Tempo de espera por moto nova em concessionárias na Bahia chega a quatro meses

Tempo de espera por moto nova em concessionárias na Bahia chega a quatro meses

Quem já comprou uma moto sabe: não dá para chegar na concessionária, comprar e sair, no mesmo dia, pilotando sobre duas rodas novas em folha. Em geral, quando o pagamento é à vista, dava para fazer isso a partir de três dias. Via consórcio ou financiamento, demorava mais um pouco, mas a espera não costumava ultrapassar os sete dias.

Da pandemia para cá, essa realidade mudou e, para tirar uma moto zero da concessionária, o tempo médio de espera na fila é de quatro meses na Bahia, segundo gerentes. O soteropolitano Lucas Sousa, 22 anos, é um exemplo disso. Ele comprou sua primeira moto agora em 2022, quando a adquiriu com um lance em consórcio, que foi pago ainda no mês de janeiro.

Apesar disso, só mais de 120 dias depois ele pôde colocá-la em sua garagem. "Tinha um consórcio na Honda, fiz o lance e paguei. Aí fui informado de um prazo mínimo de 120 dias para entrega. Disseram que poderia chegar antes, mas não garantiam. E foi o que aconteceu, demorou esse tempo para eu pegar ela emplacada com tudo direitinho", fala Lucas, que trabalha como e-commerce.

De acordo com ele, apesar da demora, era possível até que a espera fosse mais longa a depender da cor escolhida. "Como as motos das cores vermelha e preta têm muita demanda, se eu não tivesse pegado a cinza, iria esperar muito mais. Além disso, motos que não são da linha popular demoram ainda mais. A minha é uma CG 160, por isso demorou esse tempo", conta.

O porquê da demora

Gerente de vendas da Motopema, concessionária da Honda em Salvador, Moisés Neves confirma a previsão de entrega mais demorada para alguns modelos. "Alguns modelos nem têm sido vendidos à vista. Quadriciclo, XR300 e PCX só são vendidos em consórcio para atender acordos pré-firmados. Hoje, para esses modelos, os clientes aguardam em média 120 dias", relata o gerente.

O pintor Ricardo Carneiro, 38, esperou, mais precisamente 119 dias para tirar a sua moto Honda PCX da concessionária. Ele conta que não esperava tanta demora. "A gente estava imaginando uns trinta dias de espera, mas foi bem como eles avisaram, que podia ser em 30 ou em 120. Quase chegou no final do prazo. Foi uma espera danada para quem estava ansioso", diz.

Para modelos mais populares, no entanto, a gerência da Honda informa que a espera não chega aos 120 dias. Quem quiser tirar da concessionária a linha CG, formada por Start, Fan e Titan, no momento vai esperar a média entre 45 e 60 dias, de acordo com a gerência. A previsão, porém, é que esse prazo seja reduzido e volte ao normal com o passar do tempo.

Moisés Neves explica que a espera mais longa se dá por três fatores: restrições da indústria na pandemia e falta de matéria prima. "Nossa fábrica fica em Manaus, uma das cidades que mais sofreu, e isso comprometeu o funcionamento. Quando para a linha de produção, é difícil retomar. [...] Além disso, ainda sofremos hoje com falta de componentes usados na fabricação, há uma escassez grande de eletrônicos que vêm basicamente da China, onde está faltando", afirma.

Bárbara Passos, gerente comercial do Grupo Yamaha Motofácil, admite que a fila de espera já foi um problema e chegou a ser formada por 400 cliente. Hoje, no entanto, a situação está diferente e modelos já são vendidos a pronta entrega, de acordo com ela.

"Temos alguns modelos que temos para pronta entrega como Lander 250 e Factor 250 ou 125. O que aconteceu ano passado era por conta de uma falta de insumos e devido também ao crescimento do mercado. Começamos a vender bastante e acabou agravando a situação. Uma coisa que aconteceu com várias montadoras", fala Bárbara, sem citar a porcentagem de aumento.

Segundo a gerente, o único modelo que tinha a fila de espera em 120 dias era da NMAX, scouter da marca. Hoje, no entanto, o prazo é de 30 dias e a fila foi reduzida.

Opção mais viável

Ao falar do crescimento nas vendas, Bárbara pontua que as motocicletas viraram alvo de compra dos consumidores por conta da praticidade e do cenário econômico. Isso porque, em relação aos gastos, levam vantagem sobre os carros.

"A questão do aumento do combustível fez muita gente procurar pelas motos, abrindo mão dos carros. Isso também é um fator no Brasil como um todo. Hoje, tem gente que usa o carro pra passear e a moto pra trabalho pela economia e praticidade", afirma ela.

Na Honda, também foi observado um aumento nas compras que influenciou no crescimento da fila pelas motos. Moisés Neves destaca que as motocicletas viraram meio para renda em tempos de muito desemprego.

"Querendo ou não, a moto se tornou uma solução nesse período pela possibilidade de você ter um trabalho direto como moto-taxista ou entregador. Com um investimento razoável, você consegue ser independente e gerar renda e isso acendeu o farol para as motos", fala ele, que não tinha a disposição os números de crescimento nas vendas.

Para quem quer também entrar numa fila, que daqui para frente deve ser mais curta, há três modelos principais de compra. Veja as vantagens e desvantagens de cada um:

À vista

É a forma mais econômica para tirar uma moto da concessionária, além de ser a mais rápida também. Evita juros que pesam no bolso ao longo do tempo em que se efetua o pagamento da motocicleta comprada.

Financiamento

No caso de um financiamento de motocicleta, o cliente realiza um tipo de empréstimo com um banco ou outra instituição para obter crédito e comprar à vista a moto na concessionária. O pagamento do crédito é feito ao credor e, desta forma, o comprador arca com juros que podem ser altos, dependendo do acordo feito.

Consórcio

Neste modo, são formados grupos, que podem ter número variado de integrantes, onde pessoas se unem para formar uma poupança e programar a compra da moto. A vantagem dessa modalidade é que se realiza a compra sem pagar juros ou entrada.

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