O Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA) terminou de apurar as 34.424 mil seções da Bahia por volta das 2h00 desta segunda-feira (3). Com a conclusão do processo, o número de pessoas do estado que reservaram parte de seu tempo ao longo do dia 2 de outubro para ir às urnas e votar cresceu em termos totais e percentuais nesta eleição em comparação com os dados do pleito de 2018.

Ao todo, 8.874.509 milhões de baianos compareceram em suas sessões para escolher seus representantes como deputados estaduais e federais, senador, governador e presidente. Considerando que, de acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 11.291.528 milhões de pessoas estavam aptas a votar em todo estado e 2.408.472 milhões destes não foram, 78,65% dos que poderiam participar da 'festa da democracia' aproveitaram desse direito.

O número de ausentes neste ano é percentualmente inferior a eleição de 2018, quando 2.154.937 milhões de pessoas deixaram de votar no estado, número que equivale a 20,74% dos eleitores, já que a Bahia tinha 10.393.170 milhões de aptos para voto e 8.235.310 milhões compareceram há quatro anos. Naquela oportunidade, o número de faltantes somados aos votos brancos e nulos na Bahia, no 1º turno, representaram 38,7%

Presidente do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA), que é responsável por promover e fiscalizar o pleito no estado, Roberto Maynard Frank falou sobre o comparecimento. Ele afirmou que os números deste ano apontam para uma participação maciça que deveria ser comemorada, além de parabenizar quem exerceu seu direito ao voto.

"Estendo meus cumprimentos, especialmente, a todos eleitores e eleitoras baianas que compareceram às urnas a fim de exercer o seu direito ao sufrágio maciçamente e o fizeram de forma ordeira e responsável, respeitando as diferenças e dando um exemplo de processo democrático aqui na Bahia para todo o Brasil", falou Frank.

O presidente disse ainda que a maior participação dos baianos nesta eleição se deve às diversas ações do próprio TRE-BA para regularizar a situação dos eleitores no estado e incentivar o voto. "Nós tivemos pleno êxito no nosso processo que antecede o fechamento do cadastro. Implementamos boas práticas no sentido do uso da inteligência artificial com o Whatsapp e Telegram, além do projeto TRE em todo lugar para comunidades carentes. Tudo isso para que esse eleitorado estivesse apto", apontou Frank.

"A Bahia foi o estado que, percentualmente, mais cresceu seu número de eleitores com praticamente um milhão a mais em relação ao que tivemos nas eleições de 2020", completou, comparando com o pleito municipal há dois anos.

Assim como a taxa de ausentes, o número de votos nulos e brancos dados pelos eleitores baianos também apresentou queda quantitativa e percentual neste pleito. Ao todo, 328.371 mil pessoas votaram nulo (3,70%) e 123.445 mil pessoas optaram pelo branco (1,39%). Juntas, as duas opções representaram 5,09% dos votos no estado. Para que se tenha noção da diferença, em 2018, 314.605 mil (3,82%) pessoas que compareceram às urnas votaram em branco e outros 1.170.405 milhão (14,21%) anularam o voto.

Duas horas para votar

Frank usou justamente os dados para traçar uma avaliação positiva do que foi a eleição em território baiano. São mais de 11 milhões de eleitores, um exército de 140 mil mesários, mais de 9 mil locais de votação. A eleição foi um sucesso", falou o presidente. Apesar do TRE-BA considerar o dia de eleições no estado um sucesso, o pleito ficou marcado por reclamações de baianos que chegaram a passar duas horas na fila para votar em suas sessões.

Pedro Lopes, 24 anos, saiu de casa para votar no Colégio Estadual Central, em Salvador. Ele até tentou fugir dos horários mais lotados no início da manhã, mas não conseguiu evitar uma longa espera. "Eu cheguei no colégio às 11h e só consegui sair de lá 13h, achei que seria um horário mais tranquilo. Mas estava muito cheio, nunca vi desse jeito. O que achei que ia fazer em uns 30 minutos, demorou duas horas. Votei mesmo porque não podia abrir mão, mas fácil não foi", fala o estudante.

Ao comentar a situação, Roberto Maynard Frank fez questão de ressaltar que a longa espera registrada nos pontos de votação é resultado de três fatores: aumento no número de votantes, biometria e o protocolo de recolhimento dos celulares. "A Bahia foi o estado que percentualmente mais cresceu em seu eleitorado, praticamente 1 milhão de eleitores além de 2020. [...] Isso tudo, associado ainda a uma eleição com regulamentação do TSE de entrega do celular, cuja participação do eleitorado foi híbrida, eleitores biometrizados e não biometrizados", disse Frank.

Ainda segundo ele, 88% do eleitorado baiano participou do pleito com a biometria cadastrada e, estatisticamente falando, o voto de uma pessoa com biometria leva mais tempo, apesar de ser mais seguro. Dos registros de demora, a maioria aconteceu antes do meio dia. "A população vai votar pela manhã maciçamente. Tivemos incidentes de longas filas, como ocorreu no Brasil afora, e a notícia de abstenção de mesários foi irrelevante, como ocorreu em outros pleitos", acrescentou. Veja mais sobre os dramas nas filas aqui.

Urnas com problemas

Foram 67 urnas substituídas por problemas na Bahia, sendo 13 em Salvador. Frank citou um incidente na cidade de Barra, em que uma comunidade local teve falhas na urna e a troca demorou, iniciando a eleição com atraso. Outro caso destacado foi o de Muritiba, que teve votação manual.

A urna desligou, foi religada, tentou-se substituir essa urna por duas ou três reservas. Surgindo código do TSE que orientava para que nós partíssemos para votação manual. Deslocamos, e agradeço a PM e o Graer, que conduziu dois técnicos do TRE e um desembargador eleitoral, que foram prestar socorro ao juiz eleitoral e servidores. O desembargador retornou e os servidores lá ficaram até o final", afirmou.

O presidente do TRE-BA também afirmou que não houve registro de candidatos presos na Bahia.

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