A minuta do acordo trabalhista dos rodoviários que eram do Consórcio Salvador Norte (CSN) foi assinada na madrugada desta sexta-feira (14) com a empresa. Foram horas de negociação. Nas últimas semanas, a categoria chegou a fazer protesto e impediu a circulação dos ônibus.

A assinatura aconteceu na sede da prefeitura, com a presença do prefeito Bruno Reis. "Desde terça-feira estamos em longas reuniões na Prefeitura de Salvador para fechar o texto final, revisar e assinar o acordo. Olhamos ponto a ponto para que os companheiros não caíssem em nenhuma armadilha", afirmou o presidente do Sindicato dos Rodoviários, um post no Instagram.

O prefeito Bruno Reis também comentou o assunto durante a entrega de obras no bairro de Pau da Lima, na manhã desta sexta. Ele contou que a CSN tinha direito a um crédito que ainda não havia sido liberado, e que o dinheiro será usado para honrar as despesas trabalhistas da empresa.

“A CSN tinha direito a um crédito do período em que eles estavam operando a empresa, por conta da pandemia, ou seja, de março até 22 de junho, que foi quando a prefeitura assumiu a gestão da empresa. Esse mesmo crédito foi concedido às outras duas bacias, a Ótima e a Plataforma, com os mesmos critérios de cálculo e descontos”, contou.

O que ficou acertado no acordo é que o crédito será usado exclusivamente para indenizar dos 1.118 trabalhadores da CSN que não foram contratados pelo município. Aqueles que ainda não conseguiram sacar o FGTS terão o valor liberado, e até o final do mês de maio vão receber também o seguro desemprego.

A empresa colocou R$ 99 milhões em patrimônio à disposição da Justiça do Trabalho para que possa indenizar também os trabalhadores que foram contratados pela prefeitura. Essas pessoas serão contempladas à medida que os bens da CSN forem sendo vendidos.

Rodoviários que eram vinculados à empresa CSN fazem um protesto na manhã desta segunda-feira (10) e estão impedindo a saída dos ônibus de uma das antigas garagens da empresa. O motivo do protesto, segundo informações da TV Bahia, é a demora para assinar a minuta do acordo trabalhista com os trabalhadores demitidos.

O presidente do Sindicato dos Rodoviários, Hélio Ferreira, explicou que a ação é para chamar atenção da prefeitura e da sociedade sobre o atraso. A categoria espera pela homologação do acordo Tribunal Regional do Trabalho há cerca de um mês. Os trabalhadores já fizeram outras manifestações na cidade neste período.

Os rodoviários estão concentrados na garagem que fica na Rua Santiago de Compostela, na região do Iguatemi. Não há previsão de quando o protesto deve ser encerrado.

Para amenizar os impactos da paralisação, 29 linhas redistribuídas para outras empresas nesta manhã, informou o secretário municipal da Mobilidade (Semob), Fabrizzio Muller. Também houve reforço da frota do Sistema de Transporte Complementar (Stec).

Os rodoviários que trabalham para a Concessionária Salvador Norte (CSN) vão dar prosseguimento à paralisação iniciada na segunda-feira (29). Com isso, os ônibus da cor azul, que operam no corredor Mussurunga-Lapa e Orla, continuam sem rodar nesta quarta (30).

Hoje o Sindicato dos Rodoviários, Prefeitura, empresários e Ministério Público do Trabalho (MPT), se reuniram em mais uma tentativa de pôr fim ao problema. Foi apresentada uma proposta que vai ser debatida em novo encontro marcado para amanhã. Segundo o sindicato houve avanço na negociação e o que falta agora é a definição de questões jurídicas.

A categoria quer garantias para o pagamento das rescisões, já que a Prefeitura decretou a caducidade do contrato da CSN e vai assumir a operação da empresa e com isso vai contratar os rodoviários via Regime Especial de Direito Administrativo (Reda). Se houver acordo, a greve pode ser finalizada ainda amanhã.

Enquanto durar a paralisação, os micro-ônibus do Subsistema de Transporte Especial Complementar (Stec), conhecidos como ‘amarelinhos’ vão atender os usuários que utilizavam as linhas operadas pela CSN.