Não vai ter greve. Os ônibus de Salvador vão circular normalmente nesta quinta-feira (25) após a decisão do Sindicato dos Rodoviários de aceitar a proposta de reajuste em 4,20% e cancelar a paralisação que estava marcada para começar amanhã. Os profissionais se reuniram em assembleia na tarde desta quarta (24).

O presidente licenciado do sindicato, Hélio Ferreira, disse que o novo acordo vai ter validade retroativa para 1º de maio. "A assembleia aprovou por maioria absoluta, apenas 21 votos contra, então nesse momento está suspensa a greve, deliberando pelo acordo, conforme a proposta do tribunal".

Em negociação na manhã de hoje, o presidente do sindicato, Fábio Primo, já havia indicado a possibilidade de acordo com a proposta de 4,2% de aumento.

"A gente sabe que quando tem uma decisão judicial ela só leva em consideração a questão econômica, a questão da compensação de horas, a jornada parcial. Só ia julgar o salário e o tíquete. A gente enxerga como um avanço. A gente coloca X itens na pauta, mas é estratégico. A gente continua na batalha para retirar totalmente essa compensação de horas", explicou. Na assembleia, ele fez um apelo aos colegas. "Vamos ter calma, não é o que a gente desejava, mas é o que temos para o momento", disse.

Proposta aceita
A proposta foi feita pela presidente do Tribunal Regional do Trabalho, Débora Machado, durante nova mediação realizada na manhã de hoje.

"Um reajuste de 4,20%, concessão de mais um ônibus para a escolinha do sindicato, contratação de todos os empregados que já estão em jornada parcial, até no máximo 1º de julho, todas as horas prestadas, 50% serão pagas e os outros 50% vão ser objeto de compensação, exceto de feriados, e o prazo de compensação reduzido para 90 dias. Em relação às avarias, se fixou o valor de R$ 2.500, no máximo, para a cobertura na responsabilidade do empregado, com possibilidade de divisão de até 20 vezes o valor", detalhou.

Assembleia
Após a apresentação da proposta no TRT, em Nazaré, a decisão foi levada para a assembleia da categoria. Caso a greve fosse confirmada, na sexta-feira (26), haveria o julgamento no TRT. Os juízes avaliariam se os rodoviários cumpririam a legalidade durante a paralisação, como por exemplo, manter 30% da frota em circulação.

Após mais uma rodada de negociação, os rodoviários e empresários não conseguiram chegar a um acordo e uma nova reunião vai acontecer na próxima sexta-feira (19), às 10h. A categoria está em estado de greve, mas os ônibus continuam rodando.

A decisão foi tomada na manhã desta terça-feira (16), durante reunião na sede da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego, no bairro do Comércio. O encontro entre trabalhadores e patrões teve momentos de discussões acaloradas.

"O desejo dos trabalhadores nunca foi fazer greve, a gente fez aquela paralisação de alerta. A gente busca uma proposta que contemple a categoria. Caso sexta-feira não aconteça isso, aí pode ter uma greve. O desejo dos trabalhadores não é fazer greve", disse o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Fábio Primo.

As empresas de ônibus acreditam que podem chegar a um acordo na próxima reunião. "São vários assuntos para serem discutidos. Adiou o processo de negociação para a sexta-feira. E aí sexta-feira, eu acho que vão aparecer propostas na mesa. A gente apenas elaborou as suas dificuldades", disse Jorge Castro, representante da Integra. Ele explica que a redução de passageiros é o principal entrave para atender as reivindicações dos trabalhadores. "A economia está em crise e a queda de passageiros é grande. Estamos rodando com 32% abaixo de antes da pandemia", completou.

A superintendente regional do Trabalho na Bahia, Fátima Freire, mediou o encontro e avaliou como positivo este primeiro dia. "Ao tomar posse, trouxe de imediato para superintendência essa mediação entre trabalhadores e representantes empresariais. A mesa de negociação foi instalada e foi aceita pelas partes. Existe a vontade de mediar e eu não tenho dúvidas de que vamos mediar a campanha salarial, para ser negociado e ser discutido".

Estado de greve
Na quinta-feira (11), a categoria aprovou o estado de greve em duas assembleias realizadas na Estação da Lapa. Os rodoviários pedem um aumento de 10% no salário e no ticket de alimentação.

Além disso, a classe pleiteia o fim da compensação de horas. Hoje, quando um rodoviário faz hora extra, os empresários têm seis meses para pagar ou compensar com folga. O sindicato pede que as horas sejam pagas na folha do mês seguinte. Os rodoviários ainda solicitam também a desapropriação de terrenos da empresa CSN para arcar com rescisões de trabalhadores da classe.

O prefeito Bruno Reis comentou sobre a greve dos rodoviários durante a entrega de uma nova via, no Stiep, na manhã desta terça. Ele fez um apelo para que a paralisação fosse realizada. "O sindicato patronal quer pagar a inflação do período e os rodoviários querem receber acima da inflação do período. E a gente está vendo o que está ocorrendo no Brasil à fora, a crise que vive o transporte público, onde aquelas categorias que não chegaram a um entendimento ou acordo quando foram para o dissídio acabou pela Justiça do Trabalho decidindo pela inflação do período. Então, para evitar isso eu espero que eles façam um acordo", disse.

Ele também relembrou que tentou mediar a negociação. "O que o prefeito pode fazer é, por um lado, pedir que os trabalhadores do transporte público, em especial pela crise que está vivendo, compreendam a dificuldade de dar qualquer reajuste acima da inflação. E por outro lado, os empresários se puderem fazer algum esforço, o mínimo que seja acima da inflação, que façam, mas efetivamente é esse o grande passo".

Os rodoviários do serviço de transporte da Região Metropolitana de Salvador irão interromper as atividades na próxima terça-feira (21), a partir de meia-noite. Os trabalhadores anunciaram uma greve geral, relacionada à campanha salarial do ano de 2023.

Conforme o Sindicato dos Empregados em Transportes Metroviários (Sindmetro), a interrupção do serviço ocorre após quase 100 dias de negociação sem sucesso. “Claro que entendemos o lado das empresas, que foi o setor mais castigado. Mas demonstramos aos empresários que a culpa é do governo do Estado da Bahia que não deu nenhum incentivo ao setor”, escreve a entidade em seu perfil no Instagram.

“Amanhã enviaremos aos jornal o aviso de greve. Após a publicação é somente esperar um milagre, haja vista que os empresários não têm mais o que oferecer à categoria”, acrescenta o Sindmetro. A publicação no perfil da rede social foi feito na noite de ontem (16).

Após o protesto dos rodoviários que atrasaram a saída dos coletivos em duas garagens de Salvador, o Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região (TRT-5) informou que uma nova audiência está prevista para a próxima quinta-feira (13). A audiência vai definir as soluções sobre o acordo que foi firmado no caso dos trabalhadores da CSN.

O tribunal disse ainda que publicou edital de alienação de imóveis da CSN disponibilizados no acordo para a obtenção de recursos financeiros, mas não houve interessados na compra dos imóveis (nove matrículas que foram aglutinadas em quatro editais de vendas).

Ainda segundo o TRT, as decisões são restritas ao que foi decidido pelas partes no acordo processual. "De uma dívida total de R$ 74 milhões, somente o Município de Salvador pagou R$ 20 milhões, sendo que CSN deveria pagar o restante, R$ 54 milhões, o que ainda não foi feito", diz um trecho da nota. A última audiência entre as partes ocorreu no dia 27 de setembro.

Protesto
Cerca de 500 ônibus atrasaram a saída das garagens em Salvador na manhã desta terça-feira (11). O motivo é uma mobilização pelo pagamento das indenizações aos antigos trabalhadores do Consórcio Salvador Norte (CSN).

As garagens que participam do protesto são a G2, da empresa Plataforma, em Pirajá, e a G3 da empresa OT Trans, em Campinas de Pirajá, segundo Hélio Ferreira, do Sindicato dos Rodoviários. A previsão é de que os coletivos deixem as garagens a partir das 8h.

Devido ao protesto, pontos de ônibus estão cheios na cidade. "Podemos parar todo o sistema. Ainda temos 790 trabalhadores que estavam no INSS, de ADM, uma grande quantidade de trabalhadores que não receberam a indenização e também tenho outros trabalhadores que não receberam. Pedimos desculpas à população, mas não tivemos outra alternativa e pedimos apoio da população", disse Hélio, em entrevista à TV Bahia.

O alvo dos arrastões em Sussuarana não são somente os motoristas que passam pela Avenida Ulysses Guimarães. Os rodoviários também. Oito deles, que já foram vitimas quando trabalhavam, precisaram ser transferidos para outras linhas num período de seis meses.

"Ficaram muito abalados. Alguns em pânico porque presenciaram até troca de tiros entre bandidos e a polícia durante assalto. Esses oito rodoviários estão rodando em outras linhas, algumas próximas, embora Salvador esteja perigosa da Barra ao Subúrbio", declarou um despachante.

Como no final de linha de Sussuarana é uma rotatória, não há espaço para a permanência, mesmo em horários alternados. Os 50 ônibus que fazem as quatro linhas para os moradores do bairro e adjacências têm que aguardar na Avenida Ulysses Guimarães, nas imediações na Escola Municipal Eraldo Tinoco. Apesar do trecho ser conhecido por uma intensa movimentação de pelo menos quatro unidades da Polícia Militar, os criminosos são audaciosos e roubam também os rodoviários.

"Eles vêm pra pegar os celulares, porque ainda não tem dinheiro, pois é o momento que não tem passageiros. Em média, nos dois turnos, trabalham 200 motoristas e cobradores. Ou seja, eles ficam de olho nos 200 aparelhos. O negócio aqui está muito complicado", disse o despachante.

A reportagem conversou também com dois rodoviários, que relataram como é a abordagem dos bandidos. "Eles aproveitam a distração da gente dentro do carro (ônibus). Saem desse matagal (apontando para uma mata no lado direito da via) ou param a moto um pouco distante e vem andando e vão rendendo quem estiver dentro (do ônibus). Fazem o arrastão pra levar os nossos celulares", contou um motorista.

Os arrastões são diários e têm hora pra acontecer. "Das 4h às 7h e das 17h30 às 19h. Porque são períodos de pouca movimentação na avenida. Ou o comércio ainda não abriu ou o comércio está fechando", relatou um cobrador. Ele disse que os bandidos contam ainda com outras vantagens. "No caso dos roubos contra os motoristas, eles aguardam os carros reduzirem para passar pelos quebra-molas. No trecho têm três, o que facilita a ação dos bandidos", contou ele.

O Sindicato dos Rodoviários disse que tem conhecimento dos arrastões contra a categoria em Sussuarana. "Muitos já nos comunicaram dos assaltos, isso é fato. Sabemos que muitos também já foram retirados da linha, porém não nos informaram o motivo. No entanto, já encaminhamos um ofício à Polícia Militar, pedindo a presença fixa de viaturas nos períodos de maior incidência dos assalto relatados pela categoria", declarou Tiago Ferreira, um dos dirigentes da entidade.

Procurada, a Polícia Militar informou que, de acordo com informações preliminares da 48ª Companhia Independente da PM (CIPM/Sussuarana), na noite de quarta-feira (11), "policiais militares da unidade foram acionados por mototaxistas, que compareceram à sede da Unidade e informaram sobre roubos na região da Avenida Ulisses Guimarães. Guarnições foram até o local realizaram rondas, mas não localizaram os suspeitos".

O acordo entre o Sindicato dos Rodoviários, o Grupo Concessionária Salvador Norte (GCSN), e a prefeitura de Salvador foi homologado na noite desse domingo (11) pelo Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região (TRT5-BA). A efetivação do acordo dependia da transferência de R$ 20.637.746,86 pelo município.

A liberação do valor ocorrerá a partir de conciliação na 5ª Vara da Fazenda Pública do Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA), entre a GCSN e o Município do Salvador, que foi homologada também nesse domingo.

No TRT5, o acordo foi homologado pelo presidente em exercício do Tribunal, desembargador Jéferson Muricy; pela desembargadora conciliadora Ana Paola Machado Diniz; e pelas juízas Andréa Presas Rocha, responsável pela Cooperação Judiciária; e Karine Andrade auxiliar do Centro de Conciliação de 2º Grau (Cejusc2).

Mediação
A mediação do conflito trabalhista pelo TRT5 começou a partir de um pedido da prefeitura, em fevereiro. Foram realizadas várias audiências até a apresentação de uma minuta de acordo elaborada pelas partes.

Mesmo com a homologação ocorrida nesse domingo, haverá a necessidade de adesão individual por cada trabalhador para que receba os valores estipulados no acordo.

Uma nova rodada de negociação entre rodoviários e empresários do setor de transporte em Salvador, mediada pelo Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região (TRT-5), e que discutiu a negociação salarial para a categoria acabou sem acordo. Com isso, o Sindicato dos Rodoviários declarou que irá fazer greve a partir das 4h da próxima segunda-feira (7). A informação foi dada pela TV Bahia e confirmada em seguida pelo CORREIO. A reunião aconteceu de maneira virtual na tarde desta sexta-feira (4)

O impasse da vez era sobre o formato de pagamento para o reajuste de 7,59% sugerido pela presidente do TRT-5, Dalila Andrade. Os Rodoviários queriam o pagamento integral do reajuste e as empresas, que inicialmente ofereceram 3% de aumento, queria parcelar o reajuste em três vezes.

Desde a segunda-feira (31), o Sindicato havia retomado o direito de declarar greve. A presidente do TRT5, no entanto, exigiu que fossem cumpridas as regras de, em caso de paralisação, que pelo menos 60% da frota circule nos horários de pico (5h às 8h e das 17h às 20h) e 40% nos demais horários. Em caso de descumprimento, a decisão prevÊ multa estipulada é de R$ 50 mil por dia.

Presidente do Sindicato dos Rodoviários, Hélio Ferreira declarou que os trabalhadores cederam até onde pode e tentaram evitar a greve, mas não houve a mesma flexibilização do patronato.

"Tivemos toda a paciência, nossa data base [de campanha salarial] é dia 1 de maio, já estamos em junho e ainda não conseguimos acertar um acordo. Concordamos em negociar o parcelamento do ajuste, mas do outro lado não tem nenhuma flexibilização”, afirmou.

Momentos depois, ele publicou um vídeo nas redes sociais confirmando que a greve será geral e por tempo indeterminado.

"Não chegamos a uma proposta que contemple os trabalhadores. Os patrões não quiseram ceder em nada. Nós enfrentamos a pandemia e esperávamos que os patrões nos dessem o direito sem precisar chegar aos extremos. Não há outra alternativa que não seja uma greve geral por tempo indeterminado", afirmou Hélio Ferreira.

Representante do sindicato patronal, Jorge Pinto alegou que cada lado tem seus limites e as empresas vivem um momento difícil.

Prefeito de Salvador, Bruno Reis comentou a campanha de reajuste salarial durante entrevista que concedeu durante a manhã. Bruno afirmou que a situação é preocupante por diversos aspectos. Primeiro, porque desde o rompimento com o Consórcio Salvador Norte (CSN), o município tem a sua própria empresa de ônibus que opera 30% do sistema de transporte público do município.

"Hoje o sistema de transporte de ônibus em Salvador é deficitário, por uma série de situações, mas agravado por conta da pandemia. Quando você dá um reajuste de 7.59% isso vai desestabilizar ainda mais. Os empresários das outras duas bacias estão batendo na porta pedindo socorro, literalmente, para que a gente pague um desequilíbrio da pandemia nesses cinco meses de 2021 para que eles tenham condições de honrar os salários dos trabalhadores", afirmou.

Bruno Reis afirmou que a Prefeitura não tem condições de apoiar por falta de dinheiro nos cofres municipais para socorrer o empresariado.

"As paralisações penalizam a população, contribuem para o avanço da pandemia na nossa cidade e também gera mais prejuízos para o sistema. E, consequentemente, a prefeitura vai ter que arcar muito mais com mais recursos para poder ajustar um sistema que já está desequilibrado", disse.

O Prefeito afirmou que vai conversar com os representantes do Sindicato dos Rodoviários e também com os representantes patronais.

Quem pegou ônibus em direção à Lapa por volta das 9h desta quarta-feira (24) teve uma surpresa ao chegar perto do seu destino final. É que, da porta da estação até o Dique do Tororó, se formou uma fila de ônibus parados, fechando o trânsito por conta de um protesto dos rodoviários, que reivindicavam a compra da vacina contra o coronavírus por parte da Prefeitura e a colocação da categoria como prioridade em uma possível rotina de vacinação municipal, já que, no Plano Nacional de Imunização (PNI), os rodoviários não estão como prioritários.

Ao todo, segundo o Sindicato dos Rodoviários, cerca de 160 motoristas e cobradores participaram do ato naquela região. Por lá, era difícil não se perder ao tentar contar a quantidade de ônibus emparelhados, encerrando a circulação do trânsito. Só que, com o fim do itinerário dos veículos, acabou também a paciência dos passageiros que se irritaram, bateram boca com os rodoviários e tiveram que seguir o rumo a pé. Entre as várias queixas, a mais vista questionava o modelo do protesto. Para quem pegou o ônibus cedo, era melhor que os ônibus nem tivessem saído da garagem, evitando o gasto que precisaram fazer com a passagem.

População revoltada

Essa foi a principal reclamação de seu Wilson Oliveira, 87 anos, aposentado que saiu de casa para fazer tratamento de úlcera e precisou seguir do Vale dos Barris até a estação da Lapa andando. "Eu preferia que eles tivessem avisado ou nem saíssem da garagem. Porque, se eu soubesse, não saía de casa e não passaria por essa situação. Tenho 87 anos e preciso fazer uma caminhada dessa em um sol terrível, é muito descaso com a gente", reclamou Wilson, que ia até a Lapa para pegar um ônibus para Pero Vaz, onde faz seu tratamento.

Mais exaltado, o vigilante Sidney de Paula, 48, que estava vindo de Ondina para o Subúrbio, criticou o sindicato dos rodoviários por não pensar nos transtornos para os passageiros. "Eu saí de casa às 5h e pago R$ 4,20 para fazer integração. E agora? Como faço pra chegar em casa? Só tinha esse dinheiro pra voltar e tô aqui sem tomar café, com sede, com fome. Como quer contar com o nosso apoio? Não tem como a população apoiar dessa forma", questionou.

Para Sidney, seria muito mais correto que o protesto consistisse na permanência dos ônibus da garagem para evitar o constrangimento e o dano aos passageiros. "Continuasse na garagem, que tava de boa. Mas os caras saem e a gente fica no prejuízo. Pai e mãe de família aqui. Um monte de gente vindo e indo pra médico. Tem o seu Wilson aí, outra senhora ali, todos vão ter que dar essa paletada em um sol desse", declarou.

Quem também ficou indignada com a situação foi Jucilene Dias, 32, que pegou o Mirantes de Periperi rumo ao comércio para resolver problemas e foi surpreendida pelo protesto já que só tinha a passagem de ida e volta pra casa. "Tô querendo meu dinheiro de volta. Como faz isso com os trabalhadores? Deixa a gente parado aqui no sol, manda descer do ônibus e não liga para os nossos problemas. Como vou me resolver? Isso quebrou minhas pernas", disse a autonôma.

Palavra do Sindicato

A reportagem do CORREIO ouviu diretores do sindicato dos rodoviários para entender o porquê dessa forma de paralisação. Segundo Adenilson Pereira, 52, que íntegra a diretoria, a reivindicação parte de um cenário em que os rodoviários têm se infectado cada vez mais no ambiente de trabalho e da necessidade de fazer barulho por conta disso. "A gente não é profissional de saúde, mas estamos na linha de frente por*que carregamos os profissionais que vão trabalhar e os passageiros comuns. Estamos sempre em contato com muitas pessoas. E o nível de contaminação da gente é muito alto. Eu tenho mais de 40 colegas internados no momento, fora os que, infelizmente, já morreram", afirmou

Jeferson Reis, 44 anos, que também atua como diretor do sindicato reclamou do fato da categoria nunca ter sido considerada como prioridade em uma escala de vacinação mesmo sem nunca parar por conta das medidas restritivas. "Tudo isso acontecendo e não temos prioridade. Os rodoviários estão vulneráveis neste sentido. A gente é serviço essencial que nunca para, com lockdown ou não. Só no momento de decidir quem toma vacina, a gente não é, nem mencionam a nossa categoria pra vacinação", pontuou.

Parte dos rodoviários do sistema de transporte urbano de Salvador atrasou a saída das garagens das empresas, na manhã desta quinta-feira (25). Com isso, por volta das 6h, os veículos de ao menos três garagens ainda não tinham saído.

Os rodoviários estão em campanha salarial e, na manhã desta quinta, reuniões estão sendo feitas na porta das garagens.

Segundo o Sindicato dos Rodoviários, os ônibus que atrasaram a saída foram da OTrans, Praia Grande e Salvador Norte. A mobilização deve ser encerrada por volta das 8h, conforme informou a direção do sindicato.

Na quarta-feira, houve uma reunião com os empresários e não houve acordo. Os rodoviários pedem 8% de reajuste, mas os empresários oferecem 2,7%.

Os rodoviários também informam que decidiram reduzir de 22 para 11 itens a lista de reivindicações. Entre os itens mantidos está o pedido de aumento no vale-alimentação e a redução da contrapartida de 10% para 1% de cobrança no pagamento. Além disso, os rodoviários reclamam da proposta da Integra de retirar um domingo de folga, acabar com o pagamento de horas extras e a criação do banco de horas.

Fonte: G1/Bahia