Em mais um dia de luta à espera que a Ford reveja sua decisão de sair do Brasil, os funcionários da montadora protestam na manhã dessa quarta-feira (13) no Centro Administrativo da Bahia (CAB). A ação começou por volta das 9h e, às 9h30, sindicalistas, políticos e representantes de movimentos sociais discursavam em cima de um mini trio elétrico, em defesa dos trabalhadores.

Na frente do trio, milhares de funcionários estavam presentes, a maioria usando a tradicional farda azul da empresa. Todos portavam a máscara, mas por causa da manhã ensolarada, alguns se aglomeravam embaixo dos poucos espaços de sombras existentes no CAB.

"Ontem a Ford já estava convocando trabalhadores para assinarem aviso prévio e eu pedi ao gerente para suspender isso, pois a gente ainda não tinha negociado valores de recisão. Infelizmente, a situação a cada dia se agrava mais e a Ford segue irredutível", lamentou em discurso o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Camaçari, Júlio Bonfim.

Além dele, estão presentes representantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), os deputados estaduais Hilton Coelho e Olivia Santana e o deputado federal Pastor Sargento Isidório. "O governador Rui Costa não pode vir, mas pediu para transmitir solidariedade e disse que seu gabinete está aberto para conversar com vocês", disse Olivia.

Após o discurso, o grupo marchou em direção a Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), onde conversaram com o presidente da casa, o deputado estadual Nelson Leal. "Estamos fazendo várias ações de luta em defesa dos trabalhadores", garantiu Júlio.

 

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Cumprindo missão institucional de negócios nas regiões Oeste e Extremo Sul da Bahia, desde segunda-feira (11), com um grupo de investidores de Portugal, o vice-governador João Leão, secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado, lamentou o anúncio de fechamento da Ford no Brasil, mas destacou que o governo baiano já está se movimentando em busca de novos empreendimentos.

"A Ford fecha, mas vamos em busca de novos caminhos. E isto já está acontecendo. O governador Rui Costa já está buscando alternativas para substituir a Ford em Camaçari", destaca. Além disso, pontua Leão, outro caminho é o Polo Agroindustrial do Médio São Francisco, que tem inspiração no case de sucesso da indústria sucroalcooleira Agrovale, em Juazeiro, que sozinha gera mais de 5 mil empregos. "Já temos uma nova usina em implantação no Muquém do São Francisco, outras duas assinaram protocolo de intenções e estamos em busca de outras sete. A ideia é implantar até 10 usinas, gerar mais de 40 mil empregos e tornar a Bahia competitiva neste segmento", diz.

No Brasil, a Ford vai manter funcionando apenas as operações do Centro de Desenvolvimento de Produto, aqui na Bahia, o Campo de Provas, em Tatuí, no interior de São Paulo, além da sede regional localizada na capital. Para Leão, é importante lutar para que a montadora amplie este centro de design, mantido na Bahia.

Novos negócios

João Leão ainda informou que a SDE fechou 2020 com 92 protocolos de intenções assinados, que somam investimentos na ordem de R$ 34 bilhões e prevêem geração de 7,6 mil novos empregos diretos. "Os números são fruto de muito empenho e trabalho, sobretudo na interiorização do desenvolvimento. A perspectiva para este e para os próximos anos é positiva. Temos também 412 empreendimentos em implantação, atraídos pelo Governo do Estado, com previsão de investir R$ 68,5 bilhões e gerar 52,4 mil vagas de empregos diretos", afirma o vice-governador e secretário de Desenvolvimento Econômico.

A comitiva institucional apresentou potenciais de investimento nas regiões Oeste e no Extremo Sul da Bahia, sobretudo na área de infraestrutura viária, aos executivos da Future, maior grupo de engenharia com sede em Portugal e que possui projetos realizados em 25 países. A duplicação da BR-242, que interliga os municípios de Barreiras e Luís Eduardo Magalhães, e a duplicação da BA-001, ligando a Ponte Salvador-Itaparica de Itaparica à Porto Seguro, foram alguns dos projetos debatidos.

Ascom/SDE

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Após 20 anos, o Complexo Industrial Ford Nordeste, em Camaçari, encerrou ontem as suas atividades. A montadora norte-americana anunciou que vai deixar de produzir veículos no Brasil. Na planta industrial baiana, que fabricava o KA e o Ecosport, e em Taubaté (SP), onde eram feitos motores e transmissões, a interrupção das atividades já aconteceu. Até o final deste ano, a Ford pretende encerrar a operação da Troller, em Horizonte (CE).

A empresa prevê despesas decorrentes da decisão na ordem de US$ 4,1 bilhões. Aproximadamente US$ 1,6 bilhão será relacionado ao impacto contábil atribuído à baixa de créditos fiscais, depreciação e amortização de ativos fixos. Nesta conta, entram incentivos fiscais concedidos pelo governo da Bahia. Os valores remanescentes de aproximadamente US$ 2,5 bilhões impactarão diretamente o caixa e estão, em sua maioria, relacionados a compensações, rescisões, acordos e outros pagamentos.

A estimativa do Sindicato dos Metalúrgicos de Camaçari é a de que a decisão custe os empregos de 12 mil trabalhadores diretos – 5 mil da Ford e outros 7 mil de empresas que forneciam matérias-primas para a montadora, chamadas de sistemistas. O diretor do sindicato, Júlio Bonfim, acrescenta que a medida compromete outros 60 mil empregos indiretos. Hoje, às 5h30 está prevista uma manifestação em frente à fábrica.

“São 12 mil trabalhadores diretos e em torno de 60 mil trabalhadores indiretos que serão impactados. Estamos falando de 72 mil famílias. É um impacto muito grande na economia”, acredita Júlio Bonfim. Segundo ele, permanecem apenas em torno de 600 pessoas, que irão atuar no centro de desenvolvimento que a empresa deve manter na Bahia.

Ontem o dia foi marcado por reuniões e um clima de apreensão e surpresa entre os trabalhadores. Um deles contou que chegou a pensar que o encontro em que recebeu a notícia do encerramento da operação seria para falar sobre a retomada de turnos de trabalho. Mas não foi apenas a força de trabalho quem se surpreendeu com o anúncio da montadora norte-americana. O governador Rui Costa disse em nota que também tomou conhecimento da decisão ontem.

Reestruturação
Se aqui na Bahia o fechamento do complexo em Camacari põe fim a 20 anos de história, nacionalmente, a Ford interrompe uma trajetória de um século. Em 1919, a montadora norte-americana inaugurava no centro de São Paulo uma fábrica para a produção do icônico Ford T, carinhosamente chamado pelos brasileiros de Bigode.

No comunicado divulgado à imprensa, a Ford fez questão de ressaltar que vai parar de produzir no Brasil, mas continuará no mercado nacional, importando veículos como a nova picape Ranger, a Transit e outros modelos, além dos planos de lançar diversos novos veículos conectados e eletrificados. A empresa destacou que a pandemia de covid-19 ampliou a capacidade ociosa de suas fábricas e a queda nas vendas, que já persistia por alguns anos.

“A Ford está presente há mais de um século na América do Sul e no Brasil e sabemos que essas são ações muito difíceis, mas necessárias, para a criação de um negócio saudável e sustentável”, disse Jim Farley, presidente e CEO da empresa. “Estamos mudando para um modelo de negócios ágil e enxuto ao encerrar a produção no Brasil, atendendo nossos consumidores com alguns dos produtos mais empolgantes do nosso portfólio global”, disse o executivo.

Segundo o comunicado, a empresa “irá trabalhar imediatamente em estreita colaboração com os sindicatos e outros parceiros no desenvolvimento de um plano justo e equilibrado para minimizar os impactos do encerramento da produção”. Jim Farley destacou que a empresa fez o que podia para manter a produção no Brasil. “Além de reduzir custos em todos os aspectos do negócio, lançamos, na região, a Ranger Storm, o Territory e o Escape, e introduzimos serviços inovadores para nossos clientes”, disse. “Esses esforços melhoraram os resultados nos últimos quatro trimestres, entretanto a continuidade do ambiente econômico desfavorável e a pressão adicional causada pela pandemia deixaram claro que era necessário muito mais para criar um futuro sustentável e lucrativo, lamentou.

Cenário econômico
Em um comunicado enviado para a sua rede de concessionárias, a empresa falou sobre as dificuldades no cenário econômico brasileiro. O presidente da Ford na América do Sul, Lyle Watters, ressaltou que as dificuldades vinham sendo enfrentadas desde 2013. “Desde a crise econômica em 2013, a Ford América do Sul acumulou perdas significativas e nossa matriz tem auxiliado nossas necessidades de caixa, o que não é mais sustentável”, contou.

Este cenário teria sido agravado pela situação cambial atual e pela pandemia do novo coronavírus. “A recente desvalorização das moedas na região aumentou os custos industriais além de níveis recuperáveis e a pandemia global ampliou os desafios, gerando uma capacidade ociosa ainda maior, com redução nas vendas de veículos na América do Sul, especialmente no Brasil”, destacou.

Segundo Lyle Watters, a Ford teria tentado manter as unidades de produção em funcionamento de todas as maneiras possíveis. “Essa decisão foi tomada somente após perseguirmos intensamente parcerias e a venda de ativos. Não houve opções viáveis”, ressaltou.

Ford na Bahia
1999
O governo da Bahia negocia a implantação da Ford no estado. O então senador Antonio Carlos Magalhães se reúne com o comando da montadora e negocia com o então presidente Fernando Henrique Cardoso incentivos para a atração do complexo industrial. Em junho, a empresa anuncia a escolha de Camaçari.

2001
A empresa foi pioneira ao inaugurar o Complexo Industrial Ford Nordeste, em Camaçari, na Bahia, introduzindo conceitos avançados de arquitetura e produção.

2002
Lançamento do Novo Fiesta, primeiro modelo do Projeto Amazon, produzido na fábrica de Camaçari, na Bahia, que estreou no segmento de compactos premium e vendeu 50.000 unidades em apenas seis meses.

2006
Inauguração da fábrica de pneus da Continental (a primeira fábrica do Grupo no Brasil).

2007
Inauguração fábrica de pneus da Bridgestone (a segunda fábrica do grupo no Brasil).

2014
Inauguração da Fábrica de Motores da Ford (a primeira no NE).

2015
EcoSport alcança marca de 1 milhão de unidades produzidas em Camaçari


Chegada da Ford renovou Camaçari
Há 20 anos, a Bahia comemorava a implantação da primeira montadora de automóveis da região Nordeste. Após uma disputa acirrada com o Rio Grande do Sul, a for-tarefa formada pelo governo estadual e representantes empresariais, comandados pelo ex-senador Antonio Carlos Magalhães, comemorava um feito inédito, com investimento de US$ 1,3 bilhão, na época.

Ontem, ao comentar a partida da empresa, o presidente nacional do Democratas, ACM Neto, lembrou da luta do seu avô. “ACM era presidente do Senado quando, em 1999, usou do seu poder e influência para defender, mais uma vez, a Bahia. Enfrentou diversos interesses e trabalhou muito para derrotar as pretensões do Rio Grande do Sul, que também almejava ter a fábrica naquele estado. É uma notícia triste para a Bahia”, lamentou.

O prefeito de Camaçari, Antonio Elinaldo, lamentou a decisão da Ford. “Todas as nossas secretarias vão trabalhar para minimizar ao máximo esse impacto na vida das pessoas que dependiam da Ford”, garantiu.

O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou ter ficado surpreso com a decisão da empresa de encerrar a fabricação de automóveis no Brasil. “Não é uma notícia boa. Eu acho que a Ford ganhou bastante dinheiro aqui no Brasil e me surpreende essa decisão”, disse.

O anúncio da Ford levou o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, a afirmar, em um post no Twitter, que a saída da Ford “é uma demonstração da falta de credibilidade do governo brasileiro, de regras claras, de segurança jurídica e de um sistema tributário racional”.

Em nota, o Ministério da Economia afirmou que “lamenta a decisão global e estratégica da Ford de encerrar a produção no Brasil”. A pasta, liderada por Paulo Guedes, afirmou que “a decisão da montadora destoa da forte recuperação observada na maioria dos setores da indústria no país”.

A Anfavea afirmou que não vai se pronunciar sobre a decisão da Ford. Porém a entidade tem alertado, desde abril de 2019, sobre o custo Brasil. O secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do ministério, Carlos da Costa, afirmou que a pandemia de Covid-19 impediu que ações do governo “surtissem efeito a tempo”.

Governo vai tentar trazer a substituta da China
Apesar da direção da Ford ter sinalizado o insucesso na busca por um parceiro para as suas unidades no Brasil, ou mesmo um possível comprador, representantes do governo estadual e da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb) se reúnem hoje em busca de uma solução para o complexo industrial deixado pela montadora de veículos norte-americana.

Em nota divulgada na tarde de ontem, o governo lamentou a decisão da empresa, destacou os impactos socioeconômicos consequentes do fim da operação, que era “importante geradora de empregos e renda no estado”. Segundo a Fieb, o setor automotivo representa cerca de 5,5% do Valor da Transformação Industrial na Bahia, além de cerca de 4,1% do pessoal ocupado na indústria de transformação.

O governo estadual também entrou em contato com a Embaixada Chinesa para sondar possíveis investidores com interesse em assumir o negócio na Bahia. Reservadamente, se diz que as expectativas são de um possível interesse da fabricante de veículos elétricos Tesla, que estaria em busca de uma estrutura de produção no Brasil.

O presidente da Fieb, Ricardo Alban, destacou que o mercado automobilístico está vivendo um acentuado processo de transformação em todo o mundo, com o seu foco cada vez menos voltado para a produção de veículos e mais para as soluções de mobilidade. Segundo Alban, existe um diálogo com a Ford para que ela aproveite a sinergia do seu centro de desenvolvimento com o Cimatec Park.

O superintendente do Comitê para o Fomento Industrial de Camaçari, Mauro Pereira, lamentou a decisão da empresa, para ele reflexo dos gargalos que diminuem a competitividade no país.

Fonte: Correio*

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Milhares de trabalhadores da Ford estão reunidos na sede da montadora, em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador, na manhã desta terça-feira (12). Eles protestam pelo fechamento das fábrica em todo país, anunciadas pela marca nessa segunda (11).

Antes das 6h eles já estavam reunidos ao redor de um mini trio elétrico estacionado na garagem da empresa em Camaçari. Lá, representantes dos sindicatos discursam. A garagem está cheia de funcionários vestidos com uma farda azul, da cor da empresa. Todos usam máscaras e se reúnem em grupos de quatro a cinco pessoas, tentando manter um distanciamento. No momento de chuva mais forte, por volta de 6h30, os manifestantes precisaram se aglomerar embaixo de toldos.

Segundo Julio Bonfim, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Camaçari, são 8 mil trabalhadores diretos afetados e, com as empresas de auto-peças, o número pode chegar a 12 mil. Já a Ford foi mais modesta nos números: disse que apenas 5 mil trabalhadores serão demitidos em toda América do Sul. "Os trabalhadores rodoviários vão ficar sem emprego. O pessoal da limpeza da vigilância, do lanche vão ficar sem emprego. E a Ford tem a cara de pau de dizer que só são cinco mil trabalhadores afetados para amenizar a carnificina que está sendo feita", disse Bonfim.

Bonfim comparou a situação a um funeral. "A ficha ainda não caiu. É como se fosse um parente nosso que morreu. A Ford não tem mais interesse no pais. É um problema do país. Nós vamos tentar negociar, mas vai ser muito difícil. O governador também tem que fazer o máximo para manter os nossos empregos. Não dá só para falar que tá negociando com a China. Esse é um discurso paliativo. É preciso uma ação mais forte. Essa decisão vai ter um impacto econômico forte no PIB da região metropolitana e de camaçari", concluiu.

Reestruturação
Se aqui na Bahia o fechamento do complexo em Camacari põe fim a 20 anos de história, nacionalmente, a Ford interrompe uma trajetória de um século. Em 1919, a montadora norte-americana inaugurava no centro de São Paulo uma fábrica para a produção do icônico Ford T, carinhosamente chamado pelos brasileiros de Bigode.

No comunicado divulgado à imprensa, a Ford fez questão de ressaltar que vai parar de produzir no Brasil, mas continuará no mercado nacional, importando veículos como a nova picape Ranger, a Transit e outros modelos, além dos planos de lançar diversos novos veículos conectados e eletrificados. A empresa destacou que a pandemia de covid-19 ampliou a capacidade ociosa de suas fábricas e a queda nas vendas, que já persistia por alguns anos.

“A Ford está presente há mais de um século na América do Sul e no Brasil e sabemos que essas são ações muito difíceis, mas necessárias, para a criação de um negócio saudável e sustentável”, disse Jim Farley, presidente e CEO da empresa. “Estamos mudando para um modelo de negócios ágil e enxuto ao encerrar a produção no Brasil, atendendo nossos consumidores com alguns dos produtos mais empolgantes do nosso portfólio global”, disse o executivo.

Segundo o comunicado, a empresa “irá trabalhar imediatamente em estreita colaboração com os sindicatos e outros parceiros no desenvolvimento de um plano justo e equilibrado para minimizar os impactos do encerramento da produção”. Jim Farley destacou que a empresa fez o que podia para manter a produção no Brasil. “Além de reduzir custos em todos os aspectos do negócio, lançamos, na região, a Ranger Storm, o Territory e o Escape, e introduzimos serviços inovadores para nossos clientes”, disse. “Esses esforços melhoraram os resultados nos últimos quatro trimestres, entretanto a continuidade do ambiente econômico desfavorável e a pressão adicional causada pela pandemia deixaram claro que era necessário muito mais para criar um futuro sustentável e lucrativo, lamentou.

Cenário econômico
Em um comunicado enviado para a sua rede de concessionárias, a empresa falou sobre as dificuldades no cenário econômico brasileiro. O presidente da Ford na América do Sul, Lyle Watters, ressaltou que as dificuldades vinham sendo enfrentadas desde 2013. “Desde a crise econômica em 2013, a Ford América do Sul acumulou perdas significativas e nossa matriz tem auxiliado nossas necessidades de caixa, o que não é mais sustentável”, contou.

Este cenário teria sido agravado pela situação cambial atual e pela pandemia do novo coronavírus. “A recente desvalorização das moedas na região aumentou os custos industriais além de níveis recuperáveis e a pandemia global ampliou os desafios, gerando uma capacidade ociosa ainda maior, com redução nas vendas de veículos na América do Sul, especialmente no Brasil”, destacou.

Segundo Lyle Watters, a Ford teria tentado manter as unidades de produção em funcionamento de todas as maneiras possíveis. “Essa decisão foi tomada somente após perseguirmos intensamente parcerias e a venda de ativos. Não houve opções viáveis”, ressaltou.

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Após o anúncio do fechamento das fábricas da Ford no Brasil, incluindo a de Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador, os trabalhadores da empresa convocaram uma assembleia extraordinária para esta terça-feira, 12. O encontro será realizado a partir das 5h30, na frente da fábrica de Camaçari.

A convocação, feita pelo presidente do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Camaçari, Júlio Bonfim, deve reunir trabalhadores de todos os turnos e também das empresas de autopeças fora do complexo Ford. De acordo com Júlio, após a assembleia na frente da fábrica, os trabalhadores vão marchar para o centro de Camaçari.

Em vídeo divulgado em seu perfil nas redes sociais, Júlio Gomes, disse estar surpreso com a decisão, que chamou de inusitada. "Fui convocado de emergência pelo presidente da (Ford) América do Sul, Lyle (Watters) e também da diretora de RH da América do Sul, Fernanda, para uma reunião, onde também estavam o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté, e diretores do sindicato. Fomos pegos de surpresa. Estamos convocando todos os trabalhadores amanhã (terça), às 5h30".

De acordo com Júlio, a Ford já anunciou a suspensão de trabalho para esta terça e quarta, 13. "Não vai ter ônibus, mas temos que fazer um ato amanhã, no horário da entrada do primeiro turno. Todos trabalhadores dos dois turnos. Vamos fazer carona solidária, de bicicleta. Convoco, inclusive, o prefeito de Camaçari (Elinaldo Araújo) e o governador (Rui Costa) para se juntarem a nós. Essa é uma luta pelo emprego de todos os trabalhadores. É um momento gravíssimo para nossa economia, especialmente para a Região Metropolitana de Salvador. São 8 mil trabalhadores diretos e com as empresas de auto-peças chegamos a 12 mil trabalhadores na Bahia", disse Júlio.

Governo do Estado diz que procura alternativas

Em nota, o Governo da Bahia anunciou que o governador Rui Costa foi informado do fechamento da Ford através de uma reunião virtual com representantes da montadora. O governador diz já ter entrado em contato com a Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb) para discutir a formação de grupo de trabalho para avaliar possibilidades alternativas ao fechamento. Ainda segundo a nota, o governo estadual também fez contato com a Embaixada Chinesa para sondar possíveis investidores com interesse em assumir o negócio na Bahia.

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A Ford decidiu fechar as fábricas que tem no Brasil, incluindo a de Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador. A pandemia de covid-19 ampliou o subuso da capacidade manufatureira da empresa, no entendimento da Ford. No país, serão mantidos apenas o Centro de Desenvolvimento de Produto, na Bahia, o Campo de Provas e sua sede regional, ambos em São Paulo.

A produção vai cessar imediatamente nas fábricas de Camaçari e Taubaté, com algumas partes continuando por alguns meses para dar suporte com produção de peças de estoque para o pós-venda. No último trimestre de 2021, será fechada também a planta da Troller, em Horizonte (CE).

A empresa afirma que irá trabalhar em colaboração com os sindicatos para "minimizar os impactos do encerramento da produção". “A Ford está presente há mais de um século na América do Sul e no Brasil e sabemos que essas são ações muito difíceis, mas necessárias, para a criação de um negócio saudável e sustentável”, afirmou Jim Farley, presidente e CEO da Ford. “Estamos mudando para um modelo de negócios ágil e enxuto ao encerrar a produção no Brasil, atendendo nossos consumidores com alguns dos produtos mais empolgantes do nosso portfólio global", diz comunicado da empresa.

"A Ford mantém assistência total ao consumidor com operações de vendas, serviços, peças de reposição e garantia para seus clientes no Brasil e na América do Sul. A empresa também manterá o Centro de Desenvolvimento de Produto, na Bahia, o Campo de Provas, em Tatuí (SP), e sua sede regional em São Paulo", acrescenta.

Com a decisão, os veículos comercializados no mercado brasileiro passarão a ser importados, em sua maioria vindo das unidades de Argentina e Uruguai, além de outras regiões fora da América do Sul.

Em 2019, a Ford já havia encerrado a produção na fábrica de São Bernardo do Campo, em São Paulo. Na época, com isso, deixou de vender o Fiesta, um dos modelos de maior sucesso no país, e deixou o mercado de caminhões por aqui.

Camaçari
O prefeito de Camaçari, Elinaldo Araújo (Democratas), lamentou o anúncio do fim da produção de veículos. Ele disse que será uma grande perda para Camaçari e a Bahia.

"Com muita tristeza, recebemos esta notícia da Ford. Infelizmente, a crise provocada pela pandemia da covid-19 trouxe consequências ruins para a área da saúde e, também, para a economia, fazendo com que pequenos e grandes negócios se tornem inviáveis. Lamento o fechamento da fábrica e me solidarizo com os trabalhadores", disse Elinaldo.

O prefeito disse que vai acompanhar a situação de perto. "Faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para reduzir o impacto para os trabalhadores, pais e mães de família que vão perder o seu sustento", disse, afirmando que a prefeitura vai "intensificar diálogos" com outras empresas em busca de novos investimentos.

Fonte: Correio

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A empresa Ford decidiu iniciar o Programa de Demissão Voluntária (PDV) da fábrica de Camaçari. Em nota enviada à imprensa, a multinacional explicou que o programa é voltado para empregados da área de produção e as inscrições serão abertas em 1º de outubro deste ano.

Conforme a Ford, o acordo foi firmado entre a empresa e o Sindicato dos Metalúrgicos por causa da queda nas vendas devido à pandemia do novo coronavírus. A fábrica disse que o objetivo é o de “ajustar os níveis de produção à significativa desaceleração do mercado”.

Além do PDV, a Ford anunciou que a o regime de trabalho layoff será estendido até 31 de dezembro de 2020. A medida, que entrou em vigor em 1º de agosto, suspende temporariamente o contrato de funcionários do complexo de Camaçari. Na época da decisão, a empresa informou que o layoff afetava mil funcionários.

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Depois de anunciar que sua unidade de caminhões em São Bernardo do Campo, em São Paulo, vai fechar este ano , a Ford anunciou um Programa de Demissões Voluntárias (PDV) na fábrica de Camaçari, na Bahia. Na unidade, são fabricados os veículos Ford Ka e Ecosport. O motivo é adequar o excedente de mão de obra à demanda do mercado, informou a montadora americana.

“A Ford confirma a abertura de um Programa de Demissão Voluntária (PDV) para os empregados operacionais da fábrica de Camaçari (Bahia), no período de 8 a 26 de abril de 2019. Essa medida tem como objetivo adequar o excedente da força de trabalho à atual demanda de mercado”, informou a montadora em nota.

Há 4,8 mil funcionários da Ford em Camaçari. O diretor do sindicato dos metalúrgicos de Camaçari, Clécio Vanderlei de Aguiar, disse que a entidade negociou para que a montadora não fizesse uma demissão em massa até março de 2020. A opção foi abrir um PDV. Cada trabalhador que se inscrever no programa terá, além das verbas rescisórias, uma indenização de R$ 35 mil, disse o sindicalista.

Clécio estima que o objetivo da montadora é reduzir entre 20% e 25% o quadro de funcionários, cerca de 700 pessoas. A fábrica trabalha em três turnos.

Além da unidade de Camaçari, a Ford tem uma unidade em Taubaté, em São Paulo, onde são produzidos motores, e a unidade de Tatuí, também em São Paulo, onde a montadora mantém um campo de provas.

A fábrica de Camaçari está em funcionamento desde 2001, e é tida como referência no país pelo alto grau de automação de processos.

A Ford informou neste ano que está em processo de reestruturação mundial e vai reduzir em 20% o custo com funcionários e estrutura administrativa da América do Sul, fortalecer a linha de SUVs e picapes, e vai encerrar a produção do Focus na Argentina. A Ford também vai deixar de produzir o Fiesta, que era montado em São Bernardo do Campo, ao lado da linha de caminhões.

Na reestruturação global, o impacto previsto de despesas não recorrentes é de US$ 11 bilhões, com um efeito de US$ 7 bilhões no caixa a montadora.

Fonte: O Globo

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