Imprimir esta página
Grupos fazem protesto na frente de supermercado por causa de homens mortos após furtarem carne

Grupos fazem protesto na frente de supermercado por causa de homens mortos após furtarem carne

Um grupo fez um protesto na frente do supermercado Atakarejo, do bairro do Caminho de Areia, na Cidade Baixa, por causa das mortes de Yan Barros e Bruno Barros, após os dois furtarem carnes do supermercado Atakarejo, no bairro do Nordeste de Amaralina, na capital baiana. A manifestação aconteceu na tarde desta sexta-feira (21).

Com cartazes, o grupo, formado por entidades do movimento negro de Salvador, pediu justiça e esclarecimento das autoridades e da rede varejista sobre o caso. As pessoas também mencionaram a operação policial na comunidade do Jacarezinho, no Rio de Janeiro.

Os corpos de Yan e Bruno foram encontrados na mala de um carro, na localidade da Polêmica, na capital baiana, na noite do dia 26 de abril, após furtarem carne, no supermercado Atakarejo. Oito pessoas, entre funcionários do supermercado e traficantes, já foram presas por envolvimento no caso.

O protesto foi organizado por pessoas da União de Negras e Negros Pela Igualdade (Unegro), Partido Comunista do Brasil (PCdoB), Distrital de Itapagipe, Associação de Moradores do Conjunto Santa Luzia, Instituto de mulheres Negras Luiza Mahin, Escola Comunitária Luiza Mahin, Casa de Oração Mariazinha, Rede Reprotai, Comissão de Articulação dos Moradores da Península de Itapagipe (CAMMPI) e o Fórum Nacional de Mulheres Negras.

Também fizeram parte da manifestação a Associação Beneficente Educação Arte e Cidadania (ABEAC), Associação dos Moradores do Leblon, Clube de Remo Península, ICBIE, Adocci, Associação Internacional de Capoeira os Bambas do Sol Nascente, Biblioteca Comunitária Clementina de Jesus, Fórum Nacional de Mulheres Negras e o CRR.


Relembre o caso

O crime aconteceu no dia 26 de abril, mas só na última quinta-feira (6), o supermercado Atacadão Atakarejo informou que os seguranças envolvidos no caso foram afastados. Segundo a família das vítimas, Bruno e Yan foram entregues por funcionários do estabelecimento a integrantes de uma facção criminosa do bairro do Nordeste de Amaralina.

No dia 10 de maio, uma operação policial prendeu três seguranças do Atakarejo, o gerente da loja e quatro suspeitos de tráfico, por envolvimento na morte de Bruno e Yan.

Na operação, a polícia também cumpriu mandados de busca e apreensão no supermercado e em casas no complexo de bairros que formam o Nordeste de Amaralina. Filmagens de câmeras de segurança foram parcialmente encontradas, e a polícia investiga se parte do material, que não foi registrado, foi apagada.

Na noite do dia 26 de abril, dois homens foram achados mortos na localidade da Polêmica, em Salvador. De acordo com a Polícia Civil, eles foram torturados e atingidos por disparos de arma de fogo. À época, a polícia informou que a motivação do crime estava relacionada ao tráfico de drogas.

Um dia depois, no dia 27, eles foram identificados como Bruno Barros e Yan Barros. Já no dia 29 de abril, a mãe de Yan, Elaine Costa Silva, revelou que eles foram morto após terem sido flagrados pelos seguranças do supermercado Atakarejo furtando carne no estabelecimento.

Ela divulgou mensagens de áudio que Bruno enviou a uma amiga contando o que tinha acontecido e pedindo ajuda para não ser entregue aos traficantes do Nordeste de Amaralina. No áudio, Bruno chegou a pedir para que a amiga chamasse a Polícia Militar, o que a jovem diz ter feito.

 

Itens relacionados (por tag)