Abastecer o carro com gasolina tem pesado cada vez mais no bolso dos baianos. Segundo levantamento do Sindicato dos Revendedores de Combustíveis do Estado da Bahia (Sindicombustíveis Bahia), no acumulado de 2021, o produto já subiu 63,29%. Com o 14º reajuste este ano - de 7,19% - anunciado sábado passado pela Petrobras, o litro do produto já chega a R$ 6,69 em postos dos bairros da Pituba e do Itaigara. Resultado: tem consumidor considerando a hipótese de vender o carro e até mesmo mudar de emprego para ficar mais perto de casa e assim gastar menos.

Elder Azevedo, 33, rodou até Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), para achar um posto ainda sem o último aumento. Ali, o produto ainda estava sendo vendido por R$ 5,99. “Botei meio tanque e deu R$ 188. Ano passado, enchia com R$ 200”, conta Azevedo, que é estudante de engenharia civil, funcionário de uma empresa de reformas e motorista por aplicativo nas horas vagas. Em média, ele percorre 20 quilômetros por dia de casa ao trabalho.

Para o eletrotécnico Clayton Araújo, 28, vender o carro já é uma possibilidade. “Passou por minha cabeça largar o carro, mas ainda não tive coragem de abandonar, porque é meu principal meio de transporte e ainda não me sinto seguro de pegar coletivos na pandemia. Mas já estou colocando em meus planos de, muito em breve, abandonar, porque gasolina a R$ 6 é impraticável”, desabafa o eletrotécnico.

Ele lembra que, antes da pandemia, gastava, em média, R$ 300 por mês com combustível. Hoje, desembolsa mais de R$ 500. “É quase um quarto de minha renda. A cada aumento, fica muito difícil”, relata. Nesse período, ele passou a dar preferência para o etanol, mesmo quando não vale tanto a pena.

Para economizar, Clayton Araújo fica ligado no aplicativo do governo estadual, o Preço da Hora, que dá informações atualizadas dos preços no mercado local. Disponível para download nos sistemas iOS e Android para qualquer cidadão, a ferramenta é alimentada com o valor das notas fiscais dos consumidores.

Já Aldecir Filho, 35, de Feira de Santana, pensa em um emprego mais perto de casa. “A gente tenta ao máximo economizar, evita voltar para a casa para almoçar, já levando o almoço pronto ou comprando marmita, fazendo academia perto de casa. Até mudar de trabalho já pensei”, conta o gestor de recursos humanos.

Segundo o Preço da Hora, de outubro de 2020 a outubro de 2021, as altas na gasolina, diesel, etanol e gás de cozinha foram, respectivamente, 40%, 49%, 55% e 43%. Já os últimos dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) registram alta de 48,3% na gasolina, 60,35% no etanol, e 48,2% no diesel, mas não considera o último reajuste da Petrobras.

O gás de cozinha era encontrado por menos de R$ 60 há exatos 12 meses. Já a gasolina, a R$ 3,95. A mais barata, hoje, era R$ 5,87 em um posto de Pituaçu. O diesel, de R$ 3,29 chegou a R$ 4,95, e o etanol variou entre R$ 2,91 e R$ 4,81, no mesmo período.

O gás de cozinha, que está custando até R$ 107 em Salvador, tem sido outra preocupação dos consumidores. “Sempre procuro onde é mais vantajoso e vejo se tem cupons de desconto nas distribuidoras, porque R$ 10, R$ 15 já faz diferença. Compartilho com meus amigos e sempre aviso”, comenta Clayton Araújo.

Alta do dólar explica aumento
De acordo com o secretário executivo do Sindicombustíveis Bahia, Marcelo Travassos, os reajustes da Petrobras estão mais altos e em espaços de tempo mais curtos. “Antes, a gente tinha reajuste de, no máximo, 3%. Agora, temos de 8 ,10%. Foram 14 em menos de dez meses. Nunca houve um acumulado tão alto assim”, avalia. Como o preço dos combustíveis é baseado no barril do petróleo e no dólar, com a desvalorização da moeda brasileira em relação à americana, quem paga é o consumidor.

“O barril está acima de US$ 80 dólares, um preço muito alto. Quem domina o mercado quer que ele esteja alto, porque o preço é especulativo. Então existe também a questão geopolítica por trás. Já o dólar tem subido de forma astronômica, e são esses dois fatores que impulsionam a decisão do valor dos derivados”, esclarece Travassos. Ele ainda diz que, se houver aumento do dólar, é possível que haja novos reajustes ainda neste ano.

Segundo a Petrobras, em nota oficial divulgada pela imprensa, os ajustes são importantes para garantir que o mercado não tenha desabastecimento. Além disso, segue os parâmetros do mercado global. "Os justes refletem parte da elevação nos patamares internacionais de preços de petróleo, impactados pela oferta limitada frente ao crescimento da demanda mundial, e da taxa de câmbio, dado o fortalecimento do dólar em âmbito global”, explica.

A empresa pontua que o gás de cozinha, conhecido como Gás Liquefeito do Petróleo (GLP), ficou 95 dias com preços estáveis e a gasolina teve um período de estabilidade de 58 dias.

Preço médio dos combustíveis na Bahia (fonte: Preço da Hora)
Outubro 2021
gasolina - 6,14
oleo diesel - 5,15
etanol - 5,0
glp (gás de cozinha) - 81,78

Setembro 2021
gasolina - 6,13
oleo diesel - 4,89
etanol - 5,01
glp (gás de cozinha) - 81,42

Agosto 2021
gasolina - 6,07
oleo diesel - 4,82
etanol - 4,95
glp (gás de cozinha) - 79,05

Julho 2021
gasolina - 5,95
oleo diesel - 4,79
etanol - 4,90
glp (gás de cozinha) - 78,08

Junho 2021
gasolina - 5,86
oleo diesel - 4,68
etanol - 4,84
glp (gás de cozinha) - 74,59

Maio 2021
gasolina - 5,71
oleo diesel - 4,56
etanol - 4,65
glp (gás de cozinha) - 72,79

Abril 2021
gasolina - 5,58
oleo diesel - 4,33
etanol - 4,25
glp (gás de cozinha) - 71,23

Março 2021
gasolina - 5,72
oleo diesel - 4,44
etanol - 4,51
glp (gás de cozinha) - 70,07

Fevereiro 2021
gasolina - 5,11
oleo diesel - 4,16
etanol - 3,94
glp (gás de cozinha) - 67,4

Janeiro 2021
gasolina - 4,75
oleo diesel - 3,97
etanol - 3,63
glp (gás de cozinha) - 63,1

Dezembro 2020
gasolina - 4,61
oleo diesel - 3,82
etanol -
glp (gás de cozinha) - 62,35

Novembro 2020
gasolina - 4,56
oleo diesel - 3,69
etanol - 3,45
glp (gás de cozinha) - 59,36

Outubro 2020
gasolina - 4,42
oleo diesel - 3,58
etanol - 3,23
glp (gás de cozinha) - 57,31

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O preço do litro da gasolina já ultrapassa os R$ 7 em três regiões do País - Norte, Sudeste e Sul -, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) referentes à semana de 22 e 28 de agosto. Neste mês, a gasolina acumula alta de 2,2%, sendo 0,5% somente na última semana.

O preço mais caro da gasolina foi encontrado pela ANP em Bagé, no Rio Grande do Sul (R$ 7,219/litro), e o mais barato em alguns municípios de São Paulo, inclusive a capital (R$ 5,099/litro). O preço médio do País ficou em R$ 5,982 por litro na semana passada.

O último aumento da gasolina foi realizado nas refinarias da Petrobras em 12 de agosto, da ordem de 3,5%. No ano, o combustível já subiu cerca de 51%.

Segundo analistas, apesar dos 20 aumentos já aplicados na gasolina este ano, ainda existe defasagem em relação ao mercado internacional, o que deve ser recomposto gradualmente pela Petrobras ao longo do tempo, à medida em que o preço do petróleo evolui no mercado internacional.

Nesta segunda-feira, 30, o petróleo reduzia perdas registradas na semana passada e operava cotado a US$ 71,61 o barril do tipo Brent.

Além do impacto da alta do petróleo, o preço da gasolina no posto de abastecimento também tem sido afetado pela adição do etanol, produto também em alta no mercado, cuja mistura obrigatória ao combustível fóssil é da ordem de 27%.

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A fotógrafa Vanessa Ramos, 33 anos, depende do carro para trabalhar. É assim que ela encontra os clientes, faz as fotos, e depois retorna para entregar o material pronto. O veículo é essencial para dar agilidade ao serviço e oferecer bom atendimento, mas ela contou que tem feito um esforço danado para consegui manter o carro. Por isso, a notícia de que o preço da gasolina seria reajustado mais uma vez deixou ela preocupada.

“É um absurdo. O custo para manter o carro aumentou demais, o gasto por mês mais que dobrou. Tenho repassado parte da despesa com combustível para os clientes porque entrego em casa todos os produtos. Muitas vezes, faço mais de uma visita pra ajudar na escolha, então, ficou puxado. Às vezes, o cliente pede desconto e aí não tem jeito, sai do meu bolso mesmo”, disse.

A partir desta quinta-feira (12), o litro da gasolina passou de R$ 2,69 para R$ 2,78, nas refinarias, mas nas bombas de Salvador o valor já superava os R$ 6 antes do reajuste. O último aumento havia sido em 6 de julho. A gasolina começou o ano a R$ 1.83, teve nove correções e acumulou 51% de alta no ano, até agora. Desta vez, o diesel não foi reajustado.

Essas mudanças têm exigido dos consumidores malabarismos para conseguir pagar as contas. Vanessa contou que além de aumentar o valor dos pacotes tem adotado outras estratégias para economizar combustível. “Eu tento concentrar o máximo de coisas para fazer no mesmo local, e tento fazer algumas coisas em regiões mais próximas de casa para evitar andar muito com o carro”, disse ela, que já pensou em abrir mão do veículo.

Um levantamento divulgado pela Petrobrás apontou que o preço médio da gasolina vendida na Bahia, na última semana de julho, estava acima de R$ 6, mesma situação de outros sete estados pesquisados: Rio de Janeiro, Minas Gerais, Alagoas, Espírito Santo, Goiás, Rio Grande do Norte, e Rio Grande do Sul.

O presidente do Sindicato dos Revendedores de Combustíveis do Estado da Bahia (Sindicombustíveis), Walter Tannus, afirmou que a categoria discorda do reajuste e que esse deveria ser o momento para se repensar a forma de calcular o preço desse produto no país.

“É absurdo mais um reajuste. A sociedade precisa rever a política do preço dos combustíveis ou a população é quem vai continuar sofrendo, e esse sofrimento não é apenas para quem tem carro, o impacto é para todos. A indústria e o agronegócio, que usam de maquinário, também vão sentir esse impacto”, disse.

Ele defende uma mudança através dos impostos e citou um exemplo. “O que o Sindicato defende é uma política tributária que permita ao cidadão fazer um orçamento para o seu combustível. Na Inglaterra, por exemplo, a carga tributária diminui quando o preço do barril sobe, e os impostos aumentam quando ele reduz”, disse.

São 2.700 postos de combustível na Bahia, sendo que 250 deles ficam em Salvador e Região Metropolitana. Nesta quinta-feira, o menor preço encontrado para gasolina comum em Salvador foi de R$ 5,72, na Avenida Octávio Mangabeira, em Itapuã. O maior preço encontrado foi de R$ 6,19, no Horto Florestal.

Preço
A legislação brasileira determina que a gasolina vendida nos postos deve ser misturada com Etanol Anidro. O preço final que o consumidor paga inclui o valor de realização da Petrobras, o custo do etanol, os impostos e as despesas e as margens de comercialização das distribuidoras e dos postos revendedores.

O professor do curso de Economia da Unifacs Alex Gama leciona sobre Finanças Corporativas e Mercado de Capitais, e explica que o principal fator que está encarecendo o preço do combustível é a variação cambial.

“Durante o governo Temer houve uma mudança na política de preço da Petrobrás, ela passou a se basear na variação cambial e no preço do barril do petróleo. Antes, nos governos anteriores, havia subsídio e isso ajudava a segurar o preço dos combustíveis. O que mudou foi que a Petrobrás passou a usar esse novo modelo em que a variação internacional que afeta o lucro empresarial é repassada para os consumidores”, explicou.

A falta de competitividade do mercado de revendedoras é outro fator que onera o consumidor. Os postos de combustíveis tendem a estabelecer o mesmo preço e a população fica sem escolha. O economista lembra que esses reajustes se traduzem em aumento em outras despesas, além do transporte.

“Afeta vários setores e atividades que dependem de frete, e boa parte da logística do Brasil é de malha rodoviária, ou seja, precisa de combustível. Então, esses aumentos acabam refletindo no preço dos alimentos e de outros itens, principalmente o gás de cozinha”, disse.

No mesmo dia em que foi anunciado o novo reajuste da Petrobrás, o Governo Federal publicou uma medida provisória que permite que os produtores de etanol vedam o combustível diretamente aos postos, sem passar pelas distribuidoras. A ação pode ajudar a reduzir os custos, mas os especialistas afirmam que para isso acontecer é preciso que os produtores tenham uma logística de distribuição, o que ainda é muito prematuro no Brasil.

Para economizar
A forma de dirigir pode determinar uma economia de até 30% de combustível. Confira algumas dicas para garantir um uso mais racional de gasolina.

1. Mantenha a manutenção preventiva do seu automóvel em dia, conferindo velas, o filtro do combustível, filtro de ar do motor; faça alinhamento e balanceamento e troque o óleo sempre na data certa.

2. Cuidado com a calibragem dos pneus. Não vale encher mais do que o permitido por fábrica porque isso amplia o desgaste dos pneus. Faça a calibragem a cada 15 dias.

3. Prefira abastecer em postos que apresentam selo da ANP (Agência Nacional de Petróleo), pois a qualidade do combustível é fundamental para o bom desempenho do veículo.

4. Evite dar arrancadas na hora de sair com o carro, pois isso aumenta o consumo só para colocar o veículo em movimento.

5. Mantenha a velocidade constante, pois as mudanças de velocidade exigirão mais do do motor, freio e embreagem, consumindo mais combustível.

6. Evite freadas bruscas. Nos semáforos, por exemplo, vá desacelerando aos poucos.

7. Manter o carro ligado por mais de 10 segundos parado consome a mesma quantidade de combustível da partida. Parou, desligue o motor.

8. O uso do ar-condicionado aumenta em até 20% do consumo de combustível, no entanto, com a velocidade igual ou superior a 80km/h, o ar-condicionado faz com que haja uma economia, uma vez que o veículo não precisará enfrentar a resistência do ar.

9. Quanto mais pesado o veículo, mais será exigido, então só carregar o que for necessário e não mantenha pesos extras.

10. Só use o veículo se não for realmente necessário. A medida economiza combustível e dinheiro, além de ser mais saudável.

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A vida de quem mora em Salvador e na Região Metropolitana da capital (RMS) está mais cara. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação de maio, divulgada ontem, ficou em 1,12% na RMS, a maior para o mês desde 1998 e a campeã em todo o Brasil. Os grandes vilões do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medida oficial da inflação, foram as altas nos preços da gasolina e da energia elétrica, principalmente.

O combustível subiu 8,43% em comparação com o mês de abril. Já a energia elétrica teve aumento de 10,54%. Em maio também passou a vigorar na conta de luz a bandeira tarifária vermelha patamar 1, que acrescenta R$ 4,169 a cada 100 quilowatts-hora consumidos, diferença significativa em relação à bandeira amarela que vigorou de janeiro a abril.

Em junho, a previsão nesse setor não é nada boa. Diante do nível crítico nos reservatórios das usinas hidrelétricas, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidiu acionar o patamar mais alto do sistema de bandeiras tarifárias. Com a bandeira vermelha patamar 2, a conta de luz dos consumidores ficará ainda mais cara com a cobrança adicional de R$ 6,243 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos.

Quem depende da gasolina para trabalhar sofre mais

O preço da gasolina é sentido, principalmente, nas pessoas que dependem de veículo próprio para trabalhar. Morador de Simões Filho, o motorista de aplicativo Antonio Monteiro, 45, não sabe mais o que fazer para lidar com a situação. “Estou pagando mais caro a gasolina para tentar manter as metas diárias. Cada aumento de combustível significa para mim mais horas que tenho que passar nas ruas trabalhando para sustentar a família”, lamenta.

No início do ano, Monteiro trabalhava quatro dias na semana, das 5h às 20h. Agora, com o atual preço da gasolina, ele precisa trabalhar cinco dias da semana, das 5h às 23h. “Graças a Deus, eu tenho batido a minha meta, pois isso é algo necessário. Eu tenho que suprir as necessidades de casa, mas estou muito mais cansado”, diz. O motorista denuncia falta de apoio à categoria por parte das empresas que controlam o serviço de transporte por apps.

“Eles só pensam neles. Sempre foi assim e não é agora que vai mudar. O motorista é deixado de lado mesmo. Nossos ganhos só vêm diminuindo com o tempo. A gente espera que alguém nos ajude a resolver isso”.

Como pai de família, o motorista também percebeu o aumento do preço da energia em maio. “Está tudo ficando mais caro. Essa energia é um absurdo. Lá em casa eu, minha esposa e meu filho ficamos o dia todo fora. Só minha mãe fica em casa e pagamos R$ 300 de energia. Antes não passava de R$ 100 reais. Esse aumento chega a ser abusivo”.

Outros produtos contribuíram para aumento da inflação

Dos nove grupos de produtos e serviços que compõem o IPCA, oito apresentaram alta em maio na RMS. Apenas o setor de vestuário teve leve deflação, de –0,02%. Os dois maiores aumentos vieram, respectivamente, dos custos com habitação (3,05%), influenciados pela energia, e transportes (2,71%), devido os combustíveis. O etanol, por exemplo, teve aumento de 16,31%.

O estudante universitário Tiago Paiva, 23, sentiu no bolso. “Precisei ir para o trabalho e fui abastecer. Coloquei R$ 50 de etanol e tomei um susto quando liguei o carro e vi que a setinha que indica a quantidade de combustível mal tinha se movimentado. Achei até que o posto tinha me dado algum golpe. Só que depois, quando fui conferir o preço, vi que realmente não tinha como subir muito”, desabafa.

Para poder lidar com isso, Tiago pensa em deixar o carro na garagem e passar a ir ao trabalho de transporte público ou por aplicativo. “É mais vantajoso. Se botar no papel os gastos que eu teria com o carro, sai mais barato deixá-lo na garagem. Só que, por conta da pandemia, estou evitando a opção mais econômica”.

Em abril, também houve aumento na passagem de ônibus em Salvador, de R$ 4,20 para R$ 4,40. Isso ainda repercutiu no IPCA de maio em 4,02%. Os alimentos seguiram pressionando a inflação, sobretudo carnes (1,99%), aves e ovos (2,99%) e panificados (1,70%).

Sem otimismo para os próximos meses, diz economista

A expectativa para a inflação no restante do ano não é positiva, de acordo com o economista e integrante do Conselho Regional de Economia (Corecon-BA), Edval Landulfo. “A taxa Selic está aumentando, mas isso não será ainda o melhor remédio. A expectativa é que tenhamos essa inflação nos próximos meses enquanto não tivermos solução para a questão da moeda e dos empregos”, analisa.

Landulfo acredita que é preciso estímulos do governo federal para que não haja aumentos de preço tão severos para o consumidor. “É preciso de um plano, estímulo do governo para que a economia reaja, mas isso não está sendo feito”, lamenta.

A ‘vacinação a conta-gotas' devido à falta de imunizantes também tem contribuído, na avaliação do especialista, para que o Brasil permaneça em crise. “Nossa retomada econômica depende de vacina. É até difícil fazer projeções com um cenário tão incerto. Não tenho otimismo enquanto a população não estiver vacinada. Em economia, tudo é mais lento. As respostas da atividade econômica não aparecem de forma imediata. É possível até que a inflação fure o teto estipulado pelo governo em 2021”, diz.

A inflação mensal nas 16 regiões pesquisadas*:
Salvador (BA) - 1,12%
São Luís (MA) - 1,10%
Fortaleza (CE) - 1,10%
Porto Alegre (RS) - 1,04%
Campo Grande (MS) - 0,97%
Rio Branco (AC) - 0,93%
Curitiba (PR) - 0,93%
Rio de Janeiro (RJ) - 0,87%
Goiânia (GO) - 0,79%
Belo Horizonte (MG) - 0,79%
Recife (PE) - 0,76%
Vitória (ES) - 0,74%
Aracaju (SE) - 0,62%
Belém (PA) - 0,48%
Brasília (DF) - 0,27%

*Fonte: IBGE

Em poucos mais de 60 dias, o consumidor soteropolitano viu os preços médios da gasolina aumentarem 17,48%. Para entender o impacto disso na vida das pessoas, basta lembrar no início de janeiro, R$ 100 eram suficientes para o condutor de um veículo com um consumo médio de 10 quilômetros (km) por litro rodar 214 km. Hoje, quem chega em um posto de combustíveis com a mesma nota da garoupa, roda 181 km, levando-se em conta o preço médio de R$ 5,519. Mas sem esquecer que em alguns postos o produto já é encontrado a R$ 5,99 o litro.

Entender o cenário que levou a gasolina aos atuais patamares de preço é bem mais simples que encontrar uma solução para o problema. O produto é fornecido no Brasil quase que totalmente por uma mesma empresa: a Petrobras. A estatal estabeleceu como critério para cobrança os preços no mercado internacional, mais os seus custos com o transporte. No mercado internacional, os preços do petróleo estão nas alturas, fato que se repete no caso do dólar, moeda base nas negociações.

Depois que deixa as refinarias da Petrobras, incidem tributos federais e estaduais, além das margens das empresas que fazem a distribuição e a revenda para o consumidor final.

Em meio a um cenário desconfortável para a população sobram acusações. Há quem culpe a política de preços adotadas pela Petrobras, principal produtora nacional, outros direcionam as acusações para a tributação federal e estadual que incide sobre os produtos e sobra também para as empresas que atuam nas etapas intermediárias de distribuição e vendas dos produtos. Fato é que a gasolina está tão cara que o bordão “fique em casa” ganha ares de regra para a sobrevivência financeira também.

Embora a expectativa para a inflação neste ano seja para um aumento de 3,53% no custo de vida, a alta nos preços dos combustíveis e dos alimentos deve se refletir numa alta acima de 6% entre os junho de 2020 e maio de 2021, o que deve contribuir para o mal-estar da população com relação à dinâmica de preços esse ano.

Na última quinta-feira (dia 11), o Sindicombustíves Bahia, entidade sindical que representa os postos de revenda no estado, divulgou uma nota para informar que o governo do estado aumentou por três vezes este mês o preço de referência para a cobrança do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), alcançando um aumento acumulado de 36% desde 1º de fevereiro. A Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz) explicou que não fez qualquer alteração na alíquota, que permanece em 28%, e apenas elevou o valor usado para calcular a cobrança proporcionalmente aos aumentos.

O presidente do Sindicombustíveis Bahia, Walter Tannus Freitas, ressaltou em nota que os três reajustes da carga tributária foram aplicados em curto espaço de tempo e pede uma revisão da política tributária sobre os combustíveis no estado. “Estamos vivendo em uma pandemia e uma grave crise econômica. Com todos esses aumentos, todos saem perdendo”, acredita.

“As alegações do sindicato não procedem no que toca ao valor de referência para a cobrança do ICMS de combustíveis, já que este meramente adequa a cobrança do imposto aos valores reais de mercado. As alíquotas do ICMS para os combustíveis continuam as mesmas na Bahia nos últimos anos”, respondeu a Sefaz em nota.

Nacionalmente o clima é o mesmo. Nas discussões sobre o preço do diesel, que segue a mesma lógica de variações da gasolina, o presidente Jair Bolsonaro culpou os governadores por não reduzirem as alíquotas de ICMS nos estados. A resposta é que as alíquotas são fixas e os valores cobrados variam de acordo com os preços estabelecidos pela Petrobras, estatal federal.

Política de preços
Em 14 de outubro de 2016, a Petrobras, apresentou ao mercado uma nova política de preços: a Política de paridade de preços de importação (PPI). “ A diretoria executiva definiu que não praticaremos preços abaixo desta paridade internacional”, informou a empresa em nota. As mudanças ocorreriam “pelo menos uma vez por mês”.

Naquela época, os derivados do petróleo importados já tinham uma expressiva participação no mercado nacional, com uma média de 14%, chegando a 28% no caso da gasolina. A parte final da equação dos preços foi apresentada pela Petrobras no último parágrafo de seu comunicado: “Como a lei brasileira garante liberdade de preços no mercado de combustíveis e derivados, as revisões feitas pela Petrobras nas refinarias podem ou não se refletir no preço final ao consumidor. Isso dependerá de repasses feitos por outros integrantes da cadeia de petróleo, especialmente distribuidoras e postos de combustíveis”.

Em 2018, a petroleira brasileira chegou a vender combustível no mercado doméstico abaixo da paridade internacional e precisou responder por isso no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Mas o que havia de errado? A Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) sugeriu que a empresa estatal estava usando preços predatórios para eliminar os importadores do mercado – única alternativa dos consumidores.

Foi a partir de um Termo de Compromisso de Cessação (TCC) que a empresa de comprometeu a vender refinarias, incentivando a entrada de concorrentes no mercado.

Recentemente, a empresa lançou um hotsite para esclarecer dúvidas a respeito da sua atuação no mercado e repete as mesmas explicações para a sua atuação apresentadas lá em 2016. “Os preços são livres nos postos e somos apenas um dos agentes na produção e na comercialização da gasolina no Brasil”, responde em nota a empresa, questionada sobre a sua participação na definição dos preços dos combustíveis.

A Petrobras defende que os derivados de petróleo são commodities e têm seus preços atrelados aos mercados internacionais, cujas cotações variam diariamente. “É importante acompanharmos o mercado para que possamos competir de forma eficiente no mercado brasileiro com os nossos concorrentes, principalmente os importadores, cujos preços podem variar diariamente”, justifica.

Crítica
O economista Uallace Moreira, do Centro de Economia Política do Petróleo (Ceppetro), acredita que o país chegou a este cenário por conta do avanço de uma visão de mais focada no mercado financeiro. “A PPI e as privatizações anunciadas são medidas que atendem interesses do mercado financeiro, mas em um momento como o atual nos deixa reféns dos preços praticados no exterior e acaba encarecendo produtos fundamentais, como a gasolina, o diesel e o gás de cozinha”, enumera.

Moreira acredita que desonerações, como a que foi concedida por dois meses pelo governo federal para o diesel, são apenas paliativos. “O Brasil precisa ampliar a sua estrutura de refino para atender às demandas de mercado e historicamente a única grande empresa que fez isso foi a Petrobras”, lembra. “Investimentos em refino interno iriam permitir que a empresa administre melhor as variações internacionais, para não transferir por completo essas variações para o mercado interno”, acredita.

Ele acredita que o cenário atual, de alta do petróleo e do dólar em relação ao real deve levar o governo a aumentar a taxa básica de juros da economia, a Selic, para atrair dólar. Entretanto, acredita que se trate de outra solução apenas no curto prazo. “O ideal é fortalecer cadeia produtiva”, defende. “A gasolina chegou a R$ 8,5 no Acre”, lembra.

Dependência
O economista Gustavo Pessoti, vice-presidente do Conselho Regional de Economia na Bahia (Corecon-Ba) explica que os efeitos das altas nos preços dos combustíveis vão além do desconforto e o aperto no orçamento dos motoristas. “Desde os anos 50 do século passado, definiu-se que o principal modal de transporte no Brasil, de forma equivocada, priorizou uma integração pelas rodovias”, destaca. Ele lembra que isso causa desde problemas de competitividade para o setor produtivo até o aperto nas contas domésticas.

Pessoti lembra que a pesquisa Contas Nacionais registra que 61% de todas as movimentações de mercadorias realizadas no país em 2019 foram feitas com transporte rodoviário. Na Bahia, complementa, o número chega a 83%. “A elevação dos combustíveis eleva os custos de frete dos transportes, que é essencialmente feito por rodovias e isso é repassado para os preços das mercadorias”, explica. “Alta de combustíveis tem um efeito nefasto para a economia porque aumenta o risco de inflação elevada e isso é tudo o que nós não precisamos neste momento”, avisa.

O economista destaca quatro fatores para explicar a alta de preços dos combustíveis. Ele lembra que só este ano, o barril do petróleo já registrou uma alta de 8%. “Sobem os preços do barril, o primeiro reflexo é esta elevação, explica.

O segundo aspecto, lembra, é uma relação de oferta e demanda. Mesmo com a pandemia, há uma movimentação de cargas rodoviárias e isto pressiona os preços. “Com o trabalho remoto e o isolamento, há necessidade de ativação maior do transporte de carga. A escala do aumento da demanda tem sido crescente”, diz.

Um terceiro fator apontado é a quantidade de petróleo importado pela Petrobras. “Numa estratégia de protelar o esgotamento de suas fontes próprias, a Petrobras importa parte do petróleo que refina. É uma estratégia de uma companhia que tem capital aberto e que está buscando sua valorização”, destaca.

O quarto fator, destaca o economista, seria o aumento de margem em outras etapas da cadeia. “Você tem aumentos nas refinarias, mas existe um aumento nas margens das distribuidoras também”, credita.

Segundo Gustavo Pessoti, apesar de ser elevada, a carga tributária não explica o aumento nos preços. “É um percentual alto, que chega a quase 40%, mas é algo que sempre foi assim. O que mudou recentemente foram os preços internacionais, este aumento de demanda e também de margem em muitos casos”, diz.


Como é formado o preço da gasolina

Preço da gasolina comum nas refinarias 28,3%

Tributos estaduais (ICMS) 12,2%

Tributos Federais (Pis/Pasep, Cofins e Cide) 15,9%

Preço do etanol anidro 29,0%

Margem bruta de revenda 3,0%

Custo de transporte e margem de distribuição 11,6%

Fonte: Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP)

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A Petrobras anunciou nesta segunda-feira (1º) um novo aumento nos preços da gasolina, do óleo diesel e do gás de botijão vendidos nas refinarias. A partir de amanhã (2), a gasolina ficará 4,8% mais cara, ou seja, R$ 0,12 por litro. Com isso, o combustível será vendido às distribuidoras por R$ 2,60 por litro.

O óleo diesel terá um aumento de 5%: R$ 0,13 por litro. Com o reajuste, o preço para as distribuidoras passará a ser de R$ 2,71 por litro a partir de amanhã.

Já o gás liquefeito de petróleo (GLP), conhecido como gás de botijão ou gás de cozinha, ficará 5,2% mais caro também a partir de amanhã. O preço para as distribuidoras será de R$ 3,05 por quilo (R$ 0,15 mais caro), ou seja R$ 36,69 por 13 kg (ou R$ 1,90 mais caro).

Segundo a Petrobras, seus preços são baseados no valor do produto no mercado internacional e na taxa de câmbio.

“Importante ressaltar também que os valores praticados nas refinarias pela Petrobras são diferentes dos percebidos pelo consumidor final no varejo. Até chegar ao consumidor são acrescidos tributos federais e estaduais, custos para aquisição e mistura obrigatória de biocombustíveis pelas distribuidoras, no caso da gasolina e do diesel, além dos custos e margens das companhias distribuidoras e dos revendedores de combustíveis”, destaca nota divulgada pela empresa.

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A Petrobras comunicou aos seus clientes que a gasolina e o óleo diesel vendidos em suas refinarias vão ficar mais caros a partir da sexta-feira, 19, segundo a Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom). A alta do litro da gasolina será de R$ 0,2262 e a do diesel, de R$ 0,3305.

Essa é a segunda alta de preços dos combustíveis anunciada pela Petrobras neste mês. A primeira aconteceu no dia 9.

Com os reajustes, a empresa tenta se alinhar à cotação internacional, em linha com a política de paridade internacional.

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Em linha com a alta do preço do petróleo no mercado internacional, a Petrobras anunciou nesta segunda-feira, 8, mais um aumento para seus produtos, que vigoram a partir da terça-feira, 9, nas refinarias da empresa. O diesel vai subir R$ 0,13 por litro, para R$ 2,24 por litro; a gasolina passará a custar R$ 2,25 por litro, refletindo aumento médio de R$ 0,17 por litro, e o gás de cozinha terá aumento de médio de R$ 0,14 por kg (equivalente a R$ 1,81 por 13kg).

O petróleo tipo Brent opera em alta nesta segunda-feira, chegando a tocar os US$ 60 o barril, dando prosseguimento ao otimismo da semana passada, diante de perspectivas de melhora da economia com a reabertura de alguns mercados e estímulos do governo norte-americano.

"Importante ressaltar que os valores praticados nas refinarias pela Petrobras são diferentes dos percebidos pelo consumidor final no varejo. Até chegar ao consumidor, são acrescidos tributos federais e estaduais, custos para aquisição e mistura obrigatória de biocombustíveis pelas distribuidoras, no caso da gasolina e do diesel, além dos custos e margens das companhias distribuidoras e dos revendedores de combustíveis", informou a Petrobras, estatal que está sob pressão diante da necessidade de aumentar seus produtos ao mesmo tempo em que existe ameaça de greve dos caminhoneiros pela alta do diesel.

Na sexta-feira, o presidente Jair Bolsonaro acenou com a possibilidade de mudar a forma de cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) pelos Estados para amenizar a alta dos combustíveis, que também tem sido motivo de aumento de inflação, levando o mercado a prever uma possível alta na taxa de juros.

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Depois da disparada de 7,6% em 18 de janeiro, a gasolina terá novo aumento. De acordo com a Petrobras, a partir de hoje, o preço médio passa a ser de R$ 2,08, com reajuste de 5,05%, nas refinarias, uma alta de R$ 0,10 por litro.

O diesel também terá aumento: o avanço no preço médio é de R$ 0,09, com a alta de 4,4%, passando para R$ 2,12 nas refinarias. O reajuste, em menos de um mês, ocorre em meio às especulações de que os caminhoneiros podem iniciar uma greve no país em fevereiro.

A estatal ressaltou, em nota, que os preços da gasolina e do diesel vendidos na bomba dos postos revendedores é diferente do valor cobrado nas refinarias. Até chegar ao consumidor são acrescidos tributos federais e estaduais, custos para aquisição e mistura obrigatória de biocombustíveis pelas distribuidoras, além das margens brutas das companhias distribuidoras e dos próprios postos revendedores de combustíveis.

Para Petrobras, os valores têm como referência os preços de paridade de importação e, dessa maneira, acompanham as variações do valor do produto no mercado internacional e da taxa de câmbio, para cima e para baixo.

De acordo com Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), o aumento anunciado pela estatal nas refinarias está aquém do necessário, prejudicando a concorrência. Para a associação, o reajuste deveria ocorrer com mais intensidade, de R$ 0,34 no diesel e de R$ 0,2310 na gasolina.

No dia 29 de dezembro, após novo reajuste, o preço médio gasolina para as distribuidoras era R$ 1,84. Em 2020, a estatal promoveu 41 reajustes para a gasolina, dos quais 20 para cima e outros 21, para baixo. No diesel, foram 32 alterações, com 17 elevações e 15 reduções.

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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medida oficial da inflação, ficou em 1,17% na Região Metropolitana de Salvador em novembro, segundo divulgou nesta terça-feira (8) o IBGE. O número acelerou bem em relação a outubro, quando fechou em 0,45%, e também aparece acima da variação de novembro do ano passado, que foi de 0,23%.

Foi a maior inflação mensal neste ano na RMS e a mais elevada para um novembro desde 2015, quando o IPCA havia ficado em 1,19%. Com o resultado de novembro, o IPCA da RMS já tem alta de 3,36% em 2020.

A inflação também ficou acima da registrada no Brasil (0,89%) e foi a segunda mais alta entre as 16 áreas investigadas pelo IBGE, abaixo apenas do índice do município de Goiânia/GO (1,41%). No mês, mais uma vez todas as áreas tiveram alta no IPCA.

Grupos
Sete dos nove grupos de produtos e serviços que compõem o IPCA tiveram alta este mês - somente vestuário (-1,85%) e educação (-0,6%) registraram deflação.

Dentre os grupos, a principal pressão inflacionária veio dos transportes (3,26%), que registraram a maior alta no mês e a mais elevada em sete anos, desde dezembro de 2013 (3,96%). O aumento dos transportes na RMS foi o maior entre todas as 16 áreas investigadas pelo IBGE e bem superior ao índice nacional (1,33%).

Dentre os itens do grupo, os combustíveis (9,84%) foram o principal impacto, sobretudo a gasolina (10,18%), que teve, na Região Metropolitana de Salvador, seu maior aumento no mês e foi, individualmente, o item que mais puxou o custo de vida para cima. O etanol também teve alta bastante importante (10,55%).

O aumento dos transportes foi tão significativo em novembro, que superou o dos alimentos e bebidas (2,11%). Com a segunda maior alta neste ano, o grupo ficou também com a segunda principal influência para cima no IPCA do mês, na RMS.

O perfil da inflação dos alimentos seguiu semelhante ao de meses anteriores, com os produtos consumidos em casa (2,59%) exercendo a maior pressão, puxados principalmente por itens como a batata-inglesa (33,7%), o arroz (6,69%), o tomate (14,45%) e as carnes em geral (3,96%).

Outro grupo de despesas com bastante peso nos orçamentos das famílias, habitação (0,62%) também teve aumento relevante em novembro e foi a terceira principal influência no sentido de aumentar a inflação do mês na RM Salvador. As principais pressões vieram do gás de botijão (2,63%) e da energia elétrica (0,80%).

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