizante para esse público, por recomendação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

De acordo com o Ministério da Saúde, até o dia 10 de maio, mais de 15 mil grávidas foram vacinadas com o imunizante da AstraZeneca no Brasil. A suspensão ocorreu após um “evento adverso grave”, quando uma grávida morreu após se vacina. No entanto, a possível relação com a vacina ainda é analisada. Antes da suspensão, 21 grávidas receberam vacinas de Oxford em Salvador.

Ministério pede atenção para sintomas

Ainda de acordo com a pasta, gestantes e puérperas que já receberam a vacina da AstraZeneca/Oxford/Fiocruz devem procurar atendimento médico imediato se apresentarem, nos 4 a 28 dias seguintes à vacinação, sintomas como falta de ar; dor no peito, inchaço na perna, dor abdominal persistente, sintomas neurológicos, como dor de cabeça persistente e de forte intensidade, borrada, dificuldade na fala ou sonolência, ou pequenas manchas avermelhadas na pele além do local em que foi aplicada a vacina.

O Ministério da Saúde ainda destaca que o benefício das vacinas em gestantes e puérperas se mantém favorável, e afirma que considerando que o risco de morte por covid-19 no Brasil foi 20 vezes superior ao risco de ocorrência de tromboses, em 2021.

Ainda de acordo com a pasta, as gestantes e puérperas pertencentes a outros grupos prioritários (trabalhadoras da saúde ou de outros serviços essenciais, por exemplo), poderão ser vacinadas após avaliação individual de risco e benefício a ser realizada em conjunto com o seu médico.

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Na noite desta segunda (10), a Anvisa emitiu nota técnica onde recomenda a suspensão imediata do uso da vacina contra covid-19 da AstraZeneca/Oxford/Fiocruz em mulheres gestantes. A recomendação ocorre após uma investigação do Ministério da Saúde sobre a morte de uma grávida no Rio de Janeiro, após ter sido imunizada com a vacina Astrazeneca.

"A orientação da Anvisa é que a indicação da bula da vacina AstraZeneca seja seguida pelo Programa Nacional de Imunização (PNI). A orientação é resultado do monitoramento de eventos adversos feito de forma constante sobre as vacinas Covid em uso no país. O uso 'off label' de vacinas, ou seja, em situações não previstas na bula, só deve ser feito mediante avaliação individual por um profissional de saúde que considere os riscos e benefícios da vacina para a paciente. A bula atual da vacina contra Covid da AstraZeneca não recomenda o uso da vacina sem orientação médica", diz o comunicado divulgado no site da agência.

Em nota enviada à colunista Camila Mattoso, da Coluna Painel, da Folha de S.Paulo, o Ministério da Saúde afirma que investiga o caso da grávida morta no Rio e recomenda a manutenção da vacinação em gestantes, mas afirma reavaliar a imunização no grupo de gestantes sem comorbidades.

"O Ministério da Saúde informa que foi notificado pelas secretarias de Saúde Municipal e Estadual do Rio de Janeiro e investiga o caso. Cabe ressaltar que a ocorrência de eventos adversos é extremamente rara e inferior ao risco apresentado pela Covid-19. Neste momento, a pasta recomenda a manutenção da vacinação de gestantes, mas reavalia a imunização no grupo de gestantes sem comorbidades", disse o ministério.

A coluna ainda cita um possível caso de morte de gestantes na Bahia, mas na resposta do Ministério da Saúde, apenas a notificação feita no caso Rio de Janeiro foi respondida.

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