Uma equipe de especialistas da Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou nesta segunda-feira, 8, que as primeiras infecções pelo novo coronavírus em humanos, provavelmente, foram transmitidas por um animal. A missão ainda considerou que a possibilidade de o surto ter surgido de um acidente em um laboratório é "muito improvável". A tese era defendida pelo ex-presidente dos EUA Donald Trump e seus aliados, mas eles nunca apresentaram provas.

A equipe, que investiga na China as origens da pandemia, não determinou qual espécie teria transmitido o vírus a humanos e disse que não há evidências da presença da covid-19 na cidade de Wuhan antes de dezembro de 2019. "Todo o trabalho que foi feito sobre o vírus para identificar sua origem continua apontando em direção à vida animal", disse Peter Ben Embarek, especialista em segurança alimentar que lidera a equipe da OMS em Wuhan.

"A hipótese de um acidente em laboratório é extremamente improvável para explicar a introdução do vírus no homem", declarou Embarek. O Instituto de Virologia de Wuhan, onde a missão esteve, armazena muitas amostras de vírus diferentes, o que deu margem para alegações de que o local pode ter sido a fonte do surto, que teria começado propositalmente ou acidentalmente. Segundo o especialista, inspeções da missão apontaram que o vírus não existia em nenhum laboratório do país antes do primeiro caso da doença.

Wuhan é considerado o marco zero da pandemia por ter registrado os primeiros casos de coronavírus. Desde então, a pandemia matou mais de 2,3 milhões de pessoas no mundo.

Segundo Embarek, apesar de a transmissão por um animal intermediário ser a hipótese mais provável, a teoria precisa de "investigações mais específicas e precisas". Ele disse que as descobertas iniciais sugerem que o caminho mais provável seguido pelo vírus foi de um morcego para outro animal, que pode ter sido um pangolim ou um rato de bambu, e depois para humanos. A transmissão direta de morcegos para humanos ou por meio do comércio de produtos alimentícios congelados também são possibilidades investigadas.

Pesquisa
A equipe da OMS não encontrou evidências de que a doença estava se espalhando antes do surto inicial, na segunda metade de dezembro de 2019, em Wuhan. "Não fomos capazes de fazer a pesquisa completa, mas não há indicação de que havia casos antes do que vimos acontecer em Wuhan", disse Liang Wannian, chefe da equipe da OMS do lado chinês. Pouco mais de um ano depois dos primeiros casos, os moradores Wuhan têm uma vida normal, assim como o restante do país.

A missão da OMS é considerada extremamente importante para a luta contra epidemias futuras, mas teve dificuldades por causa da relutância do governo chinês em permitir a entrada no país de especialistas internacionais de diferentes áreas, como epidemiologia e zoologia.

A visita é politicamente delicada para a China, que está preocupada em ser responsabilizada por supostos erros em sua resposta inicial ao surto. Uma investigação da agência de notícias Associated Press descobriu que o governo chinês impôs limites às pesquisas sobre o surto e ordenou aos cientistas que não falassem com os repórteres.

A missão levou meses para ser negociada. A China só concordou com a inspeção depois de muita pressão durante a reunião da assembleia da OMS, em maio do ano passado - Pequim, no entanto, continuou a resistir aos apelos por uma investigação estritamente independente.

Ainda assim, um membro da equipe da OMS, o zoólogo britânico Peter Daszak, disse que a missão teve um nível de abertura maior do que havia previsto e recebeu acesso total a todos os locais e pessoas que solicitou.

A cientista dinamarquesa Thea Koelsen Fischer disse, porém, que não conseguiu ver os dados brutos produzidos pelo governo chinês e teve de confiar em uma análise dos dados que foi apresentada a ela. No entanto, segundo Fischer, isso não é incomum em missões científicas. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O principal especialista em emergências da Organização Mundial da Saúde (OMS), Michael Ryan, disse que era importante para todos os países ter "mensagens consistentes" sobre a pandemia do novo coronavírus e não torná-la um "futebol político". A declaração veio após ser questionado, nesta quinta-feira, 17, sobre comentários contraditórios do presidente Donald Trump e das autoridades de saúde dos Estados Unidos.

Trump se opôs na quarta-feira às declarações do diretor dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA, Robert Redfield, que disse que uma vacina para a covid-19 poderia ser amplamente lançada em meados de 2021 e que as máscaras poderiam ser ainda mais eficazes.

"O que é importante é que os governos, instituições científicas, deem um passo para trás, revisem as evidências e forneçam as informações mais abrangentes e fáceis de entender para que as pessoas possam tomar as medidas adequadas", disse Ryan durante evento que marcou o Dia Mundial da Segurança do Paciente. "É entender a confusão, preocupação e apreensão. E não rir disso e não transformar em algum tipo de futebol político."

Proteção para trabalhadores da saúde
Quatorze por cento dos casos globais de covid-19, ou seja, 4 milhões dos 29 milhões confirmados, são de profissionais de saúde, destacou a OMS, nesta quinta, apelando aos governos por maiores esforços para proteger este setor tão atingido pela pandemia.

Em alguns países, esse porcentual chega a 35%, sublinhou o diretor-geral da entidade, Tedros Adhanom, em seu discurso no Dia Mundial da Segurança do Paciente - este ano especialmente dedicado a homenagear os trabalhadores da saúde.

Na maioria dos países, esses profissionais não representam mais do que 2% ou 3% da população total, então os números mostram o alto risco que esses trabalhadores enfrentam. "A covid-19 nos lembrou do papel vital que os trabalhadores da saúde desempenham em salvar vidas", disse Tedros, que afirmou que, na atual pandemia, eles lidam não só com o risco de contágio, mas também de discriminação ou mesmo de ataques verbais ou físicos.

Além disso, segundo a OMS, um em cada quatro profissionais de saúde afirma ter sofrido ansiedade ou depressão durante a pandemia e um em cada três sofreu insônia.

Por ocasião do Dia Mundial, a OMS, em colaboração com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), lançou uma Declaração sobre a Segurança dos Trabalhadores da Saúde que inclui diversos apelos à ação dos governos.

A declaração preconiza, entre outras coisas, o desenvolvimento de programas nacionais de proteção destes trabalhadores, medidas legais que garantam a "tolerância zero" aos ataques aos profissionais do setor, e melhor acesso a serviços de apoio psicológico. (Com agências internacionais).

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A Organização Mundial de Saúde (OMS) não espera uma vacinação ampla contra a covid-19 até meados do ano que vem, disse uma porta-voz da entidade, Margaret Harris, nesta sexta-feira (4), enfatizando a importância de checagens rigorosas sobre a eficácia e a segurança das vacinas.

Nenhuma das candidatas a vacina que estão em testes clínicos avançados demonstrou, até agora, sinal claro de eficácia em um nível mínimo de 50% buscado pela OMS, disse a porta-voz Margaret Harris.

A Rússia deu aprovação regulatória para uma vacina contra a covid-19 em agosto após menos de dois meses de testes em humanos, levando alguns especialistas ocidentais a questionaram a eficácia e a segurança do imunizante.

Autoridades de saúde pública dos Estados Unidos (EUA) e a Pfizer disseram na quinta-feira (3) que a vacina pode estar pronta para distribuição até o final de outubro. Este prazo é um pouco antes da eleição presidencial norte-americana de 3 de novembro, na qual a pandemia do novo coronavírus deve ser um fator importante entre os eleitores que decidirão se o presidente dos EUA, Donald Trump, terá um segundo mandato.

"Realmente não estamos esperando ver uma vacinação ampla até meados do ano que vem", disse Harris durante um briefing da Organização das Nações Unidas em Genebra.

"Esta Fase 3 (de testes clínicos) tem que ser mais longa, porque precisamos ver quão realmente protetora a vacina é e também precisamos ver quão segura ela é", disse ela. Harris não se referiu a qualquer vacina em potencial especificamente.

Todos os dados dos testes têm de ser compartilhados e comparados, disse ela. "Muitas pessoas foram vacinadas e o que não sabemos é se a vacina funciona neste momento não temos um sinal claro se tem ou não o nível se eficácia e segurança necessários."

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