O WhatsApp informou nesta quarta-feira (9) que começou a liberar o recurso de transcrição automática de áudio para alguns usuários em países selecionados. Segundo o site WABetaInfo, o processo acontecerá no celular de cada usuário. Assim, as informações não podem ser acessadas por ninguém, nem mesmo pelo aplicativo.

Ainda não há previsão para o lançamento oficial oficial da funcionalidade. "Estamos testando a transcrição com alguns usuários em países selecionados enquanto continuamos a desenvolver esse recurso", afirmou a empresa ao g1.

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O serviço de mensagens WhatsApp apresenta instabilidade na tarde dsta segunda-feira (5). Milhares de usuários registraram suas reclamções, segundo o site Downdetector.

A maior parte das reclamações é em relação ao WhatsApp Web, mas alguns usuários também se queixam de dificuldade para conseguir mandar mensagem pelo aplicativo móvel.

O WhatsApp ainda não comentou o caso.

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A Polícia Civil da Bahia abriu um novo canal de atendimento ao cidadão no WhatsApp. Por meio do telefone 71 99973-7729, Paulo César, o policial virtual, estreia neste Carnaval esclarecendo as principais dúvidas da população sobre os serviços prestados pela instituição.

O assistente virtual, cujo nome remete à sigla – PC – pela qual é conhecida a Polícia Civil, orienta o cidadão acerca da localização dos postos nos principais circuitos da festa. Por meio de um mapa personalizado com o brasão da instituição, o folião pode identificar a unidade mais próxima.

Paulo César também instrui o cidadão baiano sobre como registrar ocorrência digital ou presencialmente, além do cadastramento no Alerta Celular, sobre a solicitação de certificado de antecedentes criminais ou ainda a respeito do Disque Denúncia. Outra novidade é a pesquisa de qualidade: por meio de um formulário simples e objetivo, o folião pode avaliar o atendimento da Polícia Civil no Carnaval, tanto na capital quanto no interior.

"O lançamento do nosso policial virtual reflete a preocupação da Polícia Civil em estar cada vez mais próxima da população: seja por meio de nossas unidades, seja na palma da mão do cidadão. Além da Delegacia Virtual, que possibilita o registro de ocorrências de 15 crimes diferentes, temos agora mais um meio de estarmos conectados ao povo baiano", declarou a Delegada-Geral da instituição, Heloísa Campos de Brito.

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O WhatsApp agora passa a ter uma nova solução para quem possui um grupo consigo mesmo com a função de bloco de notas. Uma nova atualização permitirá que o usuário mande mensagens para si de forma oficial a partir desta segunda-feira (28).

De acordo com o WhatsApp, o recurso começa a ser liberado hoje, e chegará aos poucos para todos os usuários nas próximas semanas.

No momento de buscar um contato para enviar mensagem, o nome do usuário aparecerá em destaque com a observação "Mensagens para mim". Basta tocar sobre ele e começar a enviar as mensagens para si.

Segundo o WhatsApp, o recurso traz a conveniência de poder enviar facilmente para si a sua "lista de tarefas, lembretes, listas de compras e qualquer outra anotação". Outra possibilidade é tentar transferir arquivos do WhatsApp Web para o celular e vice-versa.

Alguns usuários de versão beta do WhatsApp para Android já estavam utilizando a funcionalidade.

Passo a passo:

Abra o WhatsApp;
Crie uma nova conversa;
Você verá seu contato no topo da lista;
Clique no seu nome/número e comece a enviar mensagens.

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Pelo menos 33 mil mesários já foram convocados na Bahia esse ano, pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-BA), pelo Whatsapp. Além do aplicativo , o TRE baiano informa que os mesários podem ser convocados por outros meios, como e-mail e carta. Ao todo, a estimativa é a de que 147.460 mesários atuem durante as eleições deste ano no estado. Em Salvador, o pleito deverá contar com cerca de 20.500 mesários.

O TRE baiano alerta que o eleitor que pretende atuar como mesário nas Eleições Gerais do próximo mês de outubro deve ficar atento às notificações do WhatsApp. É que, apesar do encerramento do período oficial de convocação dos mesários - previsto pelo calendário eleitoral para ocorrer entre 5 de julho e 3 de agosto - novas notificações estão sendo feitas pelo TRE baiano por meio do aplicativo de mensagens para preenchimento das vagas daqueles que não responderam ao chamamento ou solicitaram dispensa da função.

A justificativa para a recusa deve ser apresentada ao cartório eleitoral em um prazo de cinco dias, a partir da data da notificação. Aqueles convocados até a última quarta-feira (3/8), por exemplo, tiveram até esta segunda-feira (8/8) para solicitar a dispensa da nomeação. As convocações por meio do aplicativo de mensagens são feitas por um sistema próprio, desenvolvido pela Secretaria de Tecnologia da Informação e Comunicação do TRE-BA. Até o final da tarde desta segunda-feira (8/8), o Sistema de Gestão de Convocações Eleitorais (SGCE) já havia notificado mais de 33 mil pessoas sobre a convocação eleitoral via WhatsApp.

De acordo com o Eleitoral baiano, a notificação enviada através do aplicativo de mensagens possui informações sobre o local em que a pessoa deve se apresentar no dia da eleição, além de orientações sobre como acessar a carta de convocação. Em caso de dúvidas, o Regional orienta ao eleitor convocado que entre em contato com seu respectivo cartório. A lista completa com endereço e telefones dos cartórios eleitorais da Bahia pode ser encontrada no site do TRE-BA (www.tre-ba.jus.br). Clique aqui para acessar.

Conforme a servidora do TRE baiano, Silvana Caldas, as convocações realizadas fora do período de 5 de julho a 3 de agosto são necessárias em razão de vagas não preenchidas. “Pois, podem ser identificadas a necessidade de substituições, em razão de alguma situação que impossibilite a participação do eleitor convocado”, esclarece.

“A depender do número de substituições necessárias, essa convocação pode seguir até bem próximo da data do pleito”, conta Silvana. Por isso mesmo, ela orienta àqueles que desejarem participar das eleições como mesários que se inscrevam, o quanto antes, no Programa Mesário Voluntário, o que pode ser feito por meio do site do TRE-BA ou, presencialmente, no cartório eleitoral do interessado.

Publicado em Política

O WhatsApp é o aplicativo mais usado pelos brasileiros e, agora, terá mais uma funcionalidade: você poderá fazer pagamentos através dele. Após a autorização do Banco Central (BC), na última sexta-feira (30), a empresa anunciou, na terça-feira (4), que a função estará disponível no Brasil nos próximos dias. Não haverá taxas de transferências - é como se fosse o Pix, só que dentro do próprio aplicativo.

O limite por transação é de R$ 1 mil. Cada usuário pode receber até 20 operações por dia, sendo o total de R$ 5 mil por mês - o limite pode ser menor a depender do banco. Neste primeiro momento, só é permitido fazer pagamentos entre pessoas físicas. Quando aprovado pelo BC, a empresa expandirá para pessoas jurídicas, mas não informou data.

Os bancos parceiros, portanto, habilitados para oferecer o serviço, são o Banco do Brasil, Banco Inter, Bradesco, Itaú, Mercado Pago, Next, Nubank, Sicredi e Woop Sicredi, com as bandeiras Visa e Mastercard. O modelo, operado pela Cielo, só permite que se pague com cartões de débito, pré-pagos ou de dupla função, crédito e débito. Ainda não é autorizado por cartão de crédito.

As transações são habilitadas pelo Facebook Pay e, segundo a empresa, são protegidos por várias camadas de segurança, como a senha do Facebook Pay ou a biometria, em dispositivos compatíveis. O serviço não vale para o WhatsApp Web.

Segundo o WhatsApp, este serviço já está disponível para usuários na Índia desde novembro de 2020 e espera expandir a capacidade para outros países no futuro. Ainda não é possível fazer transações internacionais.

Ansiosos e desconfiados
A nova funcionalidade dividiu opiniões. O engenheiro de produção Daniel Jones, 23, acompanhou a negociação da empresa com o Banco Central, que acontece desde o ano passado, e não vê a hora de usar o serviço. Para fazer transações, ele hoje usa o Nubank, pelo Pix.

“Já estava acompanhando a tramitação faz um tempo, e usaria pela segurança e pela praticidade. Hoje, a gente tem que abrir aplicativo do banco, colocar senha, código de acesso, tem outra conta. Pelo WhatsApp seria algo bem mais simples, porque é uma plataforma mais fácil de usar e não é tão pesada”, avalia.

Já a estudante de economia da Universidade Federal da Bahia (Ufba) Carolina Reitermajer, 23, não usaria porque acha desnecessário. Ela realiza transferências ou pelo Pix ou pelo aplicativo do Banco do Brasil, onde tem conta.

“Acho desnecessário você sair entregando informação para tudo quanto é site. Dar CPF, número de conta bancária, são rastros digitais desnecessários. Já basta o aplicativo do banco. E não acho o WhatsApp uma plataforma confiável, nenhum site que pede suas informações é, confiável”, explica Carolina, desconfiada.

A estudante de biologia da Ufba Beatriz Barreto, 23, também não tem interesse, por medo de cair em algum golpe. “Não acho que seja seguro. Existem vários golpes de WhatsApp, todo dia estão noticiando um novo na televisão. Então só facilitaria o acesso dos golpistas aos seu dinheiro, sua conta bancária, a te extorquir”, pondera Beatriz.

Segurança
O advogado e professor Diogo Guanabara, coordenador da pós-graduação de Direito Digital da Faculdade Baiana de Direito, assegura que a aplicação é confiável, porque as informações bancárias não estarão disponíveis no aplicativo.

“A ferramenta está inserida em um contexto de autorização do Banco Central, que permite que o WhatsApp atue como um iniciador de pagamentos. Ele não vai virar um banco. Você não tem como abrir uma conta e botar dinheiro lá dentro. Ele vai fazer uma ligação com o banco, a partir do qual vai transacionar as informações”, esclarece.

Ele acrescenta que a iniciativa foi criada a partir da lógica do open banking, uma lei que permite que mais pessoas tenham acesso ao mundo da bancarização. “O WhatsApp, através do Facebook Pay, está agora querendo facilitar micro pagamentos de forma rápida e segura. Até então, no Brasil, é um setor muito regulado, muito seguro, mas de difícil penetração na vida popular, porque muitas pessoas não têm contas bancárias. Esse modelo tenta distribuir melhor essa presença dos bancos", explica Guanabara.

Como usar
Para usar a nova função, é necessário estar com o aplicativo atualizado. Para fazer as transações, o usuário deve adicionar um cartão habilitado para débito de um dos bancos participantes, verificá-lo, e colocar os valores serão transferidos entre contas bancárias.

Primeiro, abra a conversa com o contato que deseja enviar a quantia, clique em anexar, pagamento, continue – aprovando os termos de serviço e política de privacidade – e crie seu PIN ou senha do Facebook Pay (se ainda não tiver).

Se quiser, é possível cadastrar a biometria, para dar mais segurança ao processo e não ter que inserir a senha de novo manualmente. Em seguida, insira seu nome, sobrenome e CPF e toque em avançar para adicionar os dados do seu cartão. Salve os dados e pronto. Também é possível configurar o Facebook Pay pelo aplicativo – em mais opções, configurações, facebook pay, continuar.

Cuidado com o golpe
A advogada especialista em direito digital, Maria Clara Seixas, explica que toda facilidade de transação é motivo de desconfiança, ainda mais em um contexto de vazamentos de conversas e golpes pelo aplicativo.

“Ao surgir a facilidade de pagamentos, algumas das principais preocupações que surgiram estão relacionadas aos riscos de privacidade, bem como a possibilidade de aumento dos já conhecidos golpes dentro da plataforma em razão da capilaridade da ferramenta”, alerta.

Por isso, a principal forma de evitar golpes com esse novo serviço é tentar impedir clonagens. “É fundamental que o usuário do aplicativo se certifique que está de fato conversando com seus contatos, sempre desconfiando de solicitações de transferência de dinheiro e verificando por meio de ligação quem está do outro lado do aplicativo interagindo com ele”, aconselha a especialista.

Segundo ela, a maioria dos golpes envolvem não questões técnicas, de quebra de barreiras de segurança, mas pelo uso da engenharia social. “Isso leva o usuário a repassar para terceiros o seu código de WhatsApp recebido por SMS. Estar sempre atento a qualquer repasse de informações de acesso a terceiros é a principal prevenção”, recomenda.

Maria Clara orienta que é sempre recomendável ter o fator de dupla autenticação habilitado no WhatsApp e manter o aplicativo sempre atualizado.

O advogado Diogo Guanabara completa: “É importante entender que isso não vai estar amplamente possível para todos os usuários, vai vir aos poucos. O banco que vai habilitar essa função e permitir, por meio de um comunicado oficial. Por isso, não se deve clicar em nenhum link que um suposto gerente passa parar você ou passar nenhum tipo de código”.

Sobre a transferência incorreta para um usuário, o WhatsApp disse que “não consegue recuperar um pagamento depois de enviado. É recomendado solicitar a devolução da quantia ao destinatário”.

Porém, a empresa tranquiliza que, em caso de invasão de conta, como o golpista instala o perfil em um dispositivo diferente, ele não conseguirá realizar pagamentos, pois é necessário o uso do PIN do Facebook Pay ou da biometria para confirmar a transação.

Além disso, se a conta do WhatsApp for instalada em um novo aparelho, as informações de pagamentos são automaticamente redefinidas (reset), evitando que golpistas tenham acesso à sua conta do Facebook Pay.

Setor bancário
Em nota, o Banco Central disse que a autorização poderá "abrir novas perspectivas de redução de custos para os usuários de serviços de pagamentos”.

Já a Federação Brasileira de Bancos (Febrabran) afirma que vê com naturalidade a criação de novas opções e operações de pagamento. “Estão em linha com a nossa visão de que competição é a melhor ferramenta para estimular inovação, aumentar os benefícios ao usuário e reduzir custos para a sociedade”, diz a entidade.

A Febrabran também ressaltou que as regulamentações sejam “iguais para todos os participantes do sistema financeiro, criando condições homogêneas tanto aos bancos já estabelecidos quanto aos novos competidores que estejam entrando no mercado”.

Passo a passo:

Adicione uma única vez um cartão de débito, um cartão múltiplo com função débito ou um cartão pré-pago
Abra a conversa com o contato para o qual você deseja enviar o dinheiro, toque em Anexar e depois em Pagamento.
Aperte continuar na tela do Facebook Pay para aceitar os Termos de Serviço e a Política de Privacidade do Pagamentos no WhatsApp, os Termos de Serviço e a Política de Privacidade do Facebook, os Termos de Serviço e a Política de Privacidade do Facebook Pagamentos e os Termos de Serviço e Política de Privacidade da Cielo
Crie um PIN de 6 dígitos para o Facebook Pay
Insira seu PIN do Facebook Pay novamente para confirmá-lo e toque em avançar
Para usar sua impressão digital ao invés de inserir seu PIN manualmente, toque em
USAR IMPRESSÃO DIGITAL. Caso contrário, toque em Pular para inserir seu PIN manualmente.
Insira seu nome, sobrenome e CPF. Em seguida, toque em Avançar.
Adicione os dados do seu cartão, incluindo o número do seu cartão de débito, a data de validade e o código CVV.
Toque em SALVAR.
Você também pode configurar o Facebook Pay no WhatsApp. Para isso, toque em Mais opções > Configurações > Pagamentos > Facebook Pay > CONTINUAR.

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O Banco Central autorizou nesta terça-feira, 30, o funcionamento de recursos que permitem pagamentos pelo aplicativo de mensagens WhatsApp. O Facebook, dono do app, foi aprovado como um "iniciador de pagamentos", de maneira que os usuários do mensageiro poderão transferir recursos entre si.

Em nota, o BC informou ainda que foram concedidas autorizações para dois arranjos classificados como abertos de transferência, de depósito e pré-pago, domésticos, instituídos pela Visa e pela Mastercard.

"Esses arranjos e instituição de pagamentos têm relação com a implementação do programa de pagamentos vinculado ao serviço de mensagens instantâneas do WhatsApp (Programa Facebook Pay). As autorizações permitem que ele seja utilizado para realizar a transferência de recursos entre seus usuários", diz o BC em nota divulgada nesta terça.

O BC esclarece que as autorizações não incluem os pleitos da Visa e Mastercard para funcionamento dos arranjos de compra vinculados ao Programa Facebook Pay, que seguem em análise. "O BC acredita que as autorizações concedidas poderão abrir novas perspectivas de redução de custos para os usuários de serviços de pagamentos", acrescenta.

Em nota enviada à imprensa, o WhatsApp disse que recebe com satisfação a aprovação do BC. "Agora, mais do que nunca, pagamentos digitais seguros e convenientes oferecem uma solução vital para transferir dinheiro rapidamente para pessoas que necessitam e auxiliar empresas em sua recuperação econômica. Compartilharemos mais informações assim que a função de pagamentos estiver disponível no WhatsApp", disse a empresa.

O WhatsApp lançou em 15 junho do ano passado um serviço de envio e recebimento de dinheiro no Brasil, mas uma semana depois teve o serviço suspenso pelo BC, sob a justificativa de que era preciso avaliar questões de competição e privacidade. Desde então, o BC vinha analisando o pleito e as regras para funcionamento.

Ontem, no evento virtual "Encontro Daycoval - Perspectivas Econômicas e de Investimentos para o Brasil 2021", que teve o apoio do Broadcast e do Estadão, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, destacou o casamento entre mídias sociais e serviços de finanças, sem citar diretamente o andamento do pedido do WhatsApp.

"Há um movimento de uso de mensagens por meio do Pix (o novo sistema de pagamento criado pelo BC). A sociedade usou sistema de pagamentos como mensagens porque tem demanda por misturar esses serviços", completou. Ele também falou da preocupação com os casos recentes de vazamento de dados pessoais no Brasil. "Não podemos criar ambiente de tecnologia sem cibersegurança bem feita", disse.

Sinais para o mercado

Para Guilherme Horn, conselheiro da Associação Brasileira de Fintechs, a sinalização do BC foi importante no sentido do fomento à inovação. "É um fomento à competitividade. Também acaba com o argumento de que o BC bloqueou para não concorrer com o Pix", diz Horn. "O BC queria se certificar de algumas questões de segurança e de acesso. Agora, liberou. É muito positivo para o mercado"

Já Adrian Cernev, professor do Centro de Estudos de Microfinanças e Inclusão Financeira, da Fundação Getulio Vargas (FGV), ressalta que, caso o Banco Central não tivesse atuado no ano passado, "o mercado de fintechs poderia ter implodido" se o WhatsApp entrasse no país em um sistema fechado de pagamentos financeiros, dado o alcance do aplicativo de mensagens no País diante da escala de empresas menores do mercado.

Agora, ao atuar como iniciador de pagamentos dentro do Pix (modalidade de pagamentos instantâneos lançada pelo BC em 2020), é possível enviar uma transferência do WhatsApp e receber o valor na conta de uma fintech ou de um grande banco, preservando a concorrência. "Apesar de o WhatsApp ter força de rede imensa (alcance entre usuários), o BC preservou a interoperabilidade do sistemas. Se não fosse feito isso, teríamos um mercado mais ogolipolizado entre bancos e WhatsApp, o que não vai ser o caso "

Outro ponto levantado pelo professor é a oportunidade de desbancarização que o WhatsApp traz. "Muita gente tem celular e tem o ‘zapzap’, mas não tem conta no banco. O aplicativo tem potencial para ser um instrumento para essa inclusão financeira", afirma.

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Com mais de 2 bilhões de usuários no mundo inteiro e presente em mais de 180 países, o WhatsApp está disponível em 60 idiomas diferentes e é hoje o aplicativo mais popular do planeta. Mas vem causando polêmica e perdendo usuários para outros aplicativos semelhantes. 

É que nos últimos dias, algumas pessoas estão recebendo a seguinte mensagem em seus smartphones: “O WhatsApp atualizará suas condições e sua política de privacidade”. A mudança, que começa a valer no dia 8 de fevereiro, impõe que quem deseja continuar utilizando o app vai precisar dar o seu consentimento ao Facebook, dono do aplicativo de mensagens, para compartilhar e utilizar os dados obtidos do WhatsApp no restante de seus serviços e propósitos. 

Em sua plataforma, o WhatsApp detalha a gama de informações que podem ser disponibilizadas a outras empresas do grupo: número de telefone e outros dados que constem no registro (como o nome); informações sobre o telefone, incluindo a marca, modelo e a empresa de telefonia móvel; o número de IP, que indica a localização da conexão à internet; qualquer pagamento ou transação financeira realizada através do WhatsApp.

Também podem ser compartilhados números de contatos, atualizações de status, dados sobre a atividade do usuário no aplicativo (como tempo de uso ou o momento em que ele está online), foto de perfil, entre outros.

O WhatsApp já havia anunciado essas mudanças em outubro do ano passado, mas até então ninguém era obrigado a compartilhar os dados, era apenas voluntário. Agora, quem não concordar com a mudança, conforme a notificação enviada pela plataforma, é convidado a apagar o app e desativar a conta.

O CEO do WhatsApp, Will Cathcart, se pronunciou sobre o assunto através do seu perfil no Twitter, no dia 8 de janeiro. Na postagem, ele disse que “Com a criptografia de ponta a ponta, não podemos ver seus chats ou chamadas privadas e nem o Facebook. Estamos comprometidos com essa tecnologia e em defendê-la globalmente. [...] Isso não afeta a forma como as pessoas se comunicam em particular com amigos ou familiares, onde quer que estejam”.  

Na análise da advogada especialista em Direito Digital, Ana Paula de Moraes, todos os dados e informações do usuário passarão a ser compartilhadas com o Facebook. “Há muito tempo nossos dados já são compartilhados com todas as nossas redes sociais, porque os nossos dados pagam as contas deles. Não existe almoço grátis. Eles nos dão uma ferramenta gratuita e a gente paga com nossas informações. Mas, diante das legislações regulatórias protetivas de dados que surgiram principalmente na Europa e também no Brasil, eles não podem mais fazer uso desses dados sem ter o consentimento do titular, que é o usuário. Então, na medida que o Facebook se torna dono do Instagram e do WhatsApp, obviamente ele vai querer fazer a convergência e coleta de todas as informações para fins comerciais”, explica. 

Segundo ela, a atitude do WhatsApp vai de encontro à Lei Geral de Proteção de Dados e quem utiliza o aplicativo para fins comerciais deve ficar ainda mais atento.

“Se você faz vendas pelo WhatsApp e tem algum tipo de pagamento embutido por ali, esses dados também serão compartilhados. É uma falha de segurança absurda porque, se você tem um cartão de crédito ali inserido, o Facebook vai passar a coletar aquela informação e compartilhar com quem ele acha que vai pagar por esses dados, digamos assim”, alerta Ana Paula. 

Nem todo mundo

A União Europeia e o Reino Unido, contudo, ficam de fora das mudanças. Devido a acordos firmados com organizações de proteção de dados da região, a empresa não vai impor o compartilhamento de informações. O fato foi interpretado por alguns como uma vitória da rígida legislação sobre privacidade e proteção de dados pessoais que a região vem implementando nos últimos anos.

Na Europa, o Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD) impede o Facebook de compartilhar os dados do WhatsApp com suas outras empresas para seu próprio interesse. Enquanto nos países que fazem parte da União Europeia os serviços são prestados pela WhatsApp Ireland Limited, no restante do mundo estão a cargo da WhatsApp LLC.

A assessoria do WhatsApp confirmou que “como informado no aviso encaminhado aos usuários, a aceitação das mudanças é obrigatória para a utilização da plataforma a partir de 8 de fevereiro”. Em nota, o aplicativo informou que a mudança se deve ao uso cada vez mais frequente da plataforma para comunicação com empresas.

O aplicativo alega que o objetivo do WhatsApp é proporcionar aos usuários mais facilidade tanto para comprar, como para conseguir suporte de uma empresa, diretamente na plataforma. “Para aumentar a transparência, o WhatsApp atualizou suas Políticas de Privacidade para que descrevam que, daqui para a frente, as empresas podem optar pelos serviços seguros de hospedagem do Facebook para ajudar no gerenciamento das comunicações com seus clientes no WhatsApp”, diz a nota. 

De fato, em nenhum caso as conversas do WhatsApp serão compartilhadas porque a empresa não pode ler as mensagens do aplicativo, já que ele funciona com criptografia de ponta a ponta. Isso significa que, quando um usuário envia uma mensagem, ela é criptografada e somente será descriptografada quando chegar ao destinatário. 

Concordo ou não concordo?

Para a chefe de cozinha Kátia Najara, de 50 anos, que utiliza a ferramenta para trabalho, é preciso estar bastante atento às políticas dos aplicativos e saber a hora de dizer ‘não concordo’. “Eu topei compartilhar o que eu publico nas minhas redes sociais. Sei que aquele conteúdo pode ser utilizado e pode ser vendido de alguma forma. Eu sei porque, quando faço qualquer busca no Google, na mesma hora eu começo a receber propaganda de conteúdos relacionados em todos os aplicativos, plataformas, etc. Mas agora já chega, basta”, diz. 

Ela afirma que nunca fornece seu CPF quando vai ao supermercado, por exemplo, e não ativa a localização do seu celular. “Eu sempre fui muito cismada com todas as redes sociais. Eu demorei muito para entrar no Facebook, para entrar no Instagram. Justamente porque eu sempre soube que ninguém estava me dando nada de graça. Eu sabia que o preço ia chegar. E as coisas são muito bem feitas, para que a maioria das pessoas não percebam ou não achem nada demais”, explica Kátia. 

Agora, ao saber da mudança na política do WhatsApp, a chefe de cozinha decidiu abandonar o aplicativo. “Não satisfeitos em vender todas as informações que eu publico nas minhas redes sociais, agora eles querem entrar no meu telefone. Qual é o próximo lugar, a minha gaveta de calcinhas?”, desabafa. Kátia disse que já baixou o Telegram, outro serviço de mensagens instantâneas, e já enviou um texto para todos os seus contatos no WhatsApp comunicando a sua decisão. 

“O que eu puder fazer para preservar a minha privacidade eu faço”, afirma. Ela acrescenta que não se deixa iludir. Sabe que o Telegram e outros aplicativos podem não ser 100% seguros, mas, para ela, é a melhor opção agora. Mesmo que os aplicativos possam, no futuro, adotar as mesmas medidas que o WhatsApp está adotando, ela garante que não vai ter arrependimento e terá a consciência tranquila por saber que tentou. “Para mim, até o momento, o Telegram ainda garante segurança e privacidade, eu sei que nada garante que amanhã as coisas não possam mudar”.

A artista visual Aline Corujas, 27, compara as diversas mudanças de termos a documentos assinados sem se saber o que eles conté,de fato. "Acho delicado o contexto dessas alterações nas políticas de compartilhamento do WhatsApp. Acredito que muitas pessoas, assim como eu, há tempos vêm concordando com termos (uso e privacidade) quase sempre escritos em letras pequenas. Muitas vezes, sem sequer ler. É como ter vários documentos assinados sem saber com o que, de fato, estamos compactuando".

Para ela, a atenção que essa mudança atual vem tendo a sinalizou que é uma situação que merece um cuidado maior. "Essas mudanças podem ter grande impacto. Estou me inteirando do assunto pra entender melhor qual a implicação que essas alterações exercerão na minha rotina", afirma.

Alternativas

Mesmo com a tentativa do WhatsApp de acalmar os ânimos, a medida gerou uma onda de críticas e provocações. O empresário Elon Musk, CEO da Tesla e homem mais rico do mundo, sugeriu a migração para o concorrente Signal, assim como Jack Dorsey, cofundador do Twitter. Outros propuseram o Telegram.

O Signal aproveitou a oportunidade para destacar no Twitter que “nunca haverá anúncios no Signal, porque seus dados ficam em suas mãos, não nas nossas”.

Após o anúncio, o número de downloads do app Signal e do Telegram, também serviços de trocas de mensagens encriptadas, disparou. Hoje (11) o Signal, com cerca de 10 milhões de downloads, está em segundo lugar na categoria “Principais apps gratuitos” da Play Store. O Telegram, com 500 milhões, ocupa o quarto lugar. O WhatsApp ainda tem mais de 5 bilhões de downloads. 

Para a especialista em segurança digital, Ana Paula Moraes, o Signal e o Telegram são, de fato, mais seguros, já que deixam bastante explícito que não fazem a coleta de informações dos usuários e, através deles, é possível ajustar as configurações para que a destruição das mensagens seja imediata após o envio.

Para quem decidir continuar no WhatsApp, ela alerta que é preciso ter alguns cuidados:

Nada de falar da vida pessoal

Evitar compartilhamento de fotos e vídeos com imagens de familiares e amigos

Configurar o aplicativo para ter a mínima quantidade possível de permissões habilitadas

Para aqueles que não se sentirem mais à vontade para continuar utilizando o WhatsApp, aqui vão algumas alternativas:

Signal - Signal é um serviço de mensagens criptografadas de plataforma cruzada desenvolvido pela Signal Foundation e Signal Messenger. Ele usa a Internet para enviar mensagens individuais e em grupo, que podem incluir arquivos, notas de voz, imagens e vídeos.

Telegram - O Telegram é um serviço de mensagens instantâneas baseado na nuvem. O Telegram está disponível para smartphones ou tablets, computadores e também como Aplicação web. Os usuários podem fazer chamadas com vídeo, enviar mensagens e trocar fotos, vídeos, autocolantes e arquivos de qualquer tipo.

Viber - Rakuten Viber é um aplicativo de multiplataforma proprietária no formato de mensageiro instantâneo voz sobre IP desenvolvido pela Viber Media, Inc. Além de mensagens de texto e voz, os usuários também podem enviar imagens e vídeos.

Kik - Kik Messenger, comumente chamado de Kik, é um aplicativo gratuito de mensagens instantâneas para celular da empresa canadense Kik Interactive, disponível gratuitamente nos sistemas operacionais iOS e Android.

Threema - Threema é um aplicativo de mensagens instantâneas criptografadas de ponta a ponta, gratuito e de código aberto para iOS e Android. O software é baseado nos princípios de privacidade desde o design, uma vez que não requer um número de telefone ou qualquer outra informação de identificação pessoal.

Wickr.Me - Wickr é um aplicativo para Android e iPhone designado para ajudar pessoas no envio de mensagens, incluindo fotos e anexos, que são automaticamente deletados a partir de um certo tempo.

Polêmicas

Em 2014, o Facebook comprou o WhatsApp por cerca de 16 bilhões de dólares. Agora, sete anos depois, o aplicativo de mensagens vai compartilhar os dados de alguns usuários do WhatsApp com o Facebook.

O WhatsApp foi fundado em 2009 por Brian Acton e Jan Koum, antigos empregados da Yahoo!. O aplicativo foi lançado em novembro de 2009. Em 2011, o WhatsApp era um dos 20 aplicativos no topo da loja de aplicativos da Apple, e passou a receber diversos investimentos de valores altíssimos

Em fevereiro de 2015, o WhatsApp foi suspenso temporariamente em todo o Brasil. A decisão foi tomada depois que o aplicativo se recusou a dar informações sobre um inquérito policial que investigava um crime de pedofilia ocorrido em Teresina. Mas a decisão logo foi derrubada.

Em 16 de dezembro de 2015, uma nova ordem judicial determinou o bloqueio do aplicativo por um período de 48 horas. Informações precisas não foram divulgadas, mas as operadoras estimam que se trate de uma investigação policial. O bloqueio está relacionado a uma possível quebra de sigilo de dados. No dia seguinte, uma nova decisão judicial considerou que a suspensão do serviço não seria algo razoável e o serviço foi restabelecido 12 horas após o bloqueio.

Em 2 de maio de 2016, o aplicativo volta a ser suspenso no país, com base nos artigos 11, 12, 13 e 14 do Marco Civil da Internet por até 72 horas.

Em 19 de julho de 2016, mais um episódio. WhatsApp voltou a ser suspenso por decisão da Justiça do Rio de Janeiro, também baseado no Marco Civil da Internet. No mesmo o dia, o Supremo Tribunal Federal suspendeu a decisão do bloqueio, liberando o uso do aplicativo no país. 

 

 

 

Com mais de 2 bilhões de usuários no mundo inteiro e presente em mais de 180 países, o WhatsApp está disponível em 60 idiomas diferentes e é hoje o aplicativo mais popular do planeta. Mas vem causando polêmica e perdendo usuários para outros aplicativos semelhantes. 

É que nos últimos dias, algumas pessoas estão recebendo a seguinte mensagem em seus smartphones: “O WhatsApp atualizará suas condições e sua política de privacidade”. A mudança, que começa a valer no dia 8 de fevereiro, impõe que quem deseja continuar utilizando o app vai precisar dar o seu consentimento ao Facebook, dono do aplicativo de mensagens, para compartilhar e utilizar os dados obtidos do WhatsApp no restante de seus serviços e propósitos. 

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Em sua plataforma, o WhatsApp detalha a gama de informações que podem ser disponibilizadas a outras empresas do grupo: número de telefone e outros dados que constem no registro (como o nome); informações sobre o telefone, incluindo a marca, modelo e a empresa de telefonia móvel; o número de IP, que indica a localização da conexão à internet; qualquer pagamento ou transação financeira realizada através do WhatsApp.

Também podem ser compartilhados números de contatos, atualizações de status, dados sobre a atividade do usuário no aplicativo (como tempo de uso ou o momento em que ele está online), foto de perfil, entre outros.

O WhatsApp já havia anunciado essas mudanças em outubro do ano passado, mas até então ninguém era obrigado a compartilhar os dados, era apenas voluntário. Agora, quem não concordar com a mudança, conforme a notificação enviada pela plataforma, é convidado a apagar o app e desativar a conta.

O CEO do WhatsApp, Will Cathcart, se pronunciou sobre o assunto através do seu perfil no Twitter, no dia 8 de janeiro. Na postagem, ele disse que “Com a criptografia de ponta a ponta, não podemos ver seus chats ou chamadas privadas e nem o Facebook. Estamos comprometidos com essa tecnologia e em defendê-la globalmente. [...] Isso não afeta a forma como as pessoas se comunicam em particular com amigos ou familiares, onde quer que estejam”.  

Na análise da advogada especialista em Direito Digital, Ana Paula de Moraes, todos os dados e informações do usuário passarão a ser compartilhadas com o Facebook. “Há muito tempo nossos dados já são compartilhados com todas as nossas redes sociais, porque os nossos dados pagam as contas deles. Não existe almoço grátis. Eles nos dão uma ferramenta gratuita e a gente paga com nossas informações. Mas, diante das legislações regulatórias protetivas de dados que surgiram principalmente na Europa e também no Brasil, eles não podem mais fazer uso desses dados sem ter o consentimento do titular, que é o usuário. Então, na medida que o Facebook se torna dono do Instagram e do WhatsApp, obviamente ele vai querer fazer a convergência e coleta de todas as informações para fins comerciais”, explica. 

Segundo ela, a atitude do WhatsApp vai de encontro à Lei Geral de Proteção de Dados e quem utiliza o aplicativo para fins comerciais deve ficar ainda mais atento.

“Se você faz vendas pelo WhatsApp e tem algum tipo de pagamento embutido por ali, esses dados também serão compartilhados. É uma falha de segurança absurda porque, se você tem um cartão de crédito ali inserido, o Facebook vai passar a coletar aquela informação e compartilhar com quem ele acha que vai pagar por esses dados, digamos assim”, alerta Ana Paula. 

Nem todo mundo

A União Europeia e o Reino Unido, contudo, ficam de fora das mudanças. Devido a acordos firmados com organizações de proteção de dados da região, a empresa não vai impor o compartilhamento de informações. O fato foi interpretado por alguns como uma vitória da rígida legislação sobre privacidade e proteção de dados pessoais que a região vem implementando nos últimos anos.

Na Europa, o Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD) impede o Facebook de compartilhar os dados do WhatsApp com suas outras empresas para seu próprio interesse. Enquanto nos países que fazem parte da União Europeia os serviços são prestados pela WhatsApp Ireland Limited, no restante do mundo estão a cargo da WhatsApp LLC.

O CORREIO entrou em contato com a assessoria do WhatsApp, que confirmou que “como informado no aviso encaminhado aos usuários, a aceitação das mudanças é obrigatória para a utilização da plataforma a partir de 8 de fevereiro”. Em nota, o aplicativo informou que a mudança se deve ao uso cada vez mais frequente da plataforma para comunicação com empresas.

O aplicativo alega que o objetivo do WhatsApp é proporcionar aos usuários mais facilidade tanto para comprar, como para conseguir suporte de uma empresa, diretamente na plataforma. “Para aumentar a transparência, o WhatsApp atualizou suas Políticas de Privacidade para que descrevam que, daqui para a frente, as empresas podem optar pelos serviços seguros de hospedagem do Facebook para ajudar no gerenciamento das comunicações com seus clientes no WhatsApp”, diz a nota. 

De fato, em nenhum caso as conversas do WhatsApp serão compartilhadas porque a empresa não pode ler as mensagens do aplicativo, já que ele funciona com criptografia de ponta a ponta. Isso significa que, quando um usuário envia uma mensagem, ela é criptografada e somente será descriptografada quando chegar ao destinatário. 

Concordo ou não concordo?

Para a chefe de cozinha Kátia Najara, de 50 anos, que utiliza a ferramenta para trabalho, é preciso estar bastante atento às políticas dos aplicativos e saber a hora de dizer ‘não concordo’. “Eu topei compartilhar o que eu publico nas minhas redes sociais. Sei que aquele conteúdo pode ser utilizado e pode ser vendido de alguma forma. Eu sei porque, quando faço qualquer busca no Google, na mesma hora eu começo a receber propaganda de conteúdos relacionados em todos os aplicativos, plataformas, etc. Mas agora já chega, basta”, diz. 

Ela afirma que nunca fornece seu CPF quando vai ao supermercado, por exemplo, e não ativa a localização do seu celular. “Eu sempre fui muito cismada com todas as redes sociais. Eu demorei muito para entrar no Facebook, para entrar no Instagram. Justamente porque eu sempre soube que ninguém estava me dando nada de graça. Eu sabia que o preço ia chegar. E as coisas são muito bem feitas, para que a maioria das pessoas não percebam ou não achem nada demais”, explica Kátia. 

Agora, ao saber da mudança na política do WhatsApp, a chefe de cozinha decidiu abandonar o aplicativo. “Não satisfeitos em vender todas as informações que eu publico nas minhas redes sociais, agora eles querem entrar no meu telefone. Qual é o próximo lugar, a minha gaveta de calcinhas?”, desabafa. Kátia disse que já baixou o Telegram, outro serviço de mensagens instantâneas, e já enviou um texto para todos os seus contatos no WhatsApp comunicando a sua decisão. 

“O que eu puder fazer para preservar a minha privacidade eu faço”, afirma. Ela acrescenta que não se deixa iludir. Sabe que o Telegram e outros aplicativos podem não ser 100% seguros, mas, para ela, é a melhor opção agora. Mesmo que os aplicativos possam, no futuro, adotar as mesmas medidas que o WhatsApp está adotando, ela garante que não vai ter arrependimento e terá a consciência tranquila por saber que tentou. “Para mim, até o momento, o Telegram ainda garante segurança e privacidade, eu sei que nada garante que amanhã as coisas não possam mudar”.

A artista visual Aline Corujas, 27, compara as diversas mudanças de termos a documentos assinados sem se saber o que eles conté,de fato. "Acho delicado o contexto dessas alterações nas políticas de compartilhamento do WhatsApp. Acredito que muitas pessoas, assim como eu, há tempos vêm concordando com termos (uso e privacidade) quase sempre escritos em letras pequenas. Muitas vezes, sem sequer ler. É como ter vários documentos assinados sem saber com o que, de fato, estamos compactuando".

Para ela, a atenção que essa mudança atual vem tendo a sinalizou que é uma situação que merece um cuidado maior. "Essas mudanças podem ter grande impacto. Estou me inteirando do assunto pra entender melhor qual a implicação que essas alterações exercerão na minha rotina", afirma.

Alternativas

Mesmo com a tentativa do WhatsApp de acalmar os ânimos, a medida gerou uma onda de críticas e provocações. O empresário Elon Musk, CEO da Tesla e homem mais rico do mundo, sugeriu a migração para o concorrente Signal, assim como Jack Dorsey, cofundador do Twitter. Outros propuseram o Telegram.

O Signal aproveitou a oportunidade para destacar no Twitter que “nunca haverá anúncios no Signal, porque seus dados ficam em suas mãos, não nas nossas”.

Após o anúncio, o número de downloads do app Signal e do Telegram, também serviços de trocas de mensagens encriptadas, disparou. Hoje (11) o Signal, com cerca de 10 milhões de downloads, está em segundo lugar na categoria “Principais apps gratuitos” da Play Store. O Telegram, com 500 milhões, ocupa o quarto lugar. O WhatsApp ainda tem mais de 5 bilhões de downloads. 

Foto: Reprodução

Para a especialista em segurança digital, Ana Paula Moraes, o Signal e o Telegram são, de fato, mais seguros, já que deixam bastante explícito que não fazem a coleta de informações dos usuários e, através deles, é possível ajustar as configurações para que a destruição das mensagens seja imediata após o envio. 

Para quem decidir continuar no WhatsApp, ela alerta que é preciso ter alguns cuidados:

  • Nada de falar da vida pessoal
  • Evitar compartilhamento de fotos e vídeos com imagens de familiares e amigos
  • Configurar o aplicativo para ter a mínima quantidade possível de permissões habilitadas

Para aqueles que não se sentirem mais à vontade para continuar utilizando o WhatsApp, aqui vão algumas alternativas:

  • Signal - Signal é um serviço de mensagens criptografadas de plataforma cruzada desenvolvido pela Signal Foundation e Signal Messenger. Ele usa a Internet para enviar mensagens individuais e em grupo, que podem incluir arquivos, notas de voz, imagens e vídeos.
  • Telegram - O Telegram é um serviço de mensagens instantâneas baseado na nuvem. O Telegram está disponível para smartphones ou tablets, computadores e também como Aplicação web. Os usuários podem fazer chamadas com vídeo, enviar mensagens e trocar fotos, vídeos, autocolantes e arquivos de qualquer tipo.
  • Viber - Rakuten Viber é um aplicativo de multiplataforma proprietária no formato de mensageiro instantâneo voz sobre IP desenvolvido pela Viber Media, Inc. Além de mensagens de texto e voz, os usuários também podem enviar imagens e vídeos.
  • Kik - Kik Messenger, comumente chamado de Kik, é um aplicativo gratuito de mensagens instantâneas para celular da empresa canadense Kik Interactive, disponível gratuitamente nos sistemas operacionais iOS e Android.
  • Threema - Threema é um aplicativo de mensagens instantâneas criptografadas de ponta a ponta, gratuito e de código aberto para iOS e Android. O software é baseado nos princípios de privacidade desde o design, uma vez que não requer um número de telefone ou qualquer outra informação de identificação pessoal.
  • Wickr.Me - Wickr é um aplicativo para Android e iPhone designado para ajudar pessoas no envio de mensagens, incluindo fotos e anexos, que são automaticamente deletados a partir de um certo tempo.

Polêmicas

Em 2014, o Facebook comprou o WhatsApp por cerca de 16 bilhões de dólares. Agora, sete anos depois, o aplicativo de mensagens vai compartilhar os dados de alguns usuários do WhatsApp com o Facebook.

O WhatsApp foi fundado em 2009 por Brian Acton e Jan Koum, antigos empregados da Yahoo!. O aplicativo foi lançado em novembro de 2009. Em 2011, o WhatsApp era um dos 20 aplicativos no topo da loja de aplicativos da Apple, e passou a receber diversos investimentos de valores altíssimos
 
Em fevereiro de 2015, o WhatsApp foi suspenso temporariamente em todo o Brasil. A decisão foi tomada depois que o aplicativo se recusou a dar informações sobre um inquérito policial que investigava um crime de pedofilia ocorrido em Teresina. Mas a decisão logo foi derrubada.

Em 16 de dezembro de 2015, uma nova ordem judicial determinou o bloqueio do aplicativo por um período de 48 horas. Informações precisas não foram divulgadas, mas as operadoras estimam que se trate de uma investigação policial. O bloqueio está relacionado a uma possível quebra de sigilo de dados. No dia seguinte, uma nova decisão judicial considerou que a suspensão do serviço não seria algo razoável e o serviço foi restabelecido 12 horas após o bloqueio.

Em 2 de maio de 2016, o aplicativo volta a ser suspenso no país, com base nos artigos 11, 12, 13 e 14 do Marco Civil da Internet por até 72 horas.

Em 19 de julho de 2016, mais um episódio. WhatsApp voltou a ser suspenso por decisão da Justiça do Rio de Janeiro, também baseado no Marco Civil da Internet. No mesmo o dia, o Supremo Tribunal Federal suspendeu a decisão do bloqueio, liberando o uso do aplicativo no país. 

*Com orientação da subeditora Monique Lôbo

Publicado em Tecnologia

“Oi, tudo bem? Você já sabe em quem vai votar nessa eleição?”. É assim que muitas pessoas iniciam a esperançosa conversa no WhatsApp em busca de um voto. Na reta final da campanha, surge o momento decisivo de muitos cabos eleitorais e apoiadores conquistarem votos de indecisos para seus candidatos. Com a pandemia da covid-19, o app se tornou ainda mais importante.

“Primeiro, eu o apresento. Digo quem ele é e quais são seus interesses e ideais políticos. Só depois eu peço o voto”, explica Jaciane Silva, 36 anos, apoiadora de um candidato a vereador pelo PSB. “Dou a chance de conhecer meu candidato e suas propostas. Mesmo que não votem, sei que estou fazendo um trabalho de consciência política”, completa.

Para o cientista político Claudio André, professor da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), até o sábado (14), véspera da votação, era o momento de consolidar os votos, principalmente dos candidatos a vereador. E o WhatsApp tem papel fundamental nisso:

“É o que chamamos de mapeamento político. Os candidatos têm ferramentas para acompanhar e consolidar os votos. É um trabalho de base, de bastidor, de manter contato”, explica.

Mas, atenção para o relógio: de acordo com o professor da UniFTC André da Silva de Jesus, especialista em Direito Público e Eleitoral, desde as 22h do sábado já é proibido pedir votos. “Caso faça, pode estar cometendo o crime de boca de urna”, alerta.

Por outro lado, o analista judiciário do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA) e professor da Ufba, Jaime Barreiros Neto, explica que existe uma divergência sobre isso. “A legislação é um pouco contraditória, pois proíbe a propaganda, mas permite a liberdade de expressão do eleitor. O voto é secreto, mas ele tem direito de falar para as pessoas. O que é realmente proibido, no domingo, é o impulsionamento pago. Há quem entenda que só se configura boca de urna quando tem o impulsionamento”, diz.

Método
Na hora de conquistar um voto pelo WhatsApp, cada apoiador segue uma estratégia. A cabo eleitoral Roberta Saad, 42, não tem saído de casa na pandemia. O jeito encontrado para fazer campanha para o candidato a prefeito pelo DEM foi partir para o ‘zap’.

Roberta Saad e Jaciane Silva são mulheres que estão ativas no Whatsapp para conseguir votos para seus candidatos (Foto: arquivo pessoal)
“Entro em contato com vizinhos e familiares para pedir voto. Posto cards e textos que eu mesmo escrevo nos status, grupos e no privado das pessoas. Até para quem é contra eu tento convencer. Não perco nenhuma oportunidade”, disse Saad, que garante nunca ter discutido por causa de política.

Para o professor do Departamento de Ciência Política da Ufba, Cloves Oliveira, o uso desse aplicativo de mensagens na eleição é uma forma legítima de se fazer campanha, mas a desinformação é um elemento preocupante.

“Hoje, temos o WhatsApp como rede de propagação de fake news. Essas notícias falsas são um instrumento presente nas eleições usados para desconstruir a imagem do adversário e atacar a honra”, disse.

Em nota, o WhatsApp informou que incentiva todos os usuários a verificar a veracidade das mensagens que recebem antes de compartilhá-las: “Desde abril, as mensagens que foram encaminhadas mais de cinco vezes só podem ser direcionadas para uma única conversa por vez. O aplicativo também conta com um sistema para identificar comportamento abusivo”.

Outros exemplos
O produtor cultural Roberto Junior, 26, até entrou em grupos de compra e vendas aleatórios para enviar conteúdos de sua candidata a vereadora pelo PT. “E tive retornos positivos, de gente que gostou da proposta, que passou a acompanhar o trabalho e até a dizer que ia votar”, afirmou.

Roberto não tira o olho do whatsapp nessa reta de final de campanha, pois cada voto conquistado é importante para eleger sua candidata (Foto: França Mahin/Divulgação)
Roberto também criou listas de transmissões específicas para o seu público alvo: negros, estudantes e LGBTQIA+. “Se eu vejo um material que é voltado para algum desses públicos, eu envio na lista. Mas não é sempre, pois tem gente que se incomoda com tanta postagem”, afirmou o rapaz, que usa sua experiência como promoter.

Rodrigo Nascimento, 29, também optou pela lista de transmissão com 68 amigos mais próximos. Desses, 50 ainda não sabiam em quem iam votar - Rodrigo tenta convencê-los a votar no seu candidato do Cidadania:

“Tem muita gente que não gosta de se envolver em política. Então, busco ir naquilo que toca as pessoas, nas suas necessidades”, afirma Rodrigo.

Já Karla Izabelle, 38, usa a estratégia de não pressionar o eleitor a quem pede o voto. “Dou os argumentos, explico e deixo que ela decida. Nunca pergunto se posso contar com ela, pois o voto é secreto. Mas algumas respondem de forma positiva”, afirma a funcionária pública, que apoia um candidato a vereador do PV.

Ela estabeleceu uma meta ambiciosa: conseguir 200 votos para o candidato. Para isso, o WhatsApp será uma ferramenta fundamental. “Eu tenho 400 contatos no meu celular. São pessoas do meu ambiente profissional, que eu tenho proximidade, amigos e familiares. Não peço a quem não tenho relacionamento próximo”, disse.

Interior
Para o cientista político Claudio André, o WhatsApp não é o elemento preponderante na conquista dos votos, principalmente no interior, onde a campanha ainda é mais ‘corpo a corpo’. Mas ele não subestima o poder da ferramenta.

“Ele já começou a ser usado na eleição de 2014. Como o tempo, só foi se intensificando até chegar ao auge da eleição de 2018. Mas é importante entender que a eleição tem uma peculiaridade. Normalmente, o voto a vereador requer um certo conhecimento, indicação. Às vezes envolve relação com o bairro, com o trabalho... isso significa que outros fatores entram nessa disputa”, afirmou.

Mesmo assim, Renicelma Oliveira, 47, não deixa de usar a rede social como aliada. “Eu sempre pergunto se a pessoa já tem candidato a prefeito. Se ela disser que não, apresento a minha candidata. Já consegui uns 25 votos. E cada voto conta, né?”, afirma a moradora de Ribeira do Pombal, que acredita que a pandemia influenciou: “Por não poder ir para a casa das pessoas, temos que fazer isso”.

Nas pequenas cidades, como a de Renicelma, uma forma comum de propaganda política é também usar o status do WhatsApp. Se nos seus status você vê mais conteúdo de um candidato do que de outro, é sinal que alguém está politicamente mais forte, pelo menos entre seus amigos. De Cruz das Almas, a assistente administrativa Ariane Magalhães, 34 anos, é a responsável de enviar o conteúdo que é compartilhado nessa função do WhatsApp pelos apoiadores.

“Eu criei uma lista de transmissão com alguns contatos que tenho no município. Geralmente, antes do trabalho eu mando as propostas do candidato, o manual de comunicação e aí todo mundo compartilha na hora nos status. Demonstra que o candidato está forte”, disse.

Cinco dicas de etiqueta ao pedir voto pelo WhatsApp:
1. Não envie muitas mensagens. O efeito pode ser o inverso do que você deseja;
2. Preste atenção no conteúdo da mensagem. Revise se não há algum erro ortográfico ou de digitação a ser corrigido;
3. Se você já sabe que o seu contato não se identifica com determinado conteúdo político, é melhor não insistir;
4. Não pressione seu contato a votar no candidato que você deseja. É melhor fazer um trabalho de consciência política do que exigir o voto, que é secreto.
5. Ao criar uma lista de transmissão, se certifique de que seus contatos aceitam receber o conteúdo enviado. Caso contrário, você pode estar cometendo crime eleitoral.

Regras no WhatsApp:
1. Para enviar mensagens, o candidato precisa de autorização do eleitor;
2. Pedir voto após as 22h deste sábado (14) pode ser considerado boca de urna, que é crime eleitoral
3. Disparos em massa estão proibidos;
4. Compartilhar Fake News é crime.

 

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Imagine enviar uma mensagem com data de validade? Nesta quinta-feira (5), o WhatsApp anunciou que em breve irá lançar o recurso de "mensagem temporária", a nova ferramenta irá possibilitar o envio de textos já pré-determinados para sumirem após sete dias. De acordo com a plataforma, o objetivo da atualização é otimizar espaço no smartphone do usuário. O recurso deve ficar disponível no Brasil ainda neste mês de novembro, através de atualização.

“Como queremos que as conversas no WhatsApp sejam similares às conversas que temos pessoalmente, desenvolvemos uma maneira prática para apagar automaticamente as mensagens que não precisam ser guardadas para sempre”, explica comunicado.

Para utilizar a nova função, basta ativá-la nas configurações do aplicativo. A partir desta ativação, todas as mensagens envidas terão caráter temporário e desaparecerão após sete dias. Mensagens recebidas ou enviadas antes disso não serão afetadas. A nova função poderá ser utilizada em conversas individuais ou em grupos, no entanto, neste último, a ferramenta deverá ser acionada somente pelos administradores.

Em relação a fotos, vídeos e outros tipos de mídia, eles também poderão ser excluídos da conversa após sete dias, mas devem continuar armazenados no dispositivo do usuário caso o download automático esteja ativado.

Veja alguns pontos importantes sobre a atualização no FAQ do WhatsApp:
Mensagens temporárias desaparecerão mesmo que um usuário não abra o WhatsApp durante sete dias. Contudo, pode ser que a pré-visualização da mensagem seja exibida nas notificações até que o WhatsApp seja aberto.

Ao responder diretamente a uma mensagem, ela será exibida acima da sua resposta. Se você responder a uma mensagem temporária, o texto dessa mensagem poderá ser exibido mesmo depois de sete dias.

Se uma mensagem temporária é encaminhada para uma conversa onde as mensagens temporárias estão desativadas, essa mensagem não desaparecerá da conversa para onde foi encaminhada.

Se um usuário fizer backup antes de uma mensagem desaparecer, essa mensagem temporária será incluída ao backup. Contudo, a mensagem temporária será apagada quando o usuário restaurar o backup.

 

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