Imprimir esta página
Slater dá show, mas condições ruins adiam bateria de Medina em Pipeline Slater dá show, mas condições ruins adiam bateria de Medina em Pipeline Foto: Pedro Gomes

Slater dá show, mas condições ruins adiam bateria de Medina em Pipeline

Americano vence havaiano Reef Mcintosh na repescagem, avança à terceira fase e segue na luta por 12º título mundial. Pupo, Filipinho e Jadson também se classificam

Após perder na estreia para o australiano Adam Melling, com uma virada nos últimos segundos, Kelly Slater deu um show na repescagem para a terceira fase e continua vivo na luta pelo 12º título mundial, no Havaí. No entanto, se Gabriel Medina avançar para a quarta fase, acaba com as chances do americano. O vento forte atrapalhou os surfistas na última etapa do Circuito Mundial de Surfe (WCT), em Pipeline, e a organização optou por paralisar as disputas após a segunda fase, em um dia ensolarado de ondas pesadas, de 5 a 6 metros. Slater foi um dos que reclamaram das condições ruins e contou que preferia não ter competido. Alguns atletas se machucaram na bancada havaiana nas inúmeras "vacas" (caldos) do dia, marcado por muitas pranchas quebradas. A organização do evento fará uma nova chamada às 21h15 (de Brasília).
Kelly Slater deu show nos tubos de Pipeline, no Havaí os brasileiros Miguel Pupo, Filipe Toledo e Jadson André venceram suas baterias pela repescagem e também asseguraram a vaga na terceira fase, enquanto Raoni Monteiro se despediu da elite do surfe após uma temporada ruim, sem vencer uma bateria sequer.
Em busca do histórico título mundial para o Brasil no surfe, Medina volta à agua na sexta bateria da terceira fase em uma prova de fogo contra o local Dusty Payne. O havaiano, campeão da primeira joia da Tríplice Coroa Havaiana, em Haleiwa, é muito perigoso nos tubos de Pipeline. Slater e Mick Fanning também disputam o caneco. O australiano mede forças com o francês Jeremy Flores, enquanto o americano ainda aguarda a definição de seu adversário.
Atual campeão do Pipe Masters e dono de sete vitórias na “Meca” do surfe, Slater entrou nervoso e demorou a se encontrar na bateria. Foram algumas “vacas” (caldos) até achar uma onda. O local Reef Mcintosh, que entrou na disputa pela triagem, vencia por 5,27 a 2,63. Demorou, mas o mito acordou. Após entubar uma onda com muita velocidade e equilíbrio, arrancou um 7,43 dos juízes e entrou para o jogo. Em seguida, encontrou outro belo tubo com profundidade e desapareceu atrás da onda. Saiu com estilo e finalizou com um aéreo, levando o público ao delírio. Com um 9,57 na melhor ondas, o americano somou 17,00, contra 7,00 do havaiano.
kelly slater surfe pipeline repescagem
Slater desapareceu em um dos tubos em bateria da repescagem,estava ventando muito, eu preferia que não tivesse competição hoje, porque está muito difícil de surfar. Mas eu fiz de tudo para conseguir pegar boas ondas. Faltavam cinco minutos e eu precisava tomar as decisões certas. Por sorte, eu consegui. No fim da bateria, tínhamos as mesmas opções e tivemos que tomar as mesmas decisões. Foi desafiador Tive que controlar os ânimos, continuei tentando e acabei conseguindo encontrar boas ondas. Reef não estava pressionado por resultados, estava apenas procurando boas ondas. É um grande surfista de ondas grandes - disse Slater.
As ondas perfeitas de Pipeline são o sonho todos os surfistas profissionais, porém, podem ser perigosas. Nem mesmo os mais experientes são capazes de fugir da força do mar. Em uma das "vacas" que levou, Slater sentiu a costela, mas, nada que o atrapalhasse em seu caminho. Já o sul-africano Jordy Smith deslocou o ombro ao ser engolido por uma onda, abandonou e foi para um hospital da região. Quem se deu bem com isso foi Dusty Payne, que ficou livre, melhorou a sua pontuação, somou 4,30 e superou Jordy no critério de desempate (melhor nota da bateria, um 3,03 contra um 3,00 do sul-africano).
Filipe Toledo foi um dos brasileiros a avançar à 3ª fase, assim como Jadson e Pupo. 
O melhor brasileiro do dia foi Jadson André. O atleta da vila de Ponta Negra pegou um tubo e agradou os juízes e o público, que bateu palmas e comemorou a principal manobra do surfe. Apenas com a nota 9,37 que tirou, ele venceria oito das nove baterias já encerradas na repescagem. Ele só não teve um somatório maior do que Slater. Com 12,70, Jadson despachou o português Tiago Pires, que não conseguiu se encontrar e foi eliminado, com 2,73.
Ema uma bateria verde-amarela, Miguel Pupo levou a melhor sobre Raoni Monteiro: 7,17 a 4,13. Filipe Toledo, o Filipinho, que terminou o ano como líder do WQS (Divisão de Acesso), precisou de 7,64 para derrotar o irlandês Glenn Hall.
- As ondas estavam difíceis, com muito vento. Fiquei feliz que consegui acertar um aéreo, essa é uma onda tubular. O mar está perigoso - disse Filipinho.

BATERIAS DA SEGUNDA RODADA
1: Kelly Slater (EUA) 17,00 x Reef McIntosh (HAV) 7,00
2: Michel Bourez (TAH) 5,00 x Makai McNamara (HAV) 3,17
3: Jordy Smith (AFS) 4,30 x Dusty Payne (HAV) 4,30
4: Nat Young (EUA) 8,50 x Mitch Coleborn (AUS) 4,77
5: Miguel Pupo (BRA) 7,17 x Raoni Monteiro (BRA) 4,13
6: Filipe Toledo (BRA) 7,64 x Glenn Hall (IRL) 7,07
7: Adrian Buchan (AUS) 3,47 x Travis Logie (AFS) 1,43
8: Kai Otton (AUS) 7,16 x Brett Simpson (EUA) 6,83
9: Fredrick Patacchia (HAV) 6,90 x Mitch Crews (AUS) 1,57
10: Jadson André (BRA) 12,70 x Tiago Pires (PRT) 2,73
11: Julian Wilson (AUS) x Dion Atkinson (AUS)
12: Matt Wilkinson (AUS) x Aritz Aranburu (ESP)
O QUE MEDINA PRECISA PARA SER CAMPEÃO
- se for eliminado até a terceira fase => precisa que Kelly Slater não vença a etapa e que Mick Fanning não chegue às semifinais. Se Fanning for eliminado nas quartas, decide o título da temporada numa bateria homem a homem com o brasileiro.
- se for eliminado na quinta fase => Mick Fanning não pode chegar à final;
- se for eliminado nas quartas ou nas semifinais => Mick Fanning não pode vencer a etapa;
- se chegar à final => conquista o título, independentemente da campanha de seus rivais

Itens relacionados (por tag)