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Delegada investigada pelo MP-BA diz que é alvo de 'calúnia' e que denúncia foi feita em retaliação por delegada presa e exonerada por tortura

Delegada investigada pelo MP-BA diz que é alvo de 'calúnia' e que denúncia foi feita em retaliação por delegada presa e exonerada por tortura

A delegada Maria Selma, investigada após denúncia de que seria chefe de uma organização que cometia crimes contra o patrimônio e tráfico de drogas, se defendeu nesta quarta-feira (9). Ela disse que as acusações são caluniosas feitas por outra delegada que foi presa por tortura, e que isso seria fruto de uma retaliação.

"Essas calúnias foram inventadas por essa delegada que foi presa recentemente por tortura. Está se vingando. E por esses quatro investigadores que eu tirei da delegacia de veículos, porque estão respondendo, tanto na Corregedoria quando na Justiça, por extorsão. Eu vou processar todos e quero dizer que eu confio na Justiça porque vai chegar à verdade real", disse ela em uma rede social.

A delegada a quem Maria Selma se refere é Carla Santos Ramos, que foi presa em outubro de 2019 pelo Departamento de Crimes Contra o Patrimônio (DCCP), que na época era dirigido por Maria Selma. Carla Ramos foi detida junto com três investigadores pelo uso de tortura. Ela foi exonerada do cargo de titular da Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos (DRFR).

Ao Ministério Público da Bahia (MP-BA), que investiga o caso junto com a Corregedoria da Polícia Civil, a delegada Carla Ramos entregou um documento, onde alega ter fornecido provas em relatórios que demonstrariam que a delegada Maria Selma lidera um organização criminosa, que teria inclusive policiais para praticar crimes, entre eles, tráfico de drogas.

O jornalismo da TV Bahia tentou contato com Carla, mas ela não respondeu às mensagens. Atualmente, a delegada segue na Polícia Civil, mas sem o cargo de titular e respondendo processo administrativo.

O advogado da delegada Maria Selma, Sérgio Habib, informou que as investigações devem ser concluídas logo, e que ela vai prestar depoimento na Corregedoria Geral da Polícia Civil nos próximos dias.

“Quero crer que com algumas diligências que ainda se façam necessárias, esse inquérito será concluído e remetido ao Ministério Público. Acredito que são infundadas, a delegada Selma tem uma história, um passado de trabalho. Muitos e muitos anos na Polícia Civil. O trabalho dela é um trabalho reconhecido", disse ele.

Sérgio Habib falou ainda que Maria Selma é conhecida pelo trabalho dela principalmente no bairro da Pituba, onde fica a DCCP.

"A comunidade da Pituba, de quando ela trabalhou na Pituba, sabe e conhece bem o trabalho dela e tenho certeza de que tudo isso será esclarecido e que nós iremos separar o joio do trigo. Quem realmente teve participação nos fatos, irá responder na medida da sua culpabilidade. E se provar que foi feito por ela, ela também irá se defender e eu acredito que ela venha a ser isenta de todas essas acusações e responsabilidade", complementou.

Atualmente, a delegada Maria Selma também está afastada do cargo após ter pedido uma licença prêmio de seis meses. Ela deixou o cargo de diretora da DCCP após ter contraído Covid-19.

Em nota, a Polícia Civil informou que a Corregedoria investiga a situação. Já o MP-BA disse que a apuração segue sob sigilo e que as denúncias foram entregues ao Grupo de Apoio Especial de Combate ao Crime Organizado, do próprio MP-BA.

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