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Após quase quatro horas de negociação, músico liberta ex-mulher em Sussuarana

Após quase quatro horas de negociação, músico liberta ex-mulher em Sussuarana

O músico John Lima liberou no final da manhã desta segunda-feira (20) a ex-mulher, Flávia Souza Santos, 30 anos, que era mantida refém em uma casa no bairro de Sussuarana. Depois de quase quatro horas de negociação com a polícia, ele se rendeu. John usava uma faca para manter Flávia na casa e exigia R$ 8 mil para a liberação.

Por volta das 11h45, os dois saíram de rostos cobertos e foram atendidos no local pela ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). A multidão que acompanhava a negociação vaiou John e pediu que a polícia o entregasse aos populares. Os dois foram levados para a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam), em Brotas.

"Foi conflito em relacionamento que evoluiu pra essa situação de cárcere. Desde o início eles brigaram durante a madrugada, então houve agressões mútuas, a casa está lá desarrumada resultado justamente desse conflito entre os dois", disse o major Luciano Jorge, comandante da 48° Companhia Independente (Sussuarana). "Todos os dois estão abalados. Estão mentalmente perturbado. Mas graças a Deus concluímos, estamos muito felizes em ter atingido esse objetivo, manter a integridade de todos", acrescenta.

A policia foi para o local após a mãe da vítima se dirigir até a sede da 48ª CIPM, que fica a poucos metros do local, e informar sobre a agressão que a filha sofria, de um ex-companheiro. Imediatamente a casa foi isolada e os militares iniciaram a negociação.

De acordo com familiares, o músico já estava separado há cerca de 6 meses da mulher, Flávia Souza Santos, de 30 anos. "Ele é um covarde, porque homem que bate em mulher é covarde. Ele já furou ela. Neste dia ela foi socorrida pelo padrinho ao HGE. E eles não estavam juntos", diz o pai de Flávia, Gerson Pereira Santos, 64

Por volta das 7h, Flávia ligou para a mãe, Maria Hilda de Souza, 65 anos, pedindo socorro. Maria Hilda, que mora perto, foi até a casa. Ao chegar lá, já encontrou John mantendo Flávia como refém. Ele dizia que só sairia dali se recebesse R$ 8 mil - ele enviou de SP R$ 10 mil para a ex, que comprou móveis e eletrodomésticos para a casa.

Histórico de brigas
Familiares contam que eles mantiveram uma relação de quase 10 anos, com várias idas e vindas, porque John era agressivo - a mãe de Flávia diz que ela chegou a registrar queixa contra ele na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam). Há seis meses, o término definitivo aconteceu. John viajou para São Paulo para fazer shows. Flávia continuou em Salvador com os filhos.

"Eles vivem brigando. Ele era muito ciumento. Ele também me ameaçava. Sempre exigia dinheiro e eu dava para ver a minha filha livre dele. Cheguei a comprar uma moto e antes mesmo de resolver a documentação, ele vendeu. Eu não sei a quem ele deve tanto assim. Pra ver a minha filha numa situação melhor, cheguei a pegar dinheiro com agiota pra dar pra ele", diz Maria Hilda.

Aos parentes, John diz que chegou de madrugada e quis ir embora 1h, mas Flávia não deixou. Depois disso, ele descobriu no celular de Flávia conversas que ela teria com outros homem. Ele ligou para a pessoa das mensagens, que confirmou a relação com Flávia. A partir daí, ele começou a exigir o dinheiro de volta. Depois disso, passaram a noite brigando, inclusive com agressões físicas. Pela manhã, ele a impediu de sair de casa.

"Eles brigavam constantemente. Eu mesmo já separei as brigas e uma delas já levei um murro dele. Ele me considera mais que os irmãos dele de sangue e foi por isso que, durante a negociação, ele pediu para eu descer, para falar com ele, mas a polícia não deixou", contou Hermes Agostinho, marido do prima de Flávia e irmão de consideração do cantor

"Quando eles tiverem o primeiro filho, a briga era intensa, mas não passavam das ofensas. Mas depois da segunda criança, ele começou a agredi-la fisicamente varais vezes ao dia", contou a prima Flávia

De dentro da casa, John manteve contato com parentes através de mensagens de celular. Ele pediu água e também solicitou a presença de um advogado, que chegou por volta das 11h15.

"O advogado está aqui para garantir não só as garantias constitucionais do chamado sequestrador, mas também para garantir a integridade de física da vítima", disse o defensor, Marcos Matos. "Devemos priorizar a integridade da vítima. Tanto de quem está causando a agressão de quem está sofrendo agressão", destacou.

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