A Petrobras informou nesta terça-feira, 16, que sua Diretoria Executiva aprovou nesta segunda-feira, 15, a estratégia comercial para definição de preços de diesel e gasolina da estatal, em substituição à política de preço de gasolina e diesel comercializados por suas refinarias. A nova estratégia usa referências de mercado como: o custo alternativo do cliente, como valor a ser priorizado na precificação; e o valor marginal para a Petrobras.

Em fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a estatal explica que o custo alternativo do cliente contempla as principais alternativas de suprimento, sejam fornecedores dos mesmos produtos ou de produtos substitutos; já o valor marginal para a Petrobras é baseado no custo de oportunidade dadas as diversas alternativas para a companhia dentre elas, produção, importação e exportação do referido produto e/ou dos petróleos utilizados no refino.

Segundo a Petrobras, "os reajustes continuarão sendo feitos sem periodicidade definida, evitando o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio". Além disso, as decisões relativas à estratégia comercial continuam sendo subordinadas ao Grupo Executivo de Mercado e Preço, composto pelo presidente da companhia, o diretor executivo de Logística, Comercialização e Mercados e o diretor Financeiro e de Relacionamento com Investidores.

A estratégia comercial está alinhada com a Diretriz de Formação de Preços no Mercado Interno aprovada pelo Conselho de Administração em 27 de julho de 2022 e tem como premissa preços competitivos por polo de venda, em equilíbrio com os mercados nacional e internacional, levando em consideração a melhor alternativa acessível aos clientes.

"Essa estratégia permite a Petrobras competir de forma mais eficiente, levando em consideração a sua participação no mercado, para otimização dos seus ativos de refino, e a rentabilidade de maneira sustentável", afirma a estatal, acrescentando que passará a ter mais flexibilidade para praticar preços competitivos, se valendo de suas melhores condições de produção e logística e disputando mercado com outros atores que comercializam combustíveis no Brasil, como distribuidores e importadores.

O fato relevante ainda afirma que a precificação competitiva mantém um patamar de preço que garante a realização de investimentos previstos no Planejamento Estratégico, sob a premissa de manutenção da sustentabilidade financeira da companhia.

"A Petrobras reforça seu compromisso com a geração de valor e com sua sustentabilidade financeira de longo prazo, preservando a sua atuação em equilíbrio com o mercado", completa a petroleira.

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A Petrobras anunciou na manhã desta terça-feira, 24, que vai elevar em 7,5% o preço da gasolina para as distribuidoras na suas refinarias a partir da quarta-feira, 25. O preço do litro do combustível passará de R$ 3,08 para R$ 3,31, um aumento de R$ 0,23, informa a estatal.

A defasagem dos preços da gasolina em relação ao mercado internacional atingiu 15% na segunda-feira, seguindo a volatilidade do preço do petróleo. O diesel, por sua vez, não tem sido tão pressionado devido ao temor de uma recessão global e incertezas em relação à recuperação chinesa.

A Petrobras estava há 50 dias sem alterar o preço da gasolina, enquanto a Acelen, controladora da Refinaria de Mataripe, na Bahia, subiu o preço do combustível na semana passada.

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Termina nesse sábado (7) o prazo para que postos em todo país se adequem à regra de exibir o preço dos combustíveis com duas casas decimais, e não mais com três, como ocorre atualmente.

A mudança foi determinada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), por meio da Resolução nº 858/2021, publicada em novembro do ano passado.

De acordo com a ANP, o objetivo da mudança “é deixar o preço do combustível mais preciso e claro para o consumidor, além de estar alinhado com a expressão numérica da moeda brasileira”.

Assim sendo, acrescenta a agência, os preços deverão ser exibidos com duas casas decimais tanto no painel de preços quanto nos visores das bombas abastecedoras.

A ANP informa, no entanto, que nas bombas o terceiro dígito poderá ser mantido, desde que marcando zero e travado no momento do abastecimento. “Dessa forma, os postos não precisarão trocar os módulos das bombas, o que poderia acarretar custos aos agentes econômicos”, justificou a agência.

Na avaliação da agência, a mudança não implicará no valor final dos preços dos combustíveis, uma vez que a norma não trará “custos relevantes aos revendedores e nem restrições aos preços praticados”.

Publicado em Brasil

Governadores desembarcam na próxima semana em Brasília para discutir a mudança na tributação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) dos combustíveis, a principal fonte de arrecadação dos Estados.

A alteração no tributo foi aprovada pelo Congresso Nacional, na semana passada, depois de um movimento bem-sucedido capitaneado pelo presidente Jair Bolsonaro. Desde o ano passado, o presidente culpa os Estados pela alta dos combustíveis.

Com a disparada do preço do petróleo internacional e reajuste da gasolina, do óleo diesel e do gás de cozinha, o governo conseguiu o apoio do Senado e da Câmara para aprovar o projeto que unifica a alíquota do ICMS. Como revelou o Estadão, a medida pode acabar gerando aumento da carga tributária nos Estados que hoje praticam uma taxação mais baixa.

A reunião marcará o X Fórum Nacional dos governadores, que acontecerá no Banco do Brasil. Ela terá como segundo tema da pauta a definição de uma coordenação da política de flexibilização das medidas sanitárias pelos Estados diante do arrefecimento da pandemia de covid-19.

Organizadores do evento afirmam que será uma das reuniões mais relevantes do ano antes do embalo da campanha eleitoral. O Fórum é presidido pelo governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha.

Publicado em Política

“Trabalhar com aplicativo e dirigir na gasolina é fazer milagre”. O motorista Ygor Santos resume dessa maneira a decisão dele em instalar o Gás Natural Veicular (GNV) em seu carro. “Devido ao aumento da gasolina, é muito mais vantajoso andar com o gás”, justifica. Ygor não é o único a pensar dessa forma. O aumento do uso do GNV é constatado nos 33% de crescimento, entre janeiro a outubro, no consumo desse combustível em Salvador.

Só em outubro, mês que contou com dois reajustes de preço da Petrobras, a venda de GNV foi a maior dos últimos dois anos, com 10,3 milhões de metros cúbicos do gás comercializados, de acordo com a Companhia de Gás da Bahia (Bahiagás). E não são apenas os motoristas ou pessoas que trabalham com o veículo que estão apostando nessa opção. Júlio Cesar, 38 anos, trabalha num petshop de Salvador e viu mais vantagem em rodar com o gás.

“Eu troquei de carro esse ano para um que já veio com GNV e estou sentindo uma economia de 30% a 35% comparado com a época que usava gasolina. Mesmo sem trabalhar com o carro, eu dirijo cerca de 30 quilômetros por dia para ir trabalhar, a passeio e levar minha filha para a escola. Por isso que está valendo a pena”, comenta.

Júlio teve a vantagem de não precisar investir na instalação do chamado kit gás, que pode sair por até R$ 5 mil. Ygor teve mais sorte e pagou R$ 4 mil na instalação. “Só no cilindro foi R$ 1,7 mil. Aí soma isso ao custo para colocar no carro, vistoria do Detran e outros aparelhos do kit”, lembra. Mesmo assim, ele avalia que, em menos de um ano, já conseguiu recuperar todo o valor aplicado. “Eu rodo em aplicativo praticamente o dia todo. Vivo dentro do carro”, relata.

Para o economista Edval Landulfo, o GNV é indicado principalmente para pessoas como Yago, que dirigem bastante o carro. “O motorista tem que se perguntar para qual objetivo ele tem o carro. É para locomoção casa-trabalho? Para atender as necessidades da família? Para trabalhar? Não vale a pena investir no GNV se ele usar pouco o carro, mas só é possível descobrir a utilidade do veículo se essas perguntas forem respondidas”, aponta.

De acordo com o simulador de custo da plataforma People Interactive, considerando o atual preço da gasolina, etanol e do GNV, quem roda apenas 500 quilômetros por mês só conseguirá recuperar o valor investido no kit gás daqui a dois anos. Já quem roda 5 mil quilômetros mensais terá o valor recuperado em dois meses.

Movimento
O frentista Wellington Ribeiro, 24 anos, trabalha há três anos num posto que abastece carros com GNV. “Quando comecei, quase não tinha fila e, quando tinha, era bem pequena. Nada se compara a como é atualmente”, diz o rapaz a reportagem enquanto se dividia com outro colega para juntos abastecerem quatro carros de uma só vez. No total, por volta das 12h, a fila de espera no posto que Wellington atua era de 24 carros divididos em quatro filas.

“Quando chega no final da tarde o movimento fica mais forte ainda e só para lá para umas 21h”, relata. Segundo o frentista, o tamanho da fila é causado pela demora em abastecer com GNV e pela quantidade limitada de postos em Salvador e Região Metropolitana (RMS) que oferecem o serviço. Para o motorista de aplicativo José Nilson Santana dos Santos, 39 anos, encarar a fila não é um problema. “Muito melhor está aqui do que ter que botar gasolina”, confessa.

José trabalha com um carro alugado que tem GNV. “Antes, eu rodava em um com gasolina, mas esse ano optei por GNV e tive uma economia de 50% nos meus gastos com combustível”, relata. Ele só pretende continuar na profissão enquanto não encontrar outro serviço com mais estabilidade.

“O valor do GNV também está aumentando, mas os nossos ganhos rodando pelo aplicativo não crescem. Se continuar assim, não sei onde vamos parar”, lamenta.

A queixa pelo aumento do preço do GNV também é compartilhada pelo motorista Edvaldo da Silva, 38 anos. “Se continuar aumentando sem parar, pode ser que nem chegue a valer a pena colocar o gás. Tem posto que já está vendendo o metro cúbico por R$ 4,50”, diz. E Edvaldo está correto. Segundo o aplicativo Preço da Hora, o preço do GNV em Salvador varia entre R$ 3,73 e R$ 4,50. Já o litro da gasolina sai por R$ 6,56 a R$ 6,63. O etanol está por R$ 5,15 a R$ 5,63.

Em janeiro de 2021, o preço médio da gasolina era R$ 4,63, de acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Já o etanol saía por cerca de R$ 4 e o preço médio do GNV era pouco mais de R$ 3. “Hoje nós temos uma tendência, devido a essa posição política da Petrobras de fazer uma paridade com o preço internacional, de aumento nos preços dos combustíveis. A previsão continua sendo de alta”, lamenta Landulfo.

Para o aposentado Antonio Nunes, 76 anos, apesar de todos os reajustes, o GNV continua sendo vantajoso. Ele mora em Dias D’Ávila e vai diariamente trabalhar em Salvador.

“Eu já uso esse tipo de combustível e pretendo comprar um carro novo esse ano, mas só irei comprar algum que já tenha o kit gás. O preço da gasolina está um absurdo e, infelizmente, eles não vão diminuir tão cedo”, conta.

Economista reforça que GNV não é vantajoso para todo mundo
Não adianta já ir pensando em colocar o kit gás no carro visando ter economia que não é bem assim. O economista Edval Landulfo reforça que não são para todos os públicos que o GNV é indicado. “Minha esposa, por exemplo, tem um carro, mas ela roda muito pouco. Não vale a pena ter kit gás. No caso dela, as vezes é mais vantajoso pegar um transporte por aplicativo do que tirar o carro da garagem”, calcula.

O motorista de aplicativo Ubiratan Felizardo, 50 anos, por exemplo, dirige num carro movido a etanol. “Eu já usei GNV e, quando troquei de carro, diminuí meu faturamento, pois não quero colocar o kit gás por agora. O carro ainda é novo e não quero que ele seja desvalorizado”, aponta. Essa desvalorização, segundo Landulfo, é outro ponto negativo em optar pelo GNV. “Tem gente que não compra carro com kit gás, pois não sabe qual foi o histórico desse equipamento e suas revisões”, explica.

Além de não ser interessante para quem roda poucos quilômetros por mês, o GNV não vale a pena para quem vive em cidades de interior onde pode ser mais difícil encontrar postos de combustíveis que comercializam o gás natural veicular.

“Quem geralmente opta por fazer a adaptação ao kit gás estão nos grandes centros urbanos. Quando você vai para uma cidade pequena, na Chapada Diamantina, no Vale do Jiquiriçá, é preciso ver se os postos implantaram GNV. Ele só vai implantar se tiver demanda, se tiver gente interessada”, avalia o economista.

O Sindicato dos Trabalhadores em Postos de Combustíveis da Bahia (Sinposba) foi procurado, mas não respondeu até o fechamento do texto. Já o Sindicato dos Revendedores de Combustíveis do Estado (Sindicombustíveis) disse que a Bahiagás é quem tem as informações sobre venda de GNV.

Vantagens de ter o GNV, para Edval Landulfo:

Economia;

GNV emite menos gases que aceleram o aquecimento global;

Algumas peças tem vida útil maior;

IPVA mais barato

Desvantagens de ter o GNV, para Edval Landulfo:

Instalar o kit gás num carro novo perde a garantia do veículo;

Perda da potência;

Perda de espaço no porta-malas;

Corre o risco de ter um acidente com o GNV; para evitar, é preciso fazer revisões contantemente;

Desvalorização de um veículo com kit gás;

Algumas peças tem vida útil menor;

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Com a série de altas nos preços dos combustíveis, sair de carro tem se tornado um problema cada vez maior para os consumidores de Salvador - e de todo o país.

Segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), na última semana, a capital baiana registrou a maior alta nos preços médios do etanol e da gasolina dentre todas as capitais do país, com elevações de 9,76% e 6,59%, respectivamente.

Nos 77 postos analisados em Salvador, o litro do etanol foi vendido, em média, a R$ 5,723, com o preço máximo atingindo R$ 6,099. Já o litro da gasolina registrou o valor médio de R$ 6,726, com máximo de R$ 7,099, entre 75 postos pesquisados.

O custo do óleo diesel em Salvador também não deixou a desejar. O aumento foi de 7,72%, ficando atrás apenas de João Pessoa, que registrou uma alta de 7,98%.

No entanto, dirigir não é o único problema relacionado aos combustíveis. O gás de cozinha também apresentou uma elevação em relação à semana anterior, de 2,35%, a quarta maior variação do Brasil. Os soteropolitanos chegaram a pagar R$ 100 por um botijão de gás na semana iniciada no dia 30 de outubro e encerrada no dia 06 de novembro.

Imposto congelado

Na última sexta-feira (05), o governo da Bahia oficializou o congelamento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) por mais 90 dias, em decreto publicado no Diário Oficial do Estado. A medida segue a decisão tomada pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), em conjunto com outros estados.

O decreto determina que os valores vigentes no último dia 1º de novembro não serão alterados até 31 de janeiro de 2022.

Os preços médios do etanol hidratado subiram em 20 Estados e no Distrito Federal (DF) na semana entre 24 e 30 de outubro, de acordo com levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) compilado pelo AE-Taxas. Em outros 5 Estados, os preços recuaram, enquanto no Amapá não houve mudança na cotação. Nos postos pesquisados pela ANP em todo o País, o preço médio do etanol subiu 3,92% na semana em relação à anterior, de R$ 4,875 para R$ 5,066 o litro.

Na comparação mensal, o preço médio do biocombustível no País subiu 7,44%. O Estado com maior alta no período foi Minas Gerais, onde o litro subiu 9,10% no mês. Na apuração semanal, a maior alta de preço foi observada na Bahia, com avanço de 6,73%, para R$ 5,410 o litro.

O biocombustível tem avançado em decorrência da quebra de safra de cana-de-açúcar no Brasil - até a primeira quinzena de outubro, a moagem no Centro-Sul recuou 9,56% no acumulado da temporada 2021/22, e a produção de etanol hidratado caiu 17,93% na mesma comparação, segundo dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica). Agora, a região se encaminha para período de entressafra, quando os preços tendem a subir ainda mais. Além disso, o etanol acompanha a gasolina, que vem se valorizando após reajustes da Petrobras.

Em São Paulo, principal Estado produtor, consumidor e com mais postos avaliados, a cotação média do hidratado ficou em R$ 4,876 o litro, alta de 4,01% ante a semana anterior.

O preço mínimo registrado na semana para o etanol em um posto foi de R$ 4,180 o litro, em São Paulo, e o menor preço médio estadual, de R$ 4,876, foi registrado também em São Paulo. O preço máximo, de R$ 7,399 o litro, foi verificado em um posto do Rio Grande do Sul. O maior preço médio estadual também foi o do Rio Grande do Sul, de R$ 6,464.

Competitividade
A gasolina foi mais competitiva que o etanol em todos os Estados e no Distrito Federal na semana de 24 a 30 de outubro, mostra o levantamento da ANP compilado pelo AE-Taxas. Os critérios consideram que o etanol de cana ou de milho, por ter menor poder calorífico, tenha um preço limite de 70% do derivado de petróleo nos postos para ser considerado vantajoso. Na média dos postos pesquisados no País, o etanol está com paridade de 77,20% ante a gasolina.

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A fotógrafa Vanessa Ramos, 33 anos, depende do carro para trabalhar. É assim que ela encontra os clientes, faz as fotos, e depois retorna para entregar o material pronto. O veículo é essencial para dar agilidade ao serviço e oferecer bom atendimento, mas ela contou que tem feito um esforço danado para consegui manter o carro. Por isso, a notícia de que o preço da gasolina seria reajustado mais uma vez deixou ela preocupada.

“É um absurdo. O custo para manter o carro aumentou demais, o gasto por mês mais que dobrou. Tenho repassado parte da despesa com combustível para os clientes porque entrego em casa todos os produtos. Muitas vezes, faço mais de uma visita pra ajudar na escolha, então, ficou puxado. Às vezes, o cliente pede desconto e aí não tem jeito, sai do meu bolso mesmo”, disse.

A partir desta quinta-feira (12), o litro da gasolina passou de R$ 2,69 para R$ 2,78, nas refinarias, mas nas bombas de Salvador o valor já superava os R$ 6 antes do reajuste. O último aumento havia sido em 6 de julho. A gasolina começou o ano a R$ 1.83, teve nove correções e acumulou 51% de alta no ano, até agora. Desta vez, o diesel não foi reajustado.

Essas mudanças têm exigido dos consumidores malabarismos para conseguir pagar as contas. Vanessa contou que além de aumentar o valor dos pacotes tem adotado outras estratégias para economizar combustível. “Eu tento concentrar o máximo de coisas para fazer no mesmo local, e tento fazer algumas coisas em regiões mais próximas de casa para evitar andar muito com o carro”, disse ela, que já pensou em abrir mão do veículo.

Um levantamento divulgado pela Petrobrás apontou que o preço médio da gasolina vendida na Bahia, na última semana de julho, estava acima de R$ 6, mesma situação de outros sete estados pesquisados: Rio de Janeiro, Minas Gerais, Alagoas, Espírito Santo, Goiás, Rio Grande do Norte, e Rio Grande do Sul.

O presidente do Sindicato dos Revendedores de Combustíveis do Estado da Bahia (Sindicombustíveis), Walter Tannus, afirmou que a categoria discorda do reajuste e que esse deveria ser o momento para se repensar a forma de calcular o preço desse produto no país.

“É absurdo mais um reajuste. A sociedade precisa rever a política do preço dos combustíveis ou a população é quem vai continuar sofrendo, e esse sofrimento não é apenas para quem tem carro, o impacto é para todos. A indústria e o agronegócio, que usam de maquinário, também vão sentir esse impacto”, disse.

Ele defende uma mudança através dos impostos e citou um exemplo. “O que o Sindicato defende é uma política tributária que permita ao cidadão fazer um orçamento para o seu combustível. Na Inglaterra, por exemplo, a carga tributária diminui quando o preço do barril sobe, e os impostos aumentam quando ele reduz”, disse.

São 2.700 postos de combustível na Bahia, sendo que 250 deles ficam em Salvador e Região Metropolitana. Nesta quinta-feira, o menor preço encontrado para gasolina comum em Salvador foi de R$ 5,72, na Avenida Octávio Mangabeira, em Itapuã. O maior preço encontrado foi de R$ 6,19, no Horto Florestal.

Preço
A legislação brasileira determina que a gasolina vendida nos postos deve ser misturada com Etanol Anidro. O preço final que o consumidor paga inclui o valor de realização da Petrobras, o custo do etanol, os impostos e as despesas e as margens de comercialização das distribuidoras e dos postos revendedores.

O professor do curso de Economia da Unifacs Alex Gama leciona sobre Finanças Corporativas e Mercado de Capitais, e explica que o principal fator que está encarecendo o preço do combustível é a variação cambial.

“Durante o governo Temer houve uma mudança na política de preço da Petrobrás, ela passou a se basear na variação cambial e no preço do barril do petróleo. Antes, nos governos anteriores, havia subsídio e isso ajudava a segurar o preço dos combustíveis. O que mudou foi que a Petrobrás passou a usar esse novo modelo em que a variação internacional que afeta o lucro empresarial é repassada para os consumidores”, explicou.

A falta de competitividade do mercado de revendedoras é outro fator que onera o consumidor. Os postos de combustíveis tendem a estabelecer o mesmo preço e a população fica sem escolha. O economista lembra que esses reajustes se traduzem em aumento em outras despesas, além do transporte.

“Afeta vários setores e atividades que dependem de frete, e boa parte da logística do Brasil é de malha rodoviária, ou seja, precisa de combustível. Então, esses aumentos acabam refletindo no preço dos alimentos e de outros itens, principalmente o gás de cozinha”, disse.

No mesmo dia em que foi anunciado o novo reajuste da Petrobrás, o Governo Federal publicou uma medida provisória que permite que os produtores de etanol vedam o combustível diretamente aos postos, sem passar pelas distribuidoras. A ação pode ajudar a reduzir os custos, mas os especialistas afirmam que para isso acontecer é preciso que os produtores tenham uma logística de distribuição, o que ainda é muito prematuro no Brasil.

Para economizar
A forma de dirigir pode determinar uma economia de até 30% de combustível. Confira algumas dicas para garantir um uso mais racional de gasolina.

1. Mantenha a manutenção preventiva do seu automóvel em dia, conferindo velas, o filtro do combustível, filtro de ar do motor; faça alinhamento e balanceamento e troque o óleo sempre na data certa.

2. Cuidado com a calibragem dos pneus. Não vale encher mais do que o permitido por fábrica porque isso amplia o desgaste dos pneus. Faça a calibragem a cada 15 dias.

3. Prefira abastecer em postos que apresentam selo da ANP (Agência Nacional de Petróleo), pois a qualidade do combustível é fundamental para o bom desempenho do veículo.

4. Evite dar arrancadas na hora de sair com o carro, pois isso aumenta o consumo só para colocar o veículo em movimento.

5. Mantenha a velocidade constante, pois as mudanças de velocidade exigirão mais do do motor, freio e embreagem, consumindo mais combustível.

6. Evite freadas bruscas. Nos semáforos, por exemplo, vá desacelerando aos poucos.

7. Manter o carro ligado por mais de 10 segundos parado consome a mesma quantidade de combustível da partida. Parou, desligue o motor.

8. O uso do ar-condicionado aumenta em até 20% do consumo de combustível, no entanto, com a velocidade igual ou superior a 80km/h, o ar-condicionado faz com que haja uma economia, uma vez que o veículo não precisará enfrentar a resistência do ar.

9. Quanto mais pesado o veículo, mais será exigido, então só carregar o que for necessário e não mantenha pesos extras.

10. Só use o veículo se não for realmente necessário. A medida economiza combustível e dinheiro, além de ser mais saudável.

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